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Direitos Fundamentais I - Direito Constitucional em questões

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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1
AULA 4: DIREITOS FUNDAMENTAIS – PARTE 1 
Na aula de hoje, iniciaremos os comentários aos exercícios sobre 
direitos fundamentais. 
Trata-se de um assunto sem fim! Só para se ter uma idéia, o art. 5º da 
Constituição Federal, que consagra apenas uma das classes dos direitos 
fundamentais – direitos e deveres individuais e coletivos -, possui 
setenta e oito incisos, sobre os quais há incontáveis orientações 
jurisprudenciais do Supremo Tribunal Federal (e, como se sabe, 
qualquer uma delas pode ser exigida em concurso!). 
Em razão da grande quantidade de questões que é cobrada em todo e 
qualquer concurso público (é difícil imaginarmos um concurso sem a 
cobrança de questões sobre direitos fundamentais!), neste assunto eu 
sou de opinião que quantos mais exercícios forem apresentados, melhor 
para o candidato (e só neste assunto mesmo, porque nos demais eu 
considero mais importante o conteúdo dos comentários e a revisão dos 
principais tópicos do que o número de exercícios apresentados em si). 
Em função dessa minha crença, apresentarei um número maior de 
exercícios nas aulas sobre direitos fundamentais, com comentários mais 
breves, deixando as explicações detalhadas somente para aqueles 
exercícios de entendimento mais difícil. As eventuais dúvidas poderão 
ser sanadas nos fóruns respectivos. 
Com isso, veremos um número maior de direitos fundamentais, 
aumentando a chance de abordarmos aqueles que serão exigidos nos 
próximos concursos. 
Outro aspecto é que a apresentação de exercícios repetidos terá por fim, 
exatamente, demonstrar que o respectivo assunto é reiteradamente 
cobrado pelas bancas examinadoras. Assim, se é verdade que você 
achará a repetição cansativa agora, também é verdade que, no 
momento da prova, você fará a questão até de olhos fechados... 
 
1) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A quebra de sigilo bancário de 
indivíduo que é objeto de investigações por crime pode ser determinada 
diretamente pela autoridade policial, no inquérito policial, ou pela 
autoridade judicial, depois de proposta a ação penal. 
Item ERRADO. 
Autoridade policial não pode determinar a quebra de sigilo bancário. 
Atualmente, o sigilo bancário pode ser quebrado: 
a) por ordem judicial; 
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b) pelo Poder Legislativo, mediante prévia aprovação pelo Plenário da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de suas 
respectivas comissões parlamentares de inquérito – CPI; 
c) pelas autoridades da Administração Tributária, na forma estabelecida 
na Lei Complementar nº 105/2001; 
d) pelo Ministério Público, mas somente se a investigação envolver 
emprego de verba pública. 
 
2) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) O direito de petição garante a todo 
indivíduo, independentemente de ser advogado, a defesa, por si mesmo, 
de qualquer interesse seu em juízo. 
Item ERRADO. 
O direito de petição aos Poderes Públicos (CF, art. 5º, XXXIV, a) é 
remédio constitucional administrativo, para ser utilizado perante a 
Administração Pública, e não em Juízo. De fato, o direito de petição, 
além de gratuito, não exige advogado – mas é somente para defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder perante a 
Administração Pública, e não para peticionar em juízo. 
 
3) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Por ser a liberdade de expressão livre 
de censura, pacificou-se o entendimento de que não se pode punir a 
opinião divulgada que seja agressiva à honra de terceiros. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal assegura a liberdade de expressão (art. 5º, IX), 
mas essa liberdade não poderá violar a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, sob pena de responsabilização por dano 
material ou moral (art. 5º, X). 
 
4) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Para a reparação do dano moral por 
ofensa à intimidade e à privacidade exige-se a ocorrência de ofensa à 
reputação do indivíduo. 
Item ERRADO. 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de 
que, para o efeito da indenização por dano moral prevista no inciso X do 
art. 5º da Constituição, não se exige a comprovação de ofensa à 
reputação da vítima. Na prática, significa que a simples violação a um 
daqueles valores constitucionais – intimidade, vida privada, honra e 
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imagem – já gera o direito à indenização por dano moral, ainda que 
dessa violação não decorra ofensa à reputação da vítima. 
 
5) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A casa é o asilo inviolável do 
indivíduo, não se podendo em nenhum caso nela penetrar, durante a 
noite, sem o consentimento do proprietário, nem mesmo com mandado 
judicial. 
Item ERRADO. 
A casa é asilo inviolável do indivíduo (art. 5º, XI), mas é possível nela 
penetrar, a qualquer hora do dia ou da noite, nas seguintes hipóteses: 
(a) com o consentimento do morador; (b) em caso de flagrante delito 
ou desastre; (c) para prestar socorro. 
A proibição para a penetração na casa durante a noite aplica-se, 
somente, à determinação judicial (isto é, neste caso a Constituição só 
autoriza o ingresso durante o dia). 
 
6) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A sala alugada, mas não aberta ao 
público, em que o indivíduo exerce a sua profissão, mesmo que ali não 
resida, recebe a proteção do direito constitucional da inviolabilidade de 
domicílio. 
Item CERTO. 
A expressão “casa”, empregada pelo inciso XI do art. 5º da Constituição, 
alcança não só a residência do indivíduo, mas também quaisquer 
ambientes não franqueados ao público, sejam de natureza residencial 
(casa de praia, apartamento ocupado em hotel etc.) ou profissional 
(consultório do médico, escritório do advogado, dependências da 
empresa não franqueadas ao público etc.). 
 
7) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Uma lei nova, desde que seja de 
ordem pública, pode incidir sobre prestações futuras de um contrato 
preexistente, admitindo-se, portanto, que assuma caráter retroativo. 
Item ERRADO. 
A doutrina estabelece uma diferença entre lei de ordem privada e lei de 
ordem pública. Lei de ordem privada é aquela que, normalmente 
oriunda dos ramos do Direito privado (civil, comercial etc.), regula 
relações privadas, negócios privados. Lei de ordem pública é aquela 
que, de regra oriunda dos ramos do Direito público (administrativo, 
penal, processual penal etc.), regula as relações entre o Estado e os 
indivíduos, com supremacia de atuação do primeiro. 
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Acontece que, em certos ordenamentos constitucionais, a garantia ao 
direito adquirido e ao ato jurídico perfeito só é invocável diante de lei de 
ordem privada, isto é, nesses ordenamentos uma lei de ordem pública 
tem aplicação imediata, podendo prejudicar direito adquirido e ato 
jurídico perfeito. 
No Brasil, a proteção ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito pode 
ser invocada tanto frente a lei de ordem pública quanto frente a lei de 
ordem privada, isto é, nem lei de ordem privada, nem lei de ordem 
pública pode desrespeitar esses institutos. 
Portanto, o enunciado está errado porque afirma que uma lei nova, 
desde que seja de ordem pública, pode assumir caráter retroativo, ou 
seja, retroagir no tempo alcançando prestações futuras de um contrato 
celebrado no passado. No Brasil as leis novas somente podem alcançar 
contratos celebrados a partir de sua entrada em vigor (garantia de 
irretroatividade da lei, prevista no inciso XXXVI, do art. 5º da CF). 
 
8) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A garantia constitucional da 
irretroatividade da leinão é invocável pela entidade estatal que a tenha 
editado. 
Item CERTO. 
A garantia constitucional da irretroatividade da lei está prevista no inciso 
XXXVI do art. 5º da Constituição, segundo o qual “a lei não prejudicará 
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
Esse exercício da Esaf reproduz a Súmula 654 do STF, que tem o 
seguinte enunciado: “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no 
art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela 
entidade estatal que a tenha editado.” 
Significa dizer que as entidades estatais – União, estados, Distrito 
Federal e municípios – não podem, hoje, estabelecer em lei certa 
obrigação e, amanhã, alegar direito adquirido para furtar-se ao 
pagamento de tal obrigação. 
Vamos examinar uma situação hipotética. Imagine que a União aprove, 
hoje, em 2007, uma lei concedendo aumento de remuneração retroativo 
a 1º de janeiro de 2006, isto é, contemplando período já trabalhado 
pelos servidores. Em momento seguinte, a União se recusa a efetuar o 
pagamento desse aumento, relativamente ao período pretérito, 
invocando a proteção ao direito adquirido. Nessa situação é que assume 
relevância a Súmula 654 do STF, pois ela proíbe que a União – entidade 
que editou a lei estabelecendo a obrigação retroativa – invoque 
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futuramente a proteção ao direito adquirido para furtar-se ao seu 
cumprimento. 
Então, quando estiver fazendo a prova, pense assim: a garantia 
constitucional da irretroatividade da lei (art. 5º, XXXVI) foi outorgada às 
pessoas frente às entidades estatais; não pode a entidade estatal que 
elaborou a lei invocar tal garantia para, futuramente, furtar-se ao 
cumprimento da obrigação estabelecida nessa lei. 
 
9) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Sempre que um grupo de indivíduos 
sofre uma mesma lesão a direito individual pode buscar reparação por 
meio de mandado de segurança coletivo por ele mesmo impetrado. 
Item ERRADO. 
Pessoas naturais não têm legitimação para impetrar mandado de 
segurança coletivo. Mandado de segurança coletivo somente pode ser 
impetrado pelas entidades indicadas no inciso LXX do art. 5º da 
Constituição Federal, a saber: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados. 
Se um grupo de indivíduos sofre uma mesma lesão a direito individual, 
poderá impetrar um mandado de segurança individual, formando-se a 
figura processual denominada “litisconsorte ativo” (pluralidade de 
sujeitos ativos numa ação). 
 
10) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) É necessariamente nulo todo o 
processo em que se descobre uma prova ilícita. 
Item ERRADO. 
Quando é detectada a presença de provas ilícitas nos autos de processo, 
faz-se o chamado “desentranhamento”, isto é, as provas ilícitas serão 
retiradas do processo. Mas, caso haja outras provas lícitas autônomas 
nos autos, o processo poderá ter a sua regular continuidade com base 
nestas provas. 
 
11) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) É válida a prova de um crime 
descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada 
judicialmente para apuração de crime diverso. 
Item CERTO. 
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A situação descrita nessa assertiva pode ser assim exemplificada. 
Imagine que, no curso de determinada investigação criminal, o Poder 
Judiciário autorize a interceptação das comunicações telefônicas de 
João, suspeito da prática delituosa. Em seguida, na execução da 
medida, durante a gravação das conversas telefônicas, aparece, num 
dos diálogos, Pedro, como praticante de um crime. 
Veja que, nessa situação, Pedro aparece acidentalmente, como um 
estranho, que até então não era alvo da investigação. Porém, a prova 
levantada contra ele é considerada lícita, pois foi gravada com 
autorização do Poder Judiciário (embora a autorização judicial tenha 
recaído sobre o telefone de João, ela alcança as ligações ativas e 
passivas deste). 
Essa prova é denominada “prova acidental”, pois, de fato, o seu 
surgimento se dá acidentalmente, no âmbito de uma investigação de 
outro crime. 
 
12) (ESAF/AFC/CGU/2006) A Constituição Federal reconhece a 
instituição do júri, assegurado-lhe a irrecorribilidade dos seus 
veredictos. 
Item ERRADO. 
Ao autorizar a criação do júri, a Constituição Federal prescreve como 
princípio a ser observado na sua instituição a soberania dos veredictos 
(art. 5º, XXXVIII). 
Entretanto, o STF firmou entendimento de que a “soberania dos 
veredictos” do júri não impede a interposição de recursos perante o 
Poder Judiciário contra suas decisões. 
Segundo o Tribunal, a soberania dos veredictos está na obrigação de, 
caso seja declarada pelo Poder Judiciário a nulidade do julgamento do 
júri, retornar os autos para constituição de novo júri, a fim de realizar-
se novo julgamento, sem os vícios verificados no julgamento anterior. 
 
13) (ESAF/AFC/CGU/2006) O exercício do direito de petição aos Poderes 
Públicos, independentemente de taxas, para defesa de direitos, 
depende, nos termos constitucionais, de disciplina legal. 
Item ERRADO. 
O direito de petição e o direito de certidão, remédios constitucionais 
administrativos previstos no inciso XXXIV do art. 5º da Constituição, são 
normas de aplicabilidade imediata, que independem de 
regulamentação por lei. 
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14) (ESAF/AFC/CGU/2006) É vedada a dispensa do empregado 
sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou 
representação sindical, permanecendo a estabilidade provisória até um 
ano após o pleito, caso ele não seja eleito. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal veda a dispensa do empregado sindicalizado a 
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação 
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do 
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei (art. 8º, VIII). 
 
15) (ESAF/AFC/CGU/2006) A legalidade do exercício do direito de greve 
pelo trabalhador, nos termos da Constituição Federal, é aferida em face 
do período de dissídio da categoria. 
Item ERRADO. 
Ao assegurar o direito de greve, a Constituição dispõe que compete aos 
próprios trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre 
os interesses que devam por meio dele defender (art. 9º). 
Portanto, não é somente no período de dissídio da categoria que a 
greve será legal. 
Na verdade, a legalidade da greve será aferida levando-se em conta o 
atendimento (ou não) dos requisitos constitucionais e legais para a sua 
realização, dentre os quais o atendimento das necessidades inadiáveis 
da comunidade e os abusos eventualmente cometidos. 
 
16) (ESAF/AFC/CGU/2006) A Constituição Federal proíbe, sob qualquer 
modalidade, o trabalho do menor de dezesseis anos. 
Item ERRADO. 
A Constituição proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a 
menores de dezoito anos e, também, apresenta a proibição de qualquer 
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos (art. 7º, XXXIII). 
 
17) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) Na vigência do estado 
de sítio, poderá haver restrição da liberdade de reunião, não sendo 
admitida a suspensão desse direito, uma vez que ele tem proteção 
constitucional até mesmo contra alterações pelo poder constituinte 
derivado. 
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Item ERRADO. 
Determina o art. 137 da Constituição que o Presidente da República 
pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, 
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de 
sítio nos casos de: 
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; 
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira. 
As medidas que poderão ser tomadas contra as pessoas na vigência do 
estado de sítio dependem da hipótese autorizadora de sua decretação 
(inciso I ou inciso II do art. 137 da Constituição, transcritos acima). 
Temos, então, o seguinte: 
a) na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no inciso I 
do art. 137, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes 
medidas: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por 
crimes comuns; 
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo 
das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de 
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; 
IV - suspensão da liberdade de reunião; 
V - busca e apreensão em domicílio; 
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; 
VII - requisição de bens. 
b) na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no inciso II 
do art. 137, poderão ser tomadas contra as pessoais quaisquer medidas 
restritivas, haja vista a Constituição não ter estabelecido nenhuma lista 
de restrições (veja que as medidas exaustivamente enumeradas nos 
incisos do art. 139 dizem respeito ao estado de sítio decretado com base 
no inciso I do art. 137). 
 
18) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) A liberdade de 
manifestação do pensamento, nos termos em que foi definida no texto 
constitucional, só sofre restrições em razão de eventual colisão com o 
direito à intimidade, vida privada, honra e imagem. 
Item ERRADO. 
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A liberdade de pensamento (art. 5º, IV), como qualquer outro direito e 
garantia fundamental, não tem natureza absoluta, sofrendo restrições 
impostas por outros valores constitucionalmente protegidos. Dentre 
esses valores que impõem restrições à liberdade de pensamento, 
podemos destacar, além dos já apontados no próprio enunciado, a 
vedação ao racismo (art. 5º, XLII), isto é, a manifestação de 
pensamento do indivíduo não pode ser racista. 
 
19) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) A assistência gratuita 
aos filhos e dependentes do trabalhador em creches e pré-escolas só é 
garantida desde o nascimento até a idade de seis anos. 
Item ERRADO. 
A Constituição assegura, como direito social dos trabalhadores, a 
assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 
cinco anos de idade em creches e pré-escolas (art. 7º, XXV, com a 
redação dada pela Emenda Constitucional nº 53/2006). 
 
20) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Como definido no 
texto constitucional, o habeas corpus poderá ser utilizado para fazer 
cessar coação à liberdade de locomoção promovida por ato ilegal de 
particular. 
Item CERTO. 
Não só autoridades públicas, mas também particulares podem figurar 
como sujeito passivo em habeas corpus, em razão de ofensa ou ameaça 
ilegal ou arbitrária ao direito de locomoção. 
 
21) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Como regra geral, os 
direitos fundamentais somente podem ser invocados em juízo depois de 
minudenciados pelo legislador ordinário. 
Item ERRADO. 
Em regra, os direitos fundamentais têm aplicabilidade imediata, 
podendo ser invocados pelo titular independentemente da expedição de 
norma regulamentadora pelo legislador ordinário (CF, art. 5º, § 1º). 
Porém, nem todos os direitos e garantias fundamentais têm 
aplicabilidade imediata. Essa é a regra geral, mas não se trata de regra 
absoluta. Há direitos e garantias fundamentais gravados em normas de 
eficácia limitada, dependentes de regulamentação ordinária para a 
invocação do direito nelas previsto (exemplos: art. 7º, XX e XXVII). 
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Vale lembrar, ainda, que essa regra que estabelece a aplicação imediata 
para os direitos e garantias fundamentais, embora esteja prevista no § 
1º do art. 5º, aplica-se também a direitos e garantias fundamentais 
previstos em outros artigos da Constituição. 
 
22) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Nenhuma norma da Lei 
Maior em vigor que dispõe sobre direito fundamental pode ser objeto de 
emenda à Constituição. 
Item ERRADO. 
Os direitos e garantias fundamentais – mesmo os de natureza 
individual, gravados como cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, IV) – 
podem ser objeto de emenda à Constituição. 
Ao gravar certas matérias como cláusulas pétreas, a Constituição não 
impede que essas matérias sejam objeto de emenda constitucional. 
Impede, apenas, que essas matérias sejam objeto de emenda tendente 
à abolição, à supressão, à erradicação de tais garantias (CF, art. 60, § 
4º). 
Ademais, vale lembrar: somente foram expressamente gravados como 
cláusulas pétreas os direitos e garantias individuais (CF, art. 60, § 4º, 
IV). 
 
23) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Os direitos fundamentais 
são garantidos aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. Os 
demais estrangeiros não podem invocar direitos fundamentais no Brasil. 
Item ERRADO. 
Embora o caput do art. 5º da Constituição diga textualmente 
exatamente isso (“garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País”), não foi essa a orientação que prevaleceu na 
jurisprudência. 
Na verdade, a expressão “estrangeiros residentes no País” deve ser 
entendida como “estrangeiros sob as leis brasileiras”, isto é, residentes 
ou não-residentes, os estrangeiros têm assegurados os direitos 
fundamentais, enquanto estiverem sob o manto do nosso ordenamento 
jurídico. 
 
24) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) No âmbito dos direitos 
políticos, o analfabeto pode votar, mas não pode ser eleito para nenhum 
cargo eletivo. 
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Item CERTO. 
O analfabeto pode votar (embora não esteja obrigado, o voto é 
facultativo!), mas é absolutamente inelegível, isto é, não pode ser eleito 
para nenhum cargo (CF, art. 14, §§ 1º e 4º). 
 
25) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Pode-se afirmar que, no 
direito brasileiro, o direito à vida e à incolumidade física são direitos 
absolutos, no sentido de que nenhum outro previsto na Constituição 
pode sobre eles prevalecer, nem mesmo em um caso concreto isolado. 
Item ERRADO. 
No constitucionalismo moderno a regra é a não-existência de direitos 
fundamentais de natureza absoluta. Os direitos e garantias 
fundamentais não podem, por exemplo, ser invocados para acobertar 
uma prática criminosa. Assim, o direito à vida e o direito à incolumidade 
física não são absolutos, podendo ser afastados diante de um caso 
concreto (em legítima defesa, por exemplo, esses direitos poderão ser 
violados legitimamente, com plena proteção do ordenamento jurídico). 
Ademais, vale lembrar, no caso de guerra declarada a própria 
Constituição admite a pena de morte (CF, art. 5º, XLVII, a). 
 
26) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) O agente político do Estado 
não pode invocar o direito à privacidade, enquanto estiver no exercício 
do cargo. 
Item ERRADO. 
O exercício de mandato ou função pública não subtrai do agente político 
o direito à privacidade e à intimidade. 
O que o Poder Judiciário tem feito, em determinados casos concretos, 
especialmenteno caso da prática de delito em detrimento do exercício 
da função pública, é impor certo abrandamento a esse direito à 
privacidade, em respeito a outros princípios constitucionais, como o da 
publicidade e o da moralidade, que informam a atuação de todo o 
agente público (CF, art. 37). 
 
27) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) A garantia do sigilo 
bancário somente pode ser quebrada por decisão fundamentada de 
autoridade policial, de membro do Judiciário ou de membro do Ministério 
Público. 
Item ERRADO. 
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Como já vimos, autoridades policiais não podem determinar a quebra 
do sigilo bancário. 
O sigilo bancário só pode ser quebrado: 
a) por ordem judicial; 
b) pelo Poder Legislativo, mediante prévia aprovação pelo Plenário da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de suas 
respectivas comissões parlamentares de inquérito – CPI; 
c) pelas autoridades da Administração Tributária, na forma estabelecida 
na Lei Complementar nº 105/2001; 
d) pelo Ministério Público, mas somente se a investigação envolver 
emprego de verba pública. 
Em regra, o Ministério Público não pode decretar a quebra do sigilo 
bancário. Segundo a jurisprudência do STF, o Ministério Público somente 
pode quebrar o sigilo bancário diante do emprego de verba pública, 
em respeito ao princípio da publicidade. 
 
28) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) É irrelevante, para o 
exercício da liberdade de reunião em local aberto ao público, que os 
participantes do evento estejam armados, desde que a reunião esteja 
autorizada pela autoridade policial competente. 
Item ERRADO. 
O direito de reunião assegurado constitucionalmente é o pacífico e sem 
armas (art. 5º, XVI). 
O direito de reunião independe de autorização, mas exige o 
cumprimento dos seguintes requisitos: (a) reunião pacífica, sem armas; 
(b) em locais abertos ao público; (c) não-frustração de outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local; (d) prévio aviso à 
autoridade competente. 
Uma última informação sobre o direito de reunião: eventuais 
ilegalidades e arbitrariedades contra o direito constitucional de reunião 
deverão ser reprimidas por meio de mandado de segurança (e não 
por meio de habeas corpus). 
 
29) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) A Constituição proclama a 
liberdade de expressão, assegurando o direito ao anonimato e o sigilo 
de fonte. 
Item ERRADO. 
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A liberdade de expressão é constitucionalmente assegurada, mas a 
Constituição veda o anonimato (art. 5º, IV). 
A vedação ao anonimato visa a assegurar ao eventual ofendido o 
exercício de outros direitos também constitucionalmente protegidos, 
como o direito ao contraditório e à ampla defesa, o direito de resposta, 
o direito à indenização por dano moral, dentre outros. 
 
30) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) A Constituição em vigor 
expressamente admite a possibilidade de leis retroativas no 
ordenamento brasileiro. 
Item CERTO. 
A Constituição admite expressamente a retroatividade da lei penal 
benéfica ao réu (CF, art. 5º, XL). 
É bom lembrar que, no Brasil, não só a lei penal benigna pode retroagir. 
Leis de outras naturezas também poderão ser retroativas, desde que 
outorgando tratamento benigno ao indivíduo frente ao Estado. 
 
31) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Os direitos fundamentais, na ordem 
constitucional brasileira, não podem ter por sujeitos passivos pessoas 
físicas. 
Item ERRADO. 
Embora a regra numa relação jurídica envolvendo direito fundamental 
seja o indivíduo figurar no pólo ativo (como titular do direito) e o Estado 
no pólo passivo (como obrigado à satisfação do direito), nada impede 
que uma pessoa física figure como sujeito passivo num direito 
fundamental. 
Um bom exemplo é o direito de requisição administrativa da propriedade 
particular pelo Poder Público no caso de iminente perigo público (CF, art. 
5º, XXV). Nesse caso, o titular da propriedade particular, que poderá ser 
pessoa física, figurará como sujeito passivo, obrigando-se perante o 
Poder Público, que é o titular desse direito fundamental. 
 
32) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Toda gravação de conversa telefônica 
sem autorização de autoridade judicial constitui prova ilícita. 
Item ERRADO. 
De fato, em regra a gravação de conversa telefônica exige autorização 
judicial, e somente poderá ser realizada nas hipóteses e na forma que a 
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lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal (CF, art. 5º, XII). 
Porém, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que sempre que 
presente uma situação excludente da antijuridicidade (legítima defesa, 
estado de necessidade), a gravação poderá ser realizada validamente 
sem necessidade de autorização judicial. 
O exemplo é a chamada gravação de conversa por um dos 
interlocutores. Se João e Pedro conversam e João grava o conteúdo da 
conversa sem o consentimento de Pedro, em regra essa gravação é 
ilícita, por ofensa à privacidade ou à intimidade de Pedro (CF, art. 5º, 
X). Porém, a gravação constituirá prova lícita se João estiver em 
situação de legítima defesa (João poderá estar sendo vítima de uma 
investida criminosa por parte de Pedro). 
O outro exemplo é a gravação de conversa realizada por terceiro. 
Se Maria e Carmem conversam e um terceiro, Tício, grava o conteúdo 
da conversa, com o consentimento de Maria, mas sem o conhecimento 
de Carmem, a prova será ilícita, por ofensa à privacidade ou à 
intimidade de Carmem (CF, art. 5º, X). Porém, a gravação constituirá 
prova lícita se for usada em legítima defesa de Maria (Maria poderia 
estar sendo vítima de uma investida criminosa por parte de Carmem). 
 
33) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O Ministério Público tem o poder de, 
em procedimento de ordem administrativa, determinar a dissolução 
compulsória de associação que esteja sendo usada para a prática de 
atos nocivos ao interesse público. 
Item ERRADO. 
A Constituição só permite a suspensão das atividades ou a dissolução 
compulsória de associação por decisão judicial. No caso de dissolução, 
exige ainda que essa decisão judicial seja transitada em julgado (CF, 
art. 5º, XIX). 
Com isso, não existe mais a possibilidade de suspensão de atividade ou 
dissolução compulsória de associação por decisão de autoridade 
administrativa, tampouco por decisão do Ministério Público. 
 
34) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O direito de reunião em lugares 
abertos ao público não depende de prévia autorização de autoridade 
pública. 
Item CERTO. 
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O direito de reunião não exige autorização, mas sim prévio aviso à 
autoridade competente (CF, art. 5º, XVI). 
 
35) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A existência, num processo 
administrativo ou penal, de prova ilicitamente obtida contamina 
necessariamente todo o feito, tornando-o nulo. 
Item ERRADO. 
A presença de provas ilícitas nos autos de processo – administrativo ou 
judicial – não o invalida necessariamente. Uma vez detectadas as 
provas ilícitas, faz-se o que se chama de desentranhamento (separação) 
das provas ilícitas, que serão retiradas dos autos, podendo o processo 
prosseguir normalmente, com base nas demais provas lícitas 
autônomas. 
Porém, vale lembrar que no desentranhamento deverão ser retiradas do 
processo as provas ilícitas originárias e, também, todas as demais 
provas delas derivadas. Isso porque, segundo o entendimento do STF, 
tem aplicação entre nós a teoria dos frutosda árvore envenenada 
(fruits of the poisonous tree), segundo a qual a prova ilícita originária 
contamina todas as demais provas levantadas a partir dela. 
Um aviso. Sempre que eu me referir a alguma expressão em língua 
estrangeira, como o fiz acima, é porque ela poderá ser cobrada em 
algum concurso. É que há certas expressões em língua estrangeira - ex 
tunc, ex nunc, erga omnes, amicus curiae, incidenter tantum e outras - 
que, de tão conhecidas, são comumente exigidas em provas de 
concursos sem nenhuma tradução. 
 
36) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O seguro contra acidentes do trabalho, 
quando feito pelo empregador, substitui eventuais indenizações por ele 
devidas quando o acidente com o empregado se der por culpa do 
empregador. 
Item ERRADO. 
A Constituição estabelece como direito social dos trabalhadores o seguro 
contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa 
(CF, art. 7º, XXVIII). 
 
37) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A obrigação de reparação do dano 
decorrente da prática de um delito desaparece com a morte da pessoa 
condenada pela prática desse delito. 
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Item ERRADO. 
A Constituição determina que nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, mas a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens podem, nos termos da lei, ser estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido (CF, art. 5º, XLV). 
 
38) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) As associações só poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas por sentença judicial com trânsito em 
julgado. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que as associações só poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, exigindo-se, no caso de dissolução, o trânsito em 
julgado da decisão judicial (CF, art. 5º, XIX). 
 
39) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O cargo de Ministro da Justiça é 
privativo de brasileiro nato. 
Item ERRADO. 
Os cargos privativos de brasileiro nato estão taxativamente enumerados 
no art. 12, § 3º, da Constituição Federal, e são os seguintes: de 
Presidente e Vice-Presidente da República; de Presidente da Câmara dos 
Deputados; de Presidente do Senado Federal; de Ministro do Supremo 
Tribunal Federal; da carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas; 
de Ministro de Estado da Defesa. 
É importante destacar que a reserva de cargos a brasileiro nato é 
matéria constitucional, vale dizer, a lei não poderá estabelecer 
outros cargos privativos de brasileiros natos além desses enumerados 
na Constituição (CF, art. 12, § 2º). 
 
40) (ESAF/AFC/STN/2005) As associações não poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas, havendo a necessidade de decisão 
judicial, transitada em julgado, para a simples suspensão de suas 
atividades. 
Item ERRADO. 
As associações poderão ser dissolvidas, desde que por decisão judicial 
transitada em julgado. Poderão também ter suas atividades suspensas 
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por decisão judicial, não se exigindo, neste caso, o trânsito em julgado 
(CF, art. 5º, XIX). 
 
41) (ESAF/AFC/STN/2005) O princípio da anterioridade nonagesimal, 
direito individual do contribuinte, não se aplica ao imposto de renda. 
Item ERRADO. 
Esse enunciado da Esaf é um daqueles difíceis de engolir! Sabe-se que o 
princípio da anterioridade tributária – previsto no art. 150, III, b, da CF 
– foi gravado como cláusula pétrea pela jurisprudência do STF. 
Aliás, foi ao reconhecer o princípio da anterioridade como cláusula 
pétrea que o STF firmou o entendimento de que a cláusula pétrea 
“direitos e garantias individuais” (CF, art. 60, § 4º, IV) protege outros 
direitos e garantias individuais além daqueles expressamente 
enumerados no art. 5º da Constituição. 
Então, por que o enunciado está errado? 
Está errado porque, ao firmar essa posição, o STF deixou assente que o 
princípio da anterioridade tributária é cláusula pétrea por representar 
uma garantia individual do contribuinte (e não um direito individual, 
como afirma o enunciado!). 
Difícil de agüentar um trocadilho desses, não?! 
Bem, vamos pelo menos aproveitar esse enunciado para alguma coisa: 
vamos revisar a distinção entre direitos fundamentais e garantais 
fundamentais. 
Os direitos fundamentais representam certos bens inseridos no texto da 
Constituição. 
As garantias fundamentais visam a assegurar a fruição, a proteção 
desses bens. 
Assim, ao direito à locomoção (CF, art. 5º, XV) corresponde a garantia 
do habeas corpus (CF, art. 5º, LXVIII). Ao direito de informação (CF, 
art. 5º, XXXIII) correspondem a garantia do direito de petição aos 
poderes públicos (CF, art. 5º, XXXIV) e a garantia do mandado de 
segurança (CF, art. 5º, LXIX) para o caso de ilegalidade que obstaculize 
o exercício daquele direito – e assim por diante. 
 
42) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A configuração constitucional do 
princípio do acesso à justiça, quanto aos beneficiários do direito à 
assistência jurídica integral e gratuita prestada pela Defensoria Pública 
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ou por quem lhe faça as vezes, apenas obriga o Estado e efetuar esse 
serviço aos que comprovarem insuficiência de recursos. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que o Estado está obrigado a prestar 
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos (CF, art. 5º, LXXIV). 
Essa obrigação estatal, de fato, alcança somente aqueles que 
comprovarem insuficiência de recursos. 
A incumbência de prestar essa assistência é da Defensoria Pública (CF, 
art. 134). Veja que o enunciado diz “prestada pela Defensoria Pública ou 
por quem lhe faça as vezes”. Essa afirmação está perfeita, porque 
aqueles estados-membros que até hoje não criaram Defensoria Pública 
estão obrigados a prestar essa assistência por meio de outros órgãos, 
haja vista tratar-se de direito fundamental de aplicabilidade imediata. 
O direito à assistência jurídica integral e gratuita alcança pessoas 
naturais e pessoas jurídicas e contempla honorários de advogado e 
perito (o exame de DNA, por exemplo, deve ser custeado pelo Estado 
àqueles que comprovarem insuficiência de recursos). 
 
43) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Por força do princípio da segurança 
jurídica, a lei, com exceção das disposições de ordem pública que 
eventualmente contiver, não retroagirá para prejudicar o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Item ERRADO. 
No Brasil, tanto as leis de ordem privada quanto as leis de ordem 
pública devem obediência ao dispositivo constitucional que veda a 
retroatividade da lei em prejuízo ao direito adquirido, à coisa julgada e 
ao ato jurídico perfeito (CF, art. 5º, XXXVI). 
O erro do enunciado está em afirmar que essa vedação não alcançaria 
“as disposições de ordem pública” eventualmente contidas na lei. 
No Brasil, mostra-se irrelevante a distinção pertinente à natureza dos 
atos legislativos. Trate-se de leis de caráter meramente dispositivo, ou 
trate-se de leis de ordem pública, cogentes e imperativas, todas essas 
espécies normativas subordinam-se à intangibilidade do direito 
adquirido, da coisa julgada e do ato jurídico perfeito. 
 
44) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É vedado o ensino religioso como 
disciplina de matrícula obrigatória dos horários normais das escolas 
públicas de ensino fundamental. 
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Item CERTO. 
O Estadobrasileiro é laico (ou leigo) e, como tal, só permite o ensino 
religioso nos horários normais das escolas públicas de ensino 
fundamental em caráter facultativo (CF, art. 210, § 1º). 
 
45) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) O cidadão poderá ser privado de 
seus direitos por motivo de crença religiosa se a invocar para eximir-se 
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo 
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei (CF, art. 5º, 
VIII). 
Trata-se de dispositivo de eficácia contida (prescreve um direito 
constitucional imediatamente exercitável, mas que poderá 
posteriormente ser restringido por lei), que deve assim ser interpretado: 
a) a princípio, o indivíduo não poderá ser privado de direito por motivo 
de crença religiosa ou convicção filosófica ou política; 
b) enquanto não existir prestação alternativa fixada em lei, o indivíduo 
poderá eximir-se de obrigação legal a todos imposta, por motivo de 
crença religiosa ou convicção filosófica ou política; 
c) fixada em lei a prestação alternativa, o indivíduo poderá eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta, desde que cumpra a prestação 
alternativa fixada em lei; 
d) porém, se o indivíduo se recusar a cumprir a obrigação a todos 
imposta e também a prestação alternativa fixada em lei, poderá 
legitimamente ser privado de seus direitos (CF, art. 15, IV). 
 
46) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É assegurada a prestação de 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação 
coletiva, não podendo a lei, em virtude do livre exercício dos cultos 
religiosos e da inviolabilidade da liberdade de crença, estabelecer 
restrições àquela prestação. 
Item ERRADO. 
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A Constituição assegura a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva, nos termos da lei 
(CF, art. 5º, VII). 
Essa expressão “nos termos da lei” não deixa dúvidas sobre a 
possibilidade de o legislador ordinário estabelecer restrições a essa 
prestação. 
É bom que fique claro, entretanto, que mesmo se não houvesse essa 
expressão, a lei poderia impor restrições a essa prestação religiosa, 
desde que respeitado o princípio da razoabilidade. Isso porque, como 
vimos, o constitucionalismo moderno refuta a idéia da existência de 
direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta. 
 
47) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos e garantias 
fundamentais expressos na Constituição Federal não poderão ser objeto 
de restrição ou suspensão, salvo na vigência de estado de defesa ou 
estado de sítio. 
Item ERRADO. 
Os direitos e garantias fundamentais não têm natureza absoluta e, como 
tais, poderão ser objeto de restrição diante de casos concretos, ou 
mediante lei. 
A própria lei pode impor restrições ao exercício dos direitos 
fundamentais, desde que observado o princípio da razoabilidade, isto é, 
desde que as restrições impostas sejam: (a) necessárias; (b) 
adequadas; e (c) na medida certa (proporcionalidade em sentido 
estrito). 
É verdade que durante o estado de defesa (CF, art. 136, § 1º) e o 
estado de sítio (CF, art. 139) a própria Constituição autoriza a restrição 
e suspensão de direitos fundamentais. Mas, não é só nesses casos que 
poderão ser impostas restrições ao exercício dos direitos fundamentais. 
Também em circunstâncias normais poderão eles ser restringidos e 
suspensos, desde que presentes os requisitos acima apontados. 
 
48) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos individuais estão 
garantidos contra o poder de emenda, mas não contra o poder de 
revisão constitucional. 
Item ERRADO. 
Os direitos e garantias individuais são cláusulas pétreas (CF, art. 60, § 
4º, IV). 
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Significa dizer que não poderão ser objeto de emenda constitucional 
tendente à sua abolição, seja essa emenda aprovada pelo processo 
simplificado de revisão constitucional (ADCT, art. 3º) ou pelo processo 
rígido de reforma ou emenda constitucional (CF, art. 60). 
 
49) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A reprodução em emenda 
constitucional de direito constante de tratado internacional sobre 
direitos humanos em que a República Federativa do Brasil seja parte 
eleva esse direito no ordenamento jurídico brasileiro a status 
constitucional. 
Item CERTO. 
Sabe-se que os tratados internacionais celebrados pela República 
Federativa do Brasil em geral são aprovados pelo Congresso Nacional, 
por meio de decreto legislativo, e ulteriormente promulgados pelo 
Presidente da República, por decreto. Quando aprovados por esse rito 
legislativo, incorporam-se ao nosso ordenamento com status de lei 
ordinária federal. 
Por outro lado, sabe-se que as emendas à Constituição legitimamente 
aprovadas pelas Casas do Congresso Nacional incorporam-se ao nosso 
ordenamento com status constitucional, isto é, na mesma posição 
hierárquica das normas constitucionais originárias. 
Ora, o enunciado disse, então, o óbvio: se um direito previsto em 
tratado internacional (norma ordinária) é reproduzido em emenda à 
Constituição (norma constitucional), esse direito é elevado a status 
constitucional no ordenamento jurídico brasileiro! 
Vale lembrar que, agora, depois da promulgação da EC nº 45/2004 
(Reforma do Judiciário), é possível que tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos sejam incorporados ao nosso 
ordenamento com status constitucional (equivalente à emenda 
constitucional), desde que sejam aprovados em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros (CF, art. 5º, § 3º). 
 
50) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível o mandado de injunção 
nos casos em que o Congresso Nacional se mostra omisso em expedir 
decreto legislativo disciplinando as relações decorrentes de medida 
provisória não convertida em lei. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, o mandado de injunção é remédio 
constitucional para fazer frente à falta de norma regulamentadora de 
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direito previsto na Constituição, não se prestando para reparar a falta 
de norma regulamentadora de direitos previstos em normas 
infraconstitucionais, como é o caso de medida provisória. 
 
51) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível o mandado de injunção 
quando a norma infraconstitucional regulamentadora do direito ou 
liberdade constitucional oferece disciplina insatisfatória aos interesses do 
impetrante, por ser injusta ou inconstitucional. 
Item ERRADO. 
O mandado de injunção é remédio constitucional que pode ser 
impetrado diante da falta de norma regulamentadora de direito previsto 
na Constituição. Se já existe a norma regulamentadora, por mais 
imperfeita que seja ela, não será mais cabível mandado de injunção. 
Nesse caso, a pessoa interessada poderá impugnar a validade da norma 
regulamentadora imperfeita perante o Poder Judiciário por meio de 
outras ações (mandado de segurança, por exemplo), mas não mais pela 
via do mandado de injunção. 
 
52) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É admissível o mandado de injunção 
perante o Supremo Tribunal Federal mesmo naquelas hipóteses em que, 
impetrado por organização sindical, estiver destinado a constatar a 
ausência de norma que inviabilize o exercício de direito ou liberdade 
constitucional de seus filiados. 
Item CERTO. 
O enunciado está se referindo aomandado de injunção coletivo. 
A Constituição prevê o mandado de segurança individual (art. 5º, LXIX) 
e o mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX). 
Em relação ao mandado de injunção, a Constituição prevê 
expressamente somente o mandado de injunção individual (art. 5º, 
LXXI), nada dizendo sobre o ajuizamento de mandado de injunção 
coletivo. 
Porém, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido do cabimento do 
mandado de injunção coletivo, impetrado pelas mesmas entidades 
legitimadas à impetração do mandado de segurança coletivo (art. 5º, 
LXX). 
Portanto, o inciso LXX do art. 5º que diz “o mandado de segurança 
coletivo pode ser impetrado por” deve ser lido da seguinte maneira: “o 
mandado de segurança coletivo e o mandado de injunção coletivo 
podem ser impetrados por”. 
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53) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível mandado de injunção 
quando a norma constitucional asseguradora de um determinado 
benefício possibilitar a sua fruição independentemente da edição de um 
ato normativo intermediário pelo Poder Legislativo. 
Item ERRADO. 
O mandado de injunção pode ser impetrado quando o exercício de 
direito constitucional consagrado em norma de eficácia limitada estiver 
impedido por falta de norma regulamentadora (CF, art. 5º, LXXI). O 
impedimento do exercício do direito constitucional, em decorrência da 
falta da norma regulamentadora, é que viabiliza a impetração do 
mandado de injunção. 
Ora, se o direito pode ser fruído independentemente da edição de norma 
regulamentadora, por estar previsto em norma constitucional de eficácia 
plena ou contida, não há que se falar na impetração de mandado de 
injunção. 
 
54) (ESAF/PFN/2004) Sempre que o interesse público entra em linha de 
colisão com um interesse individual, aquele deve prevalecer. 
Item ERRADO. 
Não há regra pré-determinada para a solução de conflito entre 
interesses individuais e coletivos. Não podemos jamais dizer que um 
interesse coletivo prevalecerá sempre sobre um direito individual, 
tampouco que um interesse individual prevalecerá sempre sobre um 
interesse coletivo. 
Exemplificando: o interesse público de desvendar um crime não pode 
desconsiderar valores individuais, como a inviolabilidade da intimidade 
(CF, art. 5º, X); um interesse individual (direito de propriedade, por 
exemplo) não pode sempre se sobrepor ao público (a propriedade não 
pode desrespeitar o direito público ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, por exemplo). 
Somente diante de um caso concreto, de acordo com suas 
características, podemos fazer a avaliação e decidir pela prevalência de 
um ou de outro. 
 
55) (ESAF/PFN/2004) No conflito entre princípios constitucionais, os que 
se referem a direitos fundamentais devem sempre prevalecer sobre os 
demais. 
Item ERRADO. 
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Em um Estado democrático e pluralista como o nosso, a Constituição 
protege os mais diferentes bens, senão vejamos. Por um lado, 
assegura-se o direito à propriedade (art. 5º, XXII); por outro, exige-se 
que a propriedade cumpra a sua função social (art. 5º, XXIII); em outro 
dispositivo, permite-se a desapropriação da propriedade (art. 5º, XXIV), 
ou a sua requisição administrativa pela autoridade competente em caso 
de iminente perigo público (art. 5º, XXV). 
Alguns desses valores são definidos como fundamentais (art. 5º ao 17), 
outros como cláusulas pétreas (art. 60, § 4º) – e assim por diante. 
Entretanto, em um regime de Constituição rígida, como o nosso, todos 
esses direitos constitucionais têm o mesmo valor, a mesma força 
normativa. Não existe relação de subordinação, de hierarquia entre eles. 
São todos formalmente constitucionais e se equivalem em teor 
normativo e hierárquico. 
Logo, não se pode dizer jamais que alguns prevalecerão sempre sobre 
os demais, como afirmado nesse enunciado da Esaf. Aqui também vale 
a máxima já citada anteriormente: não há regra pré-determinada para a 
solução de conflito entre direitos fundamentais. 
Fica aqui uma dica para a prova: quando um enunciado afirmar que um 
direito constitucional (seja ele qual for!) deve prevalecer sempre sobre 
outro direito constitucional, nem perca tempo, porque a assertiva está 
ERRADA! 
 
56) (ESAF/PFN/2004) Quando dois princípios constitucionais colidem, 
um deles invariavelmente exclui o outro como inválido. 
Item ERRADO. 
Quando num caso concreto temos um conflito (ou colisão) entre 
princípios constitucionais, não podemos dizer que um deles será 
excluído do ordenamento constitucional. De jeito nenhum. Ora, em se 
tratando de princípios insertos na Constituição, os dois permanecerão 
em vigor. 
O intérprete deverá, por meio de um juízo de ponderação, buscar a 
harmonia entre os princípios conflitantes, reduzindo proporcionalmente 
o alcance de ambos, até chegar à solução do caso concreto, com a 
prevalência de um ou de outro princípio (mas, com a mantença de 
ambos no ordenamento constitucional). 
Mas, sempre tendo a certeza de que os dois princípios constitucionais 
conflitantes deverão permanecer no ordenamento constitucional, com 
plena validade para a aplicação a outros casos concretos. 
 
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57) (ESAF/PFN/2004) O conceito de casa, na garantia constitucional da 
inviolabilidade de domicílio, abrange também o compartimento privado 
onde alguém exerce profissão ou atividade. 
Item CERTO. 
A jurisprudência do STF entende que a expressão “casa” empregada no 
inciso XI do art. 5º da Constituição, que prevê a inviolabilidade 
domiciliar, não se restringe ao âmbito residencial, alcançando também 
recintos de natureza profissional. 
Assim, a inviolabilidade domiciliar alcança a casa da pessoa, o escritório 
do advogado, o consultório do médico, o escritório da empresa, os 
recintos não-franqueados ao público da própria empresa - e quaisquer 
outros recintos de natureza profissional não abertos ao público. 
 
58) (ESAF/PFN/2004) Somente quando munida de autorização judicial 
pode uma autoridade pública ingressar durante o dia ou durante a noite 
no domicílio de terceiro. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial (CF, art. 5º, XI). 
Como se vê, por determinação judicial só se pode penetrar na casa 
durante o dia. Durante o dia ou durante a noite somente quando 
houver consentimento do morador, ou em caso de desastre ou flagrante 
delito, ou para prestar socorro. 
 
59) (ESAF/PFN/2004) A garantia da liberdade de manifestação de 
pensamento traz ínsita em si mesma a possibilidade do anonimato. 
Item ERRADO. 
Ao assegurar a liberdade de pensamento, a Constituição veda 
expressamente o anonimato (CF, art. 5º, IV). 
 
60) (ESAF/PFN/2004) A ofensa à imagem de um indivíduo pode gerar 
pretensão de indenização por danos materiais, não, porém, de 
indenização por danos meramente morais. 
Item ERRADO. 
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A ofensa à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas 
assegura o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente dessa violação (CF, art. 5º, X). 
Se for o caso, as indenizações – por dano moral e por dano material – 
poderão cumular-se, isto é, um mesmo ato de violação pode gerar o 
direito à indenização por dano material e moral, simultaneamente.61) (ESAF/PFN/2004) O mandado de segurança impetrado contra ato do 
Superior Tribunal de Justiça deve ser impetrado originariamente no 
Supremo Tribunal Federal. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a competência para apreciar mandado 
de segurança impetrado contra ato de tribunal do Poder Judiciário é do 
próprio tribunal. Assim, mandado de segurança contra ato do STJ é 
julgado pelo próprio STJ; mandado de segurança impetrado contra ato 
de órgão do TJSP é julgado pelo próprio TJSP – e assim por diante. 
 
62) (ESAF/PFN/2004) Somente questões de direito não controvertidas 
podem ensejar a impetração de mandado de segurança. 
Item ERRADO. 
Aspecto importantíssimo esse, sobre o mandado de segurança. 
Sabe-se que o mandado de segurança só é cabível para a proteção de 
direito líquido e certo não amparado pelos demais remédios 
constitucionais (CF, art. 5º, LXIX). 
Acontece que, segundo o STF, essa exigência de certeza e liquidez diz 
respeito à matéria de fato, e não à matéria de direito. 
Significa dizer que os fatos narrados pelo impetrante deverão ter a sua 
liquidez e certeza comprovadas desde a impetração do mandado, haja 
vista que nessa ação, de rito sumário, as provas são pré-constituídas, 
não havendo espaço para dilação probatória no seu rito processual. 
Enfim, a complexidade do direito não impede a impetração do mandado 
de segurança (desde que, evidentemente, os fatos narrados na inicial 
estejam devidamente comprovados). Por mais complexo e controvertido 
que seja o direito, poderá ele ser discutido na via do mandado de 
segurança. 
 
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63) (ESAF/PFN/2004) A entidade de classe tem legitimação para o 
mandado de segurança, ainda quando a pretensão veiculada interesse 
apenas a uma parte da respectiva categoria. 
Item CERTO. 
As entidades do inciso LXX do art. 5º da Constituição – organização 
sindical, entidade de classe e associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano – podem ajuizar mandado de 
segurança coletivo em defesa de interesses dos seus membros ou 
filiados (CF, art. 5º, LXX). 
Não se exige que o direito defendido no mandado de segurança coletivo 
pertença a toda a classe. Por exemplo: o sindicado dos Auditores-Fiscais 
da Receita Federal, que congrega servidores ativos e inativos, poderá 
impetrar mandado de segurança coletivo em defesa de direito exclusivo 
dos inativos, ou exclusivo dos ativos, ou exclusivo dos servidores que 
ingressaram no último concurso – e assim por diante. 
Este o enunciado da Súmula 630 do STF: “A entidade de classe tem 
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão 
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.” 
 
64) (ESAF/PFN/2004) A entidade de classe precisa da autorização 
expressa dos associados para impetrar mandado de segurança coletivo 
em favor dos associados. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a entidade de classe não precisa de 
autorização dos associados para a impetração de mandado de segurança 
coletivo. 
Este o enunciado da Súmula 629 do STF: “A impetração de mandado de 
segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados 
independe da autorização destes.” 
Trata-se de hipótese de substituição processual em que, segundo o 
STF, é dispensada a autorização expressa e específica dos associados, 
bastando para a impetração as autorizações genéricas constantes dos 
estatutos de constituição da entidade. 
Mas, cuidado: 
a) essa desnecessidade de autorização expressa e específica dos 
associados aplica-se à defesa do direito na via do mandado de 
segurança coletivo, em que temos a figura da substituição 
processual; 
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b) se a associação decidir pela defesa do interesse dos associados por 
meio de outras ações judiciais ou administrativas, será necessária a 
autorização, pois nesta hipótese teremos caso de mera representação 
processual, em que é indispensável a autorização expressa dos 
associados, por determinação do art. 5º, XXI, da Constituição (art. 5º, 
XXI: “as entidades associativas, quando expressamente 
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente”). 
 
65) (ESAF/PFN/2004) Uma lei desarrazoada pode ser, por isso, 
declarada inconstitucional. 
Item CERTO. 
Lei desarrazoada é aquela que desrespeita o princípio da razoabilidade 
ou da proporcionalidade e, como tal, é inconstitucional. 
O princípio implícito da razoabilidade tem a sua sede material no art. 5º, 
LIV, da Constituição, que determina a observância do devido processo 
legal. Como se trata de princípio constitucional implícito, diz-se que o 
princípio da razoabilidade é parte integrante do devido processo legal na 
sua acepção substantiva. 
E qual a relevância do princípio da razoabilidade? 
O princípio da razoabilidade atua como um limite à imposição de 
restrição a direito constitucional. Significa dizer que as leis restritivas de 
direito só serão válidas se forrem razoáveis, isto é, se respeitarem o 
princípio da razoabilidade. Aquelas leis restritivas que ultrapassarem a 
razoabilidade serão inválidas, por serem desarrazoadas ou irrazoadas. 
E qual o conteúdo do princípio da razoabilidade? O que o princípio da 
razoabilidade exige das leis restritivas de direito? 
O princípio da razoabilidade impõe às leis restritivas de direito a 
observância de três requisitos: (a) necessidade; (b) adequação; (c) 
medida certa (proporcionalidade estrita). 
Significa dizer que qualquer lei restritiva de direito só será válida se a 
restrição por ela imposta for necessária (justificável perante o interesse 
público), adequada (que tenha condições de atingir o fim almejado) e 
proporcional (deve existir uma equivalência entre a restrição imposta e 
o fim a ser atingido; não haverá essa proporcionalidade se houver 
outros meios menos gravosos do que o adotado pela lei para o 
atingimento do mesmo fim). 
Pois bem, as leis restritivas de direito que respeitarem esses requisitos 
serão razoáveis, constitucionais; as leis restritivas de direito que 
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desrespeitarem algum desses requisitos serão desarrazoadas, 
inconstitucionais. 
 
66) (ESAF/PFN/2004) Somente agentes públicos investidos em cargos 
públicos podem responder a mandado de segurança, na qualidade de 
autoridade coatora. 
Item ERRADO. 
O mandado de segurança pode ser impetrado contra ato de autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público (CF, art. 5º, LXIX). 
Portanto, agente de pessoa jurídica privada poderá responder a 
mandado de segurança como autoridade coatora, desde que em relação 
ao exercício de atribuições do Poder Público. É o caso, por 
exemplo, dos concessionários e permissionários de serviços públicos, 
que respondem em mandado de segurança no tocante à prestação 
desses serviços públicos. 
 
67) (ESAF/PFN/2004) O Pacto de San José, tratado que entrou em vigor 
no Brasil depois do advento da Constituição de 1988, revogou o 
dispositivo constitucional que admitia a prisão civil do depositário infiel. 
Item ERRADO. 
Em 05/10/1988, foi promulgada a Constituição Federal, que permite a 
prisão civil por dívida em duas hipóteses, nos termos seguintes (art. 5º, 
LXVII): 
“não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel”. 
Quatro anos depois, em 25/09/1992, o Brasil ratificou a Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de SanJosé de Costa Rica), 
incorporando-a ao direito brasileiro. 
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José de 
Costa Rica), ratificada pela República Federativa do Brasil em 1992, só 
permite a prisão civil por dívida em uma única hipótese: no caso de 
inadimplemento de obrigação alimentícia. 
É a seguinte a redação da Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos (art. 7º, item 7): 
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“Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os 
mandatos de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de 
inadimplemento de obrigação alimentar.” 
Diante dessa dualidade de tratamento ao alcance da prisão civil por 
dívida, os juristas que propugnam pelo status constitucional dos 
tratados internacionais sobre direitos humanos defenderam que a 
Convenção Americana sobre Direitos Humanos havia derrogado o texto 
da Constituição Federal de 1988, no tocante à permissão da prisão civil 
do depositário infiel. 
Entretanto, não foi esse o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal 
Federal - STF. O STF firmou entendimento de que a validade dos 
tratados internacionais deve ser examinada à luz do texto da 
Constituição de 1988 e que, portanto, o Pacto de San José de Costa Rica 
não derrogou o texto constitucional que permite a prisão civil por dívida 
no caso do depositário infiel. 
Isso porque o entendimento do STF é de que os tratados internacionais 
em geral celebrados pela República Federativa do Brasil, ainda quando 
versem sobre direitos humanos, são incorporados ao nosso 
ordenamento com status ordinário, de mera lei ordinária federal. 
Esse entendimento do STF continua válido atualmente, sempre que o 
tratado internacional for incorporado ao ordenamento brasileiro pelo rito 
legislativo ordinário (aprovação definitiva pelo Congresso Nacional, por 
meio de decreto legislativo; promulgação pelo Presidente da República, 
por decreto). 
Devem ser ressalvados, apenas, aqueles tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que vierem a ser aprovados pelo 
rito legislativo especial, determinado pelo art. 5º, § 3º, da Constituição, 
introduzido pela Reforma do Judiciário (aprovação em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros), pois, nesta hipótese, terão eles status 
constitucional (serão equivalentes às emendas constitucionais). 
 
68) (ESAF/PFN/2004) Somente cabe a ação popular quando 
comprovado de plano o grave prejuízo financeiro acarretado ao erário 
pela conduta do administrador-réu. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a ação popular só possui um 
requisito: a ilegalidade ou imoralidade do ato. 
Significa dizer que para o cidadão propor uma ação popular não se exige 
a comprovação da ocorrência de efetivo dano material causado pelo ato 
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atacado. Exemplo: um ato que desrespeita a moralidade administrativa 
pode ser atacado pelo cidadão na via da ação popular, ainda que não 
comprovada a ocorrência de efetivo dano material decorrente desse ato 
imoral. 
 
69) (ESAF/PFN/2004) O patrimônio dos indivíduos está garantido contra 
o confisco, não se admitindo a perda de bens como sanção criminal. 
Item ERRADO. 
A perda de bens é uma das penas admitidas pela Constituição Federal 
(art. 5º, XLVI, b). 
Vale lembrar que a Constituição permite, também, que a pena de 
perdimento de bens seja estendida aos sucessores e contra eles 
executada, até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV). 
 
70) (ESAF/PFN/2004) O habeas corpus, jamais o mandado de 
segurança, constitui instrumento apto para se insurgir contra a quebra 
de sigilo bancário de alguém. 
Item ERRADO. 
Em regra, o instrumento idôneo para atacar a quebra de sigilo bancário 
é o mandado de segurança. 
Entretanto, o STF admite a impetração de habeas corpus se essa 
medida implicar ofensa indireta ou reflexa ao direito de locomoção. 
Vejamos um exemplo de quebra do sigilo bancário com ofensa indireta 
ao direito de locomoção, que legitimaria a impetração de habeas corpus. 
Imagine que Tício esteja respondendo a um processo criminal por 
sonegação fiscal (crime apenado com reclusão), e que nesse processo 
seja determinada pelo magistrado competente a quebra do seu sigilo 
bancário. Se Tício entender que essa medida determinada pelo juiz foi 
arbitrária, poderá impetrar habeas corpus contra ela, por representar 
uma ofensa indireta ao seu direito de locomoção. 
Por que, nessa hipótese, a quebra do sigilo bancário representa uma 
ofensa indireta ao direito de locomoção de Tício? 
Porque amanhã Tício poderá ser condenado à pena privativa de 
liberdade com base nas provas levantadas durante a quebra do sigilo 
bancário. Portanto, a medida representa, hoje, uma ofensa potencial ao 
seu futuro direito de locomoção. 
Nesse caso – determinação da quebra do sigilo bancário com ofensa 
indireta ao direito de locomoção -, a pessoa poderá optar pelo 
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ajuizamento do mandado de segurança ou pela impetração do habeas 
corpus. Provavelmente a pessoa optará pelo habeas corpus, pois é ação 
gratuita, que independe de advogado e que tem rito sumaríssimo, com 
prioridade de julgamento sobre as demais ações nos tribunais do Poder 
Judiciário. 
E se essa quebra do sigilo bancário houvesse sido determinada pela 
autoridade fiscal, no curso de um processo administrativo tributário, 
Tício poderia impetrar habeas corpus contra ela? 
Não, não poderia. Por que não? Porque em um processo administrativo 
tributário a quebra do sigilo bancário não implica ofensa indireta ao 
direito de locomoção de Tício. Por que não? Porque em hipótese alguma 
o direito de locomoção de Tício poderia ser violado em um processo 
administrativo tributário, pois neste não há possibilidade de imposição 
de pena restritiva de liberdade. Neste caso, Tício deverá utilizar-se do 
mandado de segurança. 
Entenda bem esse tópico. Mesmo no caso em que a quebra do sigilo 
bancário implique ofensa indireta ao direito de locomoção o indivíduo 
não está obrigado a utilizar-se do habeas corpus. Poderá, querendo, 
impetrar o mandado de segurança contra a medida. A utilização do 
habeas corpus é uma opção ao indivíduo. A possibilidade de utilização 
do habeas corpus nessa situação de violação indireta do direito de 
locomoção foi desenvolvida pela jurisprudência do STF em favor do 
indivíduo, pois, conforme dito antes, o habeas corpus é remédio que 
traz vantagens ao impetrante em relação ao mandado de segurança (é 
ação gratuita, que não exige advogado e possui rito sumaríssimo, que 
tem prioridade de julgamento sobre as demais ações nos tribunais do 
Poder Judiciário). 
 
71) (ESAF/PFN/2004) As Comissões Parlamentares de Inquérito, o 
Ministério Público, as autoridades policiais e autoridades da Receita 
Federal, além dos juízes, podem determinar a quebra do sigilo bancário 
de pessoa sob investigação. 
Item ERRADO. 
Os magistrados podem determinar a quebra do sigilo bancário, em 
decisão fundamentada. 
As comissões parlamentares de inquérito – CPI podem determinar a 
quebra do sigilo bancário, desde que mediante decisão fundamentada, 
firmada por maioria absoluta dos seus membros. 
Em regra, o Ministério Público não pode determinar a quebra do sigilo 
bancário. Segundo a jurisprudência do STF, o Ministério Público só pode 
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determinar a quebra do sigilo bancário se houver o emprego de verba 
pública nasituação investigada. 
As autoridades da Receita Federal podem determinar a quebra do sigilo 
bancário, desde que exista processo administrativo instaurado, nos 
termos do art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001. 
As autoridades policiais não podem determinar a quebra do sigilo 
bancário. Em uma investigação criminal conduzida pela Polícia Federal, 
por exemplo, se houver necessidade de acesso aos dados bancários do 
investigado, a autoridade policial deverá solicitar autorização ao Poder 
Judiciário. 
 
72) (ESAF/PFN/2004) É inconstitucional a cobrança de contribuição 
previdenciária de servidores públicos já aposentados na data da criação 
da contribuição, por ofensa ao direito adquirido. 
Item ERRADO. 
A Emenda Constitucional nº 41/2003 (Reforma da Previdência) passou a 
prever a cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos 
inativos e dos pensionistas. 
A exigência da contribuição previdenciária daqueles que já eram inativos 
ou beneficiários de pensão à data da promulgação da emenda foi 
impugnada em ação direta de inconstitucionalidade – ADIN perante o 
STF, mas o Tribunal firmou entendimento de que essa exigência é 
constitucional. 
Dentre outros fundamentos, o STF deixou assente que não existe direito 
adquirido à não-imposição de tributos e que, portanto, uma situação 
hoje não tributada poderá ser atingida pela tributação amanhã, 
ressalvadas as imunidades constitucionais. 
 
73) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Todo brasileiro é parte legítima para 
propor ação popular contra ato de administrador público lesivo ao 
patrimônio público. 
Item ERRADO. 
Não é qualquer brasileiro, qualquer um do povo, qualquer indivíduo que 
pode propor ação popular. Só o cidadão pode propor ação popular (CF, 
art. 5º, LXXIII). 
Considera-se cidadão o brasileiro ou equiparado a brasileiro no gozo da 
capacidade eleitoral ativa, isto é, apto para votar. 
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Significa dizer que não podem propor ação popular, dentre outros: o 
Ministério Público; as pessoas jurídicas; os inalistáveis (os menores de 
dezesseis anos, os estrangeiros e os conscritos, durante o período do 
serviço militar obrigatório) e os inalistados (indivíduos que poderiam ter 
se alistado, mas não o fizeram). 
Vale lembrar que há uma hipótese em que, em tese, o estrangeiro 
poderá propor ação popular: o português equiparado a brasileiro 
naturalizado, na forma do art. 12, § 1º, da Constituição. 
 
74) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Em caso de perigo público iminente, 
a autoridade competente pode usar a propriedade de particular, que 
somente será indenizado, posteriormente, se houver dano. 
Item CERTO. 
O enunciado refere-se ao instituto da requisição administrativa, em que, 
diante de perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular gratuitamente, havendo indenização ulterior 
somente se houver dano pelo uso (CF, art. 5º, XXV). 
 
75) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) A proibição de uso de prova ilícita 
aplica-se ao processo criminal, mas não ao processo administrativo e 
cível. 
Item ERRADO. 
A vedação à utilização de provas obtidas por meios ilícitos aplica-se aos 
processos criminais, administrativos e cíveis (CF, art. 5º, LVI). 
 
76) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Em nenhuma hipótese a lei penal 
pode retroagir. 
Item ERRADO. 
A lei penal retroagirá para beneficiar o réu (CF, art. 5º, XL). 
 
77) (ESAF/FISCAL/PA/2002) O princípio constitucional da igualdade 
entre homens e mulheres impede que se confira qualquer direito a 
pessoas do sexo feminino que não seja extensível também às do sexo 
masculino. 
Item ERRADO. 
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O princípio constitucional da igualdade entre homens e mulheres (CF, 
art. 5º, I) não impede tratamento discriminatório entre os sexos, desde 
que haja razoabilidade para o critério diferenciador. 
Por exemplo: é plenamente possível a realização de concurso público só 
para as pessoas do sexo feminino, desde que as atribuições do cargo 
justifiquem (concurso para o cargo de agente penitenciário numa prisão 
feminina, por exemplo). 
 
78) (ESAF/FISCAL/PA/2002) Todos podem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigida prévia autorização da autoridade competente. 
Item ERRADO. 
O direito de reunião não exige autorização, mas sim prévio aviso à 
autoridade competente (CF, art. 5º, XVI). 
 
79) (ESAF/FISCAL/PA/2002) O jornalista está constitucionalmente 
obrigado a revelar a fonte das informações que divulga, sempre que 
concitado a tanto, por qualquer autoridade pública. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal assegura a todos o acesso à informação e, para 
dar efetividade a esse direito, resguarda o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional (CF, art. 5º, XIV). 
 
80) (ESAF/FISCAL/PA/2002) O compartimento privado onde alguém 
exerce a sua profissão está abrangido pela proteção que o constituinte 
confere à casa do indivíduo. 
Item CERTO. 
Vimos que a expressão “casa”, empregada pelo inciso XI do art. 5º da 
Constituição, ao prescrever a inviolabilidade domiciliar, não se restringe 
à residência do indivíduo, abrangendo também recintos profissionais 
não-franqueados ao público, tais como o consultório do médico, o 
escritório do advogado, dentre outros. 
 
81) (ESAF/FISCAL/PA/2002) As associações podem ter as suas 
atividades suspensas por determinação de autoridade administrativa, 
quando essas atividades forem consideradas nocivas ao interesse 
público. 
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Item ERRADO. 
As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro 
caso, o trânsito em julgado (CF, art. 5º, XIX). 
 
82) (ESAF/MPOG/APO/2000) É obrigatória a filiação a sindicato 
representativo do segmento econômico em que o trabalhador atua. 
Item ERRADO. 
Ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato (CF, 
art. 8º, V). 
 
83) (ESAF/MPOG/APO/2000) Para o exercício da liberdade de reunião 
pacífica e sem armas, e em local aberto ao público, não é necessário 
pedir permissão ao poder público. 
Item CERTO. 
O direito de reunião não exige autorização, mas sim prévio aviso à 
autoridade competente (CF, art. 5º, XVI). 
 
84) (ESAF/MPOG/APO/2000) Qualquer trabalho ou profissão somente 
pode ser exercido depois de regulado por lei. 
Item ERRADO. 
Estabelece a Constituição que é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer (CF, art. 5º, XIII). 
Esse dispositivo constitui norma de eficácia contida, que deve ser 
assim interpretada: 
a) enquanto não estabelecidas em lei as qualificações profissionais 
necessárias para o exercício de determinada profissão, o seu exercício é 
amplo; 
b) quando estabelecidas as qualificações profissionais, somente poderão 
exercer a profissão, daí por diante, aquelas pessoas que as cumprirem 
(note-se que, ao estabelecer as qualificações profissionais, a lei 
restringirá o exercício da profissão). 
 
85) (ESAF/MPOG/APO/2000) Todo brasileiro está legitimado a propor 
ação popular, para a defesa do patrimônio público, contra atos lesivos 
de autoridades e servidores públicos. 
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Item ERRADO. 
Vimos que não é qualquer brasileiro, mas somente o cidadão que pode

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