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Universidade Federal do Espírito Santo Curso de Graduação em Fisioterapia Disciplina Terapias Manuais Roteiro de prática Drenagem Linfática Manual (DLM) Introdução Sistema linfático é uma via secundária de acesso por onde líquidos provenientes do interstício são devolvidos à circulação sanguínea (sangue venoso). Funções: * absorção e transporte de líquidos * defesa contra agentes invasores + produção de anticorpos - mecanismo imunológico Elementos básico: Linfa Capilares Pré-coletores Coletores Linfonodos (gânglios linfáticos) Canais linfáticos: ducto torácico e canal linfático direito Capilares linfáticos Início da circulação no interstício Formados por células endoteliais dispostas como redes fechadas, com livre comunicação e alta permeabilidade para passagem de água e moléculas Filamentos: fixação e proteção Válvulas: sobreposição das células endoteliais Não há válvulas no lúmen Pré-coletores Células revestidas por tecido conjuntivo Elementos elásticos: capacidade de alongamento e contratilidade Trajeto sinuoso Coletores Vasos de maior calibre (semelhante às grandes veias) que conduzem a linfa dos capilares linfáticos para a corrente sanguínea Mesma estrutura fundamental dos capilares linfáticos + elementos elásticos e musculares (Túnicas íntima, média, adventícia) → propriedades físicas de elasticidade e contratilidade Possuem válvulas unidirecionais dentro do lumen que impedem o refluxo Fazem pulsação e contratilidade Linfangion: segmento que está entre 2 válvulas (peristaltismo sequencial) Anastomoses linfo-linfáticas: interaxilares, axilo-inguinais, inguino-inguinais Linfonodos Funções: filtram a linfa, protegem o organismo contra toda e qualquer agressão (identificação de corpo estranho e defesa) Canais linfáticos * Canal linfático direito Localizado na fossa subclávia direita. Desemboca no ângulo das veias jugular interna D e subclávia D. Função: drenar a linfa do MSD + hemitórax D + porção D da cabeça/pescoço * Ducto torácico Localizado na fossa subclávia esquerda. Desemboca na junção jugular interna E e subclávia E Início: cisterna do quilo (3 troncos - intestinais, lombares e intercostais) linfa + esbranquiçada (gordura) Drena a linfa dos MMII + vísceras abdominais + hemitórax E + MSE + porção E da cabeça/pescoço Drenagem Linfática Manual Efeitos diretos - ↑ respostas imunes: produção e renovação das células de defesa - ↑ velocidade de filtração da linfa pelo linfonodo: ↑ fluxo linfático - ↑ filtração e absorção dos capilares sanguíneos: pressão exercida nos tecidos na fase de captação - ↑ qtde de linfa processada nos linfonodos: ↑ fluxo linfático (5x) - ↑ movimentos peristálticos - Relaxamento físico e mental Efeitos indiretos - ↑ quantidade de líquido excretado: retirada de líquidos congestionados nos tecidos e retorno a circulação → volemia → necessidade de filtração renal - Desintoxicação dos tecidos intersticiais: retirada líquido intersticial (pobre em nutrientes e rico em toxinas) - melhora nutrição tecidual: retira o excesso de líquido → ↑ permeabilidade tecidual → facilita as trocas - melhora oxigenação dos tecidos → ↓ edema → melhora aporte sanguíneo local - ↑ eliminação de ácido lático da mm. esquelética fadigada (↓ tempo de dor e tempo que o músculo fica sem atividades) - ↑ absorção de nutrientes pelo trato digestivo Indicações * Edemas e linfedemas * Fibro Edema Geloide * Pós-operatório de cirurgia plástica * Insuficiência venosa crônica (paliativo) * Outras afecções: obesidade, mastodínia (dor mamária), cicatrizes, dores musculares, entorses, sinusite, TPM, patologias dermatológicas, cefaléia, doenças reumatológicas Contra-indicações absolutas Tumores malignos Tuberculose Infecções agudas e reações alérgicas agudas Edemas sistêmicos de origem cardíaca ou renal Insuficiência renal Trombose venosa Contra-indicações relativas Hipertiroidismo (não manipular a área da tireóide) Insuficiência cardíaca descompensada Menstruação abundante (não manipular abdome) Asma e bronquite (evitar região do esterno) Flebite (esperar período de tratamento) Hipotensão arterial (aferir a PA durante a DLM) Afecções da pele Sentido do fluxo linfático Técnica 1) Estimulação dos linfonodos. Realiza-se uma pequena compressão e um estiramento tecidual no sentido proximal ou círculos estacionários. 1º - desembocadura do ducto torácico e do canal linfático direito (fossas supraclaviculares). Vodder: até 80x. Leduc: 20x 2º - Linfonodos regionais (cervicais, axilares ou inguinais) 2) Evacuação. Levar a linfa contida nos vasos para os linfonodos distantes ao edema - Pressões em bracelete (Leduc): usado em segmentos que podem ser envolvidos pelas mãos; realiza-se uma compressão, estiramento tecidual no sentido proximal e em seguida, relaxamento. No mínimo 5x em cada segment do membro. - Bombeamento (Vodder): - 1ª fase: punho em flexão palmar e polegar e indicador em contato com a pele → exercer força no sentido do fluxo linfático - 2ª fase: extensão do punho e toda palma entra em contato com o tecido - 3ª fase: pressão é retirada e o tecido retorna a sua posição inicial. 3) Captação. Linfa é levada do interstício para os capilares linfáticos. - Círculos estacionários: emprega-se uma pequena pressão (15-30 mmHg) até a metade do círculo, na metade seguinte a pressão é desfeita (contato dos dedos com a pele é mantido). 5 a 7 movimentos no mesmo local. - Manobras de reabsorção (Leduc) ou técnica de mobilização (Vodder): pressão da região ulnar da mão para a região radial.