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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ ÁREA EXATAS E AMBIENTAIS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO COMPONENTE CURRICULAR: SEMINÁRIO EM ARQUITETURA E URBANISMO DOCENTES: ANA LAURA VIANNA VILLELA, KATIANE LAURA BALZAN, LALINE CENCI. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA AOS IMIGRANTES NA CIDADE DE CHAPECÓ – SC ACADÊMICA: MARIA ANGÉLICA GONÇALVES DA LUZ CHAPECÓ, MAIO DE 2016 RESUMO Trabalho desenvolvido na componente curricular Seminário em Arquitetura e Urbanismo, o qual apresenta a análise para a implantação de um Centro de Referencia ao Imigrante na cidade de Chapecó – SC. Para desenvolvê-lo, deu-se inicio ao estudo acerca da temática e o local de inserção, bem como analise de estudos de caso, legislações vigentes e as necessidades do público alvo. Foram feitos estudos como levantamento fotográfico, visitas e questionários aplicados a profissionais da área. Por meio desse estudo os dados e informações necessários para a Implantação de um Centro de Referencia ao Imigrante. PALAVRAS-CHAVE: Imigrantes; Centro de Referencia; necessidades. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO _ 5 2 PROBLEMÁTICA/JUSTIFICATIVA _ 5 2.1 EQUIPAMENTOS PARA A POPULAÇÃO IMIGRANTE EM CHAPECÓ _ _ _ _ _ _ 6 3 ESTUDO DA TEMÁTICA _ 7 3.1 POPULAÇÃO IMIGRANTE __________ 7 3.1.1 Motivos que levam os imigrantes a virem para o Brasil _8 3.1.2 População dos Imigrantes no Brasil_________________8 3.1.3 Chegada dos imigrantes até o Brasil. _______________ 8 3.2 A CHEGADA DOS IMIGRANTES EM CHAPECÓ _______9 3.2.1 Características dos Imigrantes_____________________9 3.3 POLITICAS PARA IMIGRANTES NO BRASIL_________10 3.4 CENTRO DE REFERÊNCIA AO IMIGRANTE ARQUITETURA E ACOLHIMENTO. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 12 4 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO 13 5 LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA ÁREA 13 5.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ 13 5.2 LOCALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA ÁREA PROPOSTA 15 5.3 LEGISLAÇÃO_________________ 15 5.4 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO 17 5.5 ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS 18 5.5 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 19 5.6 TOPOGRAFIA 23 5.7 VIAS DE ACESSOS _ _ _ _ _ _ _ _ 24 5.8 MOBILIDADE URBANA 25 5.9 CONDICIONANTES, DEFICIÊNCIAS POTENCIALIDADES E MAPA SÍNTESE___ 26 6 ESTUDOS DE CASO_______________________________28 6.1 C E N T R O COMUNITÁRIO SÃO CIRILO ____________28 6.2 CENTRO DE CAPACITAÇÃO INDIGENA _____________35 6.3 SOMOS TODOS IMIGRANTES ______________________41 6.4 CAR (CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA REFUGIADOS_47 7. DADOS PARA A PROPOSTA________________________54 7.1 DEMANDA______________________________________54 7.2 ESPAÇO FÍSICO E PERÍODO DE FUNCIONAMENTO DO CENTRO DE REFERENCIA AO IMIGRANTE _____________54 7.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES___________________54 7.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO_________________________57 7.5 FUNCIONOGRAMA______________________________ _67 8 PROPOSTA __________ 68 8.1 CONCEITO _____68 8.2 DIRETRIZES PROJETUAIS _ 69 8.3 VOLUMETRIA __________________________________72 8.4 IMPLANTAÇÃO_________________________________73 8.5. SETORIZAÇÃO_________________________________74 8.6 LOGOMARCA ___75 10 LISTA DE IMAGENS __ 76 11 LISTA DE TABELAS __ 79 12 REFERÊNCIAS __________________________________79 5 5 Estudo para a implantação de um Centro de Referência ao Imigrante na cidade de Chapecó - SC 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho, realizado na componente curricular Seminário em Arquitetura e Urbanismo (SAU), tem como temática um Centro de Referencia ao Imigrante na cidade de Chapecó. Este estudo tem como principal objetivo proporcionar através da arquitetura um meio para que traga acolhimento e bem-estar aos imigrantes, além de integrá-los a sociedade através dos serviços para acolhida e capacitação adequada. Segundo os dados da ONU–ACNUR (2005)1, no Brasil a imigração foi sempre presente, maioria dos casos ocasionados pela oferta de trabalho e de melhoria de vida, porém, com o processo de migração de haitianos para o Brasil é que fluxo se mostra com uma expressão distinta de outros períodos. Para Milesi (2012), as políticas migratórias no país sofreram mudanças ao longo dos anos, porém elas não foram seguidas de soluções 1 ACNUR. O ACNUR no Brasil. Disponível em: <http://www.acnur.org/t3/portugues/informacao-geral/o-acnur- no-brasil/> Acesso em: 21/03/2016. coerentes, o Brasil recebe um fluxo imigratório muito maior do que planejava e não apresenta uma política de imigração coerente. De acordo com esses aspectos, é clara a necessidade da implantação de Centro de Referencia ao imigrante. Esse espaço poderá contribuir positivamente para o melhoramento dos aspectos sociais e de integração dos imigrantes na região, visto que terá um papel importante para toda a localidade em questão e não apenas para os indivíduos acolhidos. 2 PROBLEMÁTICA/JUSTIFICATIVA De acordo com Télémaque (2012) o brasileiro não está preparado para falar um segundo idioma, dificultando a comunicação com os imigrantes, também política pública adequada que respondam às demandas do acolhimento de imigrantes, e que, prioritariamente, amenizem as barreiras culturais. Os resultados são que essa população hoje vê no Brasil uma melhoria de vida, mas que sem as medidas apropriadas podem acabar passando por inúmeras dificuldades e xenofobia. Considerada a capital do oeste catarinense, Chapecó recebe muitos imigrantes, em busca de melhores condições de vida. Atualmente são 6 entre 2 mil e 2,5 mil imigrantes na região, segundo dados da Associação dos Haitianos de Chapecó, somente a Aurora Alimentos conta com 800 haitianos. Segundo Monfiston, cerca de 70 haitianos que chegaram recentemente na cidade ainda não conseguiram emprego.2 Considerando-se o contexto percebe- se a carência de locais que garantam o bem-estar social para estes indivíduos que dependem de acolhida imediata e acompanhamento e capacitação para evitar situações de marginalização pela falta de trabalho. Nesse sentido, é imprescindível proporcionar aos imigrantes um espaço com características mais integradoras, as quais ultrapassam o conceito de “abrigo imediato”, oferecendo programas de inclusão social, centro de apoio oferecendo orientação jurídica, apoio psicológico e qualificação profissional para estrangeiros. 2.1 EQUIPAMENTOS PARA A POPULAÇÃO IMIGRANTE EM CHAPECÓ Chapecó não conta com equipamentos para a população de imigrantes. Entretanto existem duas entidades, a Associação dos Senegaleses Chapecoenses (ASC), que não possui uma sede própria e a Associação dos Haitianos de 2 IMIGRANTES NA REGIÃO. No Oeste de SC, indústrias foram atrás dos imigrantes haitianos. 2015: Disponivelem: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2015/05/no-oeste- de-sc-industrias-foram-atras-dos-imigrantes-haitianos- 4768503.html>. Acesso em: 21/03/2016. Chapecó, localizada na Rua Quilombo, Bairro Efapi, referente às imagens 01 e 02, que surgiu aproximadamente no ano de 2014. As reuniões da associação,acontecem na sala da casa de Jean Innocent Monfiston, o atual presidente. Além dele, outros três haitianos se dividem na diretoria com as funções de tesoureiro, vice- presidente e secretário. Nessas reuniões, a diretoria e os demais participantes debatem sobre como reivindicar melhores condições de trabalho, tratam de eventuais pendências envolvendo os membros, combinam novos eventos, entre outros assuntos.3 Figura 01 – Localização Associação dos Haitianos de Chapecó. Fonte: MUB, 2015. Edição da autora 3 IMIGRANTES NA REGIÃO. No Oeste de SC, indústrias foram atrás dos imigrantes haitianos. 2015: Disponivel em: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2015/05/no-oeste- de-sc-industrias-foram-atras-dos-imigrantes-haitianos- 4768503.html>. Acesso em: 21/03/2016. 7 7 Figura 02 –Associação dos Haitianos de Chapecó Fonte: http://imigrantes.webflow.io. Acesso:21/03/ 2016. É visível que o local não é o mais adequado. Apesar de ser um espaço muito importante para os imigrantes. Figura 03 – Reunião Associação dos Haitianos de Chapecó Fonte: http://migramundo.com/2015/03/26/haitianos-ja-contam- com-pelo-menos-seis-associacoes-em-sc/20150131_163005 Acesso:21/03/ 2016. 3 ESTUDO DA TEMÁTICA 3.1 POPULAÇÃO DO IMIGRANTE A imigração é o fenômeno protagonizado pelo indivíduo, mas visto pela perspectiva do país que o acolhe, ou seja, é a entrada de quem vem do exterior para fins de trabalho e/ou residência, passando a ser denominado por imigrante. Cita-se como exemplo um brasileiro que se ausenta do Brasil por um longo período para trabalhar nos Estados Unidos. No Brasil, ele é denominado por “emigrante” e nos Estados Unidos ele é considerado um “imigrante”. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. 2009.p.17.). No caso dos haitianos, senegaleses e ganeses, no Brasil convive-se com regimes de acolhida e de autorização para trabalho acentuadamente diversos, que depende das características dos migrantes em questão, pondo em xeque princípios fundamentais como o da igualdade. Assim, todo avanço da legislação sobre migrações internacionais se vê comprometido, no plano da efetividade, pela inadaptação dos serviços públicos à nova realidade da mobilidade humana. (CAVALCANTI; OLIVEIRA; TONHATI. 2014. p.19.) 8 3.1.1 Motivos que levam os imigrantes a virem para o Brasil Através da figura 03, feito com base nos dados do Ministério do trabalho e emprego (2011), observa-se que o principal motivo que leva os migrantes a virem para o brasil. Figura 04: Motivos que levam os haitianos a virem para o Brasil. Fonte: Ministério do trabalho e emprego, 2011. Elaboração da Autora 3.1.2 População dos Imigrantes no Brasil De acordo com Godoy (2011) Após o terremoto ocorrido no Haiti em 12 de janeiro de 2010, cerca de 222.000 pessoas morreram, e cerca de 300.000 ficaram feridas, sem contar que 60% da infraestrutura do país foi destruída. Segundo Fernandes (2014) em seguida ao terremoto seu fluxo migratório foi crescendo até formar o que existe atualmente. Todos os dias, entram pelo menos 50 imigrantes de forma regular no país (GODOY 2011). De acordo com dados da Polícia Federal, mais de 39.000 imigrantes entraram no Brasil desde 2010 até setembro de 2014, distribuídos principalmente nos grandes centros, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná. 3.1.3 Chegada dos imigrantes até o Brasil. De acordo com a narração feita pelos haitianos: Bachelor Louis e Jean Bellou Chery, que responderam ao questionário, a entrada no Brasil acontece pelos diversos acessos. Um destes caminhos é a trajetória da maioria dos imigrantes é chegar ao equador de avião, percorrer o equador até o peru de ônibus e do peru até o estado de Acre de carro (um tipo de combi) que leva as pessoas até uma cidadezinha na fronteira Brasil-peru, em seguida as pessoas entram no Brasil de táxi. 64% 15% 6% 7% 2% 6% Motivos da migração Trabalho Melhor qualidade de vida Estudar Ajudar a familia Crise no Haiti Outros 9 9 Figura 05 Rota dos imigrantes até o Brasil Fonte: Coordenação de politicas para imigrantes, 2015 3.2 A CHEGADA DOS IMIGRANTES EM CHAPECÓ A crescente chegada de imigrantes para Chapecó está totalmente conectada às questões levantadas por Fernandes (2014) a demanda por mão-de-obra nos setores da agroindústria e da construção civil tem atraído não só haitianos, como também, senegaleses e ganeses. Assim, os imigrantes que se dizem formados, se sentem submetidos, para sobreviver e manter os que ficaram no país de origem, ao frio das câmaras frigoríficas, a carga de trabalho pesada, além do salário reduzido que é oferecido pelas agroindústrias. 3.2.1 Características dos Imigrantes. As pesquisas realizadas no Instituto Migrações e Direitos Humanos - IMH (2012) mostram que o grupo desses imigrantes é formado por pessoas predominantemente jovens, com idades entre 20 e 39 anos, a maioria do sexo masculino, com nível de instrução equivalente ao ensino fundamental, médio e superior. Somente em grupos mais recentes vieram imigrantes de menor escolaridade e mais pobres, ligados ao êxodo rural. Figura 06– Faixa Etária Fonte: Conselho Nacional de Imigração, 2012. Elaboração da Autora 2% 50% 38% 9% 1% Faixa Etária Até 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos 10 Figura 07 – Sexo . Fonte: Conselho Nacional de Imigração, 2012. Elaboração da Autora Figura 08 – Escolaridade. Fonte: Conselho Nacional de Imigração, 2012. Elaboração da Autora 3.3 POLITICAS PARA IMIGRANTES NO BRASIL Segundo Pereira Brito (2015)4 há poucas medidas adotadas no sentido de integrar o estrangeiro à sociedade brasileira. O serviço de atendimento ao migrante é predominantemente realizado pela Polícia Federal e por organizações não governamentais. [...] tarefa de acolhida continua por conta da Igreja ,de pastores evangélicos e, ao final, também das ONG’s. Pessoas e entidades muito ajudaram e não se pode deixar de nomear a Associação Allan Kardec. Porém, os principais protagonistas de acolhida foram os próprios estrangeiros. Eles souberam acolher a muitos em seus quartinhos paupérrimos e limitados de tudo. Sempre cabe mais um nesses momentos. Com competência e eficiência atuaram e atuam as equipes de alimentação, de saúde, de ensino da língua portuguesa, de cursos profissionalizantes e de emprego.(COSTA. 2012. p. 91.). O país ainda não possui um serviço especializado e integrado. Segundo a legislação brasileira, estados e municípios não possuem competência específica em matéria de migração. Ainda conforme o mesmo autor no ano de 2014, alguns estados brasileiros promoveram iniciativas de integração das quais são os 4 Políticas para migrantes no Brasil: avanços locais recentes, improvisos e grandes entraves, 2015. Disponivel em:< http://migramundo.com/2015/04/28/politicas-para-migrantes-no- brasil-avancos-locais-recentes-improvisos-e-grandes- entraves/> Acesso em: 21 março 2016. 17% 83% Imigrantes - sexo Mulheres Homens 32% 29% 20% 10% 4% 4% 1% ESCOLARIDADE 1º Grau Incompleto 2º Grau Incompleto 2º Grau completo 1º Grau completo Ensino Superior incompleto Ensino Superior completo Outros 11 11 casos do estado e da cidade de São Paulo e do estado do Paraná. O estado de São Paulo inaugurou o Centro de Integração da Cidadania (CIC) do Imigrante, o espaço foi idealizado para facilitaro acesso a direitos fundamentais e ao acolhimento dos estrangeiros, concentrando serviços da Defensoria Pública Estadual e Federal, do Posto de Atendimento ao Trabalhador e do PROCON, além da emissão de segundas vias de certidões e serviços de regularização migratória. Figura 09 – Área do CIC do Imigrante, em São Paulo Fonte:Migramundo. Acesso: 10/03/2016. Inaugurou também a Casa de Passagem Terra Nova, um local específico para acolhida e atendimento à população vítimas de tráfico de pessoas e estrangeiros solicitantes de refúgio. Na cidade de São Paulo, foi inaugurado o Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes (CRAI) O equipamento oferece serviços de suporte à população imigrante, vagas de abrigo temporário. O atendimento especializado aos imigrantes é realizado por imigrantes de sete nacionalidades que oferecem informações em seis línguas (inglês, espanhol, português, árabe, francês e creole),serviços de atendimento na Polícia Federal, intermediação para trabalho e informações sobre regularização migratória, documentação, cursos de qualificação, acesso aos serviços públicos municipais, além de orientação jurídica, realizada por profissionais especializados na questão migratória, e apoio psicológico com atenção especial aos solicitantes de refúgio e imigrantes em situações de maior vulnerabilidade. Figura 10 – Centro de acolhida para imigrantes . Fonte:Migramundo. Acesso: 10/03/2016. 12 Já o estado do Paraná, é o único a implantar um Comitê Estadual para Refugiados e Migrantes (CERM) e possuir um Plano Estadual de Políticas Públicas para Migrantes, Refugiados e Apátridas, foi escolhido para iniciar o projeto-piloto “Mobilidade Regional e Inserção Socioeconômica de Refugiados”, proposto pelo Ministério da Justiça e pelo ACNUR. A ideia do projeto é ampliar as perspectivas de integração local como uma solução duradoura aos refugiados que, apesar de não se encontrarem em situação de vulnerabilidade prolongada, ainda buscam autossuficiência e estariam aptos a trabalhar logo após sua chegada ao Brasil. Assim, será formada uma rede no Paraná, composta por instituições dos setores públicos, privado, universidades e sociedade civil, que trabalhará em conjunto para criar condições de integrar cerca de 200 refugiados colombianos. Figura 11 – Migrantes (a maioria haitianos) fazem fila em mutirão na Missão Paz para emissão de carteiras de trabalho. Fonte:Migramundo. Acesso: 10/03/2016. 3.4 CENTRO DE REFERÊNCIA AO IMIGRANTE – ARQUITETURA E ACOLHIMENTO. A arquitetura pode ser capaz de transformar a história de seus usuários, pois causa sensações diferenciadas entre os elementos que compõe um espaço e as pessoas que os utilizam. Tendo em vista este envolvimento com o espaço arquitetônico tem-se o termo “humanização” entendida “como valor, na medida em que resgata o respeito à vida humana. Abrange circunstancias sociais, étnicas, educacionais e psíquicas presentes em todo o relacionamento humano”. (HOREVICZ, CUNTO, 2007, p.17). Os aspectos de uma arquitetura de acolhimento devem ser aplicados para a melhoria das condições de integração físicas e psicológicas do usuário. Porém as condições das estruturas físicas das casas de acolhimento e centros de Referencia funcionam muitas vezes em prédios adaptados, improvisados e inadequados. Para promover uma acolhida adequada e escuta qualificada dos usuários, o ambiente físico deve ser acolhedor e assegurar espaços para atendimentos individuais, familiares e em grupo, em condições de sigilo e privacidade. Para isso, recomendasse que seja implantado em edificação com espaços essenciais em desenvolvimento das suas atividades, não devendo, portanto, ser improvisado em qualquer espaço. (MDS,p.23, 2011) Costeira (2004 p.88) afirma que devem-se “promover ambientes que remetam sentimentos 13 13 de paz, esperança, reflexão, conexão espiritual, relaxamento, humor e conforto , livres de fatores ambientais estressantes, como ruído e falta de privacidade.” Para projetar um ambiente humanizado, além de promover espaços familiares e confortáveis, é preciso ter conhecimento técnico dos elementos de composição do espaço, entender as diferentes sensações transmitidas para os usuários (VASCONCELOS, 2004). É necessário avaliar a combinação de três fatores importantes para alcançar a melhor solução para esses ambientes: a função dos ambientes, os materiais que podem ser utilizados e o conforto visual proporcionado para os usuários através da composição dos materiais e mobiliários dos ambientes (BJORNGAARD, 2010). 4 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO O objetivo é receber através da arquitetura com dignidade, orientação e encaminhamento à autonomia os imigrantes que chegam a Chapecó- SC. O Centro de Referência ao Imigrante é destinado para jovens, adultos, idosos e famílias imigrantes que necessitam de moradia temporária, orientação jurídica, apoio psicológico e qualificação profissional. 5 LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA ÁREA 5.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ Localizada em estado de Santa Catarina, no Brasil, conforme a figura 12, Chapecó possui população estimada de 205.795 habitantes, conforme o IBGE (2015). Conforme o site Chapecó e Região (2016)5 é considerada a capital do oeste catarinense, é sede das principais empresas processadoras e exportadoras de carnes e também na fabricação de máquinas e equipamentos para a agroindústria. Os índices de geração de emprego estão acima do nível federal e estadual, o que atrai investidores, gerando ainda mais postos de trabalho. 5 SOBRE Chapecó: Economia e região. Chapecó e Região, 2016. Disponível em: < http://www.chapecoeregiaocvb.com.br/sobrechapeco/economia -e-populacao/>. Acesso em: 21/03/2016. 14 Figura 12 – LOCALIZAÇÃO DE CHAPECÓ Fonte: IBGE, 2013,MUB, 2015, Edição da autora 15 15 5.2 LOCALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA ÁREA PROPOSTA As atividades já existentes no entorno e suas características foram itens priorizados durante o processo de escolha da área, como em Chapecó tem uma grande concentração de imigrantes nessa área, devido a proximidade com o frigorifico Aurora Alimentos, é um fator que foi levado em consideração para a escolha do terreno da proposta. Dessa forma, a área escolhida para implantação do Centro de Referencia ao imigrante está localizada no Bairro SAIC, conforme a imagem abaixo (figura 13) Figura 13 – LOCALIZAÇÃO DE CHAPECÓ Fonte: MUB, 2015. Edição da autora O terreno faz parte da quadra nº 135 conforme pode ser observado na figura 14. Sua área é de 31.129,25 m². Figura 14 - Localização do terreno escolhido. Fonte: MUB, 2015. Edição da autora 5.3 LEGISLAÇÃO O terreno escolhido faz parte da Unidade de Moradia (UM),(figura 15). Resultando em uma paisagem mais homogênea na composição urbana, para um melhor resultado visual e formal da inserção desse objeto dentro do contexto urbano e constituição da paisagem, tanto pelo entorno como pelo objeto . 16 Figura 15 - Unidade territorial do terreno escolhido Fonte: MUB, 2013; PDC, 2014. Edição da autora Dessa forma, o limite de pavimentos, segundo o Plano Diretor de Chapecó (2014), é de 4 pavimentos, e a taxa de permeabilidade é de no mínimo 20%. Como a metragem da área é de 31.129,25 m², pelo menos 6.225,85 m² do terreno deve ser permeável. A taxa de ocupação (TO) e o coeficiente de aproveitamento (CA), referentes ao terreno podem ser observados nas tabelas 01 e 02. Tabela 01 – Taxa de ocupação (TO). Área do terreno – 31.129,25 m² Base – 60% 31.129,25 x 0,6 = 18.677,55m² Torre – 60% 31.129,25 x 0,6 = 18.677,55m² Fonte: PDC, 2014. Elaboração da autora. 17 17 Tabela 02 – Coeficiente de aproveitamento (CA). Área do terreno – 31.129,25 m² Mínimo – 0,1 31.129,25 x 0,1 = 3112,92 m²Básico – 1,8 31.129,25 x 1,8 = 56032,65 Máximo– 2,4 31.129,25 x 2,4 = 74710,20 Fonte: PDC, 2014. Elaboração da autora. Conforme o artigo 139 do Plano Diretor de Chapecó nos lotes de esquina inseridos na UM, fica autorizada a redução de um dos recuos de ajardinamento para 2,00m (dois metros), mantendo-se a dimensão de 4,00m (quatro metros) para a outra testada, e conforme art.143 do mesmo plano: O afastamento mínimo lateral será definido em 5% (cinco por cento) da testada do lote ou 85,00cm (oitenta e cinco centímetro), o que resultar maior e nas demais unidades territoriais o afastamento mínimo lateral será definido em 8% (oito por cento) da testada do lote ou 1,00m (um metro) o que resultar maior. (PDC, 2014) 5.4 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO Para melhor entendimento dos elementos que configuram o entorno da área de estudo, foi realizado um levantamento fotográfico. Por meio da figura 16 têm-se as marcações e direções das visuais observadas. Por meio do levantamento fotográfico percebe- se que a edificação mais próxima é um pavilhão localizado na mesma quadra, como pode ser visualizado na figura 17, Figura 17 - Visual 01. Fonte: Acervo pessoal da autora. Figura 16 - Levantamento fotográfico Fonte: MUB, 2013. Edição da autora. 18 Observa-se através da figura 18 que o e entorno é de área residencial, assim a maioria das edificações possuem no máximo quatro pavimentos. Figura 18 - Visual 02. Fonte: Acervo pessoal da autora. Através da figura 19 visualiza-se um elemento importante próximo a área de estudos, é um abrigo para parada de transporte público, localizado na esquina da Rua Paul Harris com a Rua Barão do Rio Branco. Figura 19 - Visual 03. Fonte: Acervo pessoal da autora. Por meio da figura 20, nota-se que no terreno há apenas vegetação rasteira, não existe vegetação significativa. Figura 20 - Visual 04. Fonte: Acervo pessoal da autora. Conforme a figura 21 nota-se a Escola Primaria Mundo Encantado na divisa do terreno. Figura 21 - Visual 05. Fonte: Acervo pessoal da autora. 19 19 E na figura 22 observa-se a visual da Rua João XXIII. Figura 22 - Visual 06. Fonte: Acervo pessoal da autora. Já na figura 23 percebe-se o declive da área em estudos próximo a Rua Marechal Floriano Peixoto. Figura 23 - Visual 07. Fonte: Acervo pessoal da autora. 5.4 ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS De acordo com a classificação de Koppen, disponíveis no site da Epagri1, foi elaborada a tabela com aspectos climatológicos de Chapecó: Tabela 03 - Aspectos Climáticos ITEM ANALISADO UNIDADE DE MEDIDA VALOR REGISTRADO Tipo climatológico (Koppen) Especificação (Cfa) Subtropical (mesotérmico úmido , com verão quente) Temperatura média anual ºC 18-19 Precipitação média anual mm 1700 a 1900 Umidade relativa do ar (média) % 76 a 78 Fonte: EPAGRI, 2016. Conforme a carta solar, os ventos predominantes nos meses de janeiro a março e de setembro a dezembro são da orientação sudeste. Já, de abril a agosto são do nordeste. Algumas estratégias passíveis de adoção na proposta localizada em Chapecó, atendendo às exigências conforme NBR 15220, já que Chapecó está situada na zona bioclimática 3, seriam: 1 EPAGRI, Aspectos Climatológicos, 2016.. Fonte:Disponível 20 Figura 24- Carta solar e o terreno escolhido. Fonte: MUB 2015. Elaboração da autora. - Aberturas médias para ventilação, as quais proporcionem área entre 15% e 25% da área do piso do local e permitam a entrada da radiação do sol dentro da edificação. - Sombreamento de aberturas que permitam sol durante o inverno através de brises. - A massa térmica para aquecimento pode ser conseguida através da orientação solar adequada da edificação, além da utilização de cores que ajudam no ganho de calor. Com essas estratégias, materiais e métodos, acredita-se que uma edificação consegue ficar próximo da zona de conforto e atender as normas exigidas pela NBR 15220.2 5.5 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Através do mapa de uso e ocupação do solo, do terreno escolhido pode-se perceber que o entorno é marcado por principalmente por edificações de uso residencial, também se observa a proximidade do terreno com diversos estabelecimentos importantes, como a Escola de ensino primário Mundo Encantado, CEIM Ciranda do Saber, Posto de Saúde SAIC, Clinica Odontológico- Unochapecó, EEB Antônio Morandini, Fundação Logosófica, Hospital da Criança, entre outros. Outro fator levado em consideração para a escolha da área foi à inserção do projeto em um local com presença de atividades em comunidade, sendo que assim irá permitir a participação da comunidade do entorno nas atividades disponíveis e no uso da área de vivência, garantindo a integração do Centro de Referencia ao imigrante, pois a área de estudos está localizada em uma quadra onde estão localizados vários equipamentos institucionais. 2 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Desempenho térmico de edificações parte 3: zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 30 p. 21 21 É importante destacar que a área de implantação influencia diretamente no sucesso do Centro de Referencia, pois dela deriva a relação da comunidade do entorno com a estrutura do projeto, a aceitação e participação das mesmas nas atividades e nos espaços propostos e principalmente a inserção dos usuários. Figura 25 – Mapa de uso e ocupação do solo. Fonte: MUB, 2015. Edição da autora 22 Através das imagens abaixo pode-se observar algumas ocupações urbanas no entorno da área de intervenção. Figura 26 – Aurora Alimentos. Fonte: Google Street View,2016. Figura 27 – Escola Mundo Encantado. Fonte: Google Street View,2016 Figura 28 – Clinica de Odontologia/ Posto SAIC. Fonte: Google Street View,2016. Figura 29 – CEIM Ciranda do Saber. Fonte: Google Street View,2016. Figura 30 – EEB Antônio Morandini. Fonte: Google Street View,2016. Figura 31 – Hospital da Criança. Fonte: Google Street View,2016. 23 23 5.6TOPOGRAFIA Na figura 32 têm-se o mapa de topografia do terreno escolhido. Nele é possível perceber que a parte mais baixa do terreno é em suas extremidades referentes à Rua Marechal Floriano Peixoto e a Rua João XXIII, pois possui uma grande declividade. Já próximo a Rua Paul Harris e Rua Barão do Rio Branco o terreno tem uma topografia levemente acentuada. Nessa mesma figura, há as marcações dos cortes que foram feitos para melhor compreensão do terreno. Figura 32 – Mapa de topografia Fonte: MUB, 2013. Elaboração da autora Figura 33 – Corte AA. Fonte: MUB, 2013. Elaboração da autora. Figura 34 – Corte BB. Fonte: MUB, 2013. Elaboração da autora. 24 5.7 VIAS DE ACESSOS As vias do entorno do terreno que mais possuem trafego são: - Rua Antônio Morandini, sendo ela uma via coletora principal, que liga a área da proposta ao Bairro Jardim América, onde muitos imigrantes tem suas residências devido a localização desse Bairro ser entre a BRF e a Aurora Alimentos; - Rua Barão do Rio Branco, também uma via coletora principal, onde está localizada a Aurora Alimentos e a Área proposta para o projeto; -Rua João XXIII, uma via coletora secundária, que conecta o Bairro ao acesso ao Contorno Viário e também é onde estão localizados diversos estabelecimento importantes para a integração da proposta com o entorno. -Rua Clevelândia, via coletora principal, que liga o Bairro ao Terminal Urbano deChapecó. - Rua Uruguai, sendo uma via arterial que é muito importante devido ao Hospital da Criança estar localizado na mesma. Rua Floriano Peixoto, também uma via coletora principal que liga a área de estudos direto a praça central da Cidade. Figura 35 – Mapa de vias de acesso. . Fonte – MUB, 2013. Edição da autora 25 25 5.8 MOBILIDADE URBANA No entorno tem-se a linha de transporte público coletivo da Autoviação Chapecó que percorre por alguns pontos no entorno do terreno, sendo que um desses pontos se localiza na frente da área de estudos, referente à Rua Barão do Rio Branco. O terreno está localizado entre a Rua Barão do Rio Branco e a Rua Paul Harris. Portanto, a mobilidade urbana é facilitada devido a proximidade com o frigorifico, há paradas de transporte coletivo presentes no entorno. Essa característica pode ser observada na figura 36. Esta é uma maneira de facilitar a locomoção dos imigrantes que receberão apoio e capacitação no Centro de Referencia ao Imigrante. Figura 36 – Mapa de mobilidade urbana Fonte – MUB, 2013. Edição da autora. 26 5.9 CDP E MAPA SÍNTESE Através do tabela do CDP (tabela 04), e do mapa síntese (visualizado por meio da figura 37), percebe-se que a área em estudo e seu entorno possuem várias condicionantes e potencialidades viabilizando um projeto arquitetônico no terreno Tabela 04: Condicionantes, deficiências e potencialidades. CONDICIONANTES DEFICIÊNCIAS POTENCIALIDADES 1 Rua Barão do Rio Branco Via de acesso estruturada ao terreno da proposta Vários acidentes - É uma das vias que liga a proposta a Aurora Alimentos, será de fácil localização, atingindo o público alvo. -Via com boa infraestrutura. 2 UM (Unidade de Moradia) Zoneamento à qual o terreno pertence Permite a implantação de apenas 4 pavimentos Norteia a elaboração de um partido arquitetônico. 3 Localização/ Entorno Pensar na divisa de lotes, podendo causar falta de segurança Falta de locais para lazer e farmácia e banco, exigindo deslocamento da área - Equipamentos de serviço que podem auxiliar os imigrantes, servindo de apoio ao atendimento. - Integração com o entorno. - Entorno com potencial de crescimento 4 Topografia Topografia irregular e em declive próximo a Rua Floriano Peixoto. --- - Aproveitamento da visual, pois o terreno está localizado em uma parte mais alta do bairro. 5 Linha de transporte público Presença de uma parada de transporte público na frente do terreno Horários limitados---- Permite que os usuários possam se locomover com maior facilidade Figura 32 – Mapa síntese. Fonte: Elaboração da autora 27 Fonte: Elaboração da autora Figura 37 – Mapa Síntese 28 6 ESTUDOS DE CASO 6.1CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO. Ficha técnica Arquiteto: Nuno Valentim Localização: Rua Barão de Forrester, Porto, Portugal. Área: 2215 m² Ano: 2002 O Centro Comunitário São Cirilo, visualizado na figura 38, foi escolhido para ser analisado devido seus aspectos formais, funcionais, estruturais e programa de necessidades. Figura 38 - Centro Comunitário São Cirilo. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. O projeto está localizado em uma área próxima de uma escola, Capela, da Secretaria Geral do Tribunal de família e Menores do Porto e SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). (Figura 34) O espaço comunitário desenvolve-se a partir da rua de modo permeável e acessível. Conforme pode ser observado na figura 40. Figura 39 - Localização do Centro Comunitário. Fonte: Google Earth, 2016. Edição da autora. Segundo o site Open House Porto3, o Centro Comunitário São Cirilo tem como finalidade acolher pessoas e famílias (nacionais ou estrangeiras) requerentes de asilo ou refugio, através do acolhimento temporário e garantir as 3 CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO Fonte: http://2015.openhouseporto.com/places/centro-comunitario- sao-cirilo-e-edificio-de-escritorios/ 29 condições de necessidades básicas de sobrevivência, segurança e bem-estar, proporcionando alojamento aos imigrantes em situação de emergência humanitária. Segundo o site Archdaily4 não existia nenhum edifício construído com esta especificidade, apenas centros adaptados, muitas dúvidas foram se resolvendo com o próprio desenvolvimento do projeto. A área da volumetria de quatro pisos de frente para a rua,teve finalidade de financiar parcialmente a construção, sendo comercialmente mais interessante. (Figura 40) Figura 40- Terreno do Centro Comunitário Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. 4 1 CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario- sao-cirilo-e-edificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico- eca-arquitectos. Acesso em: 04/04/2016. O terreno disponível totalizava cerca de 2000 m², 20m de frente, 100m de profundidade, perímetro totalmente irregular (dimensão e forma pouco comuns na cidade do Porto). O Centro apresenta dois serviços diferentes, a existência de vários quartos permite dar resposta a um acolhimento temporário para casais e pessoas individuais, num total de cerca de 20 pessoas com 8 camas em alojamento masculino, 6 camas em alojamento feminino; 1 quarto familiar com capacidade para 4 pessoas. Estes têm então, à disposição durante o período transitório, entre a chegada e a integração no país, espaços para o alojamento, e em comum com o público externo espaços de convívio e lazer, cozinha, refeitório, banco de roupa usada, lavandaria, uma pequena biblioteca e midiateca, salas de formação, auditório e um espaço espiritual. O previsto é que o acolhido fique cerca de quatro meses, tempo aceito como suficiente para que os usuários possam se reorganizar e acompanharem um determinado projeto de integração. Outra gama atendimento regular é tanto para os residentes, como para externos em situação de risco, que necessitem de aconselhamento, desde médico, jurídico, social, ao nível da procura de emprego ou psicológico. Na área central do edifício existem espaços verdes, para que o usuário possa usufruir de atividades ao ar livre. 30 Figura 41 - Planta piso 1. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. Como pode ser observado na figura 41, para facilitar a iluminação e ventilação natural há quatro pátios distribuídos ao longo da edificação do Centro de Acolhida. Devido a isso o projeto é compreendido de maneira fácil, facilitando o fluxo de pessoas no seu interior. Todos os ambientes do projeto encontram-se com ventilação e iluminação natural. 31 - O primeiro recorte, define a separação dos setores de comercio e do Centro de Apoio e marca o acesso principal da Edificação; - O segundo pátio foi criado para iluminar o setor de gabinetes (médico, jurídico, emprego, religioso, direção) e os alojamentos temporários. - O recorte mais significativo é pátio ajardinado central, assume uma função integradora onde conecta o programa social, lúdico e pedagógico do Centro: salão que servirá no dia-a-dia para zona de refeições/zona de estar/pequeno auditório, ateliers, salas de aula/espaço infantil e capela. - E por fim o pátio de serviço que serve a lavandaria, rouparia, estendal, funcionários e instalações sanitárias de maior dimensão. Figura 42 - Pátios Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. Conforme o Site Archdaily (2016) 5Apesar de todas as condicionantes, o projeto buscou 5 CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario- sao-cirilo-e-edificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico- eca-arquitectos. Acesso em: 04/04/2016. trazer um ambiente luminoso e humano, capaz de transmitir esperança aos imigrantesque a irão habitar. Segundo Pause & Clark (1997) “a estrutura serve para delimitar o espaço, elaborar unidades, unindo as circulações”, que nesse 32 caso seriam os diversos pátios que tem também a função de separar os setores do edifício. Nota-se que o sistema estrutural é formado por blocos de concreto, devido ao menor emprego de materiais, fácil mão de obra, maior isolamento térmico, acústico e resistência ao fogo. As esquadrias são de alumínio gerando economia, durabilidade e por resistirem à corrosão. As aberturas recebem vidro, sendo um material de grande isolamento térmico. Outra importante característica que justifica a utilização do vidro é a relação com o entorno, sendo possível, em casos de famílias com crianças, a observação das mesmas quando estão nas áreas abertas. Figura 43 - Corte Centro Comunitário. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora Nas áreas de convívio, sala ecumênica e sala de oficinas e áreas de circulação, são encontrado círculos de presença (UNWIN, 2013)6, onde os moradores estabelecem vínculos sociais, são oferecidas atividades como aulas de língua portuguesa, aulas de Ginástica, informática, workshops e apoio social (ilustrada na figura 44) 6 As análises dos estudos de caso foram baseadas nas metodologias de CHING (1999), SIMON UNWIN (2013) e PAUSE&CLARK (1997). Figura 44 - Sala de ecumenica. Fonte: Paulo Pinto, 2016. 33 A forma da fachada pode ser considerada simples, composta basicamente por um retângulo percebe-se que a transformação subtrativa (CHING, 1999)³, foi utilizada para proteger o acesso principal da edificação. Figura 45 - Fachada do Centro Comunitário. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. Figura 46 - Centro Comunitário. Fonte: Ferrand e Themudo, 2016. Edição da autora. Por meio da figura 46 percebe-se que nas fachadas foram adotados brises, para controlar a incidência dos raios solares e aumentando o conforto térmico. Figura 47 – Aberturas Centro Comunitário . Fonte: Archdaily 7 , 2016. Edição da autora. Por possuir grandes aberturas de vidro, a luz natural entra nos cômodos, sendo que a sombra dentro da edificação e a luz artificial são elementos modificadores da arquitetura importantes no projeto. Conforme figura 47. O Centro Comunitário pode ser classificado como cabana, segundo as ideias de Unwin 7 CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-50452/centro-comunitario- sao-cirilo-e-edificio-de-escritorios-nuno-valentim-e-frederico- eca-arquitectos. Acesso em: 04/04/2016. 34 (2013)8, pois se relaciona com a escala humana, e por oferecer o necessário para a vida de seus usuários e lidar com mudanças ao passar do tempo. Figura 48 –Centro Comunitário . Fonte: Habitar Portugal, 2016. Acesso: 04/04/2016. O Edifício possibilita a vista do entorno (de dentro para fora) através de janelas de vidro e com a ajuda da forma e tipologia adotadas na edificação, assim a edificação acaba emoldurando a paisagem, através das janelas de vidro é possível, conforme figura 49 enquadrando a vista, a qual é rica em edificações - Arquitetura como Arte de Emoldurar ou Estruturar- (UNWIN, p. 97, 2013). 8 As análises dos estudos de caso foram baseadas nas metodologias de CHING (1999), SIMON UNWIN (2013) e PAUSE&CLARK (1997). Figura 49 – Arquitetura Emoldurando a Paisagem . Fonte: Habitar Portugal, 2016 Acesso: 04/04/2016. 6.1.1 Síntese do Centro Comunitário São Cirilo Programa de necessidades amplo: Alojamentos e Capacitação / apoio Utilização de brises para barrar o sol indesejável. Transformações subtrativas na forma simples, para proteger o acesso. Pátios distribuídos nos setores para iluminação natural. Círculos de presença nos espaços abertos A área da volumetria com finalidade de financiar parcialmente a construção. 35 6.2 CENTRO DE CAPACITAÇÃO INDÍGENA KÄPÄCLÄJUI Ficha técnica Arquitetos: Entre Nos Atelier Localização: Grano de Oro, Costa Rica Área: 470.0 m²; Ano: 2014. O Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, visualizado na figura 50, foi escolhido devido seus aspectos formais, funcionais, estruturais e programa de necessidades. Imagem 50 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. Está localizado na reserva Indígena de Tayutic de Grano de Oro, na província de Cartago, Costa Rica. Compreende um centro de capacitação com alojamento e que age como facilitador de interação entre os locais e os visitantes. O Centro tem uma estratégia de integração para o fortalecimento comunitário que inclui caminhos, grutas e trilhas. Além de uma rede de pontes que ampliam a acessibilidade de certas partes que se tornam críticas em certas épocas do ano devido às chuvas. Imagem 51 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. Imagem 52 - Pontes. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. 36 Figura 53: Entorno do centro de capacitação. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. O Centro de Capacitação conta com 470 m² que são distribuídos ao longo de um eixo longitudinal. Dentre o programa, estão áreas administrativas, salas multiusos, refeitório, cozinha, banheiros, sala de informática e biblioteca. No pé-direito duplo da parte frontal é incorporado um mezanino que serve como albergue para um refúgio temporário, com acesso próprio por uma rampa lateral. 37 Figura 54 - Planta piso 1 e 2. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora 38 A proposta desse projeto surge a partir de uma série de oficinas participativas, que foram a chave para promover um sentimento de apropriação da comunidade. Foram compreendidas as necessidades dos usuários e projetados espaços coerentes, também levando em consideração a integração com o entorno. A comunidade foi questionada quanto sua percepção de um espaço ideal e da relação com determinantes funcionais. Assim foram estabelecidas as diretrizes e o programa de necessidades de partida. Figura 55 - Materiais ultilizados. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. As diretrizes de projeto definem as intenções arquitetônicas que mostram leveza, transições sutis entre os espaços interligados através de relação direta com o exterior, conforto, permeabilidade, ventilação, incorporando áreas verdes e hortas. A materialidade e o mobiliário também foram discutidos amplamente, quanto ao conceito do abrigo leve e aberto, foram sobrepostas coberturas de grandes inclinações, espaços com pé direito amplo tendo um local funcional. Figura 56 - Iluminação. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. Em relação à perspectiva sensorial, o projeto representa desde efeitos visuais conforme se percorre os espaços até a influência dos materiais e da iluminação, as cores escolhidas também dão sensações de acolhimento e 39 conforto. Destaca-se a sensação visual de movimento através de aberturas sutis, de painéis instalados sobrepostos em madeiras de mais de uma tonalidade, permite que seu interior seja observado,.dando um grau de intimidade e sensação de abrigo parcial. Essa característica, juntamente com os elementos de vegetação dispostos na frente do edifício, convidam os pedestres à conhecer o Centro de Capacitação. Figura 57 - Iluminação. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. A forma do edifício é composta basicamente por vários painéis retangulares, gerando movimento para forma. (Figura 58) Figura 58 - Fachada. Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. O projeto pode ser classificado, segundo ideias de Uwin (2013) 9, como “templo” e como “cabana”. Templo quando observado o seu exterior e ohall de entrada, por possuir pé direito duplo (conforme figura 59), o que ocasiona, muitas vezes, sensação de vulnerabilidade. Figura 59 - Hall de entrada Centro de Capacitação . Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. 9 As análises dos estudos de caso foram baseadas nas metodologias de CHING (1999), SIMON UNWIN (2013) e PAUSE&CLARK (1997). 40 Já dentro as características são de cabana por serem áreas mais aconchegantes e por se relacionarem diretamente com a escala humana. (Figura 60). Figura 60 – Interior Centro de Capacitação . Fonte: Archdaily, 2016. Edição da autora. 6.2.1 Síntese do CENTRO DE CAPACITAÇÃO INDÍGENA KÄPÄCLÄJUI10 Desenho Inclusivo: desenvolvimento do projeto e participação comunitária, 10 CENTRO DE CAPACITAÇÃO INDÍGENA KÄPÄCLÄJUI .Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de- capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier. Acesso: 04/04/2016. Arquitetura como experiência sensorial; Luz artificial e luz natural como elemento modificador da arquitetura; Utilização de madeiras variadas, visando o conforto e durabilidade; Repetição de painéis para dar movimento à forma; Apresenta dois serviços: U m Refugio e centro de capacitação., os dois serviços tem acessos separados. 41 6.3 SOMOS TODOS IMIGRANTES11 Ficha técnica Arquiteto: David Ito Localização: Potim - SP; Área: 8.000m²; Ano: 2015. O estudo de caso Somos Todos Imigrantes 12, visualizado na figura 61, foi escolhido para análise devido seus aspectos estéticos, funcionais e formais e estruturais. Figura 61 – SOMOS TODOS IMIGRANTES. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. 11 As análises dos estudos de caso foram baseadas nas metodologias de CHING (1999), SIMON UNWIN (2013) e PAUSE&CLARK (1997). 12 SOMOS TODOS IMIGRANTES: Fonte: http://www.davidito.com.br/196942/7876570/p-r-o-j-e-t-o- s/somos-todos-imigrantes. Acesso: 04/04 2016. O projeto está localizado na Rua José Teodoro Correa, Chácara Tropical, Potim. Está localizado em uma área com bastante comércio (Figura 62), o espaço comunitário desenvolve- se a partir da rua de modo permeável criando um espaço acessível para socialização. Conforme pode ser observado na figura 56. Figura 62 – SOMOS TODOS IMIGRANTES. Fonte: https://www.facebook.com/Somos-Todos-Imigrantes- 520473991442134/?fref=ts Acesso: 04/04 2016. Edição Autora O projeto Somos Todos Imigrantes foi idealizado pela ONG Orientavida, para receber os refugiados no Brasil, propiciando abrigo e condições para ressocialização das famílias. Prevê a construção de condomínio residencial composto por 32 casas de 52m² e um Centro Comunitário. 42 O Centro de Convivência adota um conceito flexível, sendo que as plantas baixas foram projetadas através de um módulo (PAUSE & CLARK, 1997), como pode ser observado na figura 58, possibilitando a adaptação dos espaços para usos futuros, tendo uma distribuição em forma em malha (CHING, 1999) Figura 63 - Implantação. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016.. 43 Será o local onde os refugiados receberão todo o apoio visando sua reinserção social, com aulas de português, assessoria burocrática, jurídica e médica. Observa-se, por meio da figura 64, que os setores estão bem divididos no projeto e o acesso principal se dá por meio do Centro Comunitário. Figura 64 –Implantação. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. Os pedestres são direcionados por calçadas em todo seu entorno. A topografia do terreno é plana, os edifícios se completam, possuem áreas comuns de lazer e convívio. O projeto como um todo possui um organização espacial aglomerada (CHING,1999), o que possibilita círculos de presença que são encontrados principalmente nas áreas de convívio abertas ilustradas na Figura 59. O fechamento do terreno é dado por paredes vazadas do centro comunitário e vegetação que ora se intercalam, assim não criando uma barreira solida e pesada, Conforme Figura 65. Figura 65 - Área de convívio interna. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. 44 É possível perceber a organização aglomerada das residências em torno de um ponto de entrada que é a centro de convívio, sendo um local de circulação. É visível também a utilização da simetria para fortalecer e unificar porções de uma organização aglomerada e ajudar a articular a importância do espaço de vivência no projeto (Figura 66) As áreas de convívio abertas exercem um papel fundamental nesse projeto. Como a população de imigrantes se encontra em exclusão social, principalmente por ser permitido o acesso de outras pessoas da cidade no centro de convivência. (Figura 67). Figura 66 - Área de convívio externa. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. Com toda a problemática que cerca o tema, o projeto possui um lado simbólico muito forte, onde as "caixas" brancas iluminadas remetem a paz e esperança. Figura 67 - Área de convívio externa. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. As paredes de vidro foram projetadas para trazer permeabilidade à edificação e permite além da entrada de luz, a integração com a área verde. Figura 68 - Área interna. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. 45 O ambiente recebe toda uma iluminação vinda da cobertura, que trabalha peças vazadas e sólidas. Figura 69 - Área de convívio interna. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. De acordo com o Site David Ito Arquitetura (2016)13 O sistema construtivo adotado será o EPS estruturado. Além de diminuir as cargas nas fundações, melhora o desempenho térmico e gera uma construção mais limpa e rápida. Todo o esgoto gerado será tratado, e a água reutilizada para irrigação, limpeza e sanitários. 13 SOMOS TODOS IMIGRANTES: Fonte: http://www.davidito.com.br/196942/7876570/p-r-o-j-e-t-o- s/somos-todos-imigrantes. Acesso: 04/04 2016. Figura 70 – Lage Jardim. Fonte: Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. A adoção da laje jardim em todas as casas possibilita a redução da carga térmica, além de ser uma das etapas no tratamento da água. As disposições das janelas qualificam a ventilação natural, e permitem melhor distribuição da iluminação natural. Focado em reduzir os custos de operação e manutenção. Esse fator acaba gerando movimento à fachada. Figura 71 – Iluminação Natural. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. 46 Figura 72 –Residência. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. As residencias são agrupadas possuem formas de superfícies planas correspondentes e são paralelas entre si, conforme Figura 72. A disposição das plantas é feita da seguinte maneira: são agrupadas de duas em duas, dando à fachada uma maior escala de desfragmentação. As residencias possuem dois quartos, banheiro, cozinha, lavanderia e sala de estar, todos com áreas minímas adotadas. (figura 74). Figura 73 –Vista Residência. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. Figura 74 –Planta Residência. Fonte: Site David Ito. Acesso: 04/04 2016. 6.3.1 Síntese Todos Somos Imigrantes. Abriga famílias em pequenas residências, dando mais privacidade aos usuários Círculos de presença em espaços abertos; Espaços para treinamento e qualificação, para encaminhamento ao mercado de trabalho, A adoção da laje jardim, As disposições das janelas qualificam a ventilação natural. 47 6.4 CAR- CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA REFUGIADOS. Ficha técnica Arquiteto: José Carlos Ferreira de Almeida e Cláudia Localização: Área Metropolitana de Lisboa – Rua: Nossa Senhora da Conceição Bobadela, Loures Área: 13.450m²; Ano:2006. O Centro de Refugiados, visualizado na figura 75, foi escolhido para ser analisado devido seus aspectos formais estéticos, funcionais e programa de necessidades. Figura 75 – Centro de Refugiados. Fonte: Habitar Portugal, 2016 Acesso: 04/04/2016. O projeto está situado junto a Rua Aristides de Souza Mendes, localizado em uma área próxima do Parque das Nações e do Instituto Tecnológico Nuclear. Conforme pode ser observado na figura 76. Figura 76 – Localização Centro de Refugiados. Fonte:http://refugiados.net/_novosite/dossier_reinstalacao/Prog ramaNacionalParaAReinstalacao.pdf Acesso: 04/04 2016. Editado pela autora. Segundo o site ordem dos arquitetos (2016)14 O objetivo era construir, em um terreno cedido pela Câmara Municipal de Loures, com uma área total de 13.450 m², um centro de acolhimento para refugiados, uma creche, centro de atividades para tempo livre, um campo de jogos e um jardim público. Além de visar melhorar as condições de acolhimento e de integração de todos aqueles que escolhem Portugal como destino. Visa 14 HABITAR PORTUGAL: Fonte: http://0608.habitarportugal.org/ficha.htm?id=368: 04/04 2016. 48 congregar uma série de atividades que permitam informação, formação e organização de tempo livre dos requerentes de asilo e refugio. O terreno apresenta uma plataforma de nível, na qual foram implantadas as construções, acompanhando os arruamentos envolventes. Nesse sentido o conceito do projeto é FLEXIBILIDADE. Já que o edifício se adapta as condicionantes locais. Figura 77 – Implantação Centro de Refugiados. Fonte: Habitar Portugal, 2016 Acesso: 04/04/2016. Os edifícios foram desenhados em pequenos volumes, distinguindo os vários setores e funções, permitindo a existência de pátios interiores, criando também círculos de presença e ajudando na iluminação e ventilação natural do edifício como um todo, ilustradas na figura 78, onde os usuários interagem entre si. Figura 78 – Pátio. Fonte: Habitar Portugal, 2016 Acesso: 04/04/2016. 49 A Norte, na zona mais acidentada, criou-se uma estrutura verde em plataformas suportadas por muros de gabiões e um percurso pedonal elevado, que liga as duas extremidades do terreno e permite usufruir das vistas sobre o rio Tejo. (Figura 79) Figura 79 – Plataformas. Fonte:http://refugiados.net/fotos/09mar07/09mar07.swf. acesso: 04/04 2016. Editado pela autora As águas que cercam a edificação funcionam também aproveitamento das pré-existências , para reavivar ainda mais a conexão através do rio. No projeto o rio é um dos elementos que contribuem para identificação do lugar, oferecendo aos usuários liberdade e sentimento de apropriação do espaço, abrindo para a vizinhança o contato com o rio, possibilitando o uso externo do edifício. A plataforma, além de ser piso, também serve como ponto de encontro e área de vivência. Sendo assim um elemento que cumpre mais do que uma função. Figura 80 – Ambiente interno. Fonte:http://refugiados.net/fotos/09mar07/09mar07.swf. acesso: 04/04 2016. Através da figura 81, percebe-se que o pavimento térreo é composto por diversos espaços, separado em setores. Dentre esses espaços, podem-se destacar os ambientes de formação, escritórios e serviços, os quais são muito importantes para que os usuários desenvolvam algumas habilidades, que possibilitem a geração de renda. Além disso, destacam-se os ambientes da área de saúde física, mental e cultural. Observa-se também a presença de uma área destinada a refeições para os usuários e uma área para visitantes 50 Figura 81 – Primeiro pavimento Centro de Refugiados. Fonte:http://refugiados.net/fotos/09mar07/09mar07.swf. acesso: 04/04 2016. O segundo pavimento, conforme figura 82, é composto pelas salas de serviços necessários 51 para o funcionamento do Centro de Assistência, além do setor de alojamento que possuem 5 plantas tipo. . Figura 82 –Segundo pavimento Centro de Refugiados. Fonte:http://refugiados.net/fotos/09mar07/09mar07.swf. acesso: 04/04 2016. 52 Figura 83 –Terreno . Fonte:http://refugiados.net/fotos/09mar07/09mar07.swf. acesso: 04/04 2016. O terreno e seu entorno são considerados um elemento primário da arquitetura que condicionou o desenvolvimento do partido. O projeto possui todos os elementos fundamentais, alguns exemplos são os caminhos, os materiais básicos escolhidos – concreto, metal, vidro, todos esses elementos foram aliados de forma que definem bem como um projeto moderno. Figura 84 –Corte Longitudinal / Transversal. Fonte: http://refugiados.net/fotos/09mar07/09mar07.swf. acesso: 04/04 2016. 53 A edificação possui a forma, basicamente, de um paralelepípedo que sofreu transformações subtrativas (CHING, 2013; PAUSE&CLARK, 1997)15, como pode ser observado na figura 85. Figura 85 – Fachada. Fonte:http://refugiados.net/fotos/09mar07/09mar07.swf. acesso: 04/04 2016. O projeto é considerado como “cabana” por promover o necessário para a vida humana. Além disso, sua proporção se relaciona diretamente com a escala humana e suas edificações são passivas dos processos do tempo. Nas áreas como ateliês, plataforma, sala de descanso (ilustrada na figura 86) e áreas de circulação, são encontrado círculos de presença (UNWIN, 2013), onde os moradores estabelecem laços sociais, sendo que as áreas abertas também podem ser acessadas pelos não moradores . 15 As análises dos estudos de caso foram baseadas nas metodologias de CHING (1999), SIMON UNWIN (2013) e PAUSE&CLARK (1997). Figura 86 – Sala de descanso. Fonte: http://acolheintegra.refugiados.net/ncentro.html. Acesso em: 04/04/2016. Editado pela autora. 6.4.1 Síntese CAR- Centro de Acolhimento para Refugiado. Aproveitamento das pré-existências; Espaços para treinamento e qualificação, para encaminhamento ao mercado de trabalho; Utilização de materiais variados, visando o conforto e durabilidade; Elementos que exercem mais de uma função; Programa de necessidades amplo: Alojamentos e Capacitação/ apoio; Pátios para iluminação e ventilação natural; Círculos de presença nos espaços abertos. 54 7 DADOS PARA A PROPOSTA 7.1 DEMANDA Segundo informações da Associação dos Haitianos de Chapecó (2016), o município de Chapecó possui, aproximadamente, 2,5 mil pessoas imigrantes. Não há como saber o número exato desse grupo populacional, visto que está em constantes modificações. O projeto do Centro de Referência ao Imigrante na Cidade de Chapecó terá os setores de recreação, comercial, esportivo e todas as praças e áreas abertas acessíveis a comunidade do entorno. A capacidade total será de 210 pessoas + 40 funcionários, totalizando 250. 7.2 ESPAÇO FÍSICO E PERÍODO DE FUNCIONAMENTO DO CENTRO DE REFERENCIA AO IMIGRANTE. Segundo informações analisadas nos estudos de caso, levantamento de dados a campo, e entrevistas, deve apresentar espaços para, pelo menos: Galeria de acesso/ Recepção/ Atendimento Escritório/ coordenação, administração. Salas de aula Sala para Associação Haitiana de Chapecó Sala para Associação de Senegaleses de Chapecó (ASC) Gabinete médico Gabinete Social Gabinete emprego Gabinete Jurídico Defensoria Pública Sala de reuniões / Direção Espaço para acolhida Despensa Biblioteca/ Videoteca Laboratório de Informática Ateliers Lavanderia/ Rouparia Atividades coletivas, convívio e socialização; Copa/cozinha e refeitório; Banheiros masculinos e femininos adaptados, com espaço para higiene pessoal/ Vestiários. Espaço Religioso O Centro de Referência irá oferecer atendimento ao público, no mínimo em 5 dias por semana, em horários integral, nos períodos matutino,vespertino e noturno, com exceção apenas do setor comercial que irá funcionar apenas em horário diurno. Sendo que os horários de tempo livre dos imigrantes é bem variado, pois trabalham em frigoríficos e na área de construção civil grande maioria, assim o horário de funcionamento irá se adaptar conforme a demanda de imigrantes. 55 7.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES A construção do programa de necessidades foi desenvolvida junto com a ideia central do projeto: acolher, integrar e incluir o imigrante a comunidade local. Neste sentido priorizou-se as áreas de ensino e socialização. Pensou-se também em construir locais que os trouxessem sentimento de pertencimento. Além de espaços de convívio e lazer a proposta é de concentrar a grande maioria dos equipamentos que prestam serviços aos imigrantes no projeto. Sendo que a grande parte dos imigrantes chegam em Chapecó através de empresas e a maioria dessa empresas oferece moradia e alimentação nos três primeiros meses. Porém, de acordo com levantamento de dados feitos e entrevistas, aproximadamente um número de 50 imigrantes acabam procurando a casa de passagem João Piltz como abrigo temporário, sendo esses que vem por conta própria e sem uma estrutura de apoio nos primeiros meses de adaptação ao novo lugar. Nessa mesma linha de pensamento o Centro de Referencia ao imigrante irá oferecer um espaço de acolhida, que trará um programa onde estará selecionando famílias interessadas em hospedar em casa voluntariamente o imigrante, durante o período de três meses. Onde durante esse período o Centro de Referencia estará acompanhando a interação do imigrante e controle de tempo desse intercambio cultural, para que não ultrapasse os 3 meses. Funcionando como ponte canalizadora entre a família que vai receber e as que estão chegando. O setor comercial será uma forma de geração de renda do projeto, terá finalidade de ajudar financeiramente, tanto com o aluguel desses espaços, como também podem ser utilizados para a venda dos artesanatos e outros produtos feitos pelos próprios imigrantes. Deste modo, o programa de necessidades procura atender à demanda ao mesmo tempo em que exerce um papel fundamental na construção social. Com base nos estudos de caso, organizou-se o programa de necessidades em setores que podem ser observados nas tabelas 05, 06, 07, 08, 09,10, 11. Tabela 05: Programa de necessidades setor recepção/atendimento. SETOR DE RECEPÇÃO E ATENDIMENTO Galeria de acesso/ Recepção/ espera; Sanitários adaptados; Sanitários Funcionários; Recepção e acolhida inicial; Sala de atendimento psicológico; Sala de atendimento médico Gabinete de empregos Gabinete jurídico Defensoria Pública Sala para Associação de Senegaleses de Chapecó (ASC) Sala para Associação Haitiana de Chapecó Sala de atendimento de grupo; Fonte: Elaboração da autora. 56 Tabela 06: Programa de necessidades setor recreação. SETOR DE CAPACITAÇÃO/ RECREAÇÃO Hall acesso; Biblioteca/ videoteca; Sala de artesanato e costura; Sala de aulas de português; Sanitário masculino/ vestiário; Laboratório de informática; Sala de aula; Sala de construção civil; Sala de Ensino dos direitos trabalhistas aos imigrantes Sala multiuso; Sanitário feminino/ vestiário; Depósito de equipamentos; Auditório Sanitários funcionários; Copa; Salão de jogos; Sala de pintura; Sala de música; Sala ecumênica; Áreas de convívio externas. Fonte: Elaboração da autora. Tabela 07: Programa de necessidades setor administrativo. Fonte: Elaboração da autora. Tabela 08: Programa de necessidades setor de nutrição. SETOR NUTRIÇÃO Hall; Sanitários adaptados; Refeitório; Copa de Distribuição Recepção e pré-higienização de alimentos; Depósito de caixotes; Câmaras frigorificas; Depósito; COZINHA (Cocção/preparo e finalização) DML; Sala nutricionista; Despensa; Lavagem utensílios de cozinha e do salão; Depósito de lixo; Lavanderia Vestiários/sanitários funcionários. Hall Acesso Funcionários Fonte: Elaboração da autora. Tabela 09 : Programa de necessidades setor de comercial . SETOR DE COMERCIAL Hall Comercial Salas comerciais Sanitários Fonte: Elaboração da autora. Tabela 10: Programa de necessidades setor de serviços. SETOR DE SERVIÇOS Hall/ponto funcionários; Almoxarifado geral; Deposito de equipamentos de jardim; Lavanderia usuários; DML Geral; Manutenção; Copa/conforto de funcionários; Doca; Pátio de serviço; Distribuição de uniformes; Segurança e monitoramento; Estacionamento. SETOR ADMINISTRATIVO Recepção/ espera Sala de administração geral/ compras Almoxarifado; Arquivo Morto (contabilidade) Tesouraria Sala de assistência social; Secretaria/Acervo Sala direção; DML; Sala de reuniões Enfermaria Copa; Sanitários Funcionários Sala de Funcionários Fonte: Elaboração da autora. 57 Tabela 11: Programa de necessidades setor rouparia. SETOR DE ROUPARIA Recebimento e separação de roupas; Lavanderia; Roupa limpa; Roupa suja; Centrifugação; Distribuição; Sala de costura; Secagem/passagem. Fonte: Elaboração da autora. 7.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO A concepção do pré-dimensionamento fundamentou-se nos estudos de caso, normas, entrevistas e bibliografia „‟Neufert - Arte de Projetar em Arquitetura‟‟. A tabela 12 mostra a definição da mobília e capacidade que vão compor a área dos ambientes do Centro Referência ao Imigrante. Tabela 12 – Pré-dimensionamento SETOR RECEPÇÃO E ATENDIMENTO Ambiente Descrição Mobília N° pessoas Qua nt. Área (m²) Área total (m²) Galeria de acesso/ Recepção/ espera; Recepção e espera do público para encaminhamentos e distribuição para outros setores. Bancos, quadro de avisos, televisor, cesto de lixo, bebedouro, mesa recepção, cadeiras 10 01 50 50 Sanitários adaptados Local de uso do público externo. 1 bacia sanitária e 1 lavatório adaptado para cada sexo. 02 02 12 24 Sala de recepção/ Acolhida inicial Sala de atendimento dos imigrantes para encaminhamentos do Centro de Referência . Mesa para computador, cadeiras, computador, mesa para telefone, armário, cesta de lixo. 02 01 15 15 Sala de atendimento Médico Local destinado a atendimento aos imigrantes Mesa para computador, cadeiras, armário, cesta de lixo, maca, lavatório de mão. 02 01 15 15 Sala Assistência Local de trabalho do psicólogo e atendimento aos Mesa para computador, cadeiras, armário, cesta de 02 01 12 12 58 psicológica imigrantes. lixo,poltrona. Sala assistente social Local de trabalho do assistente social e atendimento aos imigrantes. Mesa para computador, cadeiras, poltronas. 02 0 12 12 Gabinete de empregos Local para encaminhamento para o mercado de trabalho. Mesa para computador, cadeiras, impressora, armário, cesta de lixo, poltronas, quadro com vagas de emprego disponíveis. 02 01 15 15 Gabinete Jurídico Local para suporte jurídico. Mesa para computador, cadeiras, impressora, armário, cesta de lixo, poltronas. 02 01 12 12 Defensoria Pública Amparo legal Mesa para computador, cadeiras, armário, cesta de lixo, poltronas. 02 01 12 12 Sala para a Associação dos Senegaleses de Chapecó (ASC) Sala para encontros e Reuniões Mesa, cadeiras, estante, projetor. 25 01 50 50 Sala para Associação de Haitianos de Chapecó Sala para encontros e Reuniões Mesa, cadeiras, estante, projetor. 25 01 50 50 Sala de atendimento em Grupo Local de atendimento de pequenos grupos de usuários, visando a integração comunitária. Mesa, cadeiras, estante, projetor. 20 01 40 40 ÁREA TOTAL = 307,00 m² SETOR ADMINISTRATIVO Ambiente DescriçãoMobília N° pessoas Qua nt. Área (m²) Área total (m²) 59 Recepção/ espera Local de acesso aos espaços do setor administrativo Poltronas/cadeiras/sofás, bebedouro. - 01 20 20 Secretaria Local de atendimento e direcionamento do público externo. Mesa para computador, cadeira, mesa para telefone, armário. 01 01 15 15 Sala de reuniões Ambiente destinado à reuniões dos funcionários. Mesa, cadeiras, quadro, retroprojetor, armário. 15 01 50 50 Sala de administração geral/ comprar/ contabilidade. Local de trabalho destinado aos profissionais administrativos. Mesa para computador, cadeira, mesa de apoio , armário, cesta de lixo. 02 01 20 20 Sala direção Local de trabalho do diretor. Mesa para computador, cadeiras, armário, cesta de lixo. 01 01 15 15 Sanitários funcionários Local de uso exclusivo para os funcionários. 1 bacia sanitária e 1 lavatório adaptado para cada sexo. 01 02 6 12 Copa Local destinado à preparação e realização de pequenos lanches. Geladeira/refrigerador, pia/lavadora de louça, microondas, filtro de água, mesa, cadeira. 01 01 10 10 DML Local para guarda de materiais de limpeza. Armário, tanque, lixeiro. 01 01 5 5 Almoxarifado Proximidade com a Secretaria/ Financeiro. Mesa para computador, cadeiras, armário, cesta de lixo. 01- 01 12 12 Arquivo Morto ( Contabilidade) Proximidade com a Secretaria/ Financeiro. Mesa para computador, cadeiras, armário, cesta de lixo. 01 01 15 15 Tesouraria Controles diários dos recursos financeiros Mesa para computador, cadeiras, computador, armário, cesta de lixo. 01 01 15 15 60 Sala Funcionários Local para descanso Mesa, poltronas, cadeiras, TV 16 01 32 32 ÁREA TOTAL = 221,00 m² SETOR CAPACITAÇÃO/ RECREAÇÃO Ambiente Descrição Mobília N° pessoas Qua nt. Área (m²) Área total (m²) Hall/acesso Local de acesso aos espaços do setor de capacitação Poltronas/cadeiras/sofás, bebedouro. - 1 20 20 Biblioteca/ videoteca Local destinado à pesquisa, leitura e escrita. Estantes com livros, mesas e cadeiras. 20 1 100 100 Laboratório Informática Ambiente destinado à acesso à internet, entre outros. Mesas para computador, cadeiras, projetor, quadro branco, guarda volumes. 16 1 50 50 Sala de aula Ambiente destinado a oficinas, entre outros. Mesas, cadeiras, quadro branco, projetor. 15 1 50 50 Sala de Ensino dos direitos trabalhistas aos imigrantes Ambiente destinado a ensino dos direitos trabalhistas e orientações com relação aos direitos dos imigrantes no Brasil. Mesas, cadeiras, quadro branco, projetor. 15 1 50 50 Sala de artesanato e costura Local destinado ao aprendizado e prática do artesanato e costura . Armários compartimentados e abertos para guarda de materiais, mesas, cadeiras, lavatório de mão. 15 1 50 50 Sala de construção civil Local destinado ao aprendizado e de habilidade da construção civil visto que é uma das formas de renda mais comum dos imigrantes. Armários compartimentados e abertos para guarda de materiais, mesas, cadeiras, lavatório de mão, quadro branco. 15 1 60 60 61 Sala multiuso Espaço dinâmico/ Flexível Projetor, mesa de apoio, cadeiras, palco móvel, cadeiras 20 1 80 80 Sanitários/Vestiári o feminino Área destinada à higienização pessoal para mulheres. 1 lavatório, 1 bacia sanitária e 1 chuveiro para cada 20 pessoas. Três lavatórios, três bacias sanitárias e três chuveiros/vestiários - 1 21 21 Sanitário/Vestiário masculino Área destinada à higienização pessoal para homens. 1 lavatório, 1 bacia sanitária e 1 chuveiro para cada 20 pessoas. Doze lavatórios, doze bacias sanitárias e doze chuveiros/vestiários; - 1 50 50 DML Local para guarda de materiais de limpeza. Armário, tanque, lixeiro. - 1 4 4 Depósito de equipamentos Local destinado à guarda de equipamentos úteis ao setor. Armários/estante e espaço livre para guarda de equipamentos maiores. - 1 10 10 Sanitários funcionários Local de uso exclusivo para os funcionários. Dois lavatórios, duas bacias sanitárias e dois vestiários por sexo. 02 02 20 40 Salão de jogos Local destinado a jogos que estimulem a participação social e coletividade. Mesas para realização de jogos diversos, estante para guarda de jogos. 16 01 40 40 Sala de desenho/pintura Local destinado à habilidade de desenho e pinturas. Mesas reguláveis específicas para desenho/pintura, quadro branco, cadeiras, estante, lavatório de mão. 10 01 30 30 Sala de música Local destinado à música. Cadeiras e espaço para guarda de equipamentos musicais. 16 01 70 70 Copa Local destinado à preparação de pequenos lanches. Geladeira/refrigerador, pia/lavadora de louça, microondas, filtro de água, mesa, cadeira. 01 10 10 62 Sala ecumênica Local destinado à espiritualidade. Cadeiras, mesa 20 01 80 80 Áreas de convívio externa Áreas de convívio abertas visando a integração dos imigrantes com a comunidade, e auxiliando na reinserção social. Bancos, Mesas, pequenas praças para socialização, pátios internos. ÁREA TOTAL = 815,00m² SETOR DE ROUPARIA Ambiente Descrição Mobília Nº pessoas Qua nt. Área (m²) Área total (m²) Recebimento/ separação Recebimento e separação de roupas e enxovais. Mesa , estante, balde e quadro de avisos. 01 01 10 10 Roupa suja Roupas e enxovais sujos. Carrinho para transporte de roupa. 01 01 5 5 Sala de costura Costura e reparo de roupas e enxovais. Mesa com máquina de costura, armário para guarda de linhas e materiais, cadeira. 01 01 10 10 Lavanderia/centrif ugação e secagem Lavagem, centrifugação e secagem de roupas e enxovais. lavadora de roupas, carrinho para transporte, centrifuga e secadora de roupas, armários e/ou estantes. 01 01 35 35 Passadeira Local reservado para passagem de tecidos. Mesa de passar roupa, carrinho para transporte, mesa de passar roupa e estante. 01 01 20 20 Roupa Limpa Armazenamento de roupas limpos. Armário, estante e bancada. 01 01 6 6 Distribuição Distribuição das roupas. Estante, bancada, escada degraus, mesa e cadeira, suporte de cestos. 01 01 10 10 DML Local para guarda de Armário, tanque, lixeiro. 01 01 5 5 63 materiais de limpeza. ÁREA TOTAL= 101, 00m² SETOR DE NUTRIÇÃO Ambiente Descrição Mobília Nº pessoas Qua nt. Área (m²) Á.tot al (m²) Hall/ Acesso Local de entrada de usuários ao refeitório Poltronas/cadeiras/sofás. 08 1 30 30 Sanitários adaptados Local de higienização para uso exclusivo de usuários. Cinco lavatórios, e cinco bacias sanitárias por sexo. - 2 21 42 Refeitório Local de realização de refeições para usuários e funcionários. Mesas e cadeiras. 250 (1 m² por comensal) 1 250 250 Sala nutricionista Local de trabalho da nutricionista. Mesa para computador, cadeira, armário/estante, cesta de lixo. 01 1 12 12 Recepção e Pré- higienização de alimentos Recepção e pré-higienização de alimentos antes do armazenamento ou utilização. Armários, bancadas, balança , cesto de lixo e cubas. 01 1 25 25 Câmaras- Frigorificas Armazenagem de alimentos em câmaras-frias. Congelamento e Refrigerador - 2 5 10 Despensa Armazenagem de alimentos. Armários e estante. - 1 10 10 Lavagem utensílios da cozinha Lavagem e armazenagem de utensílios utilizados na cozinha. Armários, bancadas, cesto de lixo e cubas. 01 1 12 12 Lavagem utensílios do refeitório Lavagem e armazenagem de utensílios utilizados no refeitório. Armários, bancadas, cesto de lixo e cubas. 01 1 10 10 64 Cocção/preparo/ Finalização Área destinada à preparação e finalização de refeições. Geladeiras/refrigeradores, coifas, bancadas, armários abertos, fritadeira, fogões a gás, chapa para grelhados, processador de alimento, liquidificador, aquecedor de água. 04 1 125 125 Lixo Lixo produzido
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