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Regulamentação da Profissão

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Regulamentação da Profissão
Introdução
No Brasil a profissão de Corretor de imóveis é devidamente regulamentada por Lei (6.530, de 12 de maio de 1978). Isto significa que somente poderão exercer tal atividade, profissionais que atendam todas as exigências ali previstas e, mais ainda, ninguém pode se autodenominar Corretor de imóveis por vontade própria pois isto implicaria no chamado “exercício ilegal da profissão”, com todas as penalidades previstas em Lei.
Para ser Corretor de imóveis e utilizar de todas as prerrogativas, deve o profissional ter o título de “Técnico em Transações Imobiliárias -TTI” e estar devidamente cadastrado em um dos Conselhos Regional da região onde exercerá sua profissão; em cada Unidade da Federação deverá haver um Conselho Regional, mas a legislação e a regulamentação da profissão obedecerão uma regra única, a nacional. A Resolução Cofeci 695/2001 estabeleceu que também poderão exercer a atividade de Corretor de Imóveis aqueles que concluírem o curso de graduação em Ciências Imobiliárias ou Gestão de Negócios Imobiliários em instituições de ensino regulamentadas pelo MEC.
Atribuições legais do corretor de imóveis
O papel do Corretor de Imóveis no mercado brasileiro tem sido cada vez mais fundamental ao atender às necessidades de cidadãos que procuram um imóvel para alugar, vender ou comprar, bem como para as empresas que buscam um galpão, uma nova sede social, um terreno etc. Com o crescimento das cidades e com cada vez tempo ocupado com outras atividades, além do trabalho, muitas vezes “sobra” pouco tempo para alguém pesquisar o imóvel desejado.
Mas, na verdade, o que os clientes buscam essencialmente ao contratar um Corretor de Imóveis é obter um serviço de qualidade. É a confiança de que o serviço contratado trará bons resultados que faz com que os clientes procurem um Corretor de Imóveis diretamente, ou por intermédio de uma empresa Imobiliária. Se não houver essa credibilidade, o papel do Corretor perderá sua importância.
E qual é o papel do Corretor?
De acordo com a Lei 6.530/78 é de “exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária”. Estas atribuições são privativas do Corretor, ou seja, ninguém poderá realizá-las com regularidade se não estiver devidamente inscrito no Conselho Estadual. Essa inscrição pode ser realizada individualmente, mas também por empresas que tenham essas atribuições (as “Imobiliárias”), desde que tenham pelo menos um sócio gerente ou diretor na condição de Corretor de Imóveis e esteja individualmente inscrito.
Aspectos Contábeis
O controle da atividade de Corretor de Imóveis é exercido pelo Conselho Federal e pelos diferentes Conselhos Regionais que têm a obrigação de zelar pela bom exercício da profissão. A responsabilidade dos Conselhos é fundamental para que a profissão seja cada vez mais valorizada e deve estar antenada com as necessidades de mercado, atualizando suas normas internas, a tabela de corretagem e, quando necessário, aplicando as sanções de seu Código de Ética Profissional.
Dentre as diferentes atribuições do Conselho Federal destacamos a de estabelecer as normas de ética profissional: o Código de Ética deve ser criado pelo próprio Conselho Federal, com a participação dos Corretores, para que todos os atos, deveres e direitos possam estar regulamentados. A ética, em toda sociedade é fundamental e sem ela, como conduta profissional, o mercado estaria sujeito a práticas indevidas, incorretas e incoerentes com o bom profissional.
As práticas vedadas ao corretor de imóveis
Se o papel do Corretor de Imóveis é o de “exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária” (art, 3º da Lei 6.530/78), há também, como em qualquer outra profissão, algumas limitações: 
1. “Prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados”: o Corretor de Imóveis é o responsável pela boa execução do contrato ao qual foi designado (compra, venda, locação etc) e não deve, portanto, causar prejuízo a quem lhe confiou um mandato ou seus interesses, mesmo que tenha agido sem vontade de provocar o resultado negativo (o dolo é a prática intencional enquanto a culpa é o resultado provocado de forma não internacional).
2. “auxiliar, ou por qualquer meio facilitar, o exercício da profissão aos não inscritos”: o famoso “jeitinho brasileiro” que muitas vezes interfere na atividade profissional como é o caso aqui, de às vezes querer ajudar alguém que está sem o registro profissional; lembre-se que a profissão de Corretor de Imóveis não pode ser exercida pela simples vontade de uma pessoa, há regras que devem ser cumpridas.
3. “anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja autorizado através de documento escrito”: outra vez reforçamos a necessidade do contrato escrito, formal; sem ele, ninguém pode “anunciar” um imóvel.
 
4. “fazer anúncio ou impresso relativo à atividade de profissional sem mencionar o número de inscritos”: é a garantia de que há um profissional à frente do negócio, com o Creci devidamente identificado.
5. “anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o número de registro do loteamento ou da incorporação no Registro de Imóveis”: essa é mais uma garantia do consumidor, de ter acesso a todas as informações; a não indicação do número de registro significará punição para o profissional bem como infração ao Código do Consumidor.
6. “violar o sigilo profissional”: as informações que são repassadas pelas partes não deverão ser reveladas durante a mediação promovida pelo Corretor de Imóveis. É a confidencialidade que deve ser preservada.
7. “negar aos interessados prestação de contas ou recibo de quantias ou documentos que lhe tenham sido entregues a qualquer título”: o direito a livre informação está também previsto no Código Civil (Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio.).
8. “deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional”: lembre-se que todo Corretor de Imóveis deve estar inscrito em seu Conselho Regional; o não pagamento da anuidade implica e impossibilidade de exercer, legalmente, a profissão.
As sanções disciplinares
Como em todas as profissões regulamentadas, as sanções devem estar claramente estipuladas e devem ser de conhecimento do profissional quando se obtém seu registro. Para o profissional Corretor de Imóveis, há cinco sanções que podem ser aplicadas; segue sua apresentação, da mais branda a mais severa: 
Advertência verbal;
Censura;
 É bom destacar que a multa pode ser aplicada em qualquer uma das penalidades, da mais branda (a advertência verbal) à mais complexa (a exclusão do Conselho). Aqui em caso de reincidência, agrava-se a penalidade: a multa será aplicada em dobro.
Multa; 
No caso de “suspensão da inscrição” ficará automaticamente o Corretor de Imóveis impedido de praticar qualquer ato profissional, inclusive dar continuidade às intermediações já iniciadas; se insistir, ele poderá ser enquadrado na condição de “exercício ilegal da profissão”.
Suspensão da inscrição (máximo de noventa dias); 
Cancelamento da inscrição (e, portanto, apreensão da carteira profissional).
Leia o texto “O Código de Ética do Corretor de Imóveis”.
ATENÇÃO!
Aqui vale a máxima de que “cada caso é um caso” e caberá ao Conselho Regional estabelecer as penalidades em função de cada circunstância e seu resultado (falta “grave” ou “leve”), lembrando que a reincidência na mesma falta implicará em, automaticamente, seu agravamento (isto é, uma a nova pena será sempre maior).
Missão, visão e valores
De acordo com o Cofeci, temos as seguintes missão, visão e valores do profissional Corretor de Imóveis:
Missão: 
“Supervisionar a ética dos Corretores de Imóveis em todo o território nacional, cabendo-nos zelar e trabalhar pelo bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente, visando a defesada sociedade”
Visão: 
“buscar aprimoramento contínuo e inovando sempre”.
Valores: 
“ética, transparência, efetividade e competência”.

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