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Reformas Urbanas do Século XIX

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Reformas Urbanas do Século XIX 
Notas de Aula 
Prof. Carol Menzl 
TH5 - UCB 
REFORMAS URBANAS SÉCULO XIX 
PARIS 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• Após as revoluções socialistas de 1848, voltam ao poder 
direitas autoritárias e populares: Napoleão III na França, 
Bismark na Alemanha e os “tories” na Inglaterra, que 
consideram necessário o controle direto sobre a vida econômica 
e social e tem preocupações com relação a possíveis revoluções 
(Leonardo Benévolo). 
• Urbanismo  instrumento 
de poder, em especial na 
França, com os “grands 
travaux” de Paris. 
• Além disso, a cidade 
encontra-se inchada com 
o crescimento de Paris, que, 
desde a revolução, havia 
passado de meio milhão a 
um milhão de habitantes. 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• Napoleão III (1808 – 1873)  
Primeiro presidente eleito por voto 
universal (masculino) em 1848 
• Quando preso escreveu (1844) “A 
Extinção do Pauperismo” doutrina 
social que o tornou popular e 
ajudou na sua eleição 
• Em 1846 fugiu da prisão e se 
refugiou em Londres 
• Admirador da modernidade 
britânica 
• Londres  se encanta com os 
avanços que a capital britânica 
fizera no sentido de limitar os 
efeitos das epidemias 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• Golpe (1851)  fim da Segunda República e restauração do 
império  início autoritário  Império Liberal (1859) 
• Dezembro/1851  enfrenta reação armada da esquerda e 
dos operários contra o golpe de estado que restaurou o império 
• Responsável por um considerável desenvolvimento industrial, 
econômico e financeiro no país e pela reforma urbana de Paris 
(Haussmann) 
•Fatores determinantes para promover as reformas  Evitar 
que novos levantes revolucionários tivessem sucesso e 
epidemias recorrentes 
•Entre 1827 e 1849 foram levantadas barricadas na cidade por 
oito vezes 
 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• Segunda epidemia de cólera (em 1832  20 mil vítimas) na 
sequência das desordens da Revolução de 1848  19 mil 
vítimas 
• Paris medieval  poucas mudanças até meados do século 
XIX 
• Miolo da cidade  casas amontoadas, ruas estreitas e vielas 
lúgubres, higiene falha, ar puro inexistente e luz do sol 
insuficiente 
• Centro super povoado da Vieux Paris  Pobreza 
• Monturo mal-cheiroso  lixo e esgoto nas ruas  ameaça 
permanente à saúde dos habitantes 
• Surgimento e expansão de doenças  abrigo ao tifo e ao 
tétano 
 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• Gustave Doré (1832-1888)  desenhista e o mais produtivo 
e ilustrador francês de livros de meados do século XIX 
• Estudos notáveis sobre as áreas pobres de Londres, 1869-
1872 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• BARÃO HAUSSMANN (1809 – 1891) 
 Administrador de Paris  1853/1869 
• Remodelou e criou diversos parques, 
construiu vários edifícios públicos, abriu 
extensos boulevares, melhorou o sistema 
de distribuição de água e criou a grande 
rede de esgotos. 
• Preocupações higienistas e de 
embelezamento da cidade. 
• Substituição das pequenas ruas 
visava não apenas a melhoria dos 
quesitos sanitários, mas ainda a 
possibilidade de dificultar futuras 
revoluções que pudessem começar 
em becos e pequenos nichos estreitos 
da cidade. 
« Paris embellie, Paris agrandie, 
Paris assainie » 
• Embelezamento da cidade 
 imponência 
• Controlar/impedir 
barricadas, insurreições e 
combates populares 
• Substituição de ruas 
sinuosas por avenidas e 
boulevares 
• Demolição das ruas e 
construções antigas para 
uma nova organização 
geométrica de casas e 
comércios idênticos. 
• Expulsão de antigos 
moradores centrais da 
classe trabalhadora para a 
periferia 
 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• A criação dos Grands Boulevards cria relações 
coerentes entre os pontos mais importantes da 
vida. 
• As vias concêntricas articulam eixos viários, 
estações ferroviárias, etc, garantindo melhor 
eficiência do trânsito. 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• Brigadas de operários treinados em demolição, com muita 
pólvora à disposição e coragem para fazer as incontáveis 
desapropriações  poder do imperador às suas costas 
• Antigo casario foi posto abaixo e, em seu lugar, surgiram os 
amplos bulevares todos com novas construções padronizadas 
• Serviços de esgoto, gás encanado e abastecimento de água 
tratada  600 quilômetros de aquedutos 
• Substituição de 120 mil habitações por outras 320 mil 
modernas em 300 quilômetros de novas vias construídas nos 
vinte anos seguintes 
• Nova legislação urbana  alinhamento das ruas, altura padrão 
de andares e prédios (6 pav. máx), materiais  
desapropriações 
• Abriu espaços para parques públicos  Bois de Boulonne e de 
Vencenes e Parques Monceau e Montsouris 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
• Trens vindos do interior passam 
a desembarcar dentro da cidade 
 Gare de Lyon, Gare du Nord, 
erguidas entre 1855 e 1865. 
• Grandeza romana somada a 
uma paixão renascentista e 
barroca pela perspectiva e pela 
proporção. 
• Traçado de longas e largas 
avenidas  monumentalidade. 
• Partiam da Étoile, adornadas 
 por amplas calçadas. 
• Espetacular Champs Elisées 
  talvez a avenida mais famosa 
do mundo. 
REFORMA URBANA DE PARIS (1853) 
Charles Garnier (1825-1898) 
Opera House, Paris 1862 
CONSTRUÇÃO DE NOVOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS 
Gabriel Davioud 
Teatro de la ville / Teatro du Chatêlet 
1860-1862 
Gare de Lyon 
Construída em 1900 
(Exposição Universal) 
Gare du Nord 
(1861-1865) 
(Estrutura em ferro - Inglaterra) 
DEFINIÇÃO DE UMA 
LINGUAGEM HOMOGÊNEA 
PARA OS NOVOS BOULEVARDS 
 
 
 
 
Charles Garnier (1825-1898) 
Opera House, Paris 1862 
CONSTRUÇÃO DE NOVOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS 
Edifício de apartamentos 
• Comum apenas nas 
metrópoles, 
especialmente Paris 
• Andar nobre é o 
primeiro: fácil 
acesso, pé-direito 
alto 
• Sótãos habitáveis 
• Comércio no térreo, 
sobreloja acima 
 
DEFINIÇÃO DE UMA 
LINGUAGEM 
HOMOGÊNEA PARA OS 
NOVOS BOULEVARDS 
 
 
 
 
LEGADO DE HAUSSMANN 
• Melhoria da qualidade de vida de Paris  fim das epidemias, 
melhor circulação viária, melhor qualidade e funcionalidade das 
novas construções 
• Deixou uma marca na história urbana de Paris  influência 
nas reformas urbanas em várias cidades no mundo  críticas 
• Fim do purismo Haussmanniano  1882/1884  legislação 
urbana quebrou a uniformidade clássica das ruas, permitindo 
maior flexibilidade nas fachadas, telhados, escadas, etc 
• “Pós-Haussmann” rejeição à austeridade da arquitetura da 
era napoleônica, mas sem crítica consistente ao planejamento 
urbano 
• Período pós-guerra  nova era do urbanismo de Paris  
rejeição às idéias de Haussmann  fachadas contínuas (rua 
corredor), limitação de altura 
• Ruas para automóveis e espaços separados entre edifícios 
para pedestres, etc.  Le Corbusier 
MADRID 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• ARTURO SORIA Y MATA, ENGENHEIRO E URBANISTA 
ESPANHOL (1844 - 1920). 
• “A forma da cidade é, ou deveria ser, derivada das 
necessidades de locomoção (...) as necessidades de locomoção 
só podem ser alcançadas por uma linha férrea, seja ela uma 
linha de trem ou bonde.” 
• “A forma da cidade será perfeita quando a soma do tempo 
empregado para ir de uma casa para outra for mínima, como é 
na cidade linear.” 
• “(...) tirando o auto-interesse, e desinteressadamente, vocês 
deveriam propagar as ‘cidades lineares’ como a mais perfeita 
expressão da arquitetura da cidade racional.” 
TrechosRelatório da Compañía Madrileña de Urbanización, 1913. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Arturo Soria é reconhecido como o 
inventor do moderno planejamento linear. 
• Década de 1880’s  elaborou sua teoria 
numa série de artigos no jornal El Progreso 
• Década de 1890’s  administrou o projeto 
 piloto da Ciudad Lineal de Madrid. 
• Anúncio da Ciudad Lineal (1892)  livreto 
 Ferrocarril-Tranvía de Circunvalación de 
Madrid  lançamento de ações da Compañía 
Madrileña de Urbanización à frente do plano 
• A construção se iniciou em 1894, mas sua urbanização foi 
limitada, pois suas fases posteriores nunca foram 
implementadas 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Soria y Mata publicou por 35 anos o periódico La Ciudad Lineal 
até o início da Guerra Civil Espanhola. 
• O periódico defendia as vantagens sociais e práticas da cidade 
linear  a cidade moderna do futuro. 
• Distribuição igualitária de solo para os diversos usos, onde 
uma rua sem fim - e a larga ocupação do solo nas suas margens 
– se extenderia continuamente ligando as cidades numa vasta 
rede. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• O MODELO DA CIDADE LINEAR (Programa de 1892) 
• Uma única via (rua) de 500 m de largura tão longa quanto 
exigido: Cadiz (ES)  St. Petersburgo (RU)  4,5 mil Km ou 
Pequim (CH) e Bruxelas (BE)  9 mil km. 
• No centro dessa extensa “fita” seriam localizados linhas de 
trem/bondes, equipamentos urbanos de água, gás e 
eletricidade, jardins, lagoas, equipamentos públicos municipais, 
etc. 
• Problemas urbanos decorrentes de grandes massas de 
população estariam resolvidos numa tacada só. 
• O modelo da cidade linear une as vantagens saudáveis da vida 
no campo com as vantagens das cidades grandes, e mais: 
• Assumindo a equivalência entre as linhas de trens e bondes 
com as calçadas, todos se deslocariam de graça ou quase. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• A Cidade Linear de Madrid 
• Buscava resolver os problemas urbanos  Revolução 
Industrial. 
• Transporte, superpopulação e condições sanitárias. 
• Propostas: melhorar as condições sanitárias  
higienismo. 
• Ruas largas e casas semi-geminadas ou isoladas. 
• O projeto final foi uma cidade linear cercada de espaços 
naturais e uma área central de serviços. 
• As novas casas eram maiores com jardins e também uma 
horta ou área para trabalhos manuais. 
• Ciudad Lineal Madrid 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• A Cidade Linear de Madrid 
• Via férrea dupla no centro de uma faixa de 38-40 m de 
largura  Construções seguiriam o gradiente das faixas. 
• Um alargamento das linhas de trem/bondes teria uma 
terceira via para o transporte de cargas. 
• Em cada lado das linhas de trem, a companhia plantaria 
e manteria várias fileiras de árvores ao longo dos 48 km de 
extensão da via a Companhia 
• Blocos de casas e outras propriedades teriam 300m de 
frente, paralelas às faixas 
• Seriam separadas por ruas transversais de 10-15 m de 
largura. 
• Paralelamente às faixas  instalações de infraestrutura 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• A Compañía Madrileña de Urbanización ficou à frente da 
implantação do projeto da cidade linear 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
Prototipos de casas da Cidade Linear 
Arturo Soria deixou os arquitetos livres para construir 
diferentes modelos de casas para evitar a monotonia. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
Principal objetivo era combinar a natureza e a cidade. 
• A Cidade Linear de Madrid 
• O boom demográfico de Madrid, a sua proximidade à 
capital e a elevação dos preços dos imóveis deram fim ao 
projeto da Cidade Linear. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Influências do Modelo da Cidade Linear 
• Roadtown (1910)  Edgar Chambless  único edifício 
contínuo numa concepção de “espinha”. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Influências do Modelo da Cidade Linear 
• Exposição de Reconstrução de Bruxelas (1919)  Hilarión 
Gonzalez del Castillo  proposta de cidade linear. 
 
 
 
 
 
• George Benoit-Lévy: 
 1919  projeto de cidade linear para o Chile, apresentado 
 na Liga das Nações (ONU) 
 1928  funda a Associação Internacional das Cidades 
 lineares 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Influências do Modelo da Cidade Linear 
• Le Corbusier (1930)  Planos para o Rio de Janeiro e 
Argélia e propõe a sua cidade linear industrial (Cité Lineaire 
Industrielle) 
• Nikolai A. Miliutin (1930)  Propõe uma cidade complexo 
industrial em Stalingrado com uma estrutura linear. 
A Cidade Linear espanhola, como ilustrada na publicação de El Lissitzky’s ‘Russland’ (1930). 
 
Miliutin publicou este desenho no mesmo ano no seu livro ‘Sotsgorod’ (1930/1974) como opção para a 
construção de cidades socialistas na Rússia. 
 
https://quadralectics.wordpress.com/4-representation/4-1-form/4-1-4-cities-in-the-mind/4-1-4-1-the-ideal-city/ 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Le Corbusier – Plano Obus, Argel (1933) 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
•Linear City - influências 
F.T. Marinetti, Angiolo Mazzoni, Mino 
Somenzi, Aero-Architecture Linear 
City Project, 1934 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
•Linear City - influências 
Linear City - Michael Graves 
B. Lavrov, Linear City (1927) 
LINEAR CITY - The Jersey 
Corridor - Peter Eisenman and 
Michael Graves 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
BRASÍLIA ???????? 
BARCELONA 
PLANO CERDÀ 
(1859) 
AMPLIAÇÃO DE BARCELONA 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Ildefons Cerdà (1815-
1876) 
• “Eu percebi que a aplicação do 
vapor como força motriz era o 
fim de uma era e o começo de 
uma outra para a humanidade.” 
• “(…) hoje tudo é movimento, é 
expansão, é comunicação.” 
• “Assim, canais de navegação, 
linhas de trem, barcos a vapor, 
tudo neste século tende para o 
fim das fronteiras, tudo tende 
para uma fusão geral, tudo está 
inclinado para a paz.” 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Engenheiro de estradas e político catalão  dedica sua vida 
ao planejamento urbano  teoria e prática 
• É chamado de pai e principal teórico do urbanismo moderno 
• Cidade integrada  liberdade para o indivíduo, privacidade 
para a família, luz e ventilação natural nas moradias; 
• A mesma oferta e distribuição de serviços urbanos em todas 
as partes da cidade e de modo convincente  para todos ; 
• Os pensamentos de Cerdà  ponto de partida para o projeto 
de expansão de Barcelona (1859). 
• Barcelona  Cidade limitada por antigas muralhas  
proteção que impedia seu crescimento. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• O Plano Ensanche de Barcelona foi aprovado em 1860, após 
concurso realizado em 1859 
• Prepara a “Teoria da construção das cidades“ (1859)  
versão revisada e ampliada da memória do plano. 
• Teoria Geral da Urbanização (1867)  reformula e 
aperfeiçoa suas teorias anteriores  considerado o primeiro 
tratado moderno de urbanismo. 
• Usa o termo urbe para designar de modo geral os 
diferentes tipos de assentamento humano 
• Cunhou o neologismo urbanização (urbanización) 
designando a ação sobre a urbe. 
• Nunca usou o termo ‘urbanismo’  Daqueles termos surgirá 
o nome urbanismo no início do século XX. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• PRINCÍPIOS DA TEORIA GERAL DA URBANIZAÇÃO 
• “Independêndencia do indivíduo dentro da casa, 
independência da casa na urbe, independência de diferentes 
tipos de movimento nas ruas urbanas.”• “As duas necessidades essenciais do indivíduo são a inércia 
e o movimento (…) mesmo nos cômodos de repouso 
individual, nós encontramos a nítida analogia entre caminhos 
e habitabilidade, quietude e movimento.” 
• “Ruralize o urbano e urbanize o rural.” 
• “a harmonia que reina na urbanização ruralizada, entre 
independência da família e o prazer da socialibilidade.” 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• A URBANIZAÇÃO DA MOBILIDADE 
• “a ideia de que a locomotiva poderia entrar na cidade, para 
atender todas as vizinhanças, passar por todos os quarteirões, 
se aproximar de cada e de todas as casas, encontrando o seu 
caminho por todas as moradias para oferecer os seus 
inestimáveis serviços.” 
• “a urbe deve ser permeável  grande e universal conjunto 
de vias.” 
• “os sitemas de água potável e de esgotos são os principais 
serviços subterrâneos de uma cidade, e até certo ponto o 
sistema utilizado para combiná-los determina as principais 
condições de saúde pública, conforto e economia.” 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• A URBANIZAÇÃO BASEADA NA LIBERDADE 
• “Parece impossível que possa haver um profissional cujo 
coração não trema ao desenhar as primeiras linhas de um 
plano para uma cidade, quando ele sabe que essas linhas 
determinarão o futuro material e moral de incontáveis 
famílias.” 
• “nós que tendemos, no nosso sistema regular, permitir 
interesses individuais e a maior possibilidade de construção 
(…) essa falta de regulação causa desarmonia, oposição, 
conflito e anarquia.” 
• “(…) igualdade, regularidade (…) é a principal condição, a 
mais essencial e indispensável exigência para um esboço 
decente de cidade (…) a justiça demanda, requer e impõe tal 
uniformidade e igualdade que somente idiotas chamam de 
monotonia.” 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Fundamentos teóricos do Plano Cerdà 
• A cidade funciona em torno do duplo conceito: 
movimento e repouso 
• A rua deve fornecer redes de infraestrutura, permitir o 
transporte e possibilitar a melhor aeração e iluminação 
das casas. 
• O sistema de transportes é um elemento fundamental 
para o funcionamento da cidade 
• O plano deve possibilitar a extensão ilimitada da cidade 
• Deve haver a união entre a cidade antiga e a nova zona 
de extensão 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Base do Plano  sistema de vias e quadras que permitiria 
sua extensão à medida que a cidade fosse crescendo. 
• Espaços contidos entre as vias  Quadras e vias formam 
uma única estrutura interdependente. 
• Plano concebido em um sistema que distribui parques, 
indústria, comércio e residências de forma equilibrada. 
•Cria uma hierarquia viária  Pequenas ruas "desaguam" em 
ruas maiores que por sua vez "desaguam" em grandes 
avenidas  analogia com rios 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Modelo subjacente no plano 
• A grelha completa do Plano com as 12 partes 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Avenidas principais permitiam o maior fluxo de pessoas e de 
ar pela cidade e ocupação por áreas verdes. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Localização dos 
mercados e dos centros 
de bairro no plano 
 
 
 
 
• Localização: um 
mercado a cada 12a 
parte, cada uma das 
quais se compõem de 4 
partes que corresponde 
a um centro de bairro 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Avenidas principais formam estruturas que coordenam a expansão 
das quadras. 
• O conceito de intervias representa a importância da quadra e do 
sistema viário na estrutura da cidade 
• Espaços entre o sistema viário (133m)  intervias formando as 
quadras. 
• Os quarteirões, hoje preenchidos em todos os seus lados, foram 
idealizados como quadras abertas 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
VIENA 
INTERVENÇÕES INSPIRADAS POR PARIS 
RINGSTRAßE 
AMPLIAÇÃO DE VIENA (1858) 
• Viena (Séc. XIX)  Centro da vida econômica e cultural do 
Império Austro-Húngaro 
• Desenvolvimento econômico, aumento da população 
(migração) e piora das condições sanitárias 
• Cidade interna antiga 
medieval (AltStadt) ainda 
cercada por uma muralha 
e separada dos subúrbios 
(Vororte) por faixa não 
construída (Ring). 
• Desconectava a cidade 
antiga dos subúrbios 
• Utilizado como passeio 
público, ocupado unicamente 
por bosques e quiosques. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Necessidade de efetuar reformas na estrutura urbana 
• Nova classe social  burguesia  reclamava espaços 
representativos de sua posição. 
• O século XIX marca o triunfo da burguesia sobre a nobreza 
 grandes fortunas surgidas ao longo do século. 
• Ecletismo é o estilo típico das grandes fortunas burguesas. 
• Viena se encontrava diante da oportunidade de mostrar ao 
mundo a potência de uma Áustria que aspirava liderar a 
unificação germânica  Pangermanismo. 
• Primeiras intervenções  foco sanitarista e higienista 
• Canalização do rio Danúbio  inundações, sistema de 
água e sanitário públicos e construção do primeiro hospital 
público. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Centro da reconstrução urbana  Ring entre 800 e 
1.400m de largura e mais de 600 ha de área 
• Exército contra  segurança contra levantes populares. 
• Organizada comissão para expansão da cidade (1857) 
• Concurso público (1858)  1º Ludwig Föster, 2º 
Friedrich Stache, 3ª August Sicard von Sicardsburg e 
Eduard van der Nüll  nenhuma adotada 
• Utilizadas para elaborar o planejamento urbano da 
Ringstrass por equipe de arquitetos públicos 
• Proposta de Ludwig Föster foi a que mais influenciou 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Atrai a atenção internacional: 
• Debate sobre traçados viários, configuração e articulação 
entre espaços residenciais, grandes equipamentos públicos e 
amplas zonas verdes 
• Estratégia de participação da iniciativa privada, proposição 
de monumentalidade arquitetônica  historicismo. 
• Define em conjunto com as intervenções de Haussmann 
em Paris e Cerdà em Barcelona o caráter da cidade burguesa 
da segunda metade do século XIX 
• A chamada Cidade pós-liberal. 
 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
A Ringstrasse 
• Via principal em escala 
monumental  intenso fluxo de 
veículos e dificultar as barricadas 
 Boulevares franceses. 
• Grande bulevar de 4 km de 
extensão e 57 m de largura 
• Ladeado por edificações públicas, 
residenciais e de parques. 
• Monumentalidade dos edifícios 
públicos  tamanho e linguagens 
diferentes conforme suas funções 
• Linguagem eclética  
arquitetura historicista 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Maior parte das construções na Ringstrass é residencial  
demanda leva à especulação. 
• Área residencial preferida pela elite burguesa, mesmo com 
bairros elegantes na periferia 
• Operação da Ringstrasse  grande suporte financeiro do 
setor privado  gosto das classes burguesas 
• Plusvalias da venda dos terrenos residenciais permitiram a 
urbanização e a construção dos grandes equipamentos. 
• Controle do uso do solo  restrito à altura, alinhamento e 
em alguns casos ao parcelamento do solo  restante 
determinado pelo mercado consumidor. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Construções características na Ringtrasse  edifícios 
residenciais de 4 a 6 pavimentos com poucos apartamentos 
• Exclusão das classes mais baixas da Ringstrasse 
• Periferia  maior quantidade de unidades para abrigar a 
população operária  Condições precárias de salubridade 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Pode ser decomposto em 5 tramosprincipais que se 
adaptam à curva do anel 
• O conjunto apresenta uma grande uniformidade e expressa 
o desejo de glória da sociedade vienense emergente. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 1  Stubenring / Parkring / Schubertring 
• Ministério da Guerra (Kriegsministerium, 1910-1913) 
• Neoclássico  Ludwig Baumanns (1853-1936) 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 2  Kärntner Ring / Opernring 
• Opera (Wiener Staatsoper, 1860-1869) 
• August Sicard von Sicardsburg (1813-1868) e Eduard van der 
Nüll (1812-1868)  neo-renascentista 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 2  Kärntner Ring / Opernring 
• Musikverein (1870) 
• Neogrego  Theophil von Hansen (1813-1891). 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 3  Burgring 
• Centro de atuação e manifestação solene do poder imperial. 
• Neue Hofburg (1869)  Gottfried Semper (1803-1879) e 
Karl von Hasenauer (1833-1894) 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 3  Burgring 
• Museu de Historia da Arte (Kunsthistorisches Museum, 
1872-1891)  Gottfried Semper y Karl von Hasenauer. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 3  Burgring 
• Museu de Historia Natural (Naturhistorisches Museum, 
1871-1889)  Gottfried Semper e Karl von Hasenauer. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 3  Burgring 
• Palácio da Justiça se localiza entre o tramo 3 e o 4  
localização simbólica entre o poder imperial e o popular. 
• Palácio de Justiça (Justizpalast, 1875-1881)  
neorenacentista  Alexander Wielemans von Monteforte 
(1843-1911) 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 4  Dr. Karl-Renner-Ring 
• Caracterizado pelo povo  na acepção restritiva e elitista. 
• Cenográfico  arrranjo dos edifícios da administração 
municipal, o Parlamento, a Universidade e o Teatro. 
• O Rathauspark e o Volksgarten põem o acento verde. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 4  Dr. Karl-Renner-Ring 
• Parlamento (Parlamentsgebäude, 1873-1883)  neogrego 
 Theophil von Hansen 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 4  Dr. Karl-Renner-Ring 
• Prefeitura (Rathaus, 1872-1883)  neogótico flamenco  
Friedrich von Schmidt (1825-1891) 
• Universidad (Universität Wien, 1877-1884)  
neorenacentista  Heinrich von Ferstel (1828-1883) 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 4  Dr. Karl-Renner-Ring 
• Teatro (Burgtheater, 1888)  Neobarroco  Gottfried 
Semper e Karl von Hasenauer 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 4  Dr. Karl-Renner-Ring 
• Articulação entre os tramos 4 e 5 se faz pela Igreja Votiva 
iniciada antes da Ringstrasse sob impulso do imperador 
como agradecimento por haver saído ileso de um atentado 
sofrido em 1853. 
• Igreja Votiva (Votivkirche, 1853-1879)  Neogótico  
Heinrich von Ferstel 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 5  Schottenring 
• Maior densidade residencial destacando o edifício da Bolsa 
como grande equipamento 
• Bolsa (Wiener Börse), 1872-1877  Neorenacentista  
Theophil von Hansen. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 5  Schottenring 
• Gigantesco Rossauer Kaserne (1865-1870) 
• Um dos três grandes quartéis militares construídos para 
controlar os distúrbios populares  outros: Arsenal e o 
Franz-Joseph-Kaserne 
•Windsor style  
Coronel Alois Pilhal 
e Major Karl Markl 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• TRAMO 5  Schottenring 
• Os grandes equipamentos foram complementados com as 
edificações residenciais 
• Destaque aos palácios urbanos que a burguesia construiu 
ao longo de toda a Ringstrasse. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• A crítica à Ringstrasse foi conduzida por dois dos 
arquitetos relevantes da época  Camilo Sitte no urbanismo 
e Otto Wagner na arquitetura. 
• Camilo Sitte (1843-1903)  considerava a planificação 
fria e dirigida fundamentalmente pelos fluxos de tráfego 
• Aceitava o historicismo dos edifícios, mas reivindicava a 
história como base para a configuração urbana 
• Desenho de praças contidas e conformadas frente à 
abertura sem limites dos espaços planificados do Ringstrasse 
• Espaço urbano como motor da criação de comunidades 
onde a sociabilidade fosse possível contra a perda da escala 
humana da Ring. 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Otto Wagner (1841-1918)  apontou a contradição 
entre um traçado moderno e racional (que ele aceitava) e 
edificações ancoradas no passado 
• Wagner era contra a reivindicação histórica de Sitte 
• Buscava superar a discordância apostando na modernidade 
representada no funcionalismo 
• Buscava um estilo arquitetônico calcado nas novas 
tecnologias e nos novos materiais adaptado à imagen da 
cidade do homem moderno. 
• Influencia a nova geração de arquitetos que surgia 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
• Adolf Loos (1870-1933)  representante da nova geração 
atacou com dureza o estilo da Ringstrasse 
• Denominava como “cidade de Potemkin”  também Wagner 
havia utilizado esta expressão 
• Alusão à estratégia do Duque favorito de Catherine II (Rússia) 
 criava cidades fictícias para serem exibidas como lugares 
idílicos nas visitas da Czarina enquanto a população (que era 
escondida) vivia na miséria. 
• A frase de Loos refletia a crueza de entornos muito bem 
apresentados para encobrir seu desastroso estado real. 
• Loos encabeçou um movimento que buscava a ética das 
atuações reivindicando um sentido realista, artesanal e utilitário 
da arquitetura totalmente isolado da “teatralidade vienense”. 
• Estava nascendo um novo paradigma para a arquitetura! 
INTERVENÇÕES EM CIDADES NO SÉC. XIX 
RIO DE JANEIRO 
Século XIX 
• O meio rural era muito mais pujante do que o urbano, 
• Legislação se limita a aspectos localizados das cidades 
sem um planejamento global e muitas vezes com 
posturas alheias à ocupação urbana, tratando mais de 
costumes gerais. 
• São Paulo (1886): Código de Posturas e Padrão 
Municipal  preocupação sanitária. 
• Proibição de abertura de novas ruas, localização de 
matadouros e curtumes fora da área urbana, 
alinhamento de construções, etc. 
URBANISMO NO BRASIL 
• Exemplo do código de 1886 de São Paulo: 
 - Vasos de flores não podiam ser postos às janelas, 
 - Cavalos não podiam galopar pelas ruas, exceto a 
cavalaria, 
 - Mascaradas públicas só durante o carnaval, 
 - Tavernas deveriam fechar às 22 horas no verão e às 
21 horas no inverno, 
 - Touradas deveriam tomar precauções sobre acidentes, 
 - Ruas deveriam ter 16 metros de largura, 
 - Praças deveriam ser quadradas. 
URBANISMO NO BRASIL 
• Principais problemas ligados às cidades  lixo, 
abastecimento de água, esgotos abertos, mosquitos 
(febre amarela), drenagem; 
• Habitações precárias  residências eram de taipa e 
pau-a-pique, encortiçamento das moradias do centro 
• Preferência pelos sítios mais altos, cidade compacta; 
• Novas tecnologias impõem novas necessidades e 
reformas urbanas a partir do final do séc. XIX; 
• Eletricidade, bondes a burro (1872) e elétricos 
(1900), concreto armado, abastecimento, reformas. 
URBANISMO NO BRASIL 
Despejos e detritos domésticos eram 
lançados em “valas” abertas nas ruas  
imensas “cloacas” ao ar livre. 
Esgotos das casas mantidos em 
barricas de madeiras (cubos) nos 
quintais  à noite eram transportadas 
por escravos para os lançamentos em 
praias e rios. 
Esses escravos e seus barris eram 
chamados de “Tigres”  todos fugiam 
deles nas ruas mal iluminadas. 
Saneamento 
URBANISMO NO BRASIL 
• Surgimento de novas técnicas para resolver as questões 
urbanas: saneamento, circulação, legislação. 
• Organização dos espaços públicos tendo como 
referência preocupações estéticas  embelezamento.• Grande influência da École des Beaux Arts desde fins do 
século XIX na arquitetura do mundo ocidental. 
• Ensino de arquitetura e repertório formal marcados 
pela evolução do academicismo classicista ao ecletismo. 
• Transforma a paisagem urbana de muitas cidades na 
Europa e na América Latina. 
URBANISMO NO BRASIL 
• Em 1911 tinha-se formado em Paris a Societé 
Française des Urbanistes (SFU), da qual fazia parte, 
dentre outros arquitetos, Alfred Agache. 
• Primeira lei urbanística sobre “l´Aménagement, 
l´embellissement et l´extension des villes”. 
• Lei Cornudet 1919  alterada parcialmente em 1924. 
URBANISMO NO BRASIL 
• Exige das cidades com mais de 10 mil habitantes um 
Plano Regulador. 
• Planos aplicados a cidades na França, África e América 
Latina  professores e arquitetos franceses. 
URBANISMO NO BRASIL 
• Linhas de urbanismo do final do século XIX até a 
década de 1960: 
 
1) Influência francesa  Planos de melhoramentos 
localizados e para o conjunto da área urbana. 
 
2) Funcionalismo Racionalista  Visão vinculada ao 
movimento moderno que se difunde com os CIAM 
(Carta de Atenas)  “Urbanismo progressista.” 
• Correntes diferentes em seus princípios, objetivos, 
propostas e metodologias. 
• Envolvem diferentes saberes e penetram de forma 
diferente nas instituições de ensino, entidades de 
classe e organismos públicos. 
URBANISMO NO BRASIL 
• Primeiras décadas do século XX no Brasil 
Predominância das ideias do urbanismo francês do Século XIX  
Bases: 
 
1) Higienismo positivista  abastecimento de água e eliminação de 
resíduos. 
 
Grande importância devido às epidemias  aspecto central em 
várias propostas de planos urbanos no início do século XX. 
 
Racionalistas  a aceitação das premissas higienistas da ventilação 
e oxigenação levava a prever áreas verdes de quase 22% da 
superfície urbana (Projeto de Agache para Canberra). 
 
Pouco exequível  Paris tinha somente 4%, Berlim 10% e Londres 
15%. 
 
URBANISMO NO BRASIL 
 2) Inovações sobre a circulação de veículos e tráfego. 
 
Novo imaginário para “A cidade do futuro” que remete 
a propostas futuristas deslocadas da composição 
acadêmica (Beaux Arts). 
 3) Estética urbana  beleza arquitetônica e 
paisagística  monumentalidade. 
 
Grupos modernos do CIAM  os postulados das 
“composições” urbanas dos academicistas e suas 
estritas normas de simetria eram reacionários. 
 
O mesmo sucederia com os esquemas de “cidade 
jardim” que costumavam aparecer nas zonas de 
transição entre os núcleos fabris e residenciais. 
URBANISMO NO BRASIL 
 4) Começo da ideia do “zoning”  será tomado como 
ideário fundamental do urbanismo do CIAM. 
 
Não descarta a separação das áreas industriais e os 
núcleos residenciais das zonas comerciais ou 
administrativas. 
 
Áreas verdes  crescente importância dos espaços 
públicos destinados a atividades lúdicas e esportivas. 
 
Seguindo as tradições da ilustração do século XVIII e 
em concordância com as preceptivas higienistas, os 
equipamentos vinculados à saúde, asilos e cemitérios 
eram localizados na periferia urbana. 
URBANISMO NO BRASIL 
• Aos poucos se desenvolve a substituição da visão de 
uma mera intervenção na cidade através de planos 
de remodelação para o desenvolvimento de uma 
nova área do conhecimento entre a ciência e a arte. 
• Planos Diretores Integrados 
• O Plano Agache para o Rio é muito mais completo do 
que os outros para as outras cidades no mesmo 
período  até o Estado Novo (1930-1945). 
URBANISMO NO BRASIL 
• Três momentos de penetração das idéias de 
urbanistas franceses: 
 
 1 – Início do século XX: modelo de cidade é Paris 
das Exposições Universais (Haussmann). 
 
 2 – Anos 20 e 30: planos dos arquitetos ligados à 
Société Française d’Urbanisme. 
 
 3 – Após a II Guerra Mundial com a formação de 
novos arquitetos, sociólogos e geógrafos  
planejamento urbano e regional com influência do 
Movimento Economia e Humanismo. 
URBANISMO NO BRASIL 
RIO DE JANEIRO 
• Virada do séc. XIX/XX  crescimento da cidade; 
• Modernização  equipamentos e serviços urbanos 
(aeroportos, portos, ferrovias)  capital da América 
Latina; 
• Instalação da rede de gás (1854), rede de esgotos 
(1857), chegada da estrada de ferro (1861); 
• Primeiro bonde (1868), primeiro ônibus (1873), bonde 
elétrico (1892); 
• Médicos e engenheiros se inspiravam nos avanços da 
ciência para "civilizar" a cidade 
• Problemas ligados à pobreza e à escravidão  Pereira 
Passos e Osvaldo Cruz 
Rio de Janeiro: primeiros 
decênios séc. XX 
• Mutação da paisagem natural da 
cidade  demolição de morros, 
aterros, abertura de túneis, retirada 
de cortiços e casebres das áreas 
centrais  expulsão da população, 
• Reformas Urbanas  
transformações entre 1875 e 1930 
• A Reforma de Pereira Passos (1902-
1906) 
• A Reforma de Carlos Sampaio 
(1920-1922) 
• Donat-Alfred Agache  Plano de 
Remodelação do Rio de Janeiro 
(1928-31). 
Rio de Janeiro: primeiros 
decênios séc. XX 
• Pereira Passos (1833-1913)  engenheiro e prefeito (1902-
1906) 
• Presenciou, em Paris, a grande reurbanização comandada 
por Haussmann 
• Embelezamento e Saneamento da Cidade  abertura de 
avenidas e expulsão da população marginal de cortiços e 
casas de cômodo 
• Maior obra que a cidade vivenciou  saneamento básico e 
higienização  erradicação de doenças  vacinação 
• Oswaldo Cruz  comanda campanhas de vacinação febre 
amarela e varíola  Revolta da Vacina (1904); 
Vista da Rua Principal (Rua Direita) em 1817, 
atual Rua Primeiro de Março. 
• Principais realizações da gestão de Pereira Passos (1902-1906) 
• Alargamento e prolongamento de ruas e avenidas 
• Construção de jardins e parques e melhorias de praças 
• Início da Construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro 
(inaugurado em 1909) 
• Avenida Central (atual Av. Rio Branco)  marco de sua 
administração 
• Decreto para construção da Avenida Atlântica em Copacabana 
• Melhoramento do porto do Rio de Janeiro e do Canal do Mangue 
• Melhoramento e embelezamento do Campo de São Cristóvão 
• Aterramento das praias do Flamengo e Botafogo 
• Inauguração da Avenida Beira-Mar 
• Melhorias no abastecimento de água da cidade. 
Rio de Janeiro: Pereira Passos 
• Avenida Beira Mar (5,2 km)  se liga aos bairros da Glória, 
Catete, Botafogo, Lagoa, Laranjeiras e Gávea. 
• O novo Porto, parte do projeto, foi inaugurado em 1910. 
• A Avenida era moderna no meio de uma região que não era 
moderna  Haussmann 
• O seu projeto era mais do que uma reforma urbana, era um 
projeto de vida moderna 
• O entorno da Avenida foi atingido pela Reforma, as ruas 
foram ampliadas e receberam asfaltamento  nesta época 
introduzido na cidade. 
Abertura Av. Beira-Mar 
Rio de Janeiro - mapa da cidade - 1875 
1908 – Mapa da cidade do Rio de Janeiro 
“Planta da cidade do Rio de Janeiro indicando melhoramentos em execução, 1905”, in: FERREIRA DA ROSA, 
Francisco. Rio de Janeiro. Assinaladas na cor laranja vê-se as intervenções urbanas da administração Pereira 
Passos, com destaque para: 1) Rua Mem de Sá (na Lapa); 2) Avenida Beira Mar; 3) Avenida Central. 
A passo andava 
o município 
e por princípio 
bem mal andava 
A fedentina 
já transandava 
e a creolina 
já não domava 
Mas mestre Passos 
qual salvador 
mostrou os traços 
do seu valor 
Virou quiosques 
cobrou a taxa 
salvou os bosques 
ou vai ou racha! 
O que é verdade 
é que o Prefeito 
põe na cidade 
tudo que tem 
tudo treme 
de tal firmeza 
Homem ao leme 
há com certeza. 
 
O Paiz, 24.02.1903 
Rio de Janeiro - Avenida Beira-Mar - 1906• Abertura Avenida Central (1903-1905)  futura Av. Rio 
Branco 
• Rasgou o centro da cidade da Pç. Mauá até a Av. Beira-Mar 
 33 m de largura e 1.800 m de comprim. 
• Eixo  Pão de Açúcar, símbolo da cidade. 
• Obra de vinte meses  Demolição de cerca de 600 edifícios, 
desalojou milhares de pessoas, deslocou centenas de 
estabelecimentos comerciais, removeu escombros, loteou o 
terreno, fez instalações de esgoto, água, luz e eletricidade, 
nivelou, calçou, arborizou, 
• Estabelece a ligação do centro comercial e do Porto do Rio 
de Janeiro com a zona sul da cidade, 
• Obra ficou conhecida como "bota-abaixo“ 
Abertura Av. Central (Rio Branco) 
1903-1905 
Abertura Av. Central (Rio Branco) 
1903-1905 
Abertura Av. Central (Rio Branco) 
1903-1905 
Rio de Janeiro - final do século XIX - cortiço 
na Rua dos Inválidos 
Avenida Central 
(Rio Branco) 
Inaugurada 1905 
Avenida Central (Rio Branco) 
Inaugurada 1905 
Cinelândia 
“O RIO CIVILIZA-SE!” 
( expressão mais corrente após a conclusão da Av. Central) 
 
SANEAR, AREJAR, VENTILAR, ILUMINAR 
 
 
 
Palácio Monroe (1906) 
Cinelândia 
Palácio Monroe (1906) 
Cinelândia 
Escola Nacional de Belas Artes (1908) 
Estilo Eclético 
Biblioteca Nacional (1910) 
Estilo Eclético 
• Projeto do engenheiro Sousa 
Aguiar 
• Estilo eclético  elementos 
neoclássicos e art nouveau 
• Ornamentos de artitas como 
Eliseu Visconti, Henrique e 
Rodolfo Bernardelli, Modesto 
Brocos e Rodolfo Amoedo 
Biblioteca Nacional (1910) 
Estilo Eclético 
Teatro Municipal, c. 1910-1912 
Os primeiros modelos de urbanismo, 
desenvolvidos a partir do final do século XIX, não 
foram capazes de trazer soluções aos conflitos 
urbanos 
 
 
 
 Ignoravam a força das relações sociais e 
econômicas na organização do espaço. 
 
Necessidade de incorporação de novas práticas de 
planejamento ao urbanismo

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