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Professor Douglas Gomes Física 1 Aula 01 Carga elétrica e eletrização Introdução A Eletricidade é a parte da Física que estuda os fenômenos elétricos. Há duas subdivisões: Eletrostática: estuda as cargas em re- pouso. Eletrodinâmica: estuda as cargas em movimento. Carga elétrica De acordo com a teoria atômica, as substân- cias são constituídas de átomos, os quais são formados por duas regiões: núcleo – parte central onde se encon- tram dois tipos de partículas: prótons e nêutrons. Eletrosfera – região em torno do núcleo onde se encontram os elétrons. Todas essas partículas possuem massa, en- tretanto somente os prótons e os elétrons pos- suem carga. Partícula Massa (kg) Natureza da carga Valor da carga (C) Próton 271,67 10 Positiva 191,6 10 Elétron 319,1 10 Negativa 191,6 10 Nêutron 271,67 10 Neutra 0 Um átomo eletricamente neutro tem igual número de prótons e de nêutrons. Quando um corpo se encontra carrega- do, há falta ou excesso de elétrons. Isso ocorre porque os prótons estão fixos no núcleo do átomo, não podendo, portanto, serem removidos com facilidade. Princípio qualitativo da interação entre as cargas elétricas. Cargas de mesmo sinal repelem-se enquanto cargas de sinais opostos atraem-se. Princípio da conservação das cargas De acordo com a física clássica, a carga elé- trica não pode ser criada ou destruída, mas transferida de um corpo para outro. Dessa forma, num sistema eletricamente iso- lado, a soma algébrica das quantidades de car- gas (positivas e negativas) é constante. Condutores e isolantes Chamamos condutor elétrico todo meio que permite a movimentação de cargas no seu inte- rior. Se essa movimentação não puder ocorrer, o meio constituirá um isolante elétrico. Processos de eletrização atrito contato indução aquecimento radiação (efeito foto-elétrico) Na eletricidade, as partículas que se transfe- rem de um corpo para outro são sempre os elé- trons, visto que os prótons se encontram forte- mente ligados ao núcleo. Eletrização por atrito Atritando-se dois corpos constituídos de ma- teriais diferentes, um deles cede elétrons para o outro e, ao final ambos estarão eletrizados. Aquele que recebeu elétrons fica eletrizado negativamente, enquanto o outro, que os ce- deu, fica eletrizado positivamente. Série triboelétrica Série triboelétrica é uma tabela ordenada de substâncias, de tal forma que o atrito entre du- as quaisquer eletriza positivamente a substância que figura antes e negativamente a que figura depois na tabela. Regra Substância + Vidro Mica Lã Pele de gato Seda Algodão Ebonite Cobre Enxofre - Celulóide Por exemplo, no atrito entre seda e cobre: a seda eletriza-se positivamente, e o cobre eletri- za-se negativamente. Professor Douglas Gomes Física 2 No atrito entre a seda e o vidro: a seda ele- triza-se negativamente, e o vidro, positivamen- te. Eletrização por contato É um método de eletrização que funciona muito bem entre materiais condutores, nos quais as cargas se espalham pela superfície. Na eletrização com uma carga negativa, o processo é semelhante: Se o corpo A ou ambos forem constituídos de material não condutor, a troca de cargas se li- mitaria à região em torno do ponto de contato. Observação Se uma esfera condutora carregada for colo- cada em contato com outra esfera condutora neutra, idêntica à primeira, a carga total é divi- dida igualmente entre as esferas. No caso de ambas já estarem carregadas, a carga total será dividida igualmente entre as esferas. No contato, os corpos ficam com cargas de mesmo sinal. A carga total só é dividida em quantida- des iguais se os corpos forem idênticos. Se os corpos forem diferentes, ficará com maior carga o de maior dimensão. Eletrização por indução Procedimento: 1) aproxima-se um corpo carregado (indu- tor) do corpo condutor neutro (induzido). Observa-se uma separação de cargas (polari- zação) no induzido. 2) Liga-se o induzido à Terra. As cargas de mesmo sinal que a carga do indutor escoam para a Terra. Observação: Se o indutor for positivo, a car- ga positiva do induzido escoa para a Terra, mas, como os prótons não se deslocam, o pro- cesso real é a chegada de elétrons da Terra ao induzido. 3) Na presença do indutor, desfaz-se a liga- ção do induzido com a Terra. Professor Douglas Gomes Física 3 4) Afasta-se o indutor. Agora vamos ilustrar a eletrização positiva. Importante! Para efeito de ilustração, mostramos a li- gação com a Terra feita na extremidade direita do corpo B, entretanto o processo ocorre da mesma forma independente da posição da ligação com a Terra. A carga induzida é sempre menor ou igual, em módulo, à carga indutora. Um corpo carregado pode atrair um corpo neutro, fenômeno explicado pela indução. Eletroscópio de folhas A função de um eletroscópio é identificar se um corpo está carregado ou não. Ao se aproximar um corpo neutro: Ao se aproximar um corpo carregado: Só com um eletroscópio não é possível iden- tificar a natureza da carga elétrica (positiva ou negativa), pois em ambos os casos, ele teve comportamento idêntico: as lâminas se abriram. Essa identificação só será possível se o ele- troscópio estiver previamente carregado com carga de sinal conhecido. Por exemplo, se o eletroscópio estiver carregado negativamente, as folhas se fecharão se o corpo aproximado for positivo e se abrirão se o corpo aproximado for negativo. Propriedades dos condutores Em um condutor, toda carga em excesso localiza-se na sua superfície. Nos condutores, as cargas em excesso têm maior concentração nas pontas. Aula 02 Força eletrostática Carga elétrica puntiforme Carga elétrica puntiforme é todo corpo eletrizado de dimensões desprezíveis em relação às distâncias que o separam de outros corpos eletrizados. Lei de Coulomb As forças de interação entre duas cargas puntiformes possuem intensidades iguais Professor Douglas Gomes Física 4 e são sempre dirigidas segundo o seg- mento de reta que as une. Suas intensidades são diretamente pro- porcionais ao módulo do produto das car- gas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre as partículas. A intensidade dessa interação depende ainda do meio ambiente onde se encon- tram as cargas, contudo iniciaremos nos- so estudo no vácuo. Matematicamente: 0 2 q Q F k d Nessa expressão, k é uma constante de proporcionalidade, denominada constante eletrostática do meio. No sistema inter- nacional de unidades, temos, no vácuo: 2 9 0 2 9,0 10 N m k C No ar seco, vamos admitir o mesmo valor para k. Há uma relação direta entre a constante eletrostática e a permissividade elétrica absoluta do meio ( ). 0 0 1 4 k 2 12 0 2 8,85 10 C N m Chamamos constante dielétrica ou per- missividade relativa ( r ) de um meio a razão entre a permissividade absoluta desse meio ( ) e a permissividade abso- luta do vácuo (0 ). 0 r Análise gráfica Aula 03 Campo elétrico Introdução Campo elétrico é uma propriedade física estabelecida em todos os pontos do espaço que estão sob a influência de uma carga elétrica (carga fonte), tal que uma outra carga (carga de prova), ao ser colocada num desses pontos, fica sujeita a uma força de atração ou de repul- são exercida pela carga fonte. Da mesma forma que o campo gravitacional é descrito pelo vetor gravidade ( g ), o campo elétrico, por sua vez, é descrito pelo vetor cam- po elétrico ( E ), o qual definiremos a seguir. Assim, da mesma forma que o vetor gravida- de só depende da massa fonte (no nosso caso, a Terra), o valor do campo elétrico depende apenas da carga fonte. Força de ação intermediada por campo A carga-fonte Q gera um campo no ponto P. Uma carga de prova q, quando posicionada no ponto P, sofre a ação desse campo: a força elétrica. Professor Douglas Gomes Física 5 Definição do vetor campo elétrico Para avaliarmos o campo elétrico em certo ponto P criado por uma carga fonte (Q), neces- sitamos de uma carga de prova (q0) em P. Matematicamente: 0 eletrostáticaFE q Características do vetor E : intensidade: 0 F E q direção: a mesma do vetor F sentido: se q0 positivo – mesmo sentido de F se q0 negativo – sentido oposto ao de F Unidade: N/C Assim, fica fácil ver que o sentido do campo gerado pela carga fonte não depende da carga de prova. Carga fonte positiva: Campo elétrico afas- tando-se da carga fonte. Carga fonte negativa: Campo elétrico aproximando-se da carga fonte. Campo elétrico de uma carga fonte punti- forme De acordo com a lei de Coulomb: 0 2 q Q F k d Da definição de campo elétrico: 0 2 q Q k F dE q q Assim: 0 2 Q E k d Mais uma vez, nota-se que o valor do campo gerado pela carga fonte independe da carga de prova. Campo elétrico de um conjunto de cargas fonte O vetor campo elétrico resultante em P, de- vido a várias cargas, é a soma vetorial dos ve- tores campo parciais de cada carga fonte. 1 2 3 ...P nE E E E E Professor Douglas Gomes Física 6 Linhas de força Com a finalidade de indicar a presença de campo elétrico em certas regiões do espaço, criou-se uma forma geométrica de representa- ção – a linha de força. Linha de força de um campo elétrico é uma linha que tangencia, em cada ponto, o vetor campo elétrico resultante ao ponto considerado. Mesma carga (em módulo) e sinais opostos Mesma carga e mesmo sinal Professor Douglas Gomes Física 7 Sinais opostos e módulos diferentes Onde as linhas estão mais próximas, o cam- po é mais intenso. Assim, no ponto A, o vetor campo elétrico é mais intenso do que em B. Em N, o vetor é nulo. Campo elétrico uniforme Quando o campo elétrico é uniforme, o vetor campo elétrico é o mesmo em todos os pontos (sem mudar módulo, direção e sentido). Assim, as linhas de força são paralelas e espa- çadas igualmente. Com uma placa carregada suficientemente grande, já é possível observar um campo apro- ximadamente uniforme na sua região central. Para um melhor resultado, utilizam-se duas placas. Importante! Duas linhas de força jamais se cruzam, por- que estariam determinando dois vetores de campo resultante para um mesmo ponto, um absurdo. Aula 04 Potencial Elétrico Introdução Imagine uma região com campo elétrico uni- forme e estático. Sendo o campo o mesmo em todos os pontos, o vetor força elétrica também será invariável para uma carga de prova cons- tante. Tal situação é semelhante à força peso, que também é constante para uma dada massa. Assim, é possível mostrar que a força de intera- ção eletrostática é conservativa. Associamos, na mecânica, o conceito de energia potencial ao campo de gravidade por se tratar de um campo de forças conservativas. Associaremos igualmente esse conceito ao cam- po eletrostático, devido ao fato de ele também ser oriundo de uma força conservativa. Considere uma carga de prova positiva a cer- ta distância de uma carga fonte fixa também positiva. Se você empurrar a carga de prova em direção à outra, gastará energia para vencer a Professor Douglas Gomes Física 8 força de repulsão elétrica existente. Esse traba- lho aumenta a energia da partícula. Chamamos de Energia Potencial Elétrica a energia que a partícula possui em virtude de sua localização. Se a partícula for solta, acelera transformando a energia potencial em cinética. Se a carga de prova tivesse o dobro do valor, realizaríamos o dobro do trabalho (porque a força dobraria de acordo com Coulomb), ou se- ja, seria transferido o dobro do valor de ener- gia. Assim, a energia potencial depende tam- bém do valor da carga de prova. Quanto maior o valor da carga de prova, maior a energia potencial associada, numa rela- ção proporcional direta. Ficou conveniente, portanto, adotar uma grandeza que dependesse apenas da carga fon- te: o potencial elétrico. Potencial elétrico Podemos dizer que a carga fonte produz um campo elétrico que pode ser descrito por uma grandeza escalar denominada potencial elétri- co ou potencial eletrostático. Esse potencial eletrostático em determinado ponto traduz a energia potencial elétrica armazenada por uni- dade de carga posicionada nesse ponto. 0 PEV q 0PE q V Importante! A energia potencial eletrostática e o potencial elétrico são grandezas escalares algébricas, podendo ser positivos, negativos ou nulos. Unidade volt = joule/coulomb Observações na verdade, a energia potencial é adqui- rida pelo sistema Q e q. Se ambas pude- rem se mover, as duas irão adquirir energia cinética a partir dessa energia potencial. Na maioria das vezes, porém, a carga Q é fixa. Nesse caso, associa- mos à carga de prova q toda a energia potencial. O potencial elétrico (grandeza escalar) e o campo elétrico (grandeza vetorial) são propriedades de cada ponto, existindo nesse ponto, independente de lá estar uma carga ou não. O vetor campo elétrico e o potencial são duas maneiras de descrever-se o campo elétrico existente em uma região do es- paço. O uso de um ou de outro vai ser questão de conveniência. Potencial elétrico criado por uma carga fonte puntiforme Com o auxílio de matemática superior, é pos- sível mostrar que a energia potencial acumulada em um par de cargas é dada por: P Q q E k d Lembrando que associamos toda a energia do sistema à carga de prova, e sendo 0PE q V , obtemos a expressão do potencial elétrico no ponto P: Q V k d Nesse caso, considerou-se que em um lugar muito afastado ( d ) a energia potencial, bem como o potencial são nulos. Gráficos Professor Douglas Gomes Física 9 Potencial num campo elétrico criado por um conjunto de partículas eletrizadas. Visto ser o potencial uma grandeza escalar, fica fácil obter o potencial resultante, somando algebricamente os potenciais criados individu- almente pelas cargas. 1 2 ... nV V V V EqüipotenciaisSão superfícies onde o potencial, em todos os pontos, assume o mesmo valor algébrico. As equipotenciais, num campo elétrico criado por uma partícula eletrizada e solitária são esfé- ricas, o que é fácil verificar através das equa- ções já estudadas. Observe-se ainda que as eqüipotenciais são perpendiculares às linhas de força (justificare- mos adiante). No caso do campo uniforme: Trabalho da força elétrica em um campo eletrostático De acordo com o princípio da conservação da energia mecânica, o trabalho das forças conser- vativas, correspondem à variação da energia potencial com o sinal trocado. Portanto, no caso da força eletrostática, é válido o mesmo princí- pio. ( ) A BAB P P A B A B E E qV qV q V V Representando essa diferença por UAB, AB ABq U Dessa forma, entre dois pontos em uma equipotencial, não há trabalho realizado pela força eletrostática. Imagine o deslocamento de uma partícula de carga q de A para B, ao longo de uma superfície equipotencial. O trabalho realizado será nulo, mas isso só será verdade se a força eletrostáti- ca se mantiver sempre perpendicular à trajetó- ria seguida. Portanto, concluímos que uma superfície equipotencial é perpendicular à força e, conse- qüentemente, às linhas de força e ao campo elétrico. Movimento espontâneo das cargas de prova O potencial elétrico é decrescente no sentido das linhas de força. Cargas positivas deslocam-se espontanea- mente para pontos de menor potencial. Cargas negativas deslocam-se espontanea- mente para pontos de maior potencial. Professor Douglas Gomes Física 10 Dica! Para saber o sentido do movimento das car- gas de prova, imagine que há uma carga fonte positiva do lado de maior potencial, e uma car- ga fonte negativa do lado de menor potencial. Potencial no campo uniforme Uma carga de prova deslocando-se em um campo uniforme fica sujeita a uma força cons- tante dada por: F = q E O trabalho de uma força constante na dire- ção do deslocamento é dado por: F d Unindo as duas equações: F d q E d Mas, de acordo com o que estudamos, o tra- balho também é dado por: ABq U Logo, AB AB U U E d E d Portanto, campo elétrico também pode ter como unidade no SI V/m. Exemplo de um campo elétrico uniforme de 20 v/m (ou 20 N/C): Aula 05 Condutores em equilíbrio eletrostático Equilíbrio eletrostático Um condutor isolado encontra-se em equilí- brio eletrostático quando não há movimento ordenado de cargas elétricas no seu interior e na sua superfície. Esse condutor isolado, em equilíbrio eletros- tático, pode ou não estar eletrizado. Distribuição de cargas Em um condutor isolado em equilíbrio ele- trostático, as cargas elétricas em excesso distri- buem-se pela sua superfície. Tal fato ocorre porque as cargas em excesso são de mesma natureza (sinal) e, portanto, re- pelem-se, afastando-se o máximo possível, ou seja, atingindo a superfície. O fato de não haver movimento ordenado de cargas implica o seguinte fato: O campo elétrico resultante nos pontos in- ternos do condutor é nulo. Não havendo campo elétrico, conclui-se que não há diferença de potencial entre os pontos no interior do condutor em equilíbrio. O potencial elétrico em todos os pontos in- ternos e superficiais do condutor é constante. Já que todos os pontos no interior e, conse- qüentemente, na superfície possuem o mesmo potencial, e as linhas de força são perpendicula- res às superfícies equipotenciais: Nos pontos da superfície de um condutor em equilíbrio eletrostático, o vetor campo elétrico tem direção perpendicular à superfície. Campo em um condutor esférico Pontos no exterior do condutor 2ext Q E k d Pontos infinitamente próximos à superfície 2próx Q E k R Pontos na superfície do condutor sup 2 próxE E Pontos no interior do condutor: int 0E Professor Douglas Gomes Física 11 Potencial em um condutor esférico Adotando-se um referencial no infinito. Pontos no exterior do condutor: ext Q V k d Pontos na superfície do condutor: sup Q V k R Pontos no interior do condutor: Q V k R Densidade superficial de cargas Representa a razão entre a carga presente na superfície de um condutor e a área dessa superfície: Q A Para um condutor esférico isolado de raio R e carga Q, por questões de simetria, a carga dis- tribui-se uniformemente pela superfície: 24 Q R Considere um condutor eletrizado em equilí- brio eletrostático conforme a figura abaixo: + + + + + + + +++ + + + ++ + A região de menor raio de curvatura apre- senta maior densidade de cara elétrica superfi- cial, assim, em torno dessa região, o campo elétrico é mais intenso. Por ser mais intenso o campo elétrico em torno de uma região pontiaguda de um condu- tor eletrizado, as cargas podem com maior faci- lidade, escoar-se por ela para o ambiente. A essa propriedade dá-se o nome de poder das pontas. Capacitância eletrostática É de verificação experimental que o potencial adquirido por um condutor eletrizado é direta- mente proporcional à sua carga elétrica. V Q Dessa forma, a razão entre a carga Q recebi- da pelo condutor e o potencial V atingido por ele é uma constante, denominada capacitância C do condutor: Q C V A capacitância fornece uma indicação da capacidade de o condutor armazenar car- gas. Assim, quando dois condutores isolados e ini- cialmente neutros atingem o mesmo potencial, o de maior capacitância armazena uma carga elétrica maior. A capacitância de um condutor depende apenas de suas características geométricas (forma e tamanho) e do meio em que se encontra. Unidade no SI 1 1 coulomb farad volt Capacitância de um condutor esférico Conforme visto anteriormente, Q V k R e Q C V Substituindo uma equação na outra, R C k Professor Douglas Gomes Física 12 Energia potencial eletrostática de um con- dutor v Q trabalho para a 1ª carga elementar = nulo trabalho para a 2ª carga elementar = e V2 trabalho para a 3ª carga elementar = e V3 V3 V2 V1= 0 2 P Q V E Condutores em equilíbrio Inicialmente afastados: Após o contato, e já em equilíbrio: Pelo princípio da conservação das cargas: Depois de saber o novo potencial, as novas cargas serão: Professor Douglas Gomes Física 13 A ligação do induzido à Terra pode ser feita em qualquer ponto, pois o que determina a subida dos elétrons não é o ponto de ligação e sim o fato de o potencial do condutor ser maior do que o da Terra. Observe que o processo de indução eletrostática é mútuo, sendo a carga de B redistribuída devi- do à influência das cargas induzidas em A. Observe-se ainda que, devido à indução, um corpo carregado e um corpo neutro sempre se atraem. Indução parcial Indução total Potencial da Terra É de comprovação experimental o fato de que a Terra é carregada negativamente. Contu- do, utilizaremoso potencial da terra como refe- rência considerando-o nulo. Aula 06 Eletrodinâmica Corrente elétrica Corrente elétrica é o movimento ordenado dos portadores de carga elétrica. Condutores Metais e grafite: os portadores móveis de carga são os elétrons livres Soluções eletrolíticas: os portadores móveis são íons positivos e íons negativos. Gases ionizados: os portadores móveis são íons positivos, íons negativos e elétrons livres. A causa da corrente elétrica Imagine dois corpos carregados: um positi- vamente, outro negativamente. Dessa forma, em relação a um ponto infini- tamente distante, o condutor positivo terá po- tencial positivo e o condutor negativo terá po- tencial negativo. Ao ligarmos um ao outro através de um fio condutor metálico, haverá movimentação de cargas até que ambos adquiram o mesmo po- tencial. Professor Douglas Gomes Física 14 Maior potencial Menor potencial Nesse caso, as cargas que se moverão serão os elétrons, indo do menor para o maior poten- cial. Outra justificativa seria o fato de haver um campo elétrico dentro do condutor orientado do maior para o menor potencial, produzindo uma força elétrica que propicia a corrente. Maior potencial Menor potencial E Fe Note-se que, nesse caso, o condutor não está em equilíbrio eletrostático, por isso há diferença de potencial e, portanto, corrente. Quando as esferas adquirirem o mesmo po- tencial, a corrente cessará, uma vez que E.d=U. O gerador elétrico A corrente que produzimos no raciocínio an- terior existe por um curto intervalo de tempo, cessando em seguida, quando a diferença de potencial se torna nula. Contudo, precisamos, na prática de uma cor- rente que perdure o tempo que desejarmos e, para tanto, é necessário manter diferentes po- tenciais elétricos nas extremidades do fio. Imagine, por hipótese, que fosse possível “alguém” recolher os elétrons que chegam à esfera positiva e devolvê-los à esfera negativa. Para tanto, deveria realizar trabalho e, com is- so, gastar energia. Esse “alguém”, na verdade, é o gerador elé- trico, que deve dispor de alguma outra forma de energia para transformar em energia potencial elétrica, na realização desse trabalho. F Gerador Maior potencial Menor potencial E Fe Esse é, por exemplo, o caso das pilhas co- muns que utilizamos em lanternas e das bateri- as de automóveis que realizam esse trabalho gastando energia química. Note que, nessa bateria a d.d.p. em seus terminais é de 8,4V, conforme indica o fabrican- te. Já essa pilha palito apresenta uma d.d.p. de 1,2V em seus terminais. Professor Douglas Gomes Física 15 - Representação esquemática do gerador: - A ddp nos terminais de um gerador ideal re- cebe também o nome de força eletro-motriz . Queda = Elevação = -i Maior potencial Menor potencial + - Maior energia potencial Menor energia potencial i O sentido convencional da corrente elétri- ca Convencionou-se orientar a corrente elétrica no sentido dos potenciais decrescentes, ou seja, do pólo positivo para o negativo. Pode-se dizer também que: O sentido convencional da corrente elétrica é o mesmo sentido do vetor campo elétrico no interior do condutor: do maior para o menor potencial. Se os portadores de carga forem positivos, a corrente convencional terá o mesmo sentido do movimento dessas cargas: Maior potencial Menor potencial Corrente convencional Se os portadores de carga forem negativos, a corrente convencional terá o sentido oposto ao da movimentação das cargas (é o caso dos elé- trons nos condutores metálicos!): Maior potencial Menor potencial Corrente convencional Em uma solução com íons, pode haver am- bas as movimentações: do cátion (portador de carga positiva) e do ânion (portador de carga negativa) Maior potencial Corrente convencional Cl- Na Corrente convencional Menor potencial - Observação importante! Dentro do gerador, a força eletromotriz, através da realização de trabalho, consegue transportar os elétrons do pólo negativo para o pólo positivo: - Corrente eletrônica real - Corrente convencional Professor Douglas Gomes Física 16 O caro leitor deve estar ficando confuso com essa convenção. É normal, não se preocupe. Portanto, para facilitar o nosso estudo, va- mos, a partir deste ponto, considerar que as cargas que se movem são positivas sem- pre. Então você se pergunta: isso não nos vai causar prejuízo? Não! Fisicamente, podemos utilizar esse raciocínio em todos os fenômenos, exceto no efeito Hall, estudado no eletromagne- tismo. Exemplos: Elétron equivale a Cl- equivale a Cl+ Pósitron Intensidade de corrente elétrica A intensidade média de corrente elétrica através de uma determinada secção é a razão entre o módulo da carga que atravessa e o in- tervalo de tempo em que isso ocorre: t Q imédia No Sistema Internacional, a medida da inten- sidade de corrente é o ampére (A): 1A = 1 C/s Caso a corrente elétrica tenha intensidade variável, precisamos analisar o gráfico de como ocorre essa variação. Corrente constante: i tt t1 2 Q Corrente variável: i tt t1 2 Q Em ambos os casos a “área” sob a curva do gráfico fornece o módulo do valor da carga que atravessou uma secção transversal do condutor. Tipos de corrente elétrica Contínua: mantém a intensidade e o sentido constantes. i t Pulsante: mantém o sentido constante, mas passa, em geral periodicamente, por máximos e mínimos. i t i t Alternada: inverte o sentido periodicamente. i t Professor Douglas Gomes Física 17 i t Você já deve ter ouvido que a rede elétrica no Brasil é de 60 Hz. Isso significa que nossas tomadas fornecem corrente alternada cujo perí- odo de repetição do ciclo é de 1/60 segundos. Continuidade da corrente elétrica Num condutor, a intensidade de corrente elé- trica é a mesma em qualquer secção, ainda que ele tenha secção transversal variável: i i1 2 i1 = i2 Da mesma forma, se houver uma bifurcação no caminho da corrente, ela irá dividir-se, de tal forma que o total permanece constante: i1 i2 i i = i1 + i2 Efeito Joule Já vimos que, ao ligarmos um fio metálico (de cobre, por exemplo) aos terminais de um gerador, estabelece-se uma corrente elétrica, devido ao surgimento de um campo elétrico ao longo do condutor. Por conta disso, há forças elétricas tentando acelerar os elétrons livres no interior do condu- tor, mas esses elétrons livres da corrente não estão sozinhos, uma vez que os eles represen- tam uma fração muito pequena do número total de elétrons no átomo. Por isso, há colisões com os átomos do metal e seus elétrons não-livres, durante a jornada dos elétrons livres. Tal fato implica a existência de uma força de resistência ao movimento dos elétrons. É como se o amor da sua vida estivesse mui- to longe em um grande show e você tentasse correr em direção a ele no meio da multidão. Por conta das colisões, com os elétrons li- vres, os átomos do metal apresentam um au- mento de sua agitação, o que é traduzido na elevação de temperatura do condutor. Por conta de tudo isso, a velocidade doselé- trons livres é constante no fio condutor, o que significa que a energia potencial elétrica é dissi- pada, sendo transformada em calor. A esse fe- nômeno dá-se o nome de efeito Joule. Importante! A velocidade dos elétrons no fio condutor é da ordem de grandeza de 10-4 m/s, por conta do efeito Joule. Tal fato pode causar estranheza por vermos a lâmpada incandescente em nossas casas acender quase que instantaneamente ao acionarmos o interruptor. Isso ocorre porque, apesar de a velocidade ser pequena, o campo elétrico no interior do condutor estabelece-se por todo o comprimento desse condutor quase que instantaneamente ao ligarmos o interrup- tor. Assim, todos os elétrons no fio põem-se em movimento quase simultaneamente, acendendo a lâmpada, mas todos com baixa velocidade. Potência elétrica iMaior potencial Menor potencial + - Sentido convencional Ep = q VA A Ep = q VB B Maior energia potencial Menor energia potencial As cargas da corrente, ao atravessar uma lâmpada, por exemplo, perdem energia poten- cial elétrica, transformando-a em outras formas. Se há consumo de energia com o tempo, es- se consumo está relacionado a uma potência dada por: t VVq Pot t VqVq t EE t E Pot BA BABA )( UiPot Energia medida em kWh (quilowatt-hora) Suponha que há um equipamento que con- suma uma potência de 1kW e que fique funcio- nando durante 1h. Dizemos que a energia con- sumida por ele é dada por: E = Pot . t = 1 kW 1h = 1kWh Professor Douglas Gomes Física 18 No sistema internacional, 1 kW = 1000W e 1h=3600s. Assim, essa mesma energia é dada por: 1kWh = 1000 W 3600 s = 3,6 . 106 J Fusíveis Fusíveis é um condutor, geralmente de esta- nho ou de chumbo, que protege os circuitos elétricos contra correntes excessivas. Ele é projetado de forma a não permitir que uma corrente acima de determinado valor per- dure em um circuito. A fusível comum funciona baseado no efeito Joule. Na medida em que a corrente aumenta, o valor da potência dissipada aumenta também, permitindo uma elevação da temperatura do fusível, provocando, em caso de corrente exces- siva, a fusão do metal de que ele é feito, o que cortaria a corrente no circuito. Na figura acima, vêem-se dois fusíveis, um bom e um queimado. Representação esquemática de um fusível: Atualmente é mais comum o uso de disjunto- res, que abrem o circuito automaticamente, quando a corrente ultrapassa um determinado limite, podendo ser re-acionados. Na figura acima, encontram-se um quadro de disjuntores, cada um com a indicação em am- pères da máxima corrente suportada. Primeira Lei de Ohm Imagine uma experiência em que tenhamos um fio metálico submetido a uma diferença de potencial U, estabelecendo-se nele uma corren- te elétrica de intensidade i. Imaginemos, ainda, que vamos refrigerar esse fio para dissipar o calor produzido por efeito Joule, mantendo, as- sim, a temperatura constante. Analisando os valores obtidos, encontramos que U e i são diretamente proporcionais. Isso nós observamos porque a razão i U é constante. Ao marcarmos os dados em um diagrama, ve- mos que a relação é representada por uma reta que passa pela origem do gráfico: U (V) i (A) A constante encontrada pela relação U/i é chamada de Resistência elétrica e será simboli- zada por R. Os condutores para os quais essa razão é constante, enquanto a temperatura é mantida também constante, são chamados de conduto- res Ôhmicos. Tais observações são fruto do estudo realiza- do por Georg Simon Ohm e a sua primeira lei é assim anunciada: Em um condutor ôhmico, mantido à tempe- ratura constante, a intensidade da corrente elé- trica é proporcional à diferença de potencial aplicada entre seus terminais. R i U iRU A representação esquemática de resistência elétrica é: Ou Professor Douglas Gomes Física 19 No sistema internacional, a unidade de medi- da para resistência elétrica é o ohm, cujo sím- bolo é V/A. Os condutores cuja razão U/i não é constante são chamados não-ôhmicos e o gráfico U x i, também chamado de curva característica pode ter qualquer formato. A expressão i U R con- tinuará válida para esses condutores, mas R não será constante. Se as graduações do eixo U e do eixo i forem iguais, podemos usar o seguinte artifício: U (V) i (A) tgR (numericamente) U (V) i (A) R1 R2 Já nesse último caso, o condutor não é ôhmi- co; portanto, 21 RR . Observação! Condutância elétrica é o inver- so da resistência elétrica: R G 1 , sendo medi- da, no sistema internacional, em Siemens (S). Condutor ideal Vamos utilizar com freqüência o modelo do condutor ideal, ou seja, aquele cuja resistência elétrica é nula. Na realidade, há muitos casos em eletrodinâmica, em que consideramos des- prezível a resistência de um condutor. Quando R = 0 U = R . i = R . 0 = 0. U = 0 Interruptores Interruptores elétricos são dispositivos por meio dos quais abrimos ou fechamos um circui- to elétrico. Note que só haverá corrente no cir- cuito se as cargas puderem ir de um pólo ao outro do gerador, através do condutor. Resistor Chamamos resistor todo elemento de circuito cuja função exclusiva é transformar energia elétrica em energia térmica. É o caso do fila- mento de tungstênio nas lâmpadas incandes- centes, das “espirais” dos chuveiros e dos seca- dores de cabelo. Assim, as cargas convencionadas, ao atra- vessarem o resistor, perdem energia potencial elétrica, transformando-a em energia térmica. i Maior potencial Menor potencial + - Sentido convencional Queda = R . i Elevação = R . i Potência dissipada em um resistor Unindo as expressões U = R.i e Pot = i. U, obtêm-se: Pot = R . i² Por = U²/R Segunda Lei de Ohm Ohm verificou também que a resistência elé- trica dependia não apenas do material de que é feito o condutor, mas também de sua geometria e de suas dimensões, concluindo que: Professor Douglas Gomes Física 20 L A L R Sendo L o comprimento do condutor, A a área de secção transversal e a resistividade elétrica do material. Assim, a resistência elétrica do condutor é di- retamente proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à área de secção transversal. é medido em m. Resistência elétrica e temperatura A temperatura pode influenciar no valor da resistividade de um condutor. Nos metais puros, o aumento de temperatura implica aumento na resistividade, porque os elétrons não-livres estando mais agitados, au- mentam a probabilidade de choques com os elétrons livres. O grafite, o silício e o germânio já apresen- tam comportamento diferente. A resistividade desses materiais diminui com o aumento de temperatura porque essa elevação de tempera- tura provoca a ruptura de algumas ligações atômicas, deixando livres os elétrons associados a essas ligações. Note-se que há ligas metálicas cujas resisti- vidades são praticamente constantes com a temperatura. Chamando a de coeficiente de temperatura (podendo ele ser positivo, negativo ou nulo), para pequenas variações de temperatura, pode- se utilizara seguinte expressão: 00 1 Aula 07 Associação de resistores Resistência equivalente Chamamos de resistor equivalente aquele que, submetido à mesma d.d.p. da associação, é percorrido pela mesma corrente da associa- ção. Dessa forma, pode-se dizer também que o resistor equivalente é aquele cuja potência dis- sipada é igual à soma das potências dissipadas por todos os resistores da associação. Associação em série Dois ou mais resistores estão associados em série quando são percorridos pela mesma cor- rente elétrica. - R2R1 R3i U i = i1 = i2 = i3 U = U1 + U2 + U3 Portanto: U = R1 i + R2 i + R3 i - REQi U Mas, substituindo a associação pelo REQ, U = REQ i Logo: REQ i = R1 i + R2 i + R3 i REQ = R1 + R2 + R3 Portanto, ao associarmos resistores em série, REQ será maior do que qualquer resistência da associação. Já que todos os resistores da associação se- rão percorridos pela mesma corrente, podemos analisar as potências através de Pot = R . i². Assim, o resistor de maior resistência terá a maior potência. Associação em paralelo Dois ou mais resistores estão associados em paralelo quando estão submetidos à mesma diferença de potencial. Professor Douglas Gomes Física 21 - R2 R3 i1 R1 i2 i3 i U U = U1 = U2 = U3 i = i1 + i2 + i3 Portanto: 3 3 2 2 1 1 R U R U R U i 321 R U R U R U i - REQi U Mas, substituindo a associação pelo REQ, EQR U i Logo: 321 R U R U R U R U EQ 321 1111 RRRREQ Associação mista É possível haver associações em que há re- sistores em série e resistores em paralelo. Du- rante os exercícios, vamos aprender como lidar com esses casos. Professor Douglas Gomes Física 22 Reostato Representação esquemática: ou Professor Douglas Gomes Física 23 Curto-circuito Imaginemos agora duas lâmpadas idênticas ligadas em série e uma ddp de 110 V nos ter- minais da associação, conforme ilustra a figura abaixo. Imagine agora o caso de ligarmos os pontos A e B do circuito por um fio ideal sem resistên- cia. Com isso, a diferença de potencial entre os pontos A e B tornar-se-ía nula, uma vez que RFIO = 0. 00 FIOFIOFIOFIOAB RiRUU Logo: VA = VB Na análise do circuito, poderemos considerar que o ponto A e o ponto B são coincidentes em termos de potencial, permitindo-nos representar apenas o ponto A conforme abaixo: Medidas Elétricas Amperímetro Mede a intensidade da corrente elétrica e de- ve ser ligado em série com o fio cuja corrente se deseja aferir. - R2R1i U A Para ser eficaz, deve apresentar resistência elétrica desprezível, para não afetar a corrente a ser medida. Portanto, o amperímetro ideal apresenta resistência elétrica nula. Como todo instrumento, o amperímetro real tem suas limitações. O valor máximo de corren- te que um determinado amperímetro é capaz de medir é conhecido como corrente de fundo de escala. Contudo, muitas vezes, para podermos utilizar esse amperímetro para medir correntes maiores que o seu fundo de escala, utilizamos uma resistência de valor conhecido para desviar parte da corrente total que se deseja medir, não danificando o aparelho. Esse artifício é conheci- do como shunt. Além disso, o uso do shunt di- minui a resistência equivalente, por estar ligado em paralelo, o que aproxima o amperímetro real do ideal. Voltímetro Mede a ddp entre dois pontos do circuito e deve ser ligado em paralelo, com seus terminais conectados a esses pontos. Para ser eficaz, deve apresentar resistência elétrica infinitamente grande, a fim de não “roubar” corrente do circuito. Um voltímetro ideal tem resistência elétrica infinita, não sendo, portanto, percorrido por corrente elétrica. - R2R1i U V Ponte de Wheatstone A ponte de Wheatstone é um circuito desti- nado à medição de resistências elétricas consti- tuído de um gerador, quatro resistores (3 co- nhecidos e 1 desconhecido) e um galvanômetro. Professor Douglas Gomes Física 24 G R2 R1 R3 RX i1 i2 i1 i2 A B C D Dizemos que a ponte está em equilíbrio quando as resistências conhecidas são ajusta- das de tal forma que não passe corrente pelo galvanômetro. Quando isso acontece, VC = VD. Logo: UAC = UAD R2i2 = R1i1 UCB = UDB RXi2 = R3i1 Dividindo uma expressão pela outra, encon- tramos: RX R1 = R2 R3 Assim, determinamos o valor de Rx Ponte de Fio G R2 R1 R3 RX i1 i2 i1 i2 A B C D L1 L3 RX R1 = R2 R3 A L R A L R 32 1 X 321X L R L R Professor Douglas Gomes Física 25 Aula 08 Geradores e receptores – aparelhos elétricos Aparelho elétrico Aparelho elétrico é todo dispositivo capaz de transformar uma modalidade de energia em energia elétrica ou vice-versa. Os aparelhos elétricos podem ser classifica- dos em geradores, ou fontes de forças eletro- motrizes e receptores, estes últimos subdividi- dos em ativos e passivos. Nessa unidade, trata- remos pormenorizadamente dos geradores e dos receptores. Geradores Os aparelhos elétricos que transformam uma modalidade qualquer de energia em energia elétrica são denominados geradores. Devido a essa transformação, observa-se en- tre os terminais dos geradores, uma diferença de potencial (ddp). Portanto, se as extremida- des de um fio condutor forem ligadas aos ter- minais de um gerador, estabelece-se uma cor- rente elétrica no fio. Existem diversas modalidades de energia que podem ser transformadas em elétrica. Em fun- ção disso, para cada tipo de transformação, podem ser encontrados geradores capazes de efetuar essas mudanças. Sabemos que as cargas elétricas constituin- tes de uma corrente elétrica penetram no gera- dor de corrente contínua pelo seu terminal ne- gativo e saem pelo positivo, pois a função do gerador é produzir a movimentação das cargas elétricas, ao longo de um condutor ligado aos seus terminais, dos pontos de maior potencial (terminal positivo) aos pontos de menor poten- cial (terminal negativo). Durante a movimentação das cargas da cor- rente no interior do gerador, elas recebem energia elétrica proveniente da transformação de energia química em elétrica, que ocorre de- vido às reações químicas que se processam no interior do gerador. Por definição: Força eletromotriz (fem), que simbolizamos por é o trabalho realizado sobre a unidade de carga durante o seu transporte do terminal ne- gativo para o terminal positivo do gerador. Portanto, se é o trabalho realizado sobre a carga q no referido percurso, a fem é: q Note que o trabalho que comparece na de- finição de fem representa o acréscimo de ener- gia elétrica que a carga q da corrente sofre ao atravessar o gerador. Lembrando de como calculamos o trabalho realizado pela força elétrica: q UUq ABAB , então: A fem representa o acréscimo de potencial elétrico que sofrem as cargas constituintes da corrente ao atravessarem o gerador ideal. Queda = Elevação = +i Menor potencial Maior potencial +-Menor energia potencial Maior energia potencial i Geradores Reais Na realidade, um gerador, ao ser percorrido por corrente elétrica, apresenta em seus com- ponentes (os condutores de que ele é feito), o efeito Joule. Portanto, dizemos que todo gera- dor real, apresenta dissipação de energia por efeito Joule, apresentando, assim, uma resis- tência interna (r). Por isso, a ddp nos terminais do gerador U é dada pelo acréscimo (elevação) de potencial fornecido pela eletromotriz menos o decréscimo (queda) de potencial na resistência interna: r i. +i Menor potencial Maior potencial +- Menor energia potencial Maior energia potencial r U = r i Energia no Gerador Potência gerada (total) iPotG Potência dissipada (na resistência interna) 2irPotD Potência fornecida do circuito (útil) Professor Douglas Gomes Física 26 )( 2 iriPot iriPot PotPotPot F F DGF UiPotF Rendimento U i iU Pot Pot total útil G F Gerador real em circuito aberto Quando um gerador real encontra-se em cir- cuito aberto, ele não é percorrido por corrente (i=0). Sendo assim, a ddp em seus terminais será igual a: U + r U = Portanto, não há energia gerada (PotG=i), dissipada ou fornecida. Gerador real em curto circuito Um gerador é colocado em curto-circuito quando seus terminais são ligados por um fio de resistência desprezível. + r U = 0 iCC A ddp entre os terminais de um gerador em curto-circuito é nula e a intensidade da corrente que o percorre é máxima dada por: CCirriU 0 r iCC A potência útil de um gerador em curto- circuito é nula, consequentemente, a potencia por ele fornecida, que é dada por rr iPotF 2 , é totalmente dissipada na sua resistência interna, o que acaba por dete- riorá-lo. Curva característica do gerador real riU U i iCC U i PotF 2iriPotF iiCC PotF iCC/2 2/4r Diferença de potencial (ddp) A ddp entre dois pontos é definida por BAAB VVU Se VA > VB, temos uma queda de potencial de A para B e UAB>0. Se VA < VB, temos uma elevação de potencial de A para e UAB<0. Generalizando, podemos dizer que, ao anali- sarmos os potenciais no circuito de A para B: ElevaçõesQuedasU AB Se, em um circuito, partirmos de um ponto e após o nosso percurso, chegarmos a esse ponto novamente, U = 0, logo: Quedas = Elevações Circuito simples No circuito simples (gerador-resistor) Professor Douglas Gomes Física 27 + r i R i A Partindo do ponto A e retornando a ele: Quedas = Elevações R i + r i = rR i Associação de geradores Gerador equivalente de uma associação de geradores é aquele cuja potência gerada é o somatório das potências geradas por cada ele- mento da associação e cuja potência dissipada é o somatório das potências dissipadas pelas re- sistências internas, quando percorrido pela mesma corrente da associação. Gerador equivalente de uma associação de geradores é o gerador que, ao manter, a mes- ma ddp da associação, fica percorrido por cor- rente de mesma intensidade que a da associa- ção. Série r1iASS r2 r3 PotF1 = iass (1 – r1 iass) PotF2 = iass (2 – r2 iass) PotF3 = iass (3 – r3 iass) PotFeq = PotF1 + PotF2 + PotF3 PotFeq = iass (1 – r1 iass) + iass (2 – r2 iass) + + iass (3 – r3 iass) PotFeq = iass (1 +2 +3) + (r1+ r2 + r3) i 2 ASS Logo: eq rreq Paralelo Na associação em paralelo, vamos estudar apenas o caso em que os “n” geradores são idênticos. Quando forem diferentes, será neces- sário utilizar a lei das malhas. iASS r r r iASS/n iASS/n iASS/n PotF1 = (iass/n) ( – r iass/n) PotF2 = (iass/n) ( – r iass/n) PotF3 = (iass/n) ( – r iass/n) PotFeq = PotF1 + PotF2 + PotF3 PotFeq = n (iass/n) ( – r iass/n) PotFeq = iass(r/n) i Logo eq n r req Receptores Os receptores são aparelhos elétricos capa- zes de transformar energia elétrica em outra modalidade qualquer de energia. A classificação em passivo ou ativo é feita da seguinte manei- ra: Passivo: quando o receptor é passivo, trans- forma energia elétrica apenas em energia tér- mica. Exemplos: resistores, chuveiros elétricos, aquecedores elétricos, lâmpadas elétricas, fios condutores de corrente. Ativo: quando o receptor é ativo, transforma energia elétrica em outra modalidade de ener- gia além da térmica. Exemplos: Baterias en- quanto estão sendo carregadas, motores elétri- cos. Eles são geralmente polarizados, ou seja, apresentam um pólo positivo e outro negativo. Força contra-eletromotriz Força contra-eletromotriz (fcem), que simbo- lizamos por ’ é a energia elétrica cedida pela unidade de carga da corrente ao receptor, para ser transformada em outra modalidade de energia que não a térmica. q ' A fcem representa o decréscimo de potencial elétrico das cargas da corrente ao atravessarem o receptor ideal (receptor que não produz ca- lor). Professor Douglas Gomes Física 28 Queda = ' Elevação = ' i ' Maior potencial Menor potencial + Maior energia potencial Menor energia potencial i- No caso do receptor real, a fcem representa apenas uma parcela do decréscimo total de po- tencial das cargas da corrente, sendo comple- mentada pelo decréscimo devido à resistência interna do receptor. ' r'-i pilha sendo carregada Note-se que as baterias comportam-se como receptores enquanto estão sendo carregadas e como geradores enquanto estão alimentando um circuito, bastando, para isso, inverter a po- laridade (ou o sentido da corrente). Acrescente- se ainda que, nesse caso, =’. No caso do receptor real, há dois decrésci- mos de potencial: um por conta da fcem e outro devido ao efeito Joule na resistência interna. Portanto, a ddp nos terminais de um receptor é dada por: irU ''' Energia no Receptor Potência consumida (representa toda a ener- gia consumida pelo receptor) Pot’C = i U’ Potência útil (representa a potência associa- da à fcem) Pot’U = i ’ Potência dissipada (representa a energia dis- sipada por efeito Joule na resistência interna) Pot’D = r’ i² Rendimento ' ' ' ' ' UUi i Pot Pot C U Aula 09 Capacitores Capacitor Capacitor é o conjunto de dois condutores separados por um isolante e por uma pequena distância, relativamente a suas dimensões. É usado para obter altas capacitâncias com di- mensões menores do que aquelas que necessi- tamos caso utilizássemos um único condutor. Os condutores constituintes do capacitor são chamados armaduras. Símbolo: Professor Douglas Gomes Física 29 Consideremos um capacitor de placas planas e paralelas inicialmente neutro. A partir de um dado instante, ligamos cada terminal da pilha a uma das placas do capacitor por meio de fios condutores ideais. Uma vez efetivada a ligação, inicia-se o processo de eletrização do capacitor. As cargas negativas movimentam-se dos pontos de menorpara maior potencial. Assim, os elétrons livres da placa do capacitor ligada ao terminal positivo da pilha emigrarão da placa para este terminal e, passando pelo interior da pilha, irão se depositar na outra placa do capa- citor. No início, quando as placas estão neutras, a ddp entre os terminais das placas é nula, mas, à medida que vai ocorrendo o transporte de elétrons, a ddp deixa de ser nula. O processo somente termina quando a ddp entre as placas se iguala à fem da bateria, deixando assim de haver corrente. Representação simbólica do capacitor carre- gado com carga Q: Capacitância Capacitância de um capacitor é a sua capaci- dade de suportar cargas elétricas, a qual é me- dida pela razão entre a carga Q da placa positi- va e a ddp U entre elas: U Q C Unidade: C/V = F (Farad) Note-se que a capacitância do capacitor de- pende apenas de seu formato, dimensões e material, sendo, portanto, uma constante. Professor Douglas Gomes Física 30 Por isso, dizemos que a carga é proporcional à ddp. Energia no capacitor A energia potencial eletrostática do capacitor (EP) é a soma das energias potenciais calculadas em suas armaduras: EP = EPA + EPB 2 )( 2 2 )( 2 )( QU E VV Q E VQVQ E P BAP BA P Lembrando que: C Q E C Q U UC EUCQ P P 2 2 2 2 Capacitor Plano A capacitância C de um capacitor de placas planas e paralelas de área útil A, separadas pela distância d e que tem um isolante de separação de permissividade absoluta é dada por: d A C Acrescente-se que Faraday foi o primeiro físi- co que estudou a influência do dielétrico na ca- pacitância do capacitor, constatando que: A capacitância de um capacitor aumenta quando se introduz um material dielétrico entre suas armaduras, devido ao alinhamento das moléculas polarizadas. Chamamos permissividade relativa ou cons- tante dielétrica a razão entre a permissividade do material dielétrico e a permissividade do vá- cuo: 0 R É fato que a introdução do dielétrico aumen- tará a capacitância. Contudo, todo material die- létrico pode sofrer ionização quando submetido a um campo elétrico muito intenso, acarretando condução de corrente elétrica, danificando o circuito. Chamamos de rigidez dielétrica o máximo valor de campo elétrico que um dielétrico pode suportar sem ionizar-se. Professor Douglas Gomes Física 31 Meio Constante dielétrica (r) Rigidez dielé- trica (106V/m) Vácuo 1,00000 - Ar 1,00054 3 Papel 3,5 14 Vidro pirex 4,5 13 Mica 5,4 160 Porcelana 6 4 Poliestireno 2,6 25 Dióxido de titânio 100 6 Titanato de estrôncio 332 8 Associação de capacitores Série Todos os capacitores adquirem a mesma car- ga: Q1 = Q2 = Q3 = QASS = Q UASS = U1 + U2 + U3 Q CCC U C Q C Q C Q U ASS ASS 321 321 111 ASSU CCC Q 1 321 111 Logo 321 1111 CCCCEQ Portanto, a Capacitância equivalente da as- sociação em série é menor do que a capacitân- cia de qualquer um dos capacitores associados. Paralelo Todos os capacitores estarão sujeitos à mesma ddp: U1 = U2 = U3 = UASS QASS = Q1 + Q2 + Q3 ASSASS ASSASSASSASS UCCCQ UCUCUCQ 321 321 Logo: EQC 321 CCC Portanto, a capacitância equivalente da asso- ciação em paralelo é maior do que a capacitân- cia de qualquer um dos capacitores associados. Aula 10 Campo Magnético Introdução Desde a mais tenra infância, estamos acos- tumados a conviver com umas pedrinhas que atraem ferro e outros materiais semelhantes. Essas pedras são chamadas de ímãs e os fenô- menos relacionados a elas são estudados pelo magnetismo. Essas pedras contêm Tetróxido de triferro (Fe3O4), a magnetita, que é um ímã natural. É possível, através de processos de imantação, obter ímãs artificiais. Fenômenos Magnéticos 1. Ao colocarmos um ímã em local onde haja limalha de ferro, estes aderem àquele predominantemente em duas determinadas regiões: os pólos magné- ticos. Professor Douglas Gomes Física 32 2. Suspendendo-se um ímã, de forma que ele possa girar livremente, ele assume, aproximadamente, a direção norte-sul geográfica local. Chamamos de pólo norte do ímã aquele que fica voltado para o norte geográfico, e de pólo sul do ímã aquele que fica voltado para o sul geográfico. 3. Os ímãs interagem repelindo-se ou atraindo-se, verificando-se que: pólos de mesmo nome repelem-se e pólos de nomes diferentes se atraem. 4. Os pólos de um ímã são inseparáveis, ou seja, mesmo dividindo um ímã ao meio, os novos pedaços terão dois pó- los: um norte e um sul. 5. Em 1820, Oersted verificou que a pas- sagem de corrente elétrica por um fio condutor também produz efeitos mag- néticos. Portanto, correntes elétricas são capazes de produzir campo magné- tico. Campo Magnético Chama-se campo magnético a região do es- paço modificada pela presença de um ímã ou de uma corrente elétrica que percorre um condutor ou de um corpo eletrizado em movimento. Em outras palavras, Campo magnético é a propriedade adquirida pelo espaço devido à pre- sença de um condutor percorrido por corrente ou de um ímã (no qual há movimentos particu- lares descritos pelos elétrons). O campo magnético é definido por um vetor: o vetor campo magnético ou vetor indução magnética. Professor Douglas Gomes Física 33 No sistema internacional, a unidade utilizada é o Tesla (Símbolo T). Chamaremos de Linha de indução toda linha que, em cada ponto, é tangente ao vetor Cam- po magnético B e orientada no sentido desse vetor. Se limalha de ferro for colocada sob a ação do campo, cada fragmento funciona como uma minúscula agulha magnética, orientando-se na direção desse campo e desenhando as linhas de indução. Uma agulha magnética é um elemento de prova de um campo em um ponto. Campo Magnético dos Ímãs Convenciona-se que as linhas de indução sa- em do pólo norte e chegam ao pólo sul. Quando se utiliza um ímã em forma de ferra- dura, as linhas de indução apresentam-se apro- ximadamente com a mesma direção, igualmen- te espaçadas e orientadas. Campo Magnético das Correntes Elétricas Já vimos que cargas elétricas em movimento, ou seja, correntes elétricas, criam um campo magnético na região do espaço que as circunda, sendo, portanto, fontes de campo magnético. O fator 0 que aparecerá nas equações cor- responde à permeabilidade magnética do vácuo, sendo uma constante universal. A mT 70 104 Lei de Biot-Savart 2 0 4 r senLi B Campo em um condutor reto e longo d i B 2 0 Professor Douglas Gomes Física 34 Campo no centro de uma espira circular R i B 2 0 Bobina chata R i NB 2 0 Solenóide Professor Douglas Gomes Física 35 L N iB 0 Origem das propriedades magnéticas dos materiais É fatoque o campo magnético de um átomo é gerado pelo movimento orbital de seus elé- trons e, principalmente, pelo spin dos elétrons de orbitais incompletos. Materiais ferromagnéticos São denominados materiais ferromagnéticos aqueles que se imantam consideravelmente quando submetidos a um campo magnético. Além disso, esses materiais são fortemente atraídos pelos ímãs. São ferromagnéticos o ferro, o níquel e o co- balto e algumas ligas metálicas. Devido à distribuição eletrônica do átomo de ferro, há forças interatômicas que obrigam es- ses átomos a se disporem de modo que seus campos magnéticos fiquem paralelos e concor- dantes, formando os domínios magnéticos. Quando aproximamos um ímã de um materi- al ferromagnético, os domínios magnéticos em concordância com o campo externo tendem a crescer, tornando o material imantado. Retirando o campo externo, as fronteiras dos domínios não voltam exatamente às posições originais, persistindo, assim, uma imantação residual. A retenção de campo magnético é de- nominada histerese magnética. Esses domínios conseguem ser mantidos, apesar da agitação térmica, desde que não ul- trapasse o limite do ponto de Curie do materi- al, o qual representa a temperatura limite que provoca a desagregação dos domínios magnéti- cos. Professor Douglas Gomes Física 36 Outro fator que pode prejudicar a performan- ce de um ímã é são os choques mecânicos. Aula 12 Indução magnética Força eletromotriz induzida Considere um condutor reto, de comprimento L, movendo-se com velocidade v , em um cam- po B uniforme, originado, por exemplo, por um ímã. Como os elétrons acompanham o movimento do condutor, eles ficam sujeitos à força magné- tica mF . Elétrons livres deslocam-se para a ex- tremidade inferior do condutor da figura, fican- do a outra extremidade eletrizada com cargas positivas. As cargas dos extremos originam um campo elétrico E e os elétrons ficam sujeitos a uma força elétrica eF , de sentido contrário à magnética. A separação de cargas no condutor ocorrerá até que essas forças se equilibrem. Como no interior do condutor o campo elétrico é nulo, tem-se uma ddp entre seus terminais. Lembrando que: dEU e EqFe , então, d U qFe Do magnetismo: BvqFm Se Fm = Fe, então: dvBU d U qsenBvq º90 Essa diferença de potencial, pode ser usada para gerar uma corrente, caso façamos a liga- ção entre os terminais da barra. Por isso, vamos associar essa ddp a uma forma eletromotriz: LvBind Devido à existência de corrente ao longo do fio, passa a atuar uma força magnética ' mF no sentido de frear a barra. Para que ela continue o movimento, é necessário haver uma força externa extF para equilibrar o movimento, man- tendo a velocidade constante. Note-se que a energia elétrica é gerada pelo trabalho realizado por um agente externo. Professor Douglas Gomes Física 37 Fluxo Magnético Analisando os experimentos anteriores, Fara- day verificou que somente haverá fem induzida numa espira imersa num campo magnético, se ocorrer variação do número de linhas de indu- ção que atravessam a superfície da espira. Faraday então associou a idéia da quantidade de linhas de campo que atravessam a espira a uma nova grandeza, o fluxo magnético. Definição: cos ABm Unidade: T m² = Wb (Weber) Lei de Faraday Toda vez que o fluxo magnético de um circui- to varia, surge, nesse circuito, uma fem induzi- da dada por: t m t ind 0 lim Lei de Lenz O sentido da corrente induzida é tal que, por seus efeitos, opõe-se à causa que lhe deu ori- gem. Assim, o sentido da corrente induzida é tal que origina um fluxo magnético induzido que se opõe à variação do fluxo magnético denominado indutor. Professor Douglas Gomes Física 38 Introdução Carga elétrica Princípio qualitativo da interação entre as cargas elétricas. Princípio da conservação das cargas Condutores e isolantes Processos de eletrização Eletrização por atrito Eletrização por contato Eletrização por indução Eletroscópio de folhas Propriedades dos condutores Carga elétrica puntiforme Lei de Coulomb Análise gráfica Introdução Força de ação intermediada por campo Definição do vetor campo elétrico Campo elétrico de uma carga fonte puntiforme Campo elétrico de um conjunto de cargas fonte Linhas de força Campo elétrico uniforme Introdução Potencial elétrico Potencial elétrico criado por uma carga fonte puntiforme Potencial num campo elétrico criado por um conjunto de partículas eletrizadas. Eqüipotenciais Trabalho da força elétrica em um campo eletrostático Movimento espontâneo das cargas de prova Potencial no campo uniforme Equilíbrio eletrostático Distribuição de cargas Campo em um condutor esférico Potencial em um condutor esférico Densidade superficial de cargas Capacitância eletrostática Capacitância de um condutor esférico Energia potencial eletrostática de um condutor Condutores em equilíbrio Indução parcial Indução total Potencial da Terra Corrente elétrica Condutores A causa da corrente elétrica O gerador elétrico O sentido convencional da corrente elétrica Intensidade de corrente elétrica Tipos de corrente elétrica Continuidade da corrente elétrica Efeito Joule Potência elétrica Energia medida em kWh (quilowatt-hora) Fusíveis Primeira Lei de Ohm Condutor ideal Interruptores Resistor Potência dissipada em um resistor Segunda Lei de Ohm Resistência elétrica e temperatura Resistência equivalente Associação em série Associação em paralelo Associação mista Reostato Curto-circuito Medidas Elétricas Ponte de Wheatstone Ponte de Fio Aparelho elétrico Geradores Geradores Reais Energia no Gerador Gerador real em circuito aberto Gerador real em curto circuito Curva característica do gerador real Diferença de potencial (ddp) Circuito simples Associação de geradores Receptores Força contra-eletromotriz Energia no Receptor Capacitor Capacitância Energia no capacitor Capacitor Plano Associação de capacitores Introdução Fenômenos Magnéticos Campo Magnético Campo Magnético dos Ímãs Campo Magnético das Correntes Elétricas Origem das propriedades magnéticas dos materiais Materiais ferromagnéticos Força eletromotriz induzida Fluxo Magnético Lei de Faraday Lei de Lenz
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