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Malária

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Malária
Malária  é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. No Brasil, três espécies estão associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae.
Agente Etiológico:
A malária, também conhecida como paludismo ou maleita, é uma parasitose causada por um protozoário do filo Apicomplexa, gênero Plasmodium. Apesar de as mais de cem espécies deste gênero, somente P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale infectam o homem, sendo as duas primeiras espécies as mais importantes.
P. falciparum é o mais patogênico, produz uma febre terçã (ciclo de 48 horas) maligna e causa a morte se não diagnosticado e tratado precocemente, principalmente em pessoas em sua primeira infecção. Por outro lado, P. vivax, que é o agente da febre terçã benigna, raramente produz infecções fatais, mas tem uma ampla distribuição mundial sendo a espécie mais prevalente na maioria das regiões malarígenas fora do continente africano. P. ovale é responsável por outra forma de febre terçã benigna, mas está restrito ao continente africano. P. malariae causa febre quartã (ciclo de 72 horas) e, apesar de ser encontrado no mundo todo, apresenta uma distribuição muito pontual.
Fonte: http://www.saude.sp.gov.br/sucen-superintendencia-de-controle-de-endemias/programas/malaria/doenca
Taxonomia
 • Reino: Protozoa 
• Filo:Apicomplexa 
• Classe: Sporozoea 
• Ordem: Hemosporidiida
 • Família: Plasmodiidae 
• Gêneros: Plasmodium 
• Espécie: P.falciparum, P.vivax, P.ovale e P.malariae
Fonte: http://www.profbio.com.br/aulas/parasito1_06.pdf
EPIDEMIOLOGIA (MELHORAR)
A malária está presente nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. O maior foco de transmissão é a África Sub-Sahariana onde ocorrem 90% dos casos no mundo. A malária é endêmica 53 países na África (incluindo 8 países ao sul), em 21 países nas Américas, 4 países na Europa e 14 na região leste do Mediterrâneo, e no sudeste Asiático. A cada ano ocorrem, ocorrem 300 a 500 milhões de casos, com cerca de 1 milhão de óbitos. Estes óbitos ocorrem na África, em áreas remotas com difícil acesso aos serviços de saúde. Dos 25 a 30 milhões de pessoas que viajam para áreas endêmicas, entre 10 a 30 mil contraem malária.
No Brasil, a área endêmica é conhecida como Amazônia Legal. Esta área é composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Fonte: http://www.cpqrr.fiocruz.br/informacao_em_saude/CICT/malaria/malaria.htm
Ciclo evolutivo 
Quando pica uma pessoa infectada, junto com o sangue a fêmea de Anopheles ingere gametócitos (formas geradoras de gametas). No tubo digestório do mosquito, os gametócitos diferenciam-se em gametas, que se unem, formando um zigoto. Por ser o local da reprodução sexuada do plasmódio, o mosquito é considerado seu hospedeiro definitivo. O zigoto invade a parede do tubo digestório do mosquito e converte-se em uma estrutura multinucleada denominada oocisto, que se divide em milhares de pequenas células alongadas, os esporozoítos. Estes migram para as glândulas salivares do mosquito e são por ele inoculados na corrente sanguínea de outra pessoa. Mosquitos que têm as glândulas salivares repletas de esporozoítos sugam menor volume sanguíneo do que os mosquitos não infectados; por isso, repetem várias vezes os ataques aos hospedeiros, o que aumenta a chance de transmissão.
O ciclo do parasita Plasmodium no corpo humano acontece da seguinte forma:
A picada da fêmea do mosquito Anopheles transmite, através da sua saliva, os Plasmondium para a corrente sanguínea da pessoa, na sua fase de Esporozoíto;
Os esporozoítos viajam ate o fígado, onde amadurecem e se multiplicam, por cerca de 15 dias, dando origem à forma de Merozoítos;
Os Merozoítos rompem as células do fígado e atingem a corrente sanguínea, passando a invadir os glóbulos vermelhos do sangue;
Dentro das células sanguíneas infectadas, que são chamadas de Esquizontes, os parasitas se multiplicam e rompem esta célula, e passam a invadir outras, em um ciclo que dura de 48 a 72 horas.
Dentro de cada esquizonte, o ciclo é variavel de acordo com a espécie do Plasmodium, sendo de 48 horas para as espécies P. falciparum, P. vivax, e P. ovalee de 72 h para P. malariae. Durante o período que os esquizontes são rompidos, os sintomas podem se acentuar, principalmente a febre e os calafrios.
Fonte: https://www.tuasaude.com/malaria/
https://planetabiologia.com/malaria-sintomas-tratamento-causa-prevencao-e-ciclo-de-vida/
Vetor
Os insetos responsáveis pela transmissão natural da malária pertencem à ordem Diptera. Todos são da família Culicidae, portanto mosquitos, do gênero Anopheles. 
Ao redor do mundo se reconhecem cerca de 430 espécies agrupadas nesse gênero. Aproximadamente 40 espécies podem ser consideradas competentes vetoras da malária, ou seja, demonstraram poder albergar alguma das quatro espécies de Plasmodium que causam a doença em humanos e completar seu ciclo extrínseco até a fase de esporozoito. 
Nem todas as espécies de Anopheles que têm afinidade com os plasmódios são capazes de transmiti-los ao homem. A chamada competência vetorial é apenas um dos fatores que concorrem positivamente para que haja transmissão, que deve estar associada a outros. A capacidade vetorial é o conjunto de características fisiológicas e comportamentais intraespecíficas que, associadas às condições ambientais, favorecem a transmissão natural da malária. Os fatores bióticos, químicos, físicos e metereológicos no ambiente são determinantes para que uma determinada espécie anofelina tenha importância na transmissão do plasmódio. 
No Brasil, classicamente, podemos considerar cinco espécies importantes do ponto de vista epidemiológico. São elas: Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi, Anopheles (Nys.) albitarsis lato senso, Anopheles (Nys.) aquasalis, Anopheles (Kertezsia) cruzii, Anopheles (Ker.) bellator. 
Todas essas espécies de mosquitos ocorrem naturalmente também no Estado de São Paulo.
Anopheles darlingi
É reconhecidamente a principal espécie transmissora da malária no Brasil e provavelmente em todo o continente Sul Americano. Devido a sua ampla dispersão e ao hábito antropofílico produz anualmente centenas de milhares de casos de malária, principalmente na região amazônica. 
Esta espécie cria-se muito bem em coleções hídricas estagnadas de maior volume, como lagoas, represas e valas com certo grau de sombreamento e água pouco turva, pobre em sais e matéria orgânica, com vegetação emergente e flutuante. 
Quanto ao hábito alimentar é predominantemente antropofílico e endofágico, ou seja, as fêmeas preferem sugar sangue humano dentro das habitações, o que favorece a transmissão. 
Anopheles darlingi é capaz de transmitir ao homem Plasmodium falciparum, P. vivax e P. malariae. 
Fonte: http://www.saude.sp.gov.br/sucen-superintendencia-de-controle-de-endemias/programas/malaria/vetores
Patogenia
• As manifestações clínicas e patológicas estão condicionadas ao ciclo eritrocítico assexuado. a • Destruição das hemácias e conseqüente liberação dos parasitos na circulação. 
• Liberação de metabólitos na circulação. 
• A passagem dos parasito pelo fígado não é patogênica e não determina sintomas
 • Desta forma o mecanismo patogênico da malária fundamenta-se nos seguintes fenômenos:: • Destruição dos eritrócitos parasitados; 
• Toxicidade resultante da liberação de citocinas; 
• Seqüestros dos eritrócitos parasitados na rede capilar – P. falciparum;
 • Lesão capilar por imunocomplexos – P. malariae
Destruição dos eritrócitos parasitados:
• Presente em todos os tipos de malária; 
• Desenvolvimento de ANEMIA 
• Em alguns casos a anemia não se relaciona com a parasitemia. Sua gênese pode estar ligado a outros fatores:
 •Destruição de eritrócitos não-parasitados pelo sistema imune; 
• Participação de auto-anticorpos com afinidades tanto para o parasito como para o eritrócito;• Disfunção da medula óssea estimulada por ação de citocinas
Toxicidade resultante da liberação de citocinas:
 • Seria uma ativação e mobilização de células imunocompetentes (monócitos e macrófagos); 
• Essas células são ativadas por produtos do parasito (hemozoína), essa ativação irão induzi-las a produzir tais citocinas endógenas; 
• As citocinas endógenas agem no parasitos, entretanto, pode provocar transtorno para o hospedeiro: Febre e Mal estar; 
• Citocinas: 
 Fator de necrose tumoral – TNF
 Interleucina – 1 (IL-1, IL-6 e IL-8)
• O TNF-α está elevada tanto na malária por P. vivax quanto a por P. falciparum; 
• O TNF-α está associado com o pior prognóstico da malária falciparum. 
• Acredita-se que esta citocina estimula, de forma direta, o endotélio; 
• Ela também estimula, de forma indireta, moléculas de citoaderência;
 • O estímulo no endotélio promove a saída de líquidos para o espaço tecidual de órgão nobres – Pulmão e Rins. 
• As citocinas também inibem a gliconeogênese -> Hipoglicemia. 
Seqüestros dos eritrócitos parasitados na rede capilar:
 • Ocorre na malária pelo P. falciparum; 
• O P. falciparum induz modificações na superfície da célula parasitada, que permitem a sua adesão à parede endotelial dos capilares;
 • Este fenômeno de aderência é mediado por proteínas dos parasitos expressas na superfície das hemácias infectadas e não infectadas;
• Esta citoaderência ocorre principalmente nas vênulas de órgão vitais: Cérebro, Coração, Fígado, Rins, gado, Rins, Intestino.
Lesão capilar por deposição de imunocomplexos:
 • Ocorre na malária pelo P. malariae; 
• A malária pode induzir a formação de imunocomplexos os mesmos podem ser depositados nos glomérulos e desenvolver quadros de glomerulonefrite;
 • Este quadro altera a permeabilidade dos capilares glomerulares, isto induz uma perda maciça de proteínas.
Fonte: https://cafarmafla.files.wordpress.com/2009/02/apost_parasito_farm8_plasm_07.pdf
Sintomatologia:
Os primeiros sintomas da malária costumam surgir entre 8 a 14 dias após a transmissão, podendo levar até 30 dias ou mais. Os sintomas mais comuns incluem:
Febre, que pode surgir e desaparecer em ciclos;
Suores e calafrios;
Dor de cabeça forte;
Náuseas e vômitos;
Dor muscular em todo o corpo;
Fraqueza e cansaço constante;
Pele e olho amarelados.
A maioria destes sintomas podem ser difíceis de identificar como sendo sinal de malária e, dessa forma, caso surjam é importante ir ao médico diagnosticar a doença e iniciar o tratamento adequado, especialmente se se estiver num local em que a malária é frequente, como na região Amazônica e África, por exemplo.
Além disso, estes sintomas podem aparecer em ciclos, isto é, manifestar-se a cada 48 horas ou 72 horas, dependendo da espécie de Plasmodium que está infectando o corpo. Isto acontece devido ao seu ciclo de vida, à medida que se desenvolvem, reproduzem e caem na corrente sanguínea.
A forma mais grave da malária acontece quando a infecção compromete o cérebro, causando dor de cabeça, rigidez de nuca, convulsões, sonolência e coma. Outras complicações incluem incluem anemia, redução das plaquetas, insuficiência renal e insuficiência respiratória.
Fonte: https://www.tuasaude.com/malaria/
Profilaxia
Combate ao vetor – Uso de inseticidas: DDT, Dieldrin, HCH, etc. 
• Combate as larvas – Uso de larvacidas: malation, fention e abate. 
• Saneamento básico 
• Medidas de proteção individual 
– Uso de mosquiteiros, repelentes e telas 
– Manter distância das áreas de risco ao anoitecer
Referência: http://www.profbio.com.br/aulas/parasito1_06.pdf
Diagnóstico laboratorial
O diagnóstico laboratorial específico de rotina é realizado mediante demonstração de parasitos, através do método da gota espessa ou esfregaço (sendo usado preferencialmente o método da gota espessa) ou testes imunocromatográficos (testes rápidos) em áreas de baixa endemicidade ou difícil acesso. Existem ainda os testes de imunodiagnóstico, como a imunofluorescência indireta (IFI), imunoabsorção enzimática (ELISA), aglutinação, precipitação e radiodiagnóstico, não sendo entretanto utilizados na prática diária. Dentre os métodos de imunodiagnóstico, o IFI e o ELISA são mais factíveis operacionalmente. Outro método desenvolvido é a captura de antígeno através anticorpos monoclonais que, apesar de baixo custo e fácil realização, é de auxílio apenas para malária por P. falciparum, não fornecendo resultados quantitativos, o que pode levar a resultados falsos positivos. 
Fonte: http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=482
Diagnostico Clínico 
O diagnóstico clínico é realizado na presença de sintomas sugestivos de malária, como febre alta, acompanhada de calafrios, sudorese profusa e cefaléia, em padrões cíclicos. Podem apresentar sinais prodrômicos, a exemplo de náuseas, vômitos, astenia, fadiga e anorexia. Outros sintomas característicos: anemia hipocrômica, com hematócrito elevado no início do período febril, esplenomegalia dolorosa, quadro clínico associado à história epidemiológica de residência ou procedência de área endêmica, e a resposta rápida ao uso de antimaláricos podem concluir o diagnóstico. 
Fonte: http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=482
Tratamento 
O tratamento da malária é feito com medicamentos antimaláricos, como Cloroquina, Primaquina, Artemeter e Lumefantrina ou Artesunato e Mefloquinta por exemplo, que atuam destruindo o Plasmodium  e impedindo a sua transmissão. 
Os medicamentos escolhidos, as doses e a duração são indicados pelo médico de  acordo com a idade, gravidade da doença e análise das condições de saúde. Crianças, bebês e grávidas precisam de um tratamento especial, com Quinina ou Clindamicina, sempre de acordo com as recomendações médicas e, geralmente, é indicado o internamento hospitalar.
Recomenda-se ainda:
Alimentar-se normalmente;
Não consumir bebidas alcoólicas;
Não parar o tratamento antes do conselho médico, mesmo se os sintomas desaparecem antes, pelo risco de recidiva e complicações da doença.
O tratamento da malária deve ser iniciado o mais rápido possível, pois pode evoluir de forma grave e, sem o adequado tratamento, pode levar à morte. 
Fonte: https://www.tuasaude.com/malaria/
Controle de Cura
As medidas de controle são baseadas no diagnóstico imediato e tratamento oportuno dos casos, aplicação de medidas anti-vetoriais seletivas, pronta detecção de epidemias para contê-las e reavaliação periódica da situação epidemiológica de malária As atividades antimaláricas devem estar adaptadas às condições epidemiológicas locais e seus objetivos devem ser tecnicamente viáveis e financeiramente sustentáveis. Antes de selecioná-los, é preciso avaliar a incidência e a prevalência da doença, a mortalidade e os grupos de risco locais. Sempre que possível, devem ser coletadas informações sobre os hábitos e reprodução das espécies prevalentes, sua densidade e infectividade, as condições ecológicas e sazonais, e a resposta do vetor e do parasito aos inseticidas e medicamentos, respectivamente. As ações de controle da malária consistem no controle vetorial, através do controle de larvas e de mosquitos adultos. O controle larvário pode ser realizado através do ordenamento do meio (drenagem, aterro, controle de vegetação), larvicidas químicos ou controle biológico. No controle dos vetores adultos, o programa de malária utiliza o controle químico (aplicação intradomiciliar de inseticida de efeito residual e pulverização espacial de inseticida). Atividades de saneamento ambiental poderão ser empregadas caso haja justificativa e indicação precisa, visando a eliminação de criadouros de anofelinos (drenagem, retificação de cursos d'água, pequenos aterros). Atividades de educação em saúde também são de importância para alcance do controle da endemia. 
Fonte: http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=482

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