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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROJETO Dimensionamento de Ventilador André Luiz Ramos de Melo Emilly Cristine Pereira da Silva Recife – PE Dezembro 2014 – 2014.2 PROJETO Dimensionamento de Ventilador Projeto de pesquisa apresentado ao professor Flávio Augusto Bueno Figueiredo , como requisito à aprovação na disciplina Máquinas Hidráulicas , referente ao curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco. Recife – PE Dezembro 2014 – 2014.2 SUMÁRIO Introdução ............................................................................................................................ 04 Objetivos .............................................................................................................................. 05 Sistema ............................................................................................................................... 06 Dimensionamento ............................................................................................................... 10 Conclusão ........................................................................................................................... 14 Refrências Bibliográficas ................................................................................................... 15 INTRODUÇÃO A importância do ar para o homem é por demais conhecida, sob o aspecto da necessidade de oxigênio para o metabolismo. Por outro lado, a movimentação de ar natural (através dos ventos), é responsável pela troca de temperatura e umidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região. A movimentação do ar por meios não naturais constitui-se no principal objetivo dos equipamentos de ventilação, os quais transmitem ou absorvem energia do ambiente, ou mesmo transportam material. O qual atua num padrão de grande eficiência sempre que utilizado em equipamentos adequadamente projetados. A ventilação industrial tem sido continuamente a principal medida de controle efetiva para ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene do trabalho, a ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial, bem como diluir concentrações de gases, vapores e promover conforto térmico ao homem. Assim sendo, consiste num método para se evitarem doenças profissionais. O controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada ventilação das operações e processos industriais, seguindo-se uma escolha conveniente de um coletor dos poluentes. Todavia, ao se aplicar a ventilação numa indústria, é preciso verificar as condições das máquinas, equipamentos, bem como o processo existente, a fim de se obter a melhor eficiência na ventilação. OBJETIVOS Pesquisar sistema de ventilação de um processo industrial. Extrair o máximo de informações dimensionais do processo, o que não for possível deve-se estipular. A partir dos dados, dimensionar o ventilador e os dutos mais adequados ao processo. Se o sistema encontrado informar a especificação do ventilador e dos dutos utilizados, comparar estes com as especificações encontradas. SISTEMA A instalação utilizada é de uma empresa de beneficiamento de madeira, onde observa-se uma expressiva geração de resíduos. No entanto, raramente essas unidades de produção dispõem de um plano de captação dos mesmos. Classificação dos Resíduos Serragem Maravalha Cavaco, Aparas ou Refilos Resíduo derivado no desdobro e corte da madeira com a utilização de serras. Gerado no processo de beneficiamento e desengrosso, onde é retirada toda superfície áspera, com a utilização de plaina de mesa e plaina desengrossadeira. Resíduo maior, que são gerados em todos os processos de corte, chanfros, entalhos. Sem um sistema de captação adequado, os materiais particulados se acumulam, ocasionando diversos transtornos. Então, seguem abaixo as justificativas de importância técnica e social que embasam a operação da coleta automatizada: A segurança e qualidade do ambiente de trabalho e das vizinhanças não é afetada. Pois, como a poeira não estará em suspensão no ambiente, não provocará riscos à saúde humana. Então, os trabalhadores não estarão impostos a condições inadequadas para realização de suas atividades e não haverá incômodo aos vizinhos. Dispensa-se o tempo perdido com coleta manual e varrição. Aumentando a disponibilidade de tempo e força de trabalho para as atividades diretas do processo produtivo, aumentando a produtividade, ou não se faz necessária a contratação de um funcionário extra especificamente para esta atividade. Preservação das peças e equipamentos de uma maneira geral, pois o resíduo não estará em contato com estes. Evita-se a contaminação do resíduo, pois sairá das máquinas diretamente para o depósito. Gerando a possibilidade de reaproveitamento desses resíduos que possuem um alto valor energético, podendo ser usado na cogeração de energia elétrica, tornando sustentável seu consumo como matéria prima para a fabricação de briquetes, adubos orgânicos, etc. O que preserva o meio ambiente e agrega valor a esse subproduto, facilitando sua venda e assim gera lucro. Com o reaproveitamento / venda, os custos de descarte poderão ser minimizados ou eliminados; carregamento e frete serão amortizados, e a taxa de aterro sanitário é eliminada. Este trabalho apresenta o projeto de um sistema de ventilação local exaustora (VLE) como forma de captação do particulado proveniente do sistema produtivo e posterior armazenamento em um local adequado (silo). Com um equipamento de simples fabricação e instalação buscaremos sanar, de maneira eficiente, os problemas ocasionados pelo acumulo de resíduos sólidos. Nas páginas seguintes seguem o croqui da instalação e uma tabela ilustrativa das máquinas de marcenaria. Máquina Nome Imagem ACGIH Foto 1 Serra Circular 2 Plaina Desengrossadeira - 3 Tupia de Bancada - 4 Plaina de Mesa 5 Lixadeira Horizontal DIMENSIONAMENTO O método escolhido para o dimensionamento dos dutos foi o da velocidade constante e os cálculos baseado na Equação da Continuidade, representada na forma: Onde Q é a vazão de ar, em m³/s, “V” a velocidade, em m/s e “A” a área de seção transversal do duto em m². Essas tubulações geralmente são circulares, isso permite que a velocidade do ar seja uniforme, e o cálculo do diâmetro é representado pela fórmula, em que D é o diâmetro, em m. A perda de pressão nas tubulações pode ser calculada como as perdas de energia devido ao atrito nos dutos circulares pela equação de Darcy-Weisbach. Onde: ΔP - Perda de pressão [Pa] f - Fator de atrito L - Comprimento do duto [m] ⍴ - Massa específica do fluido [Kg/m³] V - Velocidade do ar [m/s] Para o cálculo do fator de atrito, é necessário conhecer a viscosidade do fluido que será transportado, serragem, e a rugosidade das paredes da tubulação, e que segundo o catálogo da INCROPERA, é igual a 1,589 * 10-5. Deve-se descobrir o número de Reynolds pelo tipo de escoamento no tubo, sendo um escoamento turbulento por possuir alta vazão. Onde: Re – Número de Reynolds V – Velocidade média no escoamento [m/s] D – Diâmetro da tubulação [m] v – Coeficiente de viscosidade cinética [m²/s] As perdas de carga nas bifurcações devem ser feita de maneira apropriada, pois não pode existir perda de pressão. Existe uma perda de energia com as junções dos dutos, gerando uma perda de carga e é definido pela fórmula a seguir: COEFICIENTE DE PERDA DECARGA [1] Em curvas de 90° Em ângulos diferentes Para nosso tipo de dimensionamento foi estipulado uma velocidade mínima para a exaustão de serragem de 20,3 m³/s. A vazão volumétrica varia de acordo com o tipo de máquina. DEFINIÇÃO DA VAZÃO VOLUMÉTRICA [1] Máquina Vazão Volumétrica cfm m³/s Lixadeira Horizontal 900 0,4248 Plaina 550 0,2596 Tupia de Bancada Plaina Desengrossadeira 600 800 0,2832 0,3776 Serra Circular 350 0,1652 Com os dados da tabela acima e adotando a velocidade do contaminante de 20,3 m/s o cálculo do dimensionamento dos dutos está representado na tabela a seguir, juntamente com as dimensões de cada duto de cada máquina. DIMENSIONAMENTO DOS DUTOS Trechos Vazão do ar [m³/s] Velocidade do Contaminante [m/s] Diâmetro [m] Velocidade Real do Contaminante [m/s] 1 – A 0,4248 20,3 0,16315 19,84 2 – B 0,2596 20,3 0,12754 20,49 3 – C 0,2832 20,3 0,13321 22,36 4 – D 0,3776 20,3 0,15382 20,70 5 – E 0,1652 20,3 0,10174 20,38 B – F 0,2596 20,3 0,12754 20,49 A – F 0,4248 20,3 0,16315 19,84 F – G 0,6844 20,3 0,20708 21,10 C – G 0,2832 20,3 0,13321 22,36 D – H 0,3776 20,3 0,15382 20,70 G – H 0,8259 20,3 0,22749 20,12 H – I 1,2035 20,3 0,27461 19,63 E – I 0,1652 20,3 0,10174 20,38 I 1,3687 20,3 0,29285 20,42 É necessário ter uma padronização dos diâmetros da tubulação para o dimensionamento real, para isso deve-se ajustar esses dutos para a disposição no mercado. DIMENSIONAMENTO PARA DIÂMETROS REAIS Trechos Diâmetro real [m] Diâmetro real [pol] Comprimento [m] A 0,1651 6,5 4,5 B 0,127 5 2,5 C 0,127 5 2,5 D 0,1524 6 2,5 E 0,1016 4 2,5 F 0,2032 8 2,45 G 0,2286 9 2,65 H 0,2794 11 1,65 I 0,2921 11,5 0,7 Então encontram-se as perdas de carga nos dutos devido ao atrito. PERDA DE CARGA NOS DUTOS Trechos Re F Comprimento [m] ΔP [Pa] A 235537,09 0,036 4,5 202,54 B 164486,03 0,041 2,5 203,86 C 187418,24 0,040 2,5 238,94 D 200381,43 0,039 2,5 162,83 E 145325,46 0,043 2,5 229,68 F 288083,36 0,034 2,45 92,25 G 288083,36 0,034 2,65 93,79 H 339231,18 0,032 1,65 46,36 I 361936,47 0,032 0,7 21,75 PERDA DE CARGA NA CURVA DE 90° Curva Raio [m] Diâmetro [m] K V [m/s] ⍴ ΔP A 0,381 0,1905 0,27 19,87 1,2 63,96 PERDA DE CARGA NAS BIFURCAÇÕES EM Y PARA ÂNGULOS DE 30° Bifurcações K = 30° V [m/s] ⍴ ΔP AB - F 0,18 19,87 1,2 42,64 GD - H 0,18 20,12 1,2 43,71 HE - I 0,18 19,63 1,2 41,61 RESULTADO TOTAL DAS PERDAS DE CARGA Perda de Carga Total [Pa] 1483,92 Velocidade do Contaminante [m/s] 20,3 Vazão [m³/s] 4927,32 CONCLUSÃO Este projeto de pesquisa contribuiu muito para nossa formação acadêmica. Pois nos foi dada a oportunidade de aprender na prática a teoria repassada em aula sobre o dimensionamento de um VLE. Com este trabalho observamos os benefícios técnicos e sociais de se utilizar um sistema de ventilação industrial, bem como a importância de se realizar um dimensionamento correto e adequado ao processo de forma a atender as necessidades e expectativas de forma eficiente. As atividades industriais há muito tempo são consideradas como das mais poluidoras pela sociedade. Hoje, através da gestão ambiental, busca-se a minimização dos impactos por elas gerados, otimizando o uso de recursos e reutilizando materiais. Mas, infelizmente, a utilização dos resíduos madeireiros é subestimada pelas indústrias produtoras devido à grande abundancia de matéria-prima presente em nosso país. Então é de grande incentivo gerar renda através do resíduo, e se possível maximizá-la. Logo, é interessante que após o investimento empregado no sistema de exaustão seja amortizado pela venda do resíduo, seja realizado um estudo para compra de um equipamento que agregue valor ao resíduo antes da venda, aumentando assim a renda extra gerada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ACGIH, Industrial Ventilation Committee. Industrial Ventilation: A Manual of Recommended Practice for Design. 23ª Ed. Cincinnati: American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH®), 1998. [2] MACINTYRE, Archibald Joseph. Máquinas Motrizes Hidráulicas. Editora: Guanabara. [3] MACINTYRE, Archibald Joseph. Ventilação Industrial e Controle da Poluição. 2ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990.
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