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Projeto de Pesquisa Adoção homoafetiva

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UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT 
 CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
 
UMA ANÁLISE JURÍDICA E SOCIAL ACERCA DOS IMPEDIMENTOS E DAS FACILIDADES DA ADOÇÃO HOMOAFETIVA NO BRASIL
Ana Paula Vilanova Nascimento
Antonio Raimundo de Menezes Júnior
Beatriz Henrique Silveira Melo
Raiza Resende Silva
Victória Catuninho de Morais
Professora Orientadora MSc.:
Claudia Laís Costa da Silva Campos
ARACAJU
SETEMBRO 2018
SUMÁRIO
PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................................3
HIPÓTESES..............................................................................................................................4
OBJETIVOS..............................................................................................................................5
JUSTIFICATIVA......................................................................................................................6
REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................................7
METODOLOGIA.....................................................................................................................10
REFERÊNCIAS
PROBLEMATIZAÇÃO
Segundo o ilustre jurista Orlando Gomes, a adoção é “o ato jurídico pelo qual se estabelece, independentemente de procriação, o vínculo da filiação.” Parafraseando o referido jurista, a adoção seria o procedimento legal no qual uma criança ou um adolescente se tornam filhos de uma pessoa ou de um casal, com os mesmos direitos que um filho biológico tem. A adoção no Brasil, é prevista desde 1828, porém foi só com o Código Civil de 1916 (CC/16) que um procedimento de adoção foi estabelecido.
Muito embora, a adoção esteja prevista há muito tempo em nosso ordenamento jurídico, ela ainda se depara com diversos preconceitos, dos mais variados possíveis, é um assunto que gera muita polêmica, em razão de algumas pessoas ainda terem a concepção de que filho é aquele biológico, natural. Todavia, o Estado viabiliza um lar às crianças que se encontram em instituições, abandonas, sem amor, carinho e sem a devida atenção e respeito que um lar poderia a ela proporcionar, independente dessas famílias serem constituídas por casais heterossexuais ou homossexuais. A adoção por si só, se torna um assunto bastante delicado e difícil de se falar, é preciso um cuidado redobrado ao se falar nas novas concepções de família que formam a sociedade, ou seja, quando o assunto é a união entre pessoas do mesmo sexo ou a formação de uma família através da adoção por esses casais.
No atual cenário brasileiro, a adoção homoafetiva ainda sofre algum tipo de discriminação e dificuldade por parte da sociedade e do poder judiciário? 
HIPÓTESES
Levando em consideração que na Constituição está explícito que todas as pessoas são iguais, o Poder Judiciário deve ser imparcial, sempre buscando o melhor para criança/adolescente no que tange estruturação familiar;
Percebe-se que existe ainda muito preconceito no tocante a adoção homoafetiva, a sociedade ainda tem concepção de que família deve ser composta por homem e mulher;
Com a nova configuração das famílias há possibilidade da adoção por casais homoafetivos;
Há constituição de família entre uniões homoafetivas;
Restrições legais na adoção por casais homoafetivos na jurisprudência;
OBJETIVO GERAL 
Esse projeto de pesquisa tem por objetivo principal analisar alguns princípios constitucionais garantidores do exercício dos direitos à cidadania e a possibilidade da realização da adoção por casal homoafetivo, sob a perspectiva de que não há proibição legal em nosso ordenamento jurídico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Analisar a possibilidade jurídica sobre o reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar; 
Estudar sobre a união homoafetiva como forma de constituição de família; 
Mostrar quais são os impedimentos e as facilidades da adoção homoafetiva no Brasil a partir de jurisprudências; 
JUSTIFICATIVA
A união civil entre pessoas do mesmo sexo foi recentemente aprovada no Brasil, graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal reconhecendo essa união. Esse tema como sempre, gera um monte de discussões e controvérsias sobre o casamento homossexual, o preconceito e principalmente as questões sobre liberdade de expressão religiosa.
Recentemente foram divulgados dados do IBGE, dando conta que no Brasil existem mais de 60 mil casais homossexuais, um número considerável e que pode ser muito maior ao se considerar aqueles que omitiram sua orientação sexual em razão do preconceito que enfrentam. 
Sendo assim, levando em consideração o fator jurídico, esta lei vem ao encontro dos interesses de um grupo social, o qual tem sua representatividade na sociedade e por isso deve ter suas demandas e direitos assegurados pela lei. Afinal de contas, como se sabe, cabe ao sistema jurídico, pelo menos em tese, garantir a igualdade de direitos entre os cidadãos sem fazer acepção de quaisquer características ou peculiaridades existentes e, neste caso, sem se considerar a sexualidade.
O reconhecimento da união homoafetiva como um modelo de família foi um grande avanço para a sociedade brasileira, embora ainda muitos não aceitem esta concepção principalmente pelas questões religiosas, no entanto não há o que se questionar, visto já haver uma decisão favorável a esse respeito pelo Supremo Tribunal Federal. O elo afetivo e uma vontade expressa em constituir uma família como qualquer outra é o desejo dos casais homoafetivos. A luta desses casais pela adoção de crianças está se tornando cada vez maior, pelo fato de não poderem conceber filhos.
Nesse sentido, um estudo mais aprofundado sobre essa nova realidade brasileira é de fundamental importância para o cenário acadêmico e social, levando em consideração planejar uma investigação científica na seara jurídica sobre o tema em questão, razão pela qual justifica-se o trabalho em questão.
REFERENCIAL TEÓRICO 
Levando em consideração que o reconhecimento da união estável é algo recente, a adoção homoafetiva é um tema ainda mais novo, porém com várias discussões. A adoção é uma forma de expandir a família, compartilhar amor, educação e principalmente, dar uma nova oportunidade a crianças e adolescentes que foram abandonados e que muitas vezes tem a chance de terem uma família novamente. Para adotar existem inúmeras barreiras, segundo as quais visam o melhor para o adotado. Contudo, para os casais homoafetivos além da burocracia existem outros pontos que dificultam ainda mais. 
Segundo o especialista em Direito civil e processual civil, Edson Camara de Drumond Alves Júnior, em seu artigo a (im)possibilidade legal da adoção por casais homoafetivos no direito brasileiro:
Só sendo deferida mesmo a adoção se trouxer reais vantagens para o adotando, fundando-se em motivos legítimos, e não somente se ater à questão da orientação sexual dos adotantes, motivada por mero preconceito, fazendo com que milhares de crianças e adolescentes saiam prejudicados, já que continuarão lotando os orfanatos brasileiros, perdendo uma oportunidade de serem inseridas em uma família substituta, baseada no afeto, adequada para atender aos seus maiores interesses (ALVES JUNIOR, p.12)
O maior impedimento enfrentado por eles é o preconceito enraizado na sociedade e a justiça ser ainda, em grande parte, tradicional. De acordo com Maria Berenice, em seu artigo sobre a família homoafetiva e seus direitos, “Nem a ausência de leis nem o conservadorismo do Judiciário servem de justificativa para negar direitos aos relacionamentos afetivos que não têm a diferença de sexo como pressuposto”.
Outro ponto muito importante é o fato de que a época em que a Constituição Federal e o Código Civil foram elaborados ahomossexualidade não era aceita, pior ainda, era marginalizada e vista como uma doença que poderia influenciar negativamente no comportamento e no psicológico da criança. Esse entendimento já foi desmitificado por um estudo feito por cientistas na área da psicologia e da psicanálise, onde verificou-se o igual desenvolvimento das crianças criadas por pais heterossexuais e pais do mesmo sexo. Também foi comprovado que a orientação sexual dos pais não influencia na orientação sexual dos filhos.
Muitos dilemas com o passar do tempo por terem grande repercussão social tiveram suas questões disciplinadas na legislação. No entanto, o dilema da adoção por casais do mesmo sexo não possui regularização específica na lei. Apesar da falta de leis específicas, também não há uma proibição expressa na lei. Levando isso em consideração, os casais homoafetivos tem utilizado da própria lei geral para sustentar seus argumentos e tentar garantir seus direitos. 
Um dos artifícios utilizados é a adoção somente por um do casal visto que no Estatuto da criança e do adolescente não impede de apenas uma pessoa adotar e na legislação não existe nenhum impedimento quanto a orientação sexual do adotando. Sobre esse tema Carlos Roberto Gonçalves discorreu:
A adoção por homossexual, individualmente, tem sido admitida, mediante cuidadoso estudo psicossocial por equipe interdisciplinar que possa identificar na relação o melhor interesse do adotando (GONÇALVES, 2015, p.395).
Outro argumento utilizado está baseado no Estatuto da criança e do adolescente, legislação específica que regulariza e garante os direitos das crianças e adolescentes além daqueles já estabelecidos na legislação, no artigo 42 parágrafo segundo que diz que “Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família”. No artigo não expressa sobre orientação sexual do casal o que significa que não tem relevância.
Diante das regras que regem e são base para a criação das leis e da sociedade estão os Direitos Humanos e a Constituição Federal. Nelas estão dispostas normas e princípios gerais que também servem de sustentação de argumento para provar a possibilidade da adoção homoafetiva. No artigo 2º dos Direitos humanos está disposto que:
Toda pessoa tem capacidade de gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição.
Na Constituição está previsto no artigo 5º que todos são iguais perante a lei, fortalecido pelo princípio da isonomia que significa que a lei não pode instituir tratamento desigual entre pessoas que se encontrem em mesma situação fática e/ou jurídica. 
Por fim, também é muito importante a utilização de analogias baseadas em outras decisões, jurisprudências e costumes, como a primeira decisão sobre adoção homoafetiva que foi favorável no Rio Grande do Sul. 
A adoção por casais homoafetivos, apesar de ser um tema extremamente recente e que possuir várias opiniões dos juristas e doutrinadores, a doutrina majoritária e o Supremo Tribunal Federal já pacificaram o tema, dando o entendimento que a adoção por casais homoafetivos é legal e o que deve prevalecer é o bem estar da criança, a preocupação em promover o direito fundamental à convivência familiar. 
Diante disto, podemos ressaltar o posicionamento de Ana Carla Harmatiuk: 
Interessante notar que, mesmo quando o sistema jurídico ainda não contemplava a adoção homossexual, não foi este o fator impeditivo para as realidades deixarem de existir. Mais uma vez os fatos vão-se impondo perante o direito. Tendo em vista que o texto literal da lei civil brasileira não foi expresso no sentido de prever a adoção por homossexuais, acrescido do receio do preconceito, alguns parceiros passaram a buscar caminhos para a concretização do sonho da filiação. Com efeito, muito dos pretendentes à adoção registraram no próprio nome o filho de outrem (a chamada “adoção à brasileira” ou irregular). Mais recentemente ainda, algumas parceiras têm-se utilizado da reprodução humana assistida heteróloga, ou seja, com a utilização de material genético de doador, para realizarem o desejo de ter filhos. MATOS, Ana Carla Harmatiuk (2013, p.296).
Fica claro na leitura acima citada, que mesmo que o direito não contemple o que está sendo postulado, levando em consideração que a evolução da sociedade não é acompanhada na mesma medida pela evolução do direito, os doutrinadores já se posicionavam a favor do referido tema, levando em consideração o bem estar da criança e do adolescente.
O Conselho Nacional de Justiça, no seu posicionamento estabelece que é proibida a recusa de realizar o casamento por pessoas do mesmo sexo, criou a Resolução nº 175, de 14 de maio de 2013, estabeleceu que no seu artigo 1º que: “Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo”.
Então, não há lógica na recusa de adoção por casais do mesmo sexo, haja vista que o casamento já é reconhecido pela mais alta corte jurídica do país, o Supremo Tribunal Federal.
METODOLOGIA
O presente projeto de pesquisa tem como tema “uma análise jurídica e social acerca dos impedimentos e das facilidades da adoção homoafetiva no Brasil’’ e possui o método bibliográfico como metodologia para a pesquisa supracitada. O qual possibilitará uma investigação acerca dos postulados teóricos e jurisprudenciais sobre a adoção homoafetiva no Brasil, realizando levantamentos coletados em artigos, monografias, jurisprudências e legislação com enfoque explicativo. 
Dessa forma, será feito uma análise através do método bibliográfico, buscando através de um estudo sobre o progresso da adoção, esclarecendo quais os principais embates e desafios enfrentados socialmente e juridicamente pelos casais homoafetivos.
Para melhor compreensão do tema, é necessária uma leitura crítica ou também chamada de reflexiva, na qual baseia-se em uma análise mais aprofundada, sendo indicada no livro como: A adoção conjunta de parceiros do mesmo sexo e o direito fundamental a família substituta . Sendo esta uma das fontes primárias do projeto de pesquisa proposto.
 
REFERÊNCIAS
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6: direito de família. 12. Ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
JUNIOR, Edson Camara de Drummond Alves. A (im) possibilidade legal da aoção por casais homoafetivos no direito brasileiro: orientação sexual dos adotantes como fator de risco do desenvolvimento do adotando?. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 1, p. 256-270, jan./jul. 2016.
BERENICE, Maria Dias. A família homoafetiva e seus direitos. 
ALVES, Rogério Melo; CARDOSO, Gleyce Anne. Adoção por casais homoafetivos à luz da dignidade da pessoa humana. Revista Diorito, v. 2. n. 2. Jul./Dez.2018.
MOREIRA, Joana da Silva. Homossexualidade e adoção: discutindo o direito de exercer a parentalidade homoafetiva na sociedade contemporânea. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal Fluminense, Rio das Ostras, 2014.
MATOS, Ana Carla Harmatiuk. A adoção conjunta de parceiros do mesmo sexo e o direito fundamental a família substituta. In: FERRAZ, Carolina Valença (coord.) [etal.]. Manual do direito homoafetivo – São Paulo: Saraiva, 2013. Capítulo 7, pág 284 – 304.
Estatuto da Criança e do Adolescente
Constituição Federal
Declaração dos Direitos Humanos

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