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CF de 1988 até EC 105

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIB§UNAIS SUPERIORES
Material de Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: EC nº 99, publicada em 15/12/17 (obs.: a EC 98/17 não alterou em nada o texto principal da CF/88, apenas a redação o art. 31 da EC 19/98); EC nº 100, publicada 27/6/19 (alteração dos arts. 165 e 166, CF); EC nº 101, publicada 4/7/19 (acrescenta o §3º ao art. 42, CF); EC nº 102, publicada 26/9/19 (dá nova redação ao §1º do art. 20; altera o art. 165 da CF e o art. 107 do ADCT); EC nº 103, publicada 13/11/19 (dá nova redação a inúmeros dispositivos da CF/88 – ATENÇÃO: Acompanhar no site do planalto o art. 149 da CF); EC nº 104, publicada em 05/12/19 (alteração da redação dos seguintes dispositivos: art. 21, XIV; art. 32, §4º e art. 144, VI e §§5º-A e 6º). EC nº 105, publicada em 13/12/19 (acrescenta o art. 166-A).
Última atualização Jurisprudencial: 23/02/20 – Inclusão do julgados: Info 954 (art. 132); Info 955 (art. 109, IV); Sem Info (art. 5º, XII)
Última atualização questões de concurso: 29/04/20.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na CF/88).
· EM AMARELO ou EM LARANJA: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
	(MPMG-2017): O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma.
(MPMG-2017): O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional.
(MPMA-2014): Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação.
(MPMA-2014): O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça.
(MPMA-2014): Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se configura como um elemento que serve de manifesto à continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar os valores do passado - a situação de início que motivou a colocação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se aspira a chegar.
(MPMA-2014): O voto emanado pelo então Min. Ayres Brito, à época presidente do STF, que acompanhou o proferido pelo relator Min. Ricardo Lewandowski, considerou improcedente a ADPF 186, reafirmou a validade das chamadas ações afirmativas sustentando que as políticas públicas de justiça compensatória, restaurativas, afirmativas ou reparadoras de desvantagens históricas são um instituto jurídico constitucional, e enfatizou ainda a distinção entre cotas sociais e raciais como uma construção dogmática feita a partir do Preâmbulo da Constituição da República que fala em assegurar o bem estar e na promoção de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.
(AGU-2013-CESPE): A jurisprudência do STF considera que o preâmbulo da CF não tem valor normativo. Desprovido de força cogente, ele não é considerado parâmetro para declarar a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade normativa.
(MPCE-2011-FCC): A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente, não tem força normativa.
(MPGO-2010): Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade.
(TJMG-2007): Em razão das tendências atuais do Direito Administrativo brasileiro, muito se tem discutido quanto à influência do teor do Preâmbulo da Constituição no controle dos atos da Administração. Considerando o teor do Preâmbulo da Constituição, é CORRETO afirmar: o Preâmbulo da Constituição de l988 influi no controle de legalidade do ato da Administração.
##Atenção: ##TJMG-2006: ##AGU-2007: ##TCE-2011: ##Anal. Judic./STF-2013: ##CESPE: É certo que a jurisprudência do STF inclina-se à teoria da irrelevância jurídica do preâmbulo. Porém, isso pode ser verificado em um acórdão em que entendeu que as normas do preâmbulo da CF não são de reprodução obrigatória pelos Estados-membros em suas Constituições estaduais, por não se tratarem de NORMAS CENTRAIS da Constituição. Eis o entendimento (ADI 2076/AC). No entanto, em que pese o preâmbulo não se tratar de norma central da Constituição, ele não é totalmente destituído de valor (caso contrário, nem precisaria existir). Ele serve de elemento de interpretação e integração. Nas palavras de Alexandre de Moraes ("Direito Constitucional", 26º ed., pág. 20): "Apesar de não fazer parte do texto constitucional propriamente dito e, consequentemente, não conter normas constitucionais e valor jurídico autônomo, o preâmbulo não é juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser observado como elemento de interpretação e integração dos diversos artigos que lhe seguem." Portanto, é correto afirmar que o preâmbulo pode influir no controle de legalidade do ato administrativo. Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [DICA MNEMÔNICA: “SO-CI-DI-VA-PLU”] (TJDFT-2007) (TJAP-2009) (TJSC-2010) (MPSP-2005/2006/2011) (TJSC-2013) (MPMT-2014) (Cartórios/TJRS-2015)
I - a soberania; (MPDFT-2004) (TJMS-2010) (TJAP-2014) (MPMG-2010/2019)
	(TCM/BA-2018-CESPE): O princípio fundamental da Constituição que consiste em fundamento da República Federativa do Brasil, de eficácia plena, e que não alcança seus entes internos é a soberania. BL: art. 1º, I, CF/88.
##Atenção: A soberania, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (CF, Art. 1°, I), constitui um dos atributos do Estado, na medida que este não existe sem a soberania. Vale dizer que não existe Estado que não seja soberano. Todos os entes federados (entes internos) são dotados, apenas, de autonomia. Não há que se falar em soberania de um ente federado sobre outro, tampouco de subordinação entre eles. Todos são autônomos nos termos estabelecidos na Constituição Federal. Só se pode falar em soberania do todo, da República Federativa do Brasil, frente a outros Estados soberanos. Assim, os Estados-membros,dentro das competências próprias fixadas pela Constituição Federal, são tão autônomos quanto à União (MAIA, 2007, p. 72). A soberania diz respeito ao caráter supremo de um poder, que não admite qualquer outro acima ou em concorrência com ele. A autonomia, por sua vez, pressupõe a tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração. Tendo em o que foi exposto, a soberania é um fundamento que não alcança os entes internos. Ela constitui um dos atributos do Estado e não se confunde com autonomia.
(MPAM-2007-CESPE): A soberania do Estado, no plano interno, traduz-se no monopólio da edição do direito positivo pelo Estado e no monopólio da coação física legítima, para impor a efetividade das suas regulações e dos seus comandos. BL: art. 1º, I, CF.
##Atenção: O conceito trazido é de Canotilho.
II - a cidadania; (TJMS-2010) (MPMT-2014) (MPMG-2010/2019)
III - a dignidade da pessoa humana; (DPESP-2006) (TJMS-2010) (PGEPA-2012) (PCRS-2018) (TJSP-2018)
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (TJMS-2010) (MPMG-2010) (PGEPA-2012) (MPMS-2018) (MPSC-2019)
V - o pluralismo político. (DPESP-2006) (TJMS-2010) (PGEPA-2012) (MPMT-2014) (Cartórios/TJAM-2018) (MPMG-2010/2019)
	(MPMS-2018): A República Federativa do Brasil constitui Estado Democrático de Direito e tem como fundamento, entre outros, o pluralismo político. BL: art. 1º, CF.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. (TJAP-2008) (TJMS-2010)
	(TJMG-2018-Consulplan): O princípio democrático é postulado do regime político e o princípio republicano é postulado da forma de governo. BL: art. 1º e § único, CF.
OBS: O princípio democrático é definidor do regime político adotado pelo Estado brasileiro (art. 1º, caput e parágrafo único), ao passo que o princípio republicano é definidor da forma de governo (art. 1º, caput).
(TJGO-2012-FCC): Antiga linha de pensadores políticos, que inclui, por exemplo Aristóteles e Montesquieu, converge para uma determinada forma de governo, concebida como apta a impedir a sua própria degeneração, e que pode ser descrita como politeia ou governo misto, em que elementos de diferentes formas de governo se combinam. Sustenta-se que esse modelo foi adotado na Grécia antiga.
(TJMS-2008-FGV): O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo no Estado Federal Brasileiro (art. 60, §4º, I, CF) tem como finalidades básicas a unidade nacional e a necessidade descentralizadora. 
(TJMS-2008-FGV): Como corolário do princípio federativo (art. 1º, caput, da CF), a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, no Brasil, são autônomos e possuidores da tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e auto-administração. 
(TJMS-2008-FGV): A garantia constitucional da imunidade recíproca entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é corolário do princípio federativo. (tributário)
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (TJBA-2012) (TJMT-2014)
	(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): À luz dos princípios fundamentais de direito constitucional positivo brasileiro, julgue o item a seguir: Se, em certa ação judicial, o juízo competente impuser ao Poder Executivo determinada obrigação, sob pena de multa diária pelo seu descumprimento, tal imposição não ofenderá o princípio da separação dos poderes. BL: art. 2º, CF.
##Atenção: "Esta Corte já firmou a orientação de que é possível a imposição de multa diária contra o poder público quando esse descumprir obrigação a ele imposta por força de decisão judicial. Não há falar em ofensa ao princípio da separação dos Poderes quando o Poder Judiciário desempenha regularmente a função jurisdicional." (AI 732.188-AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-6-12, 1ª T.) No mesmo sentido: ARE 639.337-AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23-8-11, 2ª T.Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
##Atenção: A Administração pública adota medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais, sem que isso configure violação do princípio da separação dos poderes, inserto no art. 2º da Constituição Federal.
(TJSP-2008-VUNESP): Como decorrência do princípio da independência e harmonia dos Poderes, cada um dos Poderes pode organizar livremente seus serviços, observando apenas os preceitos constitucionais e legais. BL: art. 2°, CF.
(DPESP-2006-FCC): A teoria dos checks and balances prevê que a cada função foi dado o poder para exercer um grau de controle direto sobre as outras, mediante a autorização para o exercício de uma parte, embora limitada, das outras funções. BL: art. 2°, CF.
##Atenção: A CF/88 adotou o modelo de separação de poderes com base no sistema de freios e contrapeso. Portanto, ao mesmo tempo que são independentes, os poderes também relacionam-se e fiscalizam um ao outro, havendo esferas de interferência.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [DICA MNEMÔNICA: “CO-GA-ERRA-PRO”] (TJSC-2010) (TJMS-2010) (MPSP-2005/2011) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (TJMG-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (PCRS-2018)
I - COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária; (DPECE-2008) (MPSC-2019)
II - GArantir o desenvolvimento nacional; (MPMT-2014) (MPSC-2019) (Cartórios/TJPR-2019)
III - ERRAdicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; (TJAL-2008) (Cartórios/TJMG-2017)
IV - PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (DPESP-2006)
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: (TJMS-2010) (MPSP-2011) (TJBA-2012) (TJSC-2010/2013) (Cartórios/TJRS-2015) (Cartórios/TJPR-2019)
I - independência nacional; (MPMT-2012)
II - prevalência dos direitos humanos;
	(PCRS-2018-FUNDATEC): A CF/1988, no que tange aos direitos humanos, estabelece que: Eles, os direitos humanos, são prevalentes, nas relações internacionais da República Federativa do Brasil. BL: art. 4º, II, CF/88.
III - autodeterminação dos povos; (MPSC-2013)
IV - não-intervenção; (MPSC-2013)
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz; (MPSC-2013)
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; (MPSC-2013)
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político. (MPSC-2013) (MPMT-2014)
	(MPSC-2014): A concessão de asilo político é um dos princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. BL: art. 4º, X, CF.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. (TJMS-2010) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (Cartórios/TJPR-2019)
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
	(Anal. Judic./STJ-2008-CESPE): Os direitos e garantias fundamentais são considerados elementos limitativos das constituições.
OBS: Elementos limitativos manifestam-se nas normas que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais (direitos individuais e suas garantias, direitos e nacionalidade e direitos políticos democráticos) limitando os poderes do Estado, como forma de evitar abuso de poder.
(TJPR-2008): Os direitos fundamentais não são absolutos. Isso posto, a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo poderão sofrer restrições em face das disposições da CF/1988. BL: art. 5º, IV e XXIX da CF. (constitucional)
(TJDFT-2007): A respeito dos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta: os direitos fundamentais, enumerados no Título II da Constituição, compõem um sistema aberto.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País ainviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (DICA MNEMÔNICA: “VILPS”) (DPESP-2006) (TJDFT-2007) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (TJSP-2015) (MPPR-2019) (PGM-Curitiba/PR-2019)
	(TJPA-2014-VUNESP): O texto constitucional, em seu art. 5.º, caput, prevê expressamente valores ou direitos fundamentais ao ditar literalmente que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. BL: art. 5º, caput, CF.
##Atenção: Apesar do caput do art. 5º enunciar direitos apenas a brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, a doutrina e o STF os estendem também para estrangeiros em trânsito e pessoas jurídicas (HC 94.016/2008).
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
	(TJMG-2012-VUNESP): De acordo com o STF, não ofende o princípio da igualdade a limitação de idade para a inscrição em concurso público, desde que se leve em conta a natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. BL: Súmula 683, STF. 
(TJMG-2012-VUNESP): O princípio da isonomia reveste-se de autoaplicabilidade e não é suscetível de regulamentação ou complementação normativa, pois se traduz em norma de eficácia plena. BL: art. 5º, I e §1º, CF. 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
	(Assist. Téc./UFPB-2017-CPCON): O princípio da legalidade, em síntese, afirma que só é permitido ao Estado fazer determinações aos indivíduos se houver alguma norma jurídica anterior ao fato que possa espelhar essa ordem estatal. Assim, caso um agente do Estado queira impor mandamentos ao indivíduo sem esse amparo normativo, o ato será considerado ilegal, já que a regra é a plena liberdade individual (livre iniciativa), só limitada ou retirada se houver norma prescrevendo um fazer ou deixar de fazer algo pelo Estado.
##Atenção: Para Hely Lopes Meirelles, “na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”.
(TJDFT-2008): Com espeque no constitucionalismo de nossos dias, é correto afirmar que a reserva legal tem abrangência menor que o princípio da legalidade. 
##Atenção: Isso porque a reserva legal apenas exige que haja lei exigindo determinados comportamentos, enquanto a legalidade orienta a criação de princípios e regras que irão embasar todo o ordenamento jurídico.
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (MPSP-2008)
	(TJPR-2012-UFPR): A norma do art. 5º, III da CF/88 segundo a qual “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”, é dotada de eficácia plena. 
##Atenção: Além disso, é dotada de aplicabilidade direta, imediata e integral, pois não necessita de lei infraconstitucional para torná-la aplicável e nem admite lei infraconstitucional que lhe restrinja o conteúdo.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; (MPSP-2010)
	(Téc./MPU-2018-CESPE): A liberdade de pensamento é exercida com ônus para o manifestante, que deverá se identificar e assumir a autoria daquilo que ele expressar. BL: art. 5º, IV, CF. 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; (MPPR-2008) (MPSP-2010)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;   
	##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPGO-2019: É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, j. 28/3/19 (Info 935).
	(MPGO-2019): É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana, conforme entendimento recente do STF. BL: Info 935, STF.
##Comentário sobre o julgado acima: ##DOD: O princípio da laicidade significa dizer que o Estado brasileiro é laico (secular ou não-confessional), ou seja, não existe nele uma religião oficial (art. 19, I, da CF/88). Assim, por força deste princípio, o Estado não pode estar associado a nenhuma religião, nem sob a forma de proteção, nem de perseguição. Há, portanto, uma separação formal entre Igreja e Estado. O STF entendeu que, ao contrário do que alegou o MP/RS, a referida lei não viola o princípio da laicidade. A proteção legal às religiões de matriz africana não representa um privilégio, mas sim um mecanismo de assegurar a liberdade religiosa, mantida a laicidade do Estado. Desse modo, a lei estadual, na verdade, está de acordo com o princípio da laicidade. Isso porque a laicidade do Estado proíbe que haja o menosprezo ou a supressão de rituais, especialmente no caso de religiões minoritárias que poderiam ser subjugadas pelo Estado.
##Comentário sobre o julgado acima: ##DOD: Além disso, não há violação ao princípio da igualdade: A CF promete uma sociedade livre de preconceitos, entre os quais, o religioso. A proibição do sacrifício de animais em seus cultos negaria a própria essência da pluralidade cultural, com a consequente imposição de determinada visão de mundo. Ao se conferir uma proteção aos cultos de religiões historicamente estigmatizadas, o legislador não ofende o princípio da igualdade. Ao contrário, materializa esse princípio diante do preconceito histórico sofrido.
##Comentário sobre o julgado acima: ##DOD: Por fim, não há violação ao art. 225 da CF/88: O legislador, ao admitir a prática de imolação (sacrifício), não violou o dever constitucional de amparo aos animais, estampado no art. 225, § 1º, VII, da CF/88. Isso porque se deve evitar que a tutela de um valor constitucional relevante (meio ambiente) aniquile o exercício de um direito fundamental (liberdade de culto), revelando-se desproporcional impedir todo e qualquer sacrifício religioso quando diariamente a população consome carnes de várias espécies. Além disso, deve-se reforçar o argumento de que os animais sacrificados nestes cultos são abatidos de forma rápida, mediante degola, de sorte que a realização dos rituais religiosos com estes animais não se amolda ao art. 225, § 1º, VII, que proíbe práticas cruéis com animais.
	(Agente Penitenciário/ES-2009-CESPE): Acerca dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir. O Brasil, por ser um país laico, não tem religião oficial, sendo assegurada constitucionalmente a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício dos cultos religiosos. BL: art. 5º, VII, c/c art. 19, I, CF.
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; (TJPA-2012)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; (TJDFT-2008) (TJSC-2013) (MPSC-2019)
	##Atenção: O direito de escusa de consciência não se restringe ao serviço militar obrigatório, quando se trata de crença religiosa, convicção filosófica ou religiosa, pois ele pode atingir, por exemplo, indivíduos que não aceitam trabalhar ou realizar prova aos sábados. 
	(MPBA-2018): O brasileiro que se recusa a cumprir prestação alternativa legalmente estabelecida, após ter invocado convicção política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, poderá, em razão dessa conduta, ser privado de direitos. BL: art. 5º, VIII, CF.
##Atenção: A pessoa tem direito a não cumprir a obrigação imposta por motivos de consciênciasem que isso a prive de direitos. Entretanto, ela há de cumprir a obrigação alternativa, caso contrário, poderá sim ser privada de direitos.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; (MPSP-2006) (TJSC-2013) (TJPE-2015)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (MPGO-2010)
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (TJAL-2008) (MPPR-2008) (TJPA-2012) (TJMG-2012) (MPRS-2012) (MPSC-2013) (TJRS-2018) (TJCE-2018)
	##Atenção: Em outras palavras:
- por determinação judicial: apenas durante o dia;
- em caso de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro: durante o dia ou à noite, não necessitando de determinação judicial.
- com o consentimento do morador: em qualquer horário.
##Atenção: Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, não se faz necessário que haja autorização judicial, ou que seja durante o dia.
	(Anal. Jurídic./DPEAM-2018-FCC): Em certa pequena propriedade rural reside família que cultiva produtos agrícolas no mesmo local, tendo o imóvel sido dado em garantia de empréstimo contraído para custear o combate a pragas existentes na plantação. Não sendo liquidado o pagamento da dívida no prazo convencionado, o credor promoveu a respectiva cobrança judicial, motivo pelo qual foi expedido mandado judicial de penhora do referido imóvel. Ao cumprir o mandado de penhora, o oficial de justiça foi impedido pela família, tanto durante o dia, quanto durante a noite, de ingressar no imóvel. De acordo com a Constituição Federal, ao determinar a penhora da referida propriedade rural na situação narrada, o juiz agiu incorretamente, não podendo o oficial de justiça, ademais, ingressar no imóvel durante a noite, sem o consentimento do morador, para cumprimento de determinação judicial. BL: art. 5º, XI da CF/88. 
(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Fernando passou mal de manhã em sua residência e, como estava sozinho, tentou sair para buscar ajuda, mas não conseguiu nem abrir o portão de casa. Fernando teve tempo apenas de pedir auxílio ao seu vizinho, Paulo, desmaiando logo em seguida, ali mesmo no jardim. Paulo, desesperado, rapidamente telefonou ao Corpo de Bombeiros. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, os bombeiros estarão autorizados a adentrar no imóvel de Fernando, assim que chegarem, já que para a prestação de socorro pode-se penetrar na casa do morador, sem o seu consentimento, a qualquer hora. BL: art. 5º, XI da CF/88.
(TJDFT-2008): Em caso de desastre, ou para prestar socorro, autoriza-se a entrada na casa, seja de dia ou de noite, tenha-se ou não anuência do morador ou autorização judicial. BL: art. 5º, XI da CF/88. 
(TJDFT-2008): Em caso de flagrante delito, igualmente, autoriza-se o ingresso na casa, de dia ou de noite, independentemente de quem quer que seja. BL: art. 5º, XI da CF/88.
(TJDFT-2008): No período diurno, por determinação judicial, excepciona-se também a inviolabilidade domiciliar. Nesta hipótese, estamos diante da denominada reserva de jurisdição, ou seja, situações em que se faz indispensável a atuação do Poder Judiciário, autorizando determinada conduta, sem a qual seria a mesma considerada ilícita. BL: art. 5º, XI da CF/88.
(TJDFT-2007): Em tema de direitos fundamentais, é correto afirmar que o direito à inviolabilidade de domicílio repele a ação estatal e de particulares e tem como titulares pessoas físicas e jurídicas. BL: art. 5º, XI, CF/88.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (MPMG-2010) (MPGO-2010) (MPPB-2010) (TJPE-2011) (TJMS-2012) (TJAC-2012) (TJPA-2012) (TJRJ-2011/2013) (TJDFT-2014) (TJSC-2019)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPPI-2019: ##TJBA-2019: O sigilo a que se refere o art. 5º, XII, da CF/88 é em relação à interceptação telefônica ou telemática propriamente dita, ou seja, é da comunicação de dados, e não dos dados em si mesmos. Desta forma, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em aparelho de telefone celular ou smartphones não se subordina aos ditames da Lei n. 9.296/96. Contudo, os dados armazenados nos aparelhos celulares decorrentes de envio ou recebimento de dados via mensagens SMS, programas ou aplicativos de troca de mensagens (dentre eles o "WhatsApp"), ou mesmo por correio eletrônico, dizem respeito à intimidade e à vida privada do indivíduo, sendo, portanto, invioláveis, no termos do art. 5°, X, da CF/88. Assim, somente podem ser acessados e utilizados mediante prévia autorização judicial, nos termos do art. 3° da Lei n. 9.472/97 e do art. 7° da Lei n. 12.965/14. A jurisprudência das duas Turmas da Terceira Seção STJ firmou-se no sentido de ser ilícita a prova obtida diretamente dos dados constantes de aparelho celular, decorrentes de mensagens de textos SMS, conversas por meio de programa ou aplicativos ("WhatsApp"), mensagens enviadas ou recebidas por meio de correio eletrônico, obtidos diretamente pela polícia no momento do flagrante, sem prévia autorização judicial para análise dos dados armazenados no telefone móvel. No caso, se o telefone celular foi apreendido em busca e apreensão determinada por decisão judicial, não há óbice para que a autoridade policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. Para a análise e a utilização desses dados armazenados no celular não é necessária nova autorização judicial. A ordem de busca e apreensão determinada já é suficiente para permitir o acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos. STJ. 5ª T. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, j. 03/10/2017.
	(MPPI-2019-CESPE): Com relação à licitude do procedimento de busca e apreensão de celular por autoridade policial, assinale a opção correta: É lícito o acesso aos dados armazenados em celular apreendido após determinação judicial de busca e apreensão, mesmo que a decisão não tenha expressamente previsto tal medida. BL: RHC 77.232/SC, STJ.
	(Téc. Judic./TRT2-2018-FCC): Está em conformidade com os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal a decisão judicial que autoriza a quebra do sigilo telefônico para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, sendo incabível decisão judicial para determinar a mesma providência para fins de instrução processual civil. BL: art. 5º, XII, CF.
(PCMA-2018-CESPE): De acordo com o entendimento do STF, a polícia judiciária não pode, por afrontar direitos assegurados pela CF, invadir domicílio alheio com o objetivo de apreender, durante o período diurno e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao poder público. Essa determinação consagra o princípio da reserva de jurisdição. BL: art. 5º, inciso XI e XII da CF/88.
(Anal. Judic./TRT6-2018-FCC): A CF/88 autoriza o pedido de interceptação de comunicações telefônicas, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de: investigação criminal ou instrução processual penal. BL: art. 5º, inciso XII, CF.
##Atenção: 
· Investigação criminal: inquérito policial ou CPI
· Instrução processual penal: processo em andamento
(TJDFT-2014-CESPE): A respeito dos direitos e garantias fundamentais, dos direitos sociais e dos direitos políticos, assinale a opção correta: Embora a CF estabeleça a inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, o juiz poderá, de ofício, determinar a interceptação de comunicação telefônica na investigação criminal e na instrução processual penal. BL: art. 5º, XII, CF c/c art. 3º, Lei 9296.
##Atenção: O art. 3º da Lei 9.296/96 expressamentepermite a decretação de ofício pelo magistrado. Cumpre lembrar que há doutrinadores que sustentam que a decretação de ofício poderá ocorrer apenas na fase judicial.
(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): Interceptações telefônicas — comumente chamadas de grampos — e gravações ambientais realizadas por autoridade policial, sem autorização judicial, ainda que em situações emergenciais, constituem violações aos princípios estruturantes do estado democrático de direito e da dignidade da pessoa humana. BL: art. 5º, inciso XII, CF.
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; (DPEAL-2009) (MPSP-2010) (TJSC-2013) (TJAM-2013) (TJPE-2015) (Téc. Judic./TRT12-2017)
	(TCEMG-2018): Considere a seguinte norma da Constituição de 1988: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Com base na classificação das normas constitucionais segundo sua eficácia, consagrada no Brasil por José Afonso da Silva, a norma reproduzida é um exemplo de norma de eficácia contida.
(TJGO-2015-FCC): A Lei 8.906/94, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, estabelece, em seu art. 8o , inciso IV e § 1o , que, “para inscrição como advogado é necessário” haver “aprovação em Exame de Ordem”, “regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB”. A exigência em questão é constitucional, por ser compatível tanto com a exigência de lei para o estabelecimento de condições para o exercício profissional, como com a finalidade institucional do exercício da advocacia como função essencial à Justiça. BL: art. 5º, XIII, CF.
(TJRS-2012): Em relação ao diploma de jornalismo, decisão do STF considerou que exigi-lo era desproporcional e violava a liberdade de expressão e informação. 
(TJPR-2012-UFPR): O art. 5º, XIII da CF, que assegura a liberdade de “exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, constitui norma de eficácia contida, passível de ser restringida pelo legislador, como no caso da restrição imposta pela exigência de aprovação do exame da OAB para o exercício da profissão de advogado. 
##Atenção: Além disso, é dotada de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral, passível de ser restringida pelo legislador, como no caso da restrição imposta pela exigência de aprovação do exame da OAB para o exercício da profissão de advogado.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;    
	(Perito Médico Previdenciário/INSS-2010-CESPE): Quando um jornalista denuncia fatos de interesse geral, como os relacionados às organizações criminosas especializadas no desvio de verbas públicas, está juridicamente desobrigado de revelar a fonte da qual obteve suas informações. BL: art. 5º, XIV, CF/88.
##Atenção: Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à informação (desde que esta não fira outros direitos fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações sem terem que revelar sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso alguém seja lesado pela informação, o jornalista responderá por isso (Noções de D. Constitucional, Nádia Carolina).
##Atenção: O sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional, é resguardado pela Constituição (art. 5º, XIV).
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
	(TJMG-2012-VUNESP): A liberdade constitucional de locomoção encontra restrições próprias à sua manifestação ou mesmo impostas por regulamentações dos poderes públicos. BL: art. 5º, XV, CF.
##Atenção: A liberdade constitucional de locomoção, a exemplo de qualquer direito fundamental, não tem valor absoluto, de modo que encontra restrições à sua manifestação ou mesmo impostas por regulamentações dos poderes públicos.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; (TJPR-2010) (TJCE-2012) (TJSC-2013) (TCM/BA-2018) (MPBA-2018)
	(Téc. Judic./TRF1-2017-CESPE): Desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, todos podem reunir-se em locais abertos ao público, independentemente de autorização, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. BL: art. 5º, XVI, CF.
(Cartórios/TJSP-2016-VUNESP): Sobre o direito de reunião previsto no art. 5o, XVI, da Constituição Federal, é correto afirmar que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. BL: art. 5º, XVI, CF.
	RESUMO SOBRE O DIREITO DE REUNIÃO:
1 - É um direito individual e está na CF; 
2 - A Reunião deve ser pacífica;
3 - A Reunião não pode ter uso de armas, inclusive as brancas;
4 - A Reunião não precisa da autorização da Administração Pública; 
5 - A Reunião precisa de um prévio aviso a Administração Pública;
6 - A Reunião não pode atrapalhar uma outra Reunião, por exemplo: ser no mesmo lugar;
7 - A Reunião tem que ser em um lugar aberto, por exemplo: Avenida Paulista. 
(TJPE-2015-FCC): Em relação aos direitos e garantias individuais, revela-se de extrema importância a problemática atinente aos regimes de tratamento das liberdades. Entre eles, destaca-se o regime preventivo mediante autorização prévia. Nessa modalidade, o exercício do direito de liberdade fica submetido, em virtude de previsão legal, à condição de haver prévio consentimento por parte da autoridade administrativa competente. A instituição de tal regime é vedada, segundo a Constituição brasileira, em relação aos seguintes direitos: liberdade de reunião em locais públicos e liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação. BL: art. 5º, IX e XVI, CF.
##Atenção: V. inciso IX do art. 5º da CF: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;”
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; (TJAP-2009) (TJCE-2012) (TJGO-2015) (TJPE-2015) (Auditor/TCEMG-2018) (DPERS-2018)
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; (MPSP-2006) (TRT17-2009) (TJCE-2012) (PGEPR-2015) (TCEMG-2018) (TCM/BA-2018) (MPMS-2018) 
	(DPERS-2018-FCC): A liberdade de associação, em nossa Constituição, compreende o direito de criar associação, independentemente de autorização. BL: art. 5º, XVIII, CF.
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; (MPSP-2006) (TJRS-2009) (DPESP-2009) (MPSC-2010) (Téc. Judic./TREBA-2010) (TJCE-2012) (DPERS-2018) (Auditor/TCEMG-2018)
	(MPBA-2018): A suspensão das atividades de uma entidade associativa somente poderá ocorrer por meio de decisão judicial, não sendo, no entanto, exigido o trânsito em julgado. BL: art. 5º, XIX, CF.
##Atenção: No caso, o trânsito em julgado só será necessário caso haja dissolução da associação.
(TCM/BA-2018-CESPE): As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial com trânsito em julgado. BL: art. 5º, XIX, CF.
(DPEAL-2009-CESPE): As associações somente podem ser compulsoriamente dissolvidas por meio de decisão judicial transitada em julgado, considerando a vedação constitucional de interferência do Estado em seu funcionamento. BL: art. 5º, XVIII e XIX, CF.
XX - ninguémpoderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; (Auditor/TCEMG-2018)
	##Atenção: Não há exceção legal.
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; (MPSC-2013) (PGEPR-2015) (MPSP-2017) (TJMT-2018) (Auditor/TCEMG-2018) (TCM/BA-2018)
XXII - é garantido o direito de propriedade; (TJPR-2010/2012)
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; (TJPR-2010/2012) (MPMT-2012)
 XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; (MPSP-2008) (MPRR-2008) (TJSC-2009) (TJRS-2009) (TJRJ-2011) (TJPI-2012) (TJMG-2012) (TJCE-2012) (TJAL-2015) (MPSC-2016)
	##Atenção: ##TJPI-2012: ##TJCE-2012: ##CESPE: ##MPSC-2016: Pode-se afirmar que está correto, quanto às desapropriações e servidões administrativas, que a regra geral, de fato, consiste no pagamento de indenização. Em relação à desapropriação, por se tratar de retirada de propriedade do particular em favor do Poder Público, a regra, inclusive, consiste em que a indenização deva ser justa, prévia e em dinheiro, o que tem amparo na CF/88, art. 5º, XXIV. Quanto às servidões, pode-se invocar o que dispõe o art. 40 do Decreto-lei 3.365/41, a saber: “O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei”. Entretanto, o mesmo não se pode afirmar no que diz respeito às limitações administrativas, em relação às quais prevalece a regra da desnecessidade do pagamento de indenização, o que tem apoio no fato de que se cuida de medidas de caráter geral. Portanto, a sociedade como um todo suporta os ônus e bônus de cada limitação. Incide, aqui, o mesmo raciocínio atinente à irresponsabilidade civil do Estado por atos legislativos, os quais, também, como regra geral, não rendem ensejo a qualquer compensação pecuniária. Apenas excepcionalmente as limitações administrativas gerarão dever de indenizar atribuível ao Estado. Por fim, quanto ao tombamento, cumpre destacar que a doutrina sustenta a possibilidade de pagamento de indenização, desde que o particular comprove que experimentou prejuízos efetivos em razão da restrição sofrida. Como regra, pois, não gerará dever de indenizar o proprietário do bem tombado.
 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; (MPSP-2008) (TJPA-2009) (TJPE-2011) (TJDFT-2011/2014) (MPMS-2018) (Anal. Ministerial/MPPI-2018)
	(TJMG-2018-Consulplan): Na requisição o Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo público iminente. BL: art. 5º, XXV, CF (administ.)
(MPPR-2016): A requisição administrativa, como forma de intervenção temporária na propriedade, encontra previsão no capítulo referente aos direitos e deveres individuais e coletivos da Constituição Federal de 1988, que estabelece que no caso de iminente perigo público a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. BL: art. 5º, XXV, CF (administ.)
(TJSP-2013-VUNESP): A atuação do Estado, no exercício do poder de polícia, provocando danos na coisa, com objetivo de remover perigo iminente, sem que o dono da coisa seja culpado do perigo, constitui ato lícito. Entretanto, o ato enseja a responsabilidade civil do Estado para reparar o dano causado. BL: art. 5º, XXV, CF. (administ.)
(TJMA-2013-CESPE): Ainda acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta: Mediante requisição, pode o Estado obrigar o particular a prestar-lhe um serviço. BL: art. 5º, XXV, CF e art. 15, XIII da Lei 8080/90. (administ.)
##Atenção: Vide art. 15, XIII da Lei 8080/90 (Lei do SUS): “Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: (...) XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;”
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei [Estatuto da Terra], desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; (TJAL-2008) (MPSP-2008) (TJRS-2009) (TJPE-2011) 
	(TJSC-2013): A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento. BL: art. 5º, XXVI, CF/88.
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: (MPSP-2006)
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; (DPEMS-2008)
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; (MPSP-2006)
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; (TJAP-2009) (MPSC-2010) (TJMT-2014)
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; (TJMT-2014)
	(TJMS-2008-FGV): Tomando em consideração a legitimidade ativa e a causa de pedir, bem como a jurisprudência do STJ, a Ação Civil Pública poderá ser legitimamente ajuizada nos termos da Lei 7347/85 pelo Procurador Geral do Município, tendo por causa de pedir relativa à proteção do consumidor. (difusos)
##Atenção: Por força constitucional, é dever do Estado a tutela do consumidor, tanto administrativamente, por meio dos Procons, quanto judicialmente. Extrai-se tal dever da regra inscrita no art. 5º, XXXII da CF. Além disso, um dos princípios gerais da atividade econômica, prevista no art. 170, V da CF, é a defesa do consumidor. Deixe-se claro que a expressão “Estado” engloba todas as esferas do federalismo brasileiro, quais sejam, União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (TJSC-2010) (MPSP-2010) (TJRJ-2012)
	##Atenção: ##STF: ##DOD: O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e das normas de regência desse direito. O parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito de acesso, via requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde que não estejam, EXCEPCIONALMENTE, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de CPI. O fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma colegiada, por intermédiode seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo. STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 25/4/18 (repercussão geral) (Info 899).
	(Téc. Judic./TST-2017-FCC): Determinado indivíduo requer, perante Secretaria Municipal de Educação, que lhe seja informado o número de faltas ao trabalho, nos últimos 12 meses, dos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos lotados na escola junto à qual funciona Associação de Pais e Mestres de que faz parte. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, cabe ao órgão da Administração atender ao pedido, que pode ser formulado independentemente de justificativa, por se tratar de informação de interesse geral, a que todos têm acesso assegurado. BL: art. 5º, XXXIII c/c art. 37, §3º, II, CF/88. 
##Atenção: V. art. 37, §3º, II da CF: CF, art. 37: [...] § 3º - A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: [...] II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (DPERS-2018)
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; (TJPE-2013)
	(TJMG-2006): Quanto aos direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal estabelece que a todos é assegurada, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. BL: art. 5º, XXXIV, “b” da CF/88. 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; (TJPA-2012) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJBA-2012) (DPESE-2012) (TJAL-2019)
	(TJAP-2014-FCC): O princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional aplica-se ao processo civil e significa que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito. BL: art. 5º, XXXV da CF/88. (proc. civil)
(MPSP-2005): O princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição implica a consagração do direito de acesso ao Poder Judiciário. BL: art. 5º, XXXV da CF/88. 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; (MPSP-2005) (TJPR-2010) (TJRN-2013) (Anal. Judic./TJRS-2017) (TJMG-2018)
	##Atenção: ##STF: ##DOD: O art. 38 da Lei 8.880/94 (Plano Real) previu que a URV deveria ser utilizada como parâmetro de cálculo dos índices de correção monetária nos dois primeiros meses de implantação do Plano Real. As pessoas que tinham contratos em vigor e que haviam sido celebrados antes da Lei 8.880/94 começaram a questionar a aplicação imediata deste dispositivo. Alegaram que a sua aplicação aos contratos em vigor seria inconstitucional por violar o direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88). O STF não concordou com essa tese e decidiu que: É constitucional o art. 38 da Lei 8.880/94 e que a sua aplicação imediata para os contratos em vigor não violou a garantia do “direito adquirido”, prevista no art. 5º, XXXVI, da CF/1988. Não é possível opor a cláusula de proteção ao direito adquirido ou ato jurídico perfeito em face da aplicação imediata de normas que tratam de regime monetário, as quais possuem natureza estatutária e institucional, como é a situação daquelas responsáveis por substituir uma moeda por outra. STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 16/5/19 (Info 940).
	(MPSC-2016): Como princípio fundamental relacionado à segurança jurídica a CF/88 expressamente previu que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. A ação rescisória, entretanto, é uma das hipóteses de relativização desse princípio. 
(TJMG-2012-VUNESP): Com relação ao princípio do “direito adquirido”, o STF já consolidou o entendimento de que a garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos dos servidores públicos é “modalidade qualificada” de “direito adquirido”. BL: STF, RE 105.137.
##Atenção: ##TJRN-2013: ##CESPE: (...) Irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV): a garantia da irredutibilidade de vencimentos "é modalidade qualificada da proteção ao direito adquirido, na medida em que a sua incidência pressupõe a licitude da aquisição do direito a determinada remuneração" (RE 298.694 e 298.695, Pertence, Pleno, DJ 23.04.2004 e 24.10.2003).
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; (DPESP-2006) (TJRJ-2013) (PCCE-2015) (TJSC-2019) (TJAL-2019)
	(Téc. Judic./STJ-2018-CESPE): O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por outra que não a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção. BL: arts. 5º, LIII e XXXVII da CF/88 (processo civil)
(TJSE-2015-FCC): Em relação às garantias constitucionais do processo penal, é correto afirmar que a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. BL: arts. 5º, LIII e XXXVII, CF (proc. penal)
##Atenção: "O princípio do juiz natural consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente (art. 5º, inc. LIII da CF) e a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, inc. XXXVII da CF). " Nestor Távora, Curso de Direito Processual Penal.
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: (MPSP-2006) (MPMG-2011) (TJCE-2012) (MPSC-2016)
a) a plenitude de defesa; (TJDFT-2008)
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
	(DPEAP-2018-FCC): No procedimento relativo ao Tribunal do Júri, a soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a absolvição do acusado em sede de revisão criminal. BL: arts. 5º, XXXVIII da CF/88 (processo penal)
##Atenção: O art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF garante de forma expressa a soberania dos veredictos, a soberania dos veredictos do Júri, apesar de ser prevista constitucionalmente, não é absoluta, podendo a decisão ser impugnada, seja por meio de recurso, seja por revisão criminal. A CF não previu os veredictos como um poder incontrastável e ilimitado. Segundo a doutrina, a soberania dos veredictos é uma garantia constitucional prevista em favor do réu (e não da sociedade). Desse modo, se a decisão do júri apresenta um erro que prejudica o réu, ele poderá se valer da revisão criminal. Não se pode permitir que uma garantia instituída em favor do réu (soberania dos veredictos) acabe por prejudicá-lo, impedindo que ele faça uso da revisão criminal, neste sentido:
 (...) 1. É possível, em sede de revisão criminal, a absolvição, por parte do Tribunal de Justiça, de réu condenado pelo Tribunal do Júri. 5. Em uma análise sistemática do instituto da revisão criminal, observa-se que entre as prerrogativas oferecidas ao Juízo de Revisão está expressamente colocada a possibilidade de absolvição do réu, enquanto a determinação de novo julgamento seria consectário lógico da anulação do processo. (...)(STJ - REsp 964.978/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. p/ Acórdão Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador Convocado do TJ/RJ), 5ª Turma, j. 14/08/2012)
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; (TJDFT-2008) (TJAP-2009) (TJES-2011) (TJCE-2012) (MPRS-2012)
	(TJMG-2012-VUNESP): Em relação ao foro especial, previsto em lei ordinária ou de organização judiciária, no caso de cometimento de crime contra a vida, prevalecerá a competência do Tribunal do Júri. BL: arts. 5º, XXXVIII da CF/88 (processo penal)
##Atenção: A competência do Tribunal do Júri advém da CF/88. Logo, somente pode ser afastada por outra regra da própria CF, não por lei ordinária ou de organização judiciária.
##Atenção: ##TJES-2011: ##CESPE: É reconhecida a instituição do Tribunal do Júri, seja na Justiça Estadual, seja na Justiça Federal.Logo, não é privativo da esfera estadual.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
	(TJMG-2008): O princípio da legalidade ou da reserva legal constitui efetiva limitação ao poder punitivo estatal. BL: art. 1º do CP e art. 5º, XXXIX, da CF/88. (penal)
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; (MPSP-2005) (TJMG-2018)
	(TJPR-2010): O princípio da irretroatividade da lei penal, de índole constitucional, estabelece que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. BL: art. art. 5º, XXXIX, CF. 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 
	(Téc. Judic./TST-2017-FCC): Considere a situação hipotética descrita. Veridiana, de religião x, ao tentar matricular seu filho Nelson, também de religião x, no 6° ano do ensino fundamental, em tradicional Colégio particular com ênfase na religião y, tem a matrícula recusada pela Diretora daquele estabelecimento que demonstra claro menosprezo à religião professada por Veridiana e Nelson e alega que Nelson não se enquadraria no perfil de alunos daquele colégio, pois, pelo regulamento interno da escola, é vedada a matrícula de alunos não praticantes da religião y. Neste caso, é punível a recusa da inscrição do aluno no 6° ano do Ensino Fundamental, baseado no preconceito à religião x, sob a alegação de que o perfil de alunos da escola é somente de religião y, independentemente de se tratar de estabelecimento público ou privado de ensino. BL: art. 5º, VIII e XLI, CF e arts. 1º e 6º da Lei 7716/89.
OBS: O complemento à resposta da questão está na Lei n° 7.716 de 1989.
 Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
 Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; (TJMA-2008) (MPSP-2008) (TJAP-2009) (TJMG-2009) (TJMT-2009) (TJRS-2009) (TJMS-2012) (TJPR-2012) (TJRJ-2012/2013) (DPEAM/Reaplic.-2018) (MPPI-2019)
	(TJPA-2012-CESPE): No que se refere aos direitos e garantias fundamentais, assinale a opção correta: A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. BL: art. 5º, XLII, CF.
 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (TJMG-2006) (MPSP-2008) (TJAP-2009) (MPSC-2010) (TJES-2011) (TJDFT-2011) (MPMG-2011) (TJSC-2013) (TJAM-2013)
	(TJMT-2018-VUNESP): Perseu cometeu um crime hediondo e Medusa o crime de tráfico de entorpecentes. Considerando o disposto, expressamente, na CF/88 no tocante aos direitos e garantias fundamentais, é correto afirmar que Perseu e Medusa não terão direito à fiança e nem à obtenção de graça ou anistia, mas os crimes de ambos são sujeitos à prescrição. BL: art. 5º, XLIII, CF.
(TJRJ-2013-VUNESP): Considerando o texto expresso da CF/88, assinale a alternativa que contempla somente crimes que a lei considerará inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia: O tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; o terrorismo; e os definidos como hediondos. BL: art. 5º, XLIII, CF.
##Atenção: O terrorismo e os definidos como hediondos são crimes apenas inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, mas prescrevem.
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (TJMA-2008) (MPSP-2008) (TJMG-2005/2009) (TJAP-2009) (MPSC-2010) (TJPR-2012) (TJRJ-2013) (DPEAM/Reaplic.-2018) (MPPI-2019)
	(MPMG-2011): A prática do racismo e as ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito, constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis. BL: art. 5º, XLII e XLIV, CF.
##Atenção: MACETE sobre o art. 5º, incisos XLII a XLIV da CF/88:
⇒ Inafiançáveis ⇒ todos; 
⇒ Imprescritíveis ⇒ RAÇÃO (racismo e ação de grupos armados);
⇒ Insuscetíveis de Graça ou Anistia ⇒ TTTH (tortura, tráfico, terrorismo e hediondos).
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; (MPPR-2008) (TJMG-2009) (TJAP-2009) (MPCE-2009) (TJRJ-2011) (TJMA-2013) (TJPA-2014) (TJMSP-2016) (TJSP-2018) (Anal. Judic./TJAM-2019)
	(Anal. Judic./TRF1-2017-CESPE): Em caso de morte do agente, extingue-se a punibilidade, não podendo a pena alcançar os herdeiros do agente, salvo quanto à obrigação de reparação de dano, no limite do patrimônio herdado. BL: art. 5º, XLV, CF/88 e art. 107, I do CP (penal)
(MPBA-2015): Segundo o princípio da intranscendência da ação penal, a acusação, formalizada via denúncia ou queixa, somente poderá recair sobre o provável autor, coautor ou partícipe do fato delituoso apurado na investigação preliminar. BL: art. 5º, XLV, CF/88. (processo penal)
OBS: Renato Brasileiro afirma que, por força do princípio da intranscendência, entende-se que a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso. A ação penal condenatória não pode passar da pessoa do suposto autor do crime para incluir seus familiares, que nenhuma participação tiveram na infração penal. Esse princípio funciona como evidente desdobramento do princípio da pessoalidade da pena, previsto no art. 5º, XLV, da Constituição Federal. Como o Direito Penal trabalha com uma responsabilidade penal subjetiva, não se pode admitir a instauração de processo penal contra terceiro que não tenha contribuído, de qualquer forma, para a prática do delito (CP, art. 29).” (Manual de processo penal: volume único. 5ª Ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed. Jus-Podivm, 2017, p. 235).
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (TJMSP-2016) (PCGO-2018)
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa; (TJAM-2013)
d) prestação social alternativa; (TJAM-2013)
e) suspensão ou interdição de direitos; (TJMT-2009) (TJAM-2013)
XLVII - não haverá penas: (TJES-2011) (TJAM-2013)
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; (MPCE-2009) (MPSC-2013) (TJMSP-2016)
	Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
	(PCGO-2018-UEG): A Constituição (CRFB) admite como possível a pena de morte em caso de guerra declarada. BL: art. 5º, XLVII, “a”, CF.
b) de caráter perpétuo; (MPCE-2009) (MPSC-2013)
c) de trabalhos forçados; (TJMSP-2016)
d) de banimento; (MPAM-2007) (TJMT-2009)
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; (TJGO-2015)
	(MPDFT-2015): A Constituição Federal prevê expressamente que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. BL: art. 5º, XLVIII, CF (constitucional).
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
	##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJDFT-2014: ##TJMG-2018: ##TJBA-2019: ##CESPE: Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, j. 30/3/16 (repercussão geral) (Info 819).L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; (MPAM-2007) (MPPR-2008) (TJMG-2006/2009) (DPEMS-2008) (TJRS-2009) (TJAP-2009) (MPMT-2009) (TJMT-2009) (DPEMA-2009) (MPRO-2010) (TJDFT-2012) (TJRJ-2012) (TJPR-2013) (TJMS-2012/2015) (MPDFT-2015) (Anal. Judic./TRF1-2017) (TJCE-2018) (TCEPB-2018) (TJPA/Reaplic.-2019)
	(MPSC-2019): O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. BL: art. 5º, LI, CF.
##Atenção: A extradição deve ser compreendido como o ato de entrega de um nacional de um Estado a outro e pode ser classificada em ativa ou passiva. Na extradição ativa, o Estado brasileiro solicita entrega de indivíduo, brasileiro ou estrangeiro, para ser processado e julgado no Brasil. Na extradição passiva, o Estado brasileiro entrega indivíduo, brasileiro naturalizado ou estrangeiro, para ser processado e julgado no Brasil. Na extradição passiva, o brasileiro nato nunca será extraditado, o naturalizado somente nas hipóteses do art. 5º, LI da CF e o estrangeiro somente não será extraditado nas hipóteses de crime político ou de opinião, conforme art. 5º, LII da CF.
(Agente da Polícia Civil/AC-2017-IBADE): Epitácio, brasileiro naturalizado, cometera crime de tráfico ilícito de drogas, na Itália, antes de sua naturalização. Considerando que: 1) A Itália requereu sua extradição ao Brasil; 2) Epitácio casou-se com uma brasileira nata e deste relacionamento adveio um filho, assinale a alternativa correta: Epitácio poderá ser extraditado, tendo em vista que não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro. BL: art. 5º, LI, CF e S. 421, STF.
(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): Considere a seguinte situação hipotética. João, brasileiro nato, durante viagem a determinado país estrangeiro, cometeu um crime e, depois disso, regressou ao Brasil. Em seguida, o referido país requereu a extradição de João. Nessa situação hipotética, independentemente das circunstâncias e da natureza do delito, João não poderá ser extraditado pelo Brasil. BL: art. 5º, LI, CF.
(TJPA-2009-FGV): O reconhecimento da situação de refugiado pelo Poder Executivo não impede a extradição, se o estrangeiro estiver sendo acusado de crime comum que não tenha qualquer pertinência com os fatos considerados para a concessão do refúgio. BL: STF, Ext. 1.008 de 2008 e art. 1º e 33 da Lei 9474/97 e art. 5º, LI da CF/88.
OBS: De acordo com a Lei 9474/97, art. 1, será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. Por sua vez, o art. 33, da mesma lei, prevê que o reconhecimento da condição de refugiado obstará o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio. Contudo, o reconhecimento da situação de refugiado pelo Poder Executivo não impede a extradição, se o estrangeiro estiver sendo acusado de crime comum que não tenha qualquer pertinência com os fatos considerados para a concessão do refúgio. A propósito, a nova Lei de Migração (Lei 13.445/17), em seu art. 82, IX, assim dispõe: “Art. 82. Não se concederá a extradição quando: (...) IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial.”
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; (MPAM-2007) (MPPR-2008) (MPSC-2010) (TJMS-2012/2015) (TCEPB-2018)
	##Atenção: ##STF: ##DOD: Não se deve conceder a extradição se a conduta do extraditando de financiar grupo terrorista que pretendia tomar o poder caracteriza-se como crime político, tendo em vista a vedação prevista no art. 5º, LII, da CF/88. STF. 2ª T. Ext 1578/DF, Rel. Min. Edson Fachin, j. 6/8/19 (Info 946).
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Como não existe uma lei que defina expressamente essa categoria, o STF entende que os crimes políticos são aqueles previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83). O STF entendeu que a conduta praticada pelo sujeito seria assemelhada aos tipos penais da Lei 7.170/83, de sorte que poderia se dizer que se tratou de crime político, hipótese na qual a extradição é proibida. Mas atenção: o Min. Celso de Mello registrou que a previsão que veda a extradição em caso de crimes políticos não pode ser invocada caso tenham sido praticados atos criminosos de natureza terrorista.
	(Anal./DPEAM-2018-FCC): João, estrangeiro, residente no país há 10 anos, foi acusado de prática de crime doloso contra a vida cometido no Brasil, tendo sido julgado por este fato perante tribunal do júri brasileiro. Paralelamente, foi condenado em seu país de origem por manifestar-se, publicamente, em contrário à política praticada pelo Governo, o que lá é considerado crime. Em razão dessa condenação, a justiça estrangeira requereu ao Brasil a extradição de João. Considerando essa situação à luz da Constituição Federal, o tribunal do júri poderia ter julgado João, mas a extradição não poderá ser deferida em razão da natureza do crime pelo qual João foi condenado em seu país de origem. BL: art. 5º, XXXVIII, “d” c/c LII, CF.
OBS: João foi acusado de prática de crime doloso contra a vida cometido no Brasil, tendo sido julgado por este fato perante tribunal do júri brasileiro, Nossa Constituição estabelece, em seu art. 5º, XXXVIII, alínea “d” o seguinte: “é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: (...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;”. João foi condenado em seu país de origem por manifestar-se, publicamente, em contrário à política praticada pelo Governo, o que lá é considerado crime. Apesar de ser tipificado como crime no País de origem de João, a CF/88 estabelece, em seu art. 5°, LII o seguinte: “não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;”. Logo, descabe o requerimento de extradição.
(DPEMA-2009-FCC): Relativamente à possibilidade de extradição de indivíduos sujeitos a investigação ou processo criminal perante autoridades estrangeiras, a Constituição da República prevê que o estrangeiro que se encontrar em território nacional não será extraditado na hipótese de cometimento de crime político ou de opinião. BL: art. 5º, LII, CF.
(TJTO-2007-CESPE): Jean Pierre, francês, que se encontra no Brasil há mais de 15 anos, reside atualmente em Palmas – TO. Atua como jornalista político em uma rádio local e também como professor convidado na universidade pública federal. Jean Pierre fez graves acusações contra autoridades locais e, por isso, encontra-se processado criminalmente por difamação. Além disso, Jean Pierre integra uma associação de jornalistas, da qual foi afastado sumariamente por não apoiar a candidatura da chapa vencedora que concorreu à direção da citada associação, decisão essa que foi impugnada judicialmente pelo jornalista francês. Diante dessa situação hipotética, assinale a opção correta acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na Constituição Federal: A Jean Pierre, embora estrangeiro, se aplicam os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal.BL: art. 5º, LII, CF.
OBS: Jean Pierre, apesar de estrangeiro, não poderia ser extraditado, uma vez que a CF/88 veda a extradição de estrangeiros por crime de opinião (art. 5º, LII). O STF entende que os direitos e garantias fundamentais são extensíveis aos estrangeiros residentes no país, bem como aos que se encontram de passagem no país.
 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; (TJRJ-2013) (PCCE-2015) (TJSC-2019)
	##Atenção: ##TJAL-2019: ##FCC: ##Processo Civil: O princípio do juiz natural para Fredie Didier é uma “garantia fundamental não prevista expressamente, mas que resulta da conjugação de dois dispositivos constitucionais: o que proíbe o juízo ou tribunal de exceção e o que determina que ninguém será processado senão pela autoridade competente (incisos XXXVII e LIII do art. 5º da CF/88)”. (DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v.1. 10 ed. Salvador: Jus Podivm, 2008, p. 89). Nesse sentido, para a doutrina, a criação de varas especializadas ou de “câmaras de recesso” pelos tribunais, visto que são criadas por regras anteriores, gerais, abstratas e impessoais não viola o princípio do juiz natural. 
##Atenção: ##TJSC-2019: ##CESPE: ##Processo Civil: Segundo o princípio do juiz natural, ninguém será processado senão pela autoridade competente (art. 5.º, LIII, CF). Tal princípio pode ser entendido de duas formas distintas: 1ª) Refere-se à impossibilidade de escolha do juiz para o julgamento de determinada demanda, escolha essa que deverá ser sempre aleatória em virtude de aplicação de regras gerais, abstratas e impessoais de competência. Tal proibição de escolha do juiz atinge a todos; as partes, os juízes, o Poder Judiciário etc. 2ª) Tal princípio proíbe a criação de tribunais de exceção, nos termos do art. 5.º, XXXVII, CF, isto é, significa que não se poderá criar um juízo após o acontecimento de determinados fatos jurídicos com a exclusiva tarefa de julgá-los, sendo que à época em que tais fatos ocorreram já existia um órgão jurisdicional competente para o exercício de tal tarefa. (NEVES, Daniel A. A. Neves. Manual de Direito Processual Civil – Vol. único. 8. Ed. Juspodivm, 2016, pp. 36-37). Vale ressaltar que Fredie Didier entende que o princípio do juiz natural é tridimensional, na medida em que deve ser observado em três dimensões: 1ª dimensão: a causa deve ser julgada por um juiz previamente constituído, sendo vedados os tribunais de exceção; 2ª dimensão: este juiz deve ser competente, exercendo a sua jurisdição nos limites estabelecidos pela lei; e 3ª dimensão: o juiz deve ser imparcial, que não apresentando interesse no resultado do processo. A primeira e a segunda dimensão podem ser consideradas em conjunto, haja vista que o princípio do juiz natural, embora não esteja previsto expressamente no texto constitucional como uma garantia fundamental, "resulta da conjugação de dois dispositivos constitucionais: o que proíbe o juízo ou tribunal de exceção e o que determina que ninguém será processado senão pela autoridade competente (incisos XXXVII e LIII do art. 5º da CF/88). (DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v.1. 10 ed. Jus Podivm, 2008, p. 89). No mesmo sentido, Nelson Nery explica que o princípio do juiz natural é tridimensional, compreendendo as seguintes facetas: (i) proibição de instituição de tribunais ou juízos ad hoc, (ii) garantia de julgamento por juiz competente, na foram da lei e (iii) imparcialidade do julgador.
(Anal. Judic./STM-2018-CESPE): A respeito dos princípios constitucionais e gerais do direito processual penal, julgue o item a seguir: Ninguém será processado nem sentenciado, senão pela autoridade competente, em respeito ao princípio constitucional do juiz natural. BL: art. 5º, LIII e XXXVII da CF/88 (proc. penal)
(Téc. Judic./STJ-2018-CESPE): O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por outra que não a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção. BL: arts. 5º, LIII e XXXVII da CF/88 (proc. civil)
(TJSE-2015-FCC): Em relação às garantias constitucionais do processo penal, é correto afirmar que a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. BL: arts. LIII e XXXVII da CF/88 (proc. penal)
Explicação: "O princípio do juiz natural consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente (art. 5º, inc. LIII da CF) e a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, inc. XXXVII da CF). " Nestor Távora, Curso de Direito Processual Penal.
(TJSC-2009): O princípio do juiz natural pressupõe a existência de um órgão julgador técnico e isento, com competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de organização judiciária de modo a impedir que ocorra julgamento arbitrário ou de exceção. BL: art. 5º, XXXVII e LIII, CF (proc. penal)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
	(TJMG-2014): O princípio do devido processual legal decorre da norma contida na Constituição no Art. 5º, inc. LIV, CR/88, garantindo às partes voz e meios para se defenderem, respeitando os direitos fundamentais. BL: art. 5º, LIV, CF (proc. civil)
(TJMT-2014-FMP): Quanto ao direito ao contraditório no processo civil, é correto afirmar que é o direito de ser informado, de reagir e de influenciar, tendo como titulares as partes e como destinatário o juiz no processo. 
(TJSC-2009): O princípio do devido processo legal consiste no direito de não ser privado da liberdade e de seus bens, sem a garantia que supõe a tramitação de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei. BL: art. 5º, LIV, CF (processo penal)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (MPRR-2008) (MPT-2009) (TJDFT-2011) (MPPR-2011) (TJRS-2012) (TRF1-2015) (TJSP-2018)
	(Anal. Judic./STM-2018-CESPE): A respeito dos princípios constitucionais e gerais do direito processual penal, julgue o item a seguir: A garantia, aos acusados em geral, de contraditar atos e documentos com os meios e recursos previstos atende aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. BL: arts. 5º, LV, CF/88 (proc. penal)
(TJPI-2015-FCC): Ao afirmar que aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, a Constituição Federal conferiu natureza processual ao processo administrativo, no sentido de que ele deva observar os princípios de ampla defesa e contraditório, sem, no entanto, conferir-lhe força jurisdicional. BL: art. 5º, LV da CF (administrativo)
(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que estão intimamente relacionados, uma vez que a ampla defesa garante o contraditório e por ele se manifesta e é garantida. BL: art. 5º, LV, CF (proc. penal)
(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que o contraditório é a ciência bilateral dos atos e termos processuais e a possibilidade de contrariá-los. BL: art. 5º, LV, CF (proc. penal)
(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que a ampla defesa desdobra-se em autodefesa e defesa técnica, sendo a primeira exercida pessoalmente pelo acusado e a segunda por profissional habilitado, com capacidade postulatória e conhecimentos técnicos. BL: art. 5º, LV, CF (proc. penal)
(TJPE-2013-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º, LV, da CF/88, é correto afirmar que a defesa técnica é irrenunciável, por se tratar de garantia da própria jurisdição. BL: art. 5º,

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