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Sistema Nervoso Entérico

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Objetivo 5 - Compreender o sistema nervoso entérico.
Biblio: fisiologia – Aires cap 59 pag 872 a 875
O sistema gastrintestinal é inervado por uma rede neural localizada na parede do trato gastrintestinal denominada sistema nervoso entérico ou intrínseco. Esta rede neural intramural é não só bastante complexa como também intrincada e tem um número de neurônios (cerca de 108) semelhante ao existente na medula espinal.
O SNE é formado pelos plexos ganglionares maiores - o submucoso e o mioentérico, que se intercomunicam - e por plexos aganglionares secundários e terciários - que se comunicam com os plexos ganglionares por feixes de fibras nervosas. 
O SNE é autônomo e capaz de regular todas as funções motoras, secretoras e endócrinas do SGI, mesmo na ausência do sistema nervoso autônomo ou extrínseco. 
Os neurônios dos plexos intramurais do SNE fazem sinapses com fibras nervosas aferentes e eferentes do SNA, que desempenham função modulatória sobre o SNE. 
Os interneurônios do SNE fazem sinapses entre fibras sensoriais aferentes de receptores sensoriais da parede do TGI e neurônios eferentes motores ou secretores que conduzem a informação para o TGI. 
As vias neurais envolvidas podem ser multissinápticas. O sistema nervoso autônomo faz sinapses nos plexos do sistema nervoso entérico, modulando-o através de nervos parassimpáticos e simpáticos. 
As fibras neurais do SNA, parassimpático e simpático, fazem sinapses com os interneurônios dos plexos intramurais (mioentérico e submucoso) ou terminam nos plexos, modulando a atividade do SNE. 
A inervação parassimpática do SGI é efetuada pelo nervo vago, desde o esôfago até o cólon transverso inclusive, e pelo nervo pélvico, que inerva o TGI desde o cólon sigmoide até o esfíncter anal interno. Estes nervos são constituídos de 75% de fibras aferentes (conduzem as informações sensoriais dos mecano e quimiorreceptores do SGI para a medula cefálica e sacral) e o restante, de fibras eferentes (conduzem as informações da medula cefalossacral para o SGI). 
As fibras eferentes parassimpáticas pré-sinápticas são relativamente longas; provêm da medula cefálica e sacral, fazendo sinapses com neurônios localizados nos plexos intramurais. Destes, partem as fibras pós-sinápticas ou pós-ganglionares, relativamente mais curtas, para musculatura, glândulas, duetos e vasos sanguíneos do SGI. As fibras parassimpáticas póssinápticas são predominantemente colinérgicas, ou seja, o neurotransmissor é a acetilcolina, em geral, excitatória, aumentando a motilidade, as secreções e o fluxo sanguíneo do SGI. 
Há, também, fibras parassimpáticas pós-sinápticas inibitórias, mediadas por neuropeptídios, como o VIP (peptídio vasoativo intestinal), a substância P, o óxido nítrico (NO). 
As fibras eferentes simpáticas pré-sinápticas são relativamente curtas, emergem da medula toracolombar, atravessam a cadeia ganglionar paravertebral e fazem sinapses nos gânglios simpáticos celiaco, mesentéricos superior e inferior e hipogástricos superior e inferior. Destes gânglios, partem as fibras pós-sinápticas, relativamente mais longas, para o SGI. Poucas destas fibras terminam diretamente na musculatura e glândulas do SGI. Muitas o fazem nas fibras musculares lisas dos vasos sanguíneos, acarretando vasoconstrição e redução do fluxo sanguíneo em vários territórios do SGI. A grande maioria das fibras pós-sinápticas simpáticas se finda nos plexos intramurais, regulando os seus circuitos neurais. 
O neurotransmissor simpático das fibras pós-sinápticas eferentes é a norepinefrina, e, de um modo geral, a estimulação simpática para o SGI causa diminuição da motilidade e das secreções glandulares, secundariamente à vasoconstrição. Cerca de 50% das fibras simpáticas são aferentes. A faringe e o esfíncter anal externo, que têm musculatura estriada, são inervados por nervos somáticos. Esse esfíncter é inervado pelo nervo pudendo.
Reflexos longos e curtos (intramurais) no SGI: Os receptores sensoriais (mecano, químio e osmorreceptores) localizados na parede do TGI, quando estimulados pela chegada do alimento, enviam impulsos aferentes ao SNC, via nervos vagos ou pélvicos. Dos corpos celulares destes nervos, localizados na medula espinal, provêm as respostas eferentes transmitidas, em grande parte, pelos mesmos nervos. Dos plexos, emergem as fibras pós-sinápticas que vão inervar a musculatura e as glândulas do SGI. 
Os reflexos mediados deste modo são chamados de reflexos longos, uma vez que têm os corpos celulares dos neurônios aferentes localizados no SNC. Se as vias aferentes e eferentes forem do nervo vago, denominam-se reflexos longos vagovagais. Quando as vias aferentes dos receptores sensoriais, localizados na parede do SGI, fazem sinapses com corpos celulares de interneurônios dos plexos intramurais, trata-se de um reflexo curto ou intramural. Dos plexos partem as fibras pós-sinápticas para a musculatura e as glândulas. 
Circuitaria neuronal de um reflexo curto peristáltico: Fibras ascendentes de mecanorreceptores sensoriais, na parede do TGI, fazem sinapses com interneurônios nos plexos intramurais, de onde partem fibras pós-sinápticas eferentes para a musculatura, provocando contração oral e relaxamento distal. A contração é mediada por fibras colinérgicas ou por um neurotransmissor denominado substância P, e o relaxamento, por fibras vipérgicas ou que têm o NO como neurotransmissor. Desta maneira, o conteúdo luminal é segmentado pela contração oral e propelido para o segmento vizinho, distalmente localizado e relaxado.

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