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CONCEITO: ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL – ZEIS: São porções do território destinadas, prioritariamente, à recuperação urbanística, à regularização fundiária e produção de Habitações de Interesse Social – HIS ou do Mercado Popular - HMP, incluindo a recuperação de imóveis degradados, a provisão de equipamentos sociais e culturais, espaços públicos, serviço e comércio de caráter local. OBJETIVOS: Incorporar a cidade clandestina à cidade legal Reconhecer a diversidade local no processo de desenvolvimento urbano (x padronização dos critérios e intervenções) Estender o direito à cidade e à cidadania Associar de desenvolvimento urbano à gestão participativa Estimular a produção de Habitação de Interesse Social Estimular a regularização fundiária Estimular ampliação da oferta de serviços e equipamentos urbanos TIPOS DE ZEIS: ZEIS 1 Favelas, loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais de interesse social, nos quais podem ser feitas intervenções de recuperação urbanística, regularização fundiária, produção e manutenção de habitações de interesse social. ZEIS 2 Terrenos baldios ou subutilizados, nos quais deve ser proposta a produção de moradias de interesse social, equipamentos sociais, culturais, etc. ZEIS 3 Terrenos ou imóveis subutilizados em áreas com infraestrutura urbana, serviços e oferta de emprego (geralmente na região central), nos quais se propõe a produção e reforma de moradias para a habitação de interesse social, assim como de mecanismos de alavancagem de atividades de geração de emprego e renda. ZEIS 4 Glebas ou terrenos em áreas de proteção aos mananciais dotados de infraestrutura urbana, nos quais se permite a produção de habitações de interesse social, exclusivamente destinadas à população transferida de áreas de risco e das margens das represas. LEI QUE PREVÊ APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO: Lei Ordinária de 16.103/95 – dispõe sobre o plano de regularização das zonas especiais de interesse social. CASO DE APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO: Brasília teimosa As Zeis surgiram no Recife, incluídas na lei municipal de uso do solo de 1983. A ideia era atender regiões de moradia precária para preservação dos moradores, regulamentação jurídica e integração à malha urbana. O projeto foi uma resposta à pressão exercida pelos movimentos sociais, Igreja e academia contra a expulsão dos moradores de baixa renda dos seus locais de moradia. As Zeis só foram regulamentadas em 1987, com a estruturação da Empresa de Urbanização do Recife. A área que sintetiza melhor a efetividade do instrumento é o bairro Brasília Teimosa. Brasília Teimosa surgiu da ocupação de uma área denominada Areal Novo. O local destinava-se à construção do Parque de Inflamáveis do Porto do Recife, fato que não ocorreu. O terreno ficou em litígio e acabou sendo invadido. Essa comunidade foi sempre marcada por uma intensa luta em defesa de seus anseios, conseguindo permanecer num local valorizado e de interesse de grupos econômicos e políticos poderosos. O nome Brasília Teimosa é uma homenagem à cidade de Brasília e à perseverança dos habitantes do bairro em nunca deixar a área, tendo resistido inclusive a dois incêndios misteriosos. Localizada na bacia do Pina, entre o centro do Recife e o tão valorizado bairro de Boa Viagem, enquadra-se nesse contexto. Ela situa-se em uma península de areia que avança sobre o mar, sendo que uma parte resulta de aterro realizado na década de 1950, com material retirado para a expansão do Porto do Recife. De forma triangular, ela é delimitada pelo mar, pelo estuário dos rios Capibaribe, Tejipió e Jordão, e, no continente, pelo bairro do Pina. O processo de formação do areal da península de Brasília Teimosa teve início com as obras de proteção do Porto do Recife em 1906, quando se fecha a abertura natural dos arrecifes - a barreta - e se dá um duplo processo de sedimentação, desencadeado pelo mar e pelos rios que nele desembocam. A paisagem do seu entorno é uma das mais preciosas da região, o que a coloca como alvo dos interesses do mercado imobiliário formal. O sucesso do assentamento ajudou a disseminar por todo o país o uso das Zeis. O instrumento chegou à legislação federal com o Estatuto das Cidades, aprovado em 2001 pelo Congresso, que obriga os municípios com mais de 20 mil habitantes a ter planos diretores e demarcar áreas de Zeis. Até 2011 apenas 30% dos planos diretores haviam demarcado Zeis fora de assentamentos precários, em áreas vazias ou subutilizadas, para a reserva de terrenos bem localizados para habitação social. Analisando a evolução no período 1991-2010, Brasília Teimosa apresentou um acréscimo de 8,28%. Além disso, possui uma das maiores densidades demográfica: 280,12 hab/ha, cerca de quatro vezes maior que a da cidade (da ordem de 70,38 hab/ha), constituindo um de seus bairros mais populosos. Ao longo do tempo, a localidade recebeu melhorias em termos de infraestrutura e serviços urbanos. Em 2004, a sua orla marítima foi urbanizada, com instalação de áreas de lazer, ciclovia, a avenida beira-mar com 1.300 metros de extensão, o engordamento de uma faixa de areis de 960 metros, configurando uma urbanização necessária as novas ocupações; o que significou a retirada de 561 palafitas que se projetavam sobre o mar, que foram reassentadas no bairro do cordeiro, oferecendo condições dignas de habitação. Atualmente, 3 postos de saúde, 3 escolas municipais, 3 escolas estaduais, 1 colégio e 1 creche atendem à comunidade. Numa área de 65,4 hectares, cerca de 35 mil pessoas moram na região onde antes as palafitas compunham o cenário. Antes: Depois: Antes: Depois: Referencia bibliográficas: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=465 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0801200319.htm http://www.leiaja.com/noticias/2015/05/02/brasilia-teimosa-esta-venda/ http://base.d-p-h.info/pt/fiches/dph/fiche-dph-6767.html file:///D:/Usuario/Downloads/arquivo6575_1.pdf pág. 4