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4.1. Oferecimento de denúncia; 4.2. Requerer o arquivamento, que poderá ser tanto diretamente ao Poder Judiciário ou outro órgão interno e superior do MP. 4.3. Poderá declinar das atribuições em favor de outro órgão do MP. O STJ é favorável a investigação pelo Ministério Público (Súmula 23422). O fato de o MP ser parte parcial não impede que venha a solicitar a absolvição de acusado. 20 E M E N T A: "HABEAS CORPUS" ‐ CRIME DE TORTURA ATRIBUÍDO A POLICIAL CIVIL ‐ POSSIBILIDADE DE O MINISTÉRIO PÚBLICO, FUNDADO EM INVESTIGAÇÃO POR ELE PRÓPRIO PROMOVIDA, FORMULAR DENÚNCIA CONTRA REFERIDO AGENTE POLICIAL ‐ VALIDADE JURÍDICA DESSA ATIVIDADE INVESTIGATÓRIA ‐ CONDENAÇÃO PENAL IMPOSTA AO POLICIAL TORTURADOR ‐ LEGITIMIDADE JURÍDICA DO PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ‐ MONOPÓLIO CONSTITUCIONAL DA TITULARIDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA PELO "PARQUET" ‐ TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS ‐ CASO "McCULLOCH v. MARYLAND" (1819) ‐ MAGISTÉRIO DA DOUTRINA (RUI BARBOSA, JOHN MARSHALL, JOÃO BARBALHO, MARCELLO CAETANO, CASTRO NUNES, OSWALDO TRIGUEIRO, v.g.) ‐ OUTORGA, AO MINISTÉRIO PÚBLICO, PELA PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, DO PODER DE CONTROLE EXTERNO SOBRE A ATIVIDADE POLICIAL ‐ LIMITAÇÕES DE ORDEM JURÍDICA AO PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ‐ "HABEAS CORPUS" INDEFERIDO. NAS HIPÓTESES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA, O INQUÉRITO POLICIAL, QUE CONSTITUI UM DOS DIVERSOS INSTRUMENTOS ESTATAIS DE INVESTIGAÇÃO PENAL, TEM POR DESTINATÁRIO PRECÍPUO O MINISTÉRIO PÚBLICO. 21 Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 22 Súmula 234 do STJ ‐ Ementa: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. Data da Decisão: 13/12/1999. Página | 24 INQUÉRITO POLICIAL > Controle externo da atividade policial pelo Ministério Público O STF, em um primeiro momento oscilava quanto a investigação, mas atualmente a posição que tem prevalecido é admissão da investigação pelo MP (RE 464.893 / HC 89.837) 2.16 Controle externo da atividade policial pelo Ministério Público Art. 129, VII da CF23. Lei Complementar 7524 (aplica‐se também no âmbito dos MP’s Estaduais) Esse controle externo decorre do Sistema de Freios e Contrapesos previsto pelo regime democrático e não pressupõe subordinação ou hierarquia dos organismos policiais. Tem como objetivo a efetividade dos direitos assegurados na lei fundamental. 2.16.1 Forma do controle externo O controle externo do Ministério Público pode dar‐se de duas formas: controle difuso e concentrado. CONTROLE DIFUSO CONTROLE CONCENTRADO 1. Controle exercido por PROMOTORES com atribuição criminal. 1. Controle exercido por ÓRGÃO DO MP cujas atribuições são específicas para o controle externo. Regulamentado pela Resolução 20 do CNMP. 1.1. Controle de ocorrências policiais; 1.1. Ajuizamento de ações de improbidade administrativa; 1.2. Controle dos prazos de IP; 1.2. Ações Civis Públicas na defesa dos interesses difusos – utilizada nos casos de superpopulação carcerária; 1.3. Controle da qualidade do IP; 1.3. Procedimento investigatório criminal; 1.4. Controle de bens apreendidos; 1.4. Recomendações e termos de ajustamento de conduta; 1.5. Propositura de Medidas Cautelares. 1.5. Visita às unidades prisionais; 1.6. Comunicações de prisões em flagrante. O desarquivamento será concedido e pelo juiz já que o inquérito está arquivado no Poder Judiciário. Do juiz que recusar o pedido de arquivamento de um inquérito, poderia se entender que estaria fazendo um julgamento prévio da ação. Não é isso que entende a doutrina e jurisprudência – Princípio da Obrigatoriedade. 23 Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: [...] VII ‐ exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; 24 Art. 9º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade policial por meio de medidas judiciais e extrajudiciais podendo: I ‐ ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais; II ‐ ter acesso a quaisquer documentos relativos à atividade‐ fim policial; III ‐ representar à autoridade competente pela adoção de providências para sanar a omissão indevida, ou para prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder; IV ‐ requisitar à autoridade competente para instauração de inquérito policial sobre a omissão ou fato ilícito ocorrido no exercício da atividade policial; V ‐ promover a ação penal por abuso de poder. Página | 25 AÇÃO PENAL > Conceito 3 AÇÃO PENAL 3.1 Conceito É o direito de pedir ao Estado‐juiz a tutela jurisdicional relacionada ao caso concreto. O Estado trouxe para si o exercício para dirimir as controvérsias. 3.2 Condições da Ação É um direito que deve ser exercido de maneira regular, estando submetido ao cumprimento de certas condições. Essas condições que são necessárias para o exercício regular do direito de ação são de duas espécies: condições genéricas e condições específicas. Condição da ação é chamada de condição de procedibilidade por alguns doutrinadores – são expressões sinônimas. A ausência de uma das condições da ação é causa extintiva da ação sem análise do mérito fazendo coisa julgada formal. Página | 26 AÇÃO PENAL > Condições Genéricas da Ação Penal Quarta‐feira, 8 de setembro de 2010. 3.3 Condições Genéricas da Ação Penal Quanto às condições da ação há duas correntes: 1ª CORRENTE (mais tradicional) – irá se valer mais ou menos das mesmas ideias das condições da ação do processo civil. 1. Possibilidade Jurídica do Pedido: o pedido formulado deve encontrar amparo no ordenamento jurídico (o pedido de ser ao menos admitido pelo direito objetivo). Ex.: oferecimento de denúncia pela prática de crime contra um menor de 18 anos. 2. Legitimidade para Agir (Legitimatio ad causam): é a pertinência subjetiva da ação (quem é que pode ingressar com a ação?/ em face de quem se pode usar essa peça acusatória?). 2.1. Polo Ativo 2.1.1. Ação Penal Pública: Ministério Público (art. 129 da CF). 2.1.2. Ação Penal de Iniciativa Privada: ofendido ou seu representante legal. 2.2. Polo Passivo: provável autor do fato delituoso com mais de 18 anos. Ex.1: durante a propaganda eleitoral os irmãos Kiko e Leandro (candidatos a Deputado Estadual e Federal respectivamente) começam a brigar. Um ingressa com uma queixa crime contra o outro. Como Promotor, qual seria o seu procedimento ao ser intimado? Crimes contra a honra praticados durante a propaganda eleitoral são crimes eleitorais (há crimes contra a honra no Código Eleitoral, Código Militar etc.). Crimes eleitorais são crimes de ação penal pública incondicionada. Nessa hipótese diante da ilegitimidade do ofendido caberia ao juiz rejeitar a peça acusatória (art. 395, II CPP25). Se a ilegitimidade for verificada no curso do processo é possível a aplicação subsidiária do art. 267, VI do CPC26, com a consequente extinção do processo sem julgamento do mérito. A ilegitimidade passiva acaba sendo analisada no mérito. O processo terá início e a instrução probatória irá dizer sobre a (i)legitimidade passiva. Oferecimento