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Lâminas Filosofia Juridica.pdf

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2 – Objeto da Filosofia Jurídica:
2.1 – Segundo Miguel Reale:
Filosofia do Direito dividida em quatro partes:
a) ONTOGNOSEOLOGIA (Compreensão conceitual 
do Direito )
ONTO = ser 
GNOSE = conhecimento 
LOGIA = estudo
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 
JURÍDICA
1 - Filosofia do Direito (Filosofia Jurídica) é
parte da Filosofia : Ética, lógica, epistemologia,
antropologia...
b) EPISTEMOLOGIA (Lógica e ciência jurídicas).
EPISTEME = Ciência, conhecimento
LOGIA = ESTUDO
Exemplos:
- A espistemologia de justiça na Grécia Antiga
- A epistemologia de justiça no pensamento de Miguel
Reale
- A epistemologia do Direito no pensamento de Hans
Kelsen
c) DEONTOLOGIA (Valores éticos).
DEO = dever
ONTO = ser
LOGIA = ESTUDO
d) CULTUROLOGIA (História e eficácia jurídicas).
2.1 – Segundo Eduardo Bittar:
A filosofia do Direito é um saber crítico a respeito das
construções jurídicas (teoria do conhecimento,
epistemologia) erigidas pela Ciência do Direito e pela
própria práxis (ação) do Direito. Busca os fundamentos
do Direito (Deontologia, axiologia ), seja para cientificar-
se de sua natureza, seja para criticar o assento sobre o qual
se fundam as estruturas do raciocínio jurídico.
3 -Proposta da Filosofia do Direito:
Investigação que valoriza a abstração conceitual (
esforço intelectual, análise) servindo de reflexão crítica,
engajada e dialética (Tese, síntese e antítese) sobre as
construções jurídicas, sobre os discursos jurídicos,
sobre as práticas jurídicas, sobre os fatos e as normas
jurídicas.
REFLEXÃO DIALÉTICA (Diálogo e 
debate ): Tema do Aborto
TESE – Primeira afirmação:
O aborto é ilegal.
ANTÍTESE – Negação da afirmação
O aborto é legal
SÍNTESE – Resultado do debate
O aborto é permitido em alguns casos: Estupro e
Anencefalia
4 – Método
Investigativo: é no próprio caminho que reside a razão
primeira da filosofia.
- Especulação Filosófica: Volve da norma a seus
princípios, causas deficiências, utilidade social.
- Ciência Jurídica: Parte da norma para seus
resultados aplicativos e consequências.
5- Estrutura Tridimensional do Direito 
(segundo Reale)
5.1- Ponto de partida: Há várias acepções da palavra
Direito:
a) Faculdade do Direito Faculdade de Ciências Jurídicas.
Direito é um ramo do conhecimento humano
b) Ciência do Direito: Jurisprudências. Designação dada
pelos jurisconsultos romanos.
c) Direito significa tanto ordenamento jurídico (sistema de
normas) quanto regras jurídicas.
d) Direito no sentido axiológico: ideal de justiça. Relacionada
ao valor.
e) Sentido subjetivo: O proprietário tem direito de dispor
daquilo que é seu
5.2 - Uma análise dos diversos sentidos da palavra Direito
demonstra que eles correspondem a três aspectos básicos:
Aspecto normativo (O Direito como ordenamento e
sua respectiva ciência).
Aspecto fático (O Direito como fato, ou em sua
efetividade social e histórica).
Aspecto axiológico (O Direito com valor e Justiça).
5.2 Demonstração de Reale com 
relação a tridimensionalidade:
a) Onde haja um fenômeno jurídico, há um fato subjacente
(fato econômico, geográfico...), um valor (confere
determinada significação a esse fato) e uma regra ou
norma que relaciona o fato ao valor.
b) Fato, valor e norma não existem separados.
c) Esses fatores atuam como elos de um processo
5.2.1- Análise do esquema de uma norma ou regra jurídica de
conduta:
Se “F” (fato) é, deve ser “P” (prestação);
Se não for “P” (prestação), deverá ser “S (sanção)
5.2.2- Norma legal que prevê o pagamento de uma letra de
câmbio na data de seu vencimento, sob pena do protesto do
título.
Se há um débito cambiário (“F”), deve ser pago (“P”)
Se não for quitada a dívida (não “P”), deverá haver
uma sanção.
5.2.3- Explicação:
- A norma do Direito cambial representa uma disposição legal
que se baseia num fato de ordem econômica.
- Fato visa assegurar um valor – valor do crédito.
- Um fato econômico liga-se a um valor de garantias para
se expressar através de uma norma legal que atende às
relações que devem existir entre aqueles dois elementos.
4 –ARISTÓTELES: A JUSTIÇA 
COMO VIRTUDE 
1- O tema da justiça na teoria aristotélica 
situa-se no campo ético, da Ciência 
prática.
Campos das ciências: Produtiva, Teorética (ou 
contemplativa) e Prática
2- Concepção antropológica (concepção de 
homem) de Aristóteles:
- O homem é por natureza um ser gregário – Se 
realiza em plena sociedade
-Animal político por natureza: zoon politikon. 
- Ser político – Decide os rumos da polis
- Ser racional – Exerce sua racionalidade no convívio 
político
3-Virtude para Aristóteles
-É uma aptidão ética humana que apela para a 
razão prática. 
- É o justo meio. A virtude está no equilíbrio.
Capacidade do homem conhecer e colocar em 
prática o seu conhecimento. 
Logo, a justiça é uma pratica humana que 
discerne o bom e o mau, o justo e o injusto, 
colocando-o em prática.
4- Justiça como virtude.
4.1-Ponderação entre dois extremos:
-da injustiça por excesso
- da injustiça por carência.
Meio justo: equilíbrio reside no fato de um não invadir o 
campo que é devido ao outro, não ficando com algo para 
mais ou para menos.
4.2 - Adquire-se a virtude pelo hábito, reiteração das 
ações em determinado sentido, com conhecimento de causa 
e com o acréscimo da vontade deliberada.
5 – O justo total.
5.1 - Consiste na virtude de observância da lei, no 
respeito àquilo que é legítimo, e que vige para o Bem 
da comunidade. 
5.2- O justo total é a observância do que é regra 
social de caráter vinculativo. O hábito humano de 
conformar as ações ao conteúdo da lei.
5.3 – É a realização da justiça nesta acepção (justiça 
total); justiça e legalidade são uma e a mesma 
coisa, nesta acepção do termo. 
8- Distinção entre o homem justo e o homem virtuoso.
O homem é justo ao agir na legalidade, 
O homem virtuoso quando, por disposição de 
caráter, orienta-se segundo esses mesmos vetores 
(legalidade), mesmo sem a necessária presença da 
lei ou conhecimento da mesma. 
O homem é virtuoso ao agir corretamente sem 
depender da lei.
6- Justo particular 
Justiça: se aplica o princípio de igualdade
Há duas espécies de justiça:
- Justo particular distributivo: 
- Justo particular corretivo
6.1 - Justo particular distributivo: 
( Justiça distributiva)
- Conferir a cada um o seu.
- Proporcionar a cada qual aquilo que lhe é devido
dentro de uma razão de proporcionalidade
participativa, pela sociedade, evitando-se, a
qualquer um dos extremos que representa o
excesso e a falta.
- Perfaz-se em uma relação tipo público-privado.
- Situação de subordinação: uma atribuição a
membros da comunidade de bens pecuniários
(dinheiro), de honras, de cargos, assim como
deveres, responsabilidades, impostos.
a) Tem critério de subjetividade: estimação dos 
sujeitos analisados.
O princípio de igualdade exige neste ponto uma 
desigualdade de tratamento, pois diferente os 
méritos, diferentes devem ser os prêmios. 
b) O que seria injustiça: quando pessoas 
desiguais recebem a mesma quantia de encargos e 
benefícios e quando pessoas iguais recebem 
quantias desiguais de benefícios e encargos
Exemplo: Não se pode tributar a renda da 
mesma forma para aquele que pouco ganha em 
relação àquele que muito ganha, é tudo na medida 
do ganho de cada qual.
6.2- O que é o Justo particular corretivo?
a) É aplicada Situação de coordenação: iguais entre 
iguais – particulares entre Particulares.
b) Não são (medidos) considerados os méritos diferentes. 
Mede-se impessoalmente o benefício e o prejuízoque 
as partes os sujeitos podem experimentar. 
c) Critério de igualdade perfeita e absoluta: 
reestabelcer o equilíbrio rompido entre as 
partes: igualdade aritmética: permite a 
ponderação entre a perda e os ganhos.
d) Não se observa o mérito dos indivíduos, a 
condição dos mesmos.
6.2.1 - Dois âmbitos diversos: 
Relações estabelecidas 
a) Justo comutativo: voluntariamente (vontade dos 
interessados):
Correção aplicável às transações do tipo compra e 
venda, da locação, de empréstimo, contratos onde 
prevalece a liberdade de vinculação e de estipulação. 
b) Justiça reparativa (judicial) – Justiça é a
reparação de uma desigualdade involuntária
entre uma das partes. O sujeito ativo de uma
injustiça recebe o respectivo sancionamento por
ter agido com causador de um dano provocado
a outro. Causa de furto, adultério, evenenamento,
falso testemunho.
7- Justo doméstico: Justiça para a mulher, 
para o filho e para com os escravos, para 
aqueles que não participam das decisões da 
polis.
8- justo político:
(dessa não participam os filhos, as mulheres, e os 
escravo – são atingidos obliquamente)
8.1 - justo legal: 
a) Parte das prescrições vigentes entre cidadão de determinada 
polis surgida no nómos.
b) Conjunto de disposições vigentes na polis. Vontade do legislador.
- Possui força na convenção. Tem caráter particular.
Em princípio, tanto podia ser cumprido de uma maneira 
com de outra, mas que, depois de ter sido assumido por lei, 
já não é indiferente, mas obrigatório.
8.2 - Justo natural: 
a) parte que encontra sua fundamentação não na 
vontade humana preceituada, mas na própria 
natureza.
b) não depende : de qualquer decisão, de qualquer 
ato de positividade, de qualquer opinião ou 
conceito. - Tem caráter universal.
c) é aquilo que é válido sempre e em toda 
parte, intrinsecamente, independente da 
vontade humana. 
9 - Qual a relação entre equidade e justiça?
- Trata-se de uma excelência ainda maior daquela já contida
no conceito do que é bom.
- Correção das regras da lei.
As leis prescrevem conteúdos de modo genérico,
indistintamente, dirigindo-se a todos sem diferenciar,
portanto, possíveis nuances e variações concretas, fáticas,
fenomênicas de modo que surgem casos para os quais, se
aplicam a lei em sua generalidade, neste caso a injustiça
poderá ser causada por meio do próprio justo legal.
- É nesta situação que ocorre a equidade para solucionar os
problemas da lei.
3 – PLATÃO (427-347 ªC): IDEALISMO, 
VIRTUDE E TRANSCENDÊNCIA ÉTICA
Idealismo – Ideal inalcançável
Transcendência (do latim “transcendere” = ir
além)
• Decepção com a polis. Distancia-se da política e
do seio das atividades prático-política.
• Sócrates ensinava nas ruas, Platão, passou a
ensinar na academia. – Inicia-se um processo
acadêmico.
3.1 - Sistema platônico:
• Diferente de Sócrates, não decorre de uma
vivência da realidade mundana, da vida da polis,
nem da ação política, mas é decorrente de uma
reflexão filosófica e de pressupostos
transcendentais.
• Diferença entre o mundo sensível (sentidos) e
o mundo inteligível (ideias) que é acessível
através da razão.
- Preexistência da alma.
3.1.1 – Virtude e vício – Mesmo pressuposto
socrático
•Virtude: Fruto do conhecimento.
•Afastar-se do que é tipicamente valorizado pelos homens e
procurar o que é valorizado pelos deuses.
• Boa será a conduta que se afinizar com os ditames da
razão.
•Vício: Fruto da ignorância. Leva às paixões e à
infelicidade.
3.2 – Pressuposto transcendental (além da natureza)
3.2.1- Idealismo ético:
- A idéia do Bem Supremo (governa os homens).
A ideia de Bem supremo está na especulação humana,
mas jamais das realizações humanas.
A idéia de Bem Supremo (que governa os homens)
- Não pode ser atingida pelo homem
- Nem realizada concretamente.
Mito do Er:
Er, Guerreiro originário da Panfília (Ásia Menor)
Morto em uma batalha. Foi velado por 12 dias. No 12º
dia, recobrou a vida e
contou o que havia acontecido no Hades (além vida). Lugar
maravilhoso.
Desse lugar se avistavam quatro buracos: dois no solo
dois no céu.
Os juízes que ali estavam recomendavam os justos para
a direita: céu
Os injustos para esquerda, para baixo.
Recomendaram que Er voltasse ao mundo e servisse de
testemunho.
As almas injustas pagavam para cada injustiça cometida,
dez vezes mais. Para cada boa ação a recompensa é duplicada.
Pessoas mergulham no rio “Amelete” (esquecimento).
A alma reencarna.
3.2.2 - Ética, Justiça, Metafísica (meta=além/ 
física=natureza)
- Admissão de uma realidade para além da
realidade humana : “o além vida”.
- Há uma justiça divina para além daquela
conhecida e praticada pelos homens.
- A conduta ética e seu regramento
possuem raízes no além vida.
3.3 – Ética, alma e ordem política.
-Tripartição da alma:
Racional – razão – (cabeça)
Irascível – ódio – (peito)
Apetitosa – Concupiscência - (baixo ventre)
3.4- Relação entre a Tripartição da alma e a estrutura
do Estado:
A alma tripartite do homem é utilizada para
explicar a estrutura do Estado. A razão deve
imperar sobre a paixão.
Ordem política platônica: necessidade para a
realização da política. Nesta ordem uns obedecem
e outros ordenam.
Estado Ideal. Três classes se dividem em três
atividades. Uma classe não pode interferir na
outra.
Alma racional (logística): está relacionada à
cabeça. figura do Filósofo que contemplou a
verdade.
- Responde pela política -
Alma Irascível: está relacionada ao peito, é
representada pela figura do cavaleiro (ódio,
rancor, inveja).
- Responde pela Defesa -
Alma apetitiva: está relacionada ao baixo ventre:
é representada pela figura do artesão (sexo,
gula).
- Responde pela Economia -
3.5- Estado ideal:
• É um meio para a realização da justiça.
• Esse Estado não existe na terra, e sim no além como
modelo (idéia).
Constituição (Politéia) é apenas instrumento da justiça, pois
estabelece uma ordem jurídica.
O Estado ideal não é democrático (poder do povo), mas
(teocracia), deve ser liderado por um único, o filósofo, o
sábio, aquele que contemplou a verdade. Poder e filosofia
(platônica) se aliam.
1 – Testemunho ético: 
• Sua vivência foi sua obra.
• Praças públicas (ágora) e na cidade (polis).
• Método: Maiêutico (parturição das idéias):
ironia e diálogo.
2- Divisor de águas:
• Campo de especulação: - Natureza humana e
suas aplicações éticos sociais.
• Oponente: à cosmovisão e ao sofismo.
3 – Ética Socrática:
Ética do indivíduo
Ética do Coletivo
3.1 Ética do indivíduo
• Surge do convívio, da moralidade, dos hábitos.
• Modo de vida socrático assemelha-se a filosofia
socrática.
• Conhecimento - leva o homem à pratica da
virtude e do bem.
-Conhecimento de si mesmo, leva ao
conhecimento do mundo.
- Conhecer me leva ao controle da paixão.
e controlar a paixão traz Felicidade.
• Ignorância me leva o homem ao vício e às
paixões: Infelicidade.
3.2 - Ética do Coletivo:
• A ética do respeito às leis.
• Há um primado da ética do coletivo sobre a ética
individual.
• O homem enquanto integrado ao modo político
de vida, deve zelar pelo respeito absoluto às leis
comum a todos, às normas políticas.
3.3 – Impasse: Ética do indivíduo X ética
do coletivo.
• A lei interna - lei moral por excelência
poderia julgar acerca da justiça ou
injustiça de uma lei positiva, mas com
base no juízo moral, não se podem
desobedecer as leis positivas.
• Sócrates tinha consciência de que o nómos (lei) é
fruto do artifício humano, e não da natureza
(physys). E mesmo assim ensina a obediência
irrestrita. Pois, a desobediência à lei leva à
barbárie.• Sócrates vislumbra nas leis um conjunto de
preceitos de obediência incontornável, não obstante
podem estas serem justas ou injustas.
Qual a diferença entre a concepção de justiça
de Sócrates e a concepção de justiça dos
Sofistas?
4- Paradoxo da condenação de Sócrates:
• Julgamento de Sócrates. Julgamento injusto:
acusado de corromper a juventude e cultuar novos
deuses. Condenado a tomar cicuta.
•Um Homem justo é condenado injustamente.
•Ensinou a obediência à lei, e para não se
contradizer, obedeceu à lei que o condenou à
morte.
5- Conclusão:
a) A verdade, a virtude e a justiça devem ser
buscadas com vista a um fim maior, o bem
viver após morte. Filosofar é preparar-se para a
morte.
b) A lei natural que encontra guarida no
interior de cada ser, lei moral por excelência,
poderia julgar acerca da justiça ou da injustiça
de uma lei positiva, e a respeito disso opinar,
mas esse juízo não poderia ultrapassar os
limites da crítica, a ponto de lesar a legislação
pelo descumprimento.
•Teleologia (Thelos – finalidade) :
Erradicar a ignorância por meio da
educação – tarefa do filósofo.
Intelectual e Moral
Os Sofistas (Sec. V - IV a.C):
“Discurso e relativismo da
justiça.”
Obs.:O sufixo ismo modifica o radical
da palavra. Significa exagero.
Sofistas: 
Conjunto de pensadores, não formam
uma escola. O que há de comum entre
os sofistas é o fato de ensinarem a
retórica e de apontarem para uma
unidade entre os conceitos de
justiça e legalidade.
1.1 - Os sofistas foram radicais opositores da
tradição. Questionavam as definições absolutas,
conceitos fixos e eternos e as tradições
inabaláveis.
1.2 - Defendiam: o relativo, o provável, o
instável, o convencional.
Relativo (ou acidental) X Absoluto (Ou
necessário)
1– Ensinamento dos Sofistas:
1.3 - Relatividade aplicada à lei:
a) Uma lei que existe , poderia não ter
existido.
b) Uma lei que é adotada em um país,
não é adotado em outro.
1.4- Nada do que se pode dizer absoluto é
aceito pelos sofistas.
2.1- Protágoras –491- a.C (os mestres):
Foi o fundador do “relativismo” ocidental,
que ele expressou na célebre fórmula: “O
homem é a medida de todas as coisas.”
Não há critério absoluto para julgar o bem
e o mal, o verdadeiro e o falso. “Cada homem
julga conforme o próprio modo de ver as
coisas”.
Homem = indivíduo
Por que não há critério absoluto?
2– Relatividade da justiça:
A posição de Protágoras desencadeou
uma reflexão acerca do justo e do
injusto, a relativização da justiça.
2.2 – Segundo os Sofistas, deliberar sobre
qual será o conteúdo das leis é atividade
preponderantemente humana, e nisso
não há nenhuma intervenção da natureza,
como admitido pela tradição literária e
filosófica grega.
- Tradição literária grega:
A Lei natural é fundamento da lei positiva.
Ou a Lei positiva é derivada da lei natural
- Sofistas: A lei é artifício humano
2.3 -Justificativa sofística para a relatividade
da lei:
A natureza (physis) faria com que as leis
fossem iguais em todas as partes. Ao
contrário, o que se vê é que os homens de
culturas diferentes vivem legislações e valores
jurídicos diferentes, na medida em que
encontra em seu poder definir o que é justo e
o que é injusto.
2.4 – Lógica da relatividade dos sofistas:
a) O que é bom para “A” pode ser não se
bom para “B”. o que é bom para “A” em
certas circunstâncias, pode ser mau para ele
em outras.
c) Está nas mãos dos homens definirem o que
é justo e o que é injusto.
3.1 - A noção de justiça é relativizada na
medida em que seu conceito é igualado ao
conceito de lei.
3 – A noção de justiça
3.2 - O que é justo senão o que está na
lei? A lei é relativa. Se ela desaparece
com o tempo, se é modificada ou
substituída por outra superior. Então,
com ela, se encaminha também a
justiça. Em outras palavras, a mesma
inconstância da legalidade (o que é lei
hoje, poderá não ser amanhã) passa a
ser aplicada à justiça (o que é justo
hoje poderá não ser amanhã).
4.1 -Trasímaco (sofista político) –
últimas décadas do séc. V a.C -
Sustentou que as leis eram apenas
expressões dos mais fortes. A justiça é
decidida por aquele tiver força
suficiente para impingi-la (impor). A
justiça é vantagem para aquele que
domina e não para quem é dominado.
4- Outras correntes Sofistas:
4.2- Cálices - últimas décadas do 
séc. V a.C - (Sofista Político): 
As leis eram mera habilidade dos
fracos para embaraçarem o melhor
direito dos fortes, único legítimo.
Conclusão: 
Nem as deusas da justiça (Thémis e
Diké), nem a natureza dão origem às leis
humanas, mas somente os homens
podem fazer regras para o convívio
social; as leis são atos humanos e
racionais que se forjam no seio das
necessidades sociais.
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA - UNIVERSO 
DISCIPLINA: FILOSOFIA JURÍDICA 
Professor Augusto 
 
Amizade Olímpica 
 
Séculos antes de o imperador Teodosio I, o grande, proibir a olimpíada, no ano de 391, instigado por um 
bispo obtuso que via nos jogos uma manifestação pagã, existiu um atleta chamado Asiarques que corria 
como uma lebre e participava, em siracusa, de uma fracassada conspiração contra o tirano Dionísio, o 
velho- o mesmo que freqüentou as aulas de filosofia de Platão e depois o prendeu na gruta na qual nasceu 
o mito da caverna. A condenação a morte de Asiarques foi promulgada no momento em que recebeu a 
convocação para participar dos jogos olímpicos. O réu implorou que a sentença fosse adiada até retornar de 
olímpia coroado por ramos de oliveira. E, como garantia de sua promessa, deixaria em seu lugar um amigo 
que seria executado caso ele não voltasse. O tirano, perplexo disse que um amigo como aquele não 
existia no mundo. Asiarques garantiu que sim e se chamava Pitias. Dionísio aceitou a proposta, pois 
jamais poderia acreditar numa amizade como aquela, embora soubesse que Asiarques regressasse 
vitorioso, seria politicamente difícil decapita-lo. Pitias era um daqueles que bem aproveitara as aulas de 
Platão em Siracusa e, imbuído de virtudes morais, aceitou vincular o seu destino ao do amigo. 
Apresentou-se aos juizes para ocupar na prisão o lugar de Asiarques. Entre a população da cidade acirrou-
se o debate: uns consideravam loucura Pitias confiar assim na promessa de um amigo; outros viam em sua 
atitude moral uma façanha superior a obter vitória na olimpíada. Pitias foi recolhido a caverna 
conhecida como orelha de Dionísio, por ter sua abertura recortada como um imenso ouvido- a mesma em 
que Platão padeceu antes de ser expulso de Siracusa- enquanto Asiarques embarcou rumo ao Peloponeso 
para participar dos jogos, que duravam sete dias. A cidade continuou dividida: uns opinavam que Asiarques 
ficaria foragido em olímpia, escondido no bosque de Altis, outros confiavam que o atleta não frustaria a 
confiança do amigo. Contada a travessia do mar jônico, três semanas depois Asiarques retornou, no mesmo 
dia em que expirava a sentença, mas sem a cabeça coroada. Enquanto metade da cidade no porto para 
receber os atletas, a outra metade se apertava em frente ao templo de minerva, onde fora erguido o 
patíbulo. Os verdugos já tinham trazido Pitias, que aguardava sereno, confiante de que seu amigo não o 
trairia. Asiarques foi o primeiro a desembarcar. Saiu correndo pelas ruas que separavam o porto do templo 
e chegou à praça no exato momento em que prazo expirava. Pitias olhou para o amigo com um sorriso. A 
extraordinária manifestação de amizade comoveu todos os habitantes de Siracusa, que travaram nova 
discussão: quem havia dado maior prova de amizade, Pitias, ao pôr em risco a vida em troca de nada, ou 
Asiarques, ao retornar para impedir a morte do amigo? O atleta foi aclamado como se a sua disposição de 
abraçar a morte superasse a todasas glorias dos jogos olímpicos. Dionísio deixou seu trono diante do 
patíbulo e pousou na cabeça de Asiarques a coroa de ramos de oliveira. Exaltou seu exemplo com versos 
que Pindaro cunhara para os campeões olímpicos e, em seguida mandou soltar Pitias e fez sinal para que o 
réu fosse executado. Depois promoveu-lhe um enterro com todas as honras fúnebres. Aristotoles, na Ética a 
Nicômaco, frisa que a amizade é o maior de todos os bens e que o verdadeiro amigo é aquele que se sente 
mais feliz em agradar o amigo do que ser agradado. E conclui: “ sem amigo ninguém pode viver, ainda que 
possuísse todos os bens”(livro VIII,5) 
Frei Betto

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