Buscar

Apostila Geografia (1)

Prévia do material em texto

GEOGRAFIA 
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 
TURMAS DE EXTENSIVO (2018.1) 
CURSINHO DO DCE/UFRN 
MÓDULO I 
 
FRENTE: GEOGRAFIA HUMANA 
 
Prezado (a) Estudante, 
 O presente material foi escrito com base na matriz 
de referência utilizada atualmente no Exame Nacional do 
Ensino Médio (ENEM). A matriz de referência é um 
documento teórico específico a cada área do conhecimento, 
disponibilizado pelo Ministério da Educação, por meio do 
Intituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira (INEP). 
 
Bons estudos! 
 
CAPÍTULO 1 
O ESPAÇO GEOGRÁFICO 
 CONCEITOS GEOGRÁFICOS 
 O Espaço Geográfico é o objeto de estudo da 
Geografia. Sua compreensão nos leva a associação com 
outros conceitos teóricos fundamentais da ciência 
geográfica, como é o caso dos conceitos de Paisagem, Lugar, 
Território e Região. O conhecimento geográfico permite o 
entendimento das mais diversas e intensas dinâmicas 
estabelecidas nas relações entre o homem e a natureza, e 
vice-versa. 
 
 A produção e a reprodução do Espaço Geográfico 
são resultantes das relações entre os seres humanos e a 
natureza. O homem influencia a natureza, transformando-a, 
conforme o progresso técnico vigente ao longo da história, 
mas também é influenciado pela natureza através de sua 
intensa dinâmica. A Paisagem pode ser considerada tudo que 
é imediatamente perceptível dos elementos físicos e 
culturais integrantes do Espaço Geográfico; permite a 
compreensão da organização do espaço em um dado período 
histórico e exprime o passado e o presente das relações 
socioespaciais (homem/natureza). 
 O Lugar pode ser concebido como o espaço criado 
pelas relações sociais, faz parte da vida cotidiana do 
indivíduo e pode proporcionar a sensação de identidade, 
pertencimento e até afetividade. O Território é o espaço 
que pode ser definido e determinado por relações de poder, 
as fronteiras são alguns dos seus maiores símbolos. No 
entanto, também é possível compreendê-lo como um domínio 
que os animais e as plantas têm sobre porções da superfície 
terrestre (conceito relacionado com as ciências naturais). 
Na geopolítica, o território é o espaço nacional ou a área 
controlada por um Estado-Nacional. De forma geral, é uma 
porção do espaço delimitado e usado por um grupo social ou 
indivíduo. A Região, de maneira geral, pode ser concebida 
com a fragmentação do espaço, originando subdivisões do 
mesmo. Assim, permitindo inter-relações entre si e 
dinâmicas singulares a cada porção estrita da superfície 
terrestre. 
 
 OS MEIOS DE PRODUÇÃO DO ESPAÇO 
 (1) O Meio Natural, de modo geral, é constituído 
pela Litosfera, pela Hidrosfera, Biosfera e pela Atmosfera. 
É ritmado pelo tempo da natureza e sua principal marca é a 
condição primitiva do homem, isso até a Revolução Industrial 
(Sec. XVIII), quando esse sujeito inicia o processo de 
transformação do espaço geográfico, criando técnicas mais 
sofisticadas e mecanizando-o. 
 (2) O Meio Técnico pode ser caracterizado pelo 
surgimento e predomínio da indústria, a partir do século 
XVIII. É marcado pela presença dos meios de deslocamento, 
como as redes de transportes hidroviário, ferroviário, 
rodoviário e aeroviário. O tempo Natural é substituído pelo 
Social; o trabalho torna-se assalariado; a ciência é 
incorporada ao desenvolvimento da técnica e surge a 
tecnologia; os problemas ambientais se intensificam. A vida 
do homem se transforma através do uso e a aplicação da 
inteligência humana. 
 (3) O Meio Técnico científico e Informacional 
caracteriza-se pelas inovações tecnológicas da indústria à 
agricultura após 1950, influenciando setores como o 
financeiro, da administração pública e privada, a indústria 
cultural, saúde e educação. Presença muito marcante das 
finanças, da transferência de capitais e informações através 
de redes de comunicação em âmbito global. Aqui, existe 
integração econômica, informativa, cultural, disseminação da 
pobreza e da miséria. A globalização é a cara geográfica do 
Meio Técnico científico e Informacional. 
 
 
EXERCÍCIOS. 
01. (ENEM). No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de 
Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da 
UNESCO de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A 
candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante 
a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente 
 
do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais 
explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, 
com sua originalidade, desafios, contradições e 
possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade 
valorizados com o título da UNESCO serão alvo de ações 
integradas visando a preservação da sua paisagem cultural. 
Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 
(adaptado). 
O reconhecimento da paisagem em questão como 
patrimônio mundial deriva da: 
A) presença do corpo artístico local. 
B) imagem internacional da metrópole. 
C) herança de prédios da ex-capital do país. 
D) diversidade de culturas presente na cidade. 
E) relação sociedade-natureza de caráter singular. 
 
02. (ENEM). De todas as transformações impostas pelo 
Meio Técnico Científico e Informacional à logística de 
transportes, interessa-nos mais de perto a intermodalidade. 
E por uma razão muito simples: o potencial que tal 
“ferramenta logística” ostenta permite que haja, de fato, um 
sistema de transportes condizentes com a escala geográfica 
do Brasil. 
A necessidade de modais de transporte interligados, no 
território brasileiro, justifica-se pela(s): 
A) Variações climáticas no território, associadas à 
interiorização da produção. 
B) Grandes distâncias e a busca da redução dos custos de 
transporte. 
C) Formação geológica do país, que impede o uso de um único 
modal. 
D) Proximidade entre a área de produção agrícola intensiva e 
os portos. 
E) Diminuição dos fluxos materiais em detrimento de fluxos 
imateriais. 
 
03. (ENEM) Dubai é uma cidade-estado planejada para 
estarrecer os visitantes. São tamanhos e formatos 
grandiosos, em hotéis e centros comerciais reluzentes, numa 
colagem de estilos e atrações que parece testar diariamente 
os limites da arquitetura voltada para o lazer. O maior 
shopping do tórrido Oriente Médio abriga uma pista de 
esqui, a orla do Golfo Pérsico ganha milionárias ilhas 
artificiais, o centro financeiro anuncia para breve a torre 
mais alta do mundo (a Burj Dubai) e tem ainda o projeto de 
um campo de golfe coberto! Coberto e refrigerado, para 
usar com sol e chuva, inverno e verão. 
 
Disponível em: http://viagem.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 
(adaptado). 
 
No texto, são descritas algumas características da paisagem 
de uma cidade do Oriente Médio. Essas características 
descritas são resultado do(a) 
A) criação de territórios políticos estratégicos. 
B) preocupação ambiental pautada em decisões 
governamentais. 
C) utilização de tecnologia para transformação do espaço. 
D) demanda advinda da extração local de combustíveis 
fósseis. 
E) emprego de recursos públicos na redução de 
desigualdades sociais. 
 
04. (ENEM) 
Confidência do itabirano 
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: 
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil; 
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Durval; 
este couro de anta, estendido no sofá de visitas; 
este orgulho, esta cabeça baixa. 
 
Tive ouro, tive gado, tive fazendas. 
Hoje sou funcionário público. 
Itabira é apenas uma fotografia na parede. 
Mas como dói. 
 
ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 
2012 (fragmento). 
 
O poeta pensa a região como lugar, pleno de afetos. A longa 
história da ocupação de Minas Gerais, iniciada com a 
mineração, deixou marcas que se atualizam em Itabira, 
pequena cidade onde nasceu o poeta. Nesse sentido a 
evocaçãopoética indica o(a) 
A) pujança da natureza resistindo à ação humana. 
B) sentido de continuidade do progresso. 
C) cidade como imagem positiva da identidade mineira. 
D) percepção da cidade como paisagem da memória. 
E) valorização do processo de ocupação da região. 
 
CAPÍTULO 2 
 
O CAPITALISMO E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO 
MUNDIAL 
 
 O CAPITALISMO 
O Capitalismo é um sistema econômico e social que 
emerge a partir do declínio do Feudalismo. Expande-se no 
mundo ocidental a partir do século XVI. Caracteriza-se pelo 
grande dinamismo, demonstrado através de suas quatro 
fases (Comercial, Industrial, Financeira ou Monopolista e 
Informacional). 
 
 FASES DO SISTEMA CAPITALISTA 
 
 
 1ª FASE: O CAPITALISMO COMERCIAL OU 
MERCANTIL (SÉCULO XV – XVIII) 
Iniciou-se com a expansão marítima das potências 
da Europa Ocidental (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e 
Países Baixos), onde esses países buscavam novas rotas 
comerciais, principalmente para as Índias. Foi nesse período 
que aconteceu a “descoberta” da América e deu início a 
escravização e o genocídio dos negros africanos e indígenas. 
O Comércio era uma importante atividade 
econômica, principalmente com a ascensão da burguesia, 
enquanto classe social. O acúmulo de capitais ocorria 
principalmente através do comércio. A economia se 
desenvolvia por meio da Doutrina Mercantilista (intervenção 
do estado na economia). A riqueza e o poder eram expressos 
através da quantidade de metais preciosos possuídos 
(Metalismo), e a acumulação de capitais nas mãos da 
burguesia era resultado do comércio lucrativo e da intensa 
exploração colonial. 
A burguesia apoiou e financiou o Absolutismo, ou 
seja, o poder centralizado nas mãos dos reis, que integravam 
o território através de estradas, por meio da criação de uma 
unidade monetária (tudo o que a burguesia precisava). 
Surgiu, assim, Estado – Nação ou Estado Nacional. 
 
 
 2ª FASE: O CAPITALISMO INDUSTRIAL - A 1ª 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1750 – 1870) 
Essa fase do capitalismo caracterizou-se pelo 
grande potencial de transformação da natureza, a partir da 
utilização de máquinas movidas pela queima de carvão 
mineral, assim, contribuiu para o aumento da produção e do 
lucro de diversos países. Entre os Séculos XVIII e XIX 
ocorre a expansão das redes de transporte terrestre (trem 
a vapor) e marítimo (barco a vapor), isso se traduz na 
facilidade da circulação de pessoas, de matéria prima e 
mercadorias. O comércio deu lugar a produção de 
mercadorias e a escravidão entrou em decadência, em 
detrimento da necessidade de se ter um mercado 
consumidor, quando surgiu o trabalho assalariado. 
 
 A 1ª Revolução Industrial introduziu uma forma 
mais eficiente de se produzir mercadorias: maior quantidade 
em menor tempo e com menores custos. Isso foi possível 
devido ao agrupamento dos trabalhadores em fábricas 
(jornadas de trabalho acima de 16 horas por dia). A máquina 
a vapor foi utilizada a partir da energia proveniente da 
queima do carvão mineral, contrbuiu para a revolução dos 
transportes. Esse processo estimulou os primeiros surtos de 
urbanização na Europa Ocidental. 
Ao longo desse eríodo surgiu a divisão social do 
trabalho (distribuição de tarefas entre indivíduos ou 
agrupamentos sociais, de acordo com a posição que cada um 
deles ocupava na estrutura social e nas relações de 
propriedade). Assim, também surgiu a chamada 1ª Divisão 
Internacional do Trabalho (DIT), ou seja, a relação entre 
Países industriais que produziam e exportavam manufaturas 
com os Países ou Regiões fornecedoras de produtos agrícolas 
e minerais (que produziam e exportavam matérias-primas e 
alimentos). 
Havia ainda a relação entre metrópole e colônia. 
Surgiu o liberalismo econômico (idealizada pelo filósofo 
Adam Smith). A busca por novas fontes de matéria-prima e 
energia resultou na colonização africana (Neocolonialismo – 
Imperialismo Ocidental). Os liberais consideraram nociva a 
intervenção do Estado na distribuição das riquezas e 
defenderam a livre concorrência entre as empresas e os 
países. 
 3ª FASE: O CAPITALISMO FINANCEIRO OU 
MONOPOLISTA E A 2ª REVOLUÇÃO 
INDUSTRIAL (1870 – 1945) 
Essa fase do Capitalismo ocorreu entre o Século 
XIX e a Primeira Metade do Século XX, caracterizou-se 
pela concentração e centralização de capitais. Esses fatos 
permitiram a elevação da concorrência e do crescimento 
acelerado de muitas empresas: indústrias, bancos, 
corretoras. Assim sendo, esse período foi marcado pela 
ocorrência de fusões, monopólios (exclusividade de um no 
controle da oferta) e oligopólios (grupo que controla a 
oferta); se introduziu novas tecnologias e fontes de energia 
no processo produtivo; avançou a siderurgia, a indústria 
mecânica; desenvolveu-se a indústria química e o setor 
 
Petroquímico; a eletricidade (contexto da Segunda 
Revolução Industrial) e o motor a combustão. Ocorreu a 
expansão europeia na África e na Ásia pela busca por 
matérias primas e mercados consumidores. A doutrina 
econômica que predominou foi o Keynesianismo (intervenção 
do estado na economia). 
 
A hidroeletricidade e o petróleo ampliaram a 
capacidade de geração de energia. As construções de 
grandes infraestruturas impulsionaram a distribuição de 
mercadorias, os transportes criaram novas possibilidades em 
relação à localização geográfica de alguns setores 
industriais. Além desses fatos, também ocorreu a 
concentração das atividades produtivas por um pequeno 
grupo de empresas. Muitas dessas empresas se 
estruturaram em trustes ou Cartéis. Um Truste pode ser 
considerado um grupo que tende a controlar todas as etapas 
do processo produtivo. Um Cartel é um acordo entre 
empresas de um mesmo segmento econômico para 
eliminar/diminuir a concorrência e evitar a queda dos preços 
no mercado. No século XIX surgiram outras nações 
neoimperialistas industrializadas (Alemanha, Itália, França, 
Japão e EUA) que disputaram mercados com a Inglaterra. 
 
 TECNOLOGIAS DO PROCESSO PRODUTIVO – 
TAYLORISMO E FORDISMO 
 O Taylorismo foi considerado um paradígma 
ideológico que não conseguiu colocar em prática suas 
intenções, porém, permitiu a sustentação produtiva do 
Fordismo. Assim, destaca-se a difusão de um novo paradigma 
técnico-econômico, centrado na produção em massa de bens 
industriais padronizados (bens de consumo e de produção: 
eletrodomésticos, carros, navios, equipamentos de 
transporte, borracha, aço, produtos petroquímicos, etc.). 
Desta forma, o Fordismo passou a difundir a ideia de que a 
produção de massa significava consumo de massa, um novo 
sistema de reprodução da força de trabalho, uma nova 
política de controle e gerência do trabalho, um novo tipo de 
sociedade democrática, racionalizada, modernista e 
populista. 
 
 Em 1929 explodiu a chamada grande Crise do 
Capitalismo, ocasinada pela quebra da bolsa de valores dos 
Estados Unidos em virtude da superprodução fordista. Esses 
fatos contribuíram para a intervenção do Estado na 
economia, a fim de superar a crise. Entre os anos de 1945 e 
1973 vigorou plenamente o regime de acumulação fordista 
com base no modelo. 
 Nos anos de 1945 a 1973, noos países desenvolvidos 
se destaca: 
- Crescimento econômico estável; 
- Melhoria do padrão de vida; 
- Crises contidas; 
- Implantação do Estado Keynesiano; 
- Expansão do capitalismo às nações descolonizadas; 
- Emergência de grandes conflitos sociais (movimento de 
direitos civis, feminismo, racial contracultura). 
 FATORES QUE DERAM SUSTENTAÇÃO AO 
MODELO FORDISTA: 
1. Força de trabalho: demanda em rápida ascensão; 
2. Reconstrução de economias do pós-guerra pelo Estado; 
3. Expansão do sistema de transportes e comunicações; 
4. Urbanização: aumento do consumo de bens 
industrializados; 
5. Economias avançadas: absorvia matérias-primas dos países 
subdesenvolvidos e vendia produtosindustrializados aos 
mesmos; 
6. Proliferação das multinacionais. 
O TRABALHO 
- Organizou-se em grandes sindicatos; 
- Acordos no sentido de colaborar com a administração para 
o aumento de produtividade em troca de ganhos salariais; 
- Trabalho fragmentado, repetitivo e especializado; 
 
- Separação entre elaboração e execução. 
A EMPRESA 
- Administração científica de todas as facetas da atividade 
corporativa: maior racionalidade; 
- Combate ao desperdício na produção: aumento do ritmo de 
trabalho; 
- Produção em escala; 
- Constituição de grandes empresas. 
 
O ESTADO 
Assume várias funções: 
- Faz investimentos públicos vitais para crescimento da 
produção e consumo em massa (transportes, equipamentos 
públicos, etc.). Garantia de pleno emprego. 
- Proporciona salários indiretos: seguridade social, 
assistência médica, educação, habitação, etc. 
- Exerce influência sobre os acordos salariais e os direitos 
dos trabalhadores na produção. 
FORDISMO PERIFÉRICO – PÓS 1930 
 Modelo de industrialização dos países 
subdesenvolvidos. Nesse sentido, o estado de bem estar não 
se implantou totalmente: consumo restrito às camadas 
médias urbanas (classe média). No contexto da Geopolítica 
mundial (pós-segunda guerra) os Estados Unidos emergem 
como grande potência. 
 4ª FASE: O CAPITALISMO INFORMACIONAL E 
A 3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL OU REVOLUÇÃO 
TÉCNICO-CIENTÍFICA INFORMACIONAL (PÓS – 
1945) 
Essa fase do Sistema Capitalista iniciou-se no 
contexto da Terceira Revolução Industrial, a “Era da 
Informação” é sua principal marca (Pós – 2ª Guerra Mundial, 
principalmente a partir de 1970). O capital é movido e 
acumulado pela força da informação e da modernidade. 
Desde 1945 disseminaram-se empresas, instituições e 
tecnologias (androides, robôs, computadores, satélites, 
aviões ultramodernos, cabos de fibras óticas, tabletes e 
celulares digitais, a internet!). Esses fatos contribuíram ao 
aumento da produtividade econômica, acelerou os fluxos de 
informações, capitais, pessoas e mercadorias. O 
Conhecimento é a base para o progresso técnico e científico 
vivenciado na atualidade. A Globalização é a marca desta 
fase do capitalismo, e o Neoliberalismo dita as regras desse 
acirrado espaço geográfico globalizado. 
Num primeiro momento (décadas de 1950 e 1960), o 
sistema de produção em massa (Fordismo), disseminado a 
partir da indústria automobilística, permanece como padrão 
em todo o mundo. Ao mesmo tempo, contudo, o processo de 
produção japonês - a chamada produção enxuta ou Toyotismo 
- ganha cada vez mais espaço. 
Com o objetivo de evitar os altos custos da 
produção em série e a inflexibilidade da produção em massa, 
os japoneses reuniram equipes de operários com várias 
habilidades para trabalharem ao lado de máquinas 
automatizadas e produziram enormes quantidades de bens, 
mas com variedade de escolha (Regime de Acumulação 
Flexível). O sistema de hierarquia gerencial e as chamadas 
linhas de produção são substituídos por equipes 
multiqualificadas que trabalham em conjunto, o que diminui 
significativamente o esforço humano e os custos. 
 
A tecnologia se refina, aprimora antigas invenções e 
cria novas ou estabelece conexões inusitadas entre os 
diferentes ramos da ciência. A informática passou a 
produzir computadores e softwares; surgiu a 
microeletrônica, os chips, transistores e inúmeros produtos 
eletrônicos, a robótica! As telecomunicações passaram 
utilizar os satélites artificiais, viabilizar transmissões de 
rádio e televisão em tempo real. A telefonia - fixa e móvel - 
conjugada à Internet transformou a comunicação em um 
processo instantâneo. 
A indústria aeroespacial fabricou satélites e levou 
homens e robôs a novas fronteiras no espaço. Medicamentos, 
plantas e animais passaram a ser transformados pela 
biotecnologia. Essas inovações foram introduzidas no 
processo produtivo, criaram-se máquinas capazes de realizar 
não apenas o serviço pesado, mas tarefas sutis e que exigiam 
cálculos complexos e de grande precisão. Computadores e 
robôs, unidos, passaram a extrair matérias-primas, 
manufaturam, distribuir o produto final e realizar serviços 
gerais. 
As novas tecnologias eliminaram, gradativamente, a 
necessidade de antigos materiais (como o papel, por 
exemplo), aceleraram a transmissão de informações e 
estimularam, em graus nunca antes vistos, o fluxo de 
atividades em cada nível da sociedade. A compressão do 
tempo passou e ainda continua a exigir respostas e decisões 
mais rápidas. O tempo e o conhecimento tornaram-se 
mercadorias. As empresas passaram a substituir a mão de 
obra humana por máquinas e computadores. Postos de 
trabalho são eliminados e, em diferentes ramos da economia, 
o trabalhador tradicional desapareceu. 
 
 
 A GLOBALIZAÇÃO, AS TECNOLOGIAS DA 
INFORMAÇÃO E O MERCADO DE TRABALHO 
Os avanços tecnológicos recentes têm trazido 
fortes implicações no espaço geográfico. É possível atuar em 
diversos lugares sem estar presente fisicamente em nenhum 
deles: ou seja, o espaço, em certo sentido e em 
determinadas situações, também se transformou em uma 
categoria virtual. O desenvolvimento e o rápido progresso 
tecnológico têm ocasionado a diminuição do número de 
trabalhadores, isso devido a automação e a robotização, 
principalmente das indústrias. Gerou-se também uma nova 
gama de profissões ligadas ao processamento de 
informações, como é o caso das telecomunicações e da 
informática. Nesse contexto, fortaleceram-se outras 
atividades, como é o caso dos transportes e do comércio 
(circulação de mercadorias), do turismo, do setor financeiro 
etc. As correntes transformações tecnológicas têm 
características extremamente excludentes, pois 
marginalizam uma parte importante de população (mão-de-
obra) e tornam o mercado de trabalho cada vez mais seletivo 
e competitivo. Neste novo quadro a indústria e a agricultura 
deixa de serem os principais setores da economia em 
diversos países do mundo. 
 
 REGIME DE ACUMULAÇÃO FLEXIVEL 
 Nesse contexto histórico da crise do regime de 
acumulação fordista (1965-1973) surge o chamado regime de 
Acumulação Flexível, também conhecido como Pós Fordismo 
ou Toyotismo. Dentre alguns dos fatores que fizeram 
emergir o Regime de acumulação flexível, destacam-se: 
rigidez dos investimentos, da produção em larga escala e de 
longo prazo em sistema de produção em massa, que 
dificultava e impedia a flexibilidade de planejamento; 
rigidez nos contratos de trabalho e dos compromissos de 
Estado. As atribuições do Estado se acumulavam 
paralelamente a diminuição da arrecadação fiscal para o 
gasto público. O Regime de Acumulação Flexível se apoia na 
flexibilização dos processos de trabalho, dos mercados de 
trabalho, dos produtos e padrões de consumo. 
 
 O TRABALHO 
A flexibilidade/mobilidade permitiu aos 
empregadores maiores possibilidades de controle sobre a 
força de trabalho, cada vez mais enfraquecida. 
A acumulação flexível implicou: 
- Altos níveis de desemprego estrutural; 
- Destruição e reconstrução de habilidades – generalista; 
- Ganhos modestos de salários reais; 
- Retrocesso do poder sindical; 
- Regime e contrato de trabalho mais flexível; 
- Redução do emprego regular e crescente uso do trabalho 
de tempo parcial, temporário ou subcontratado; 
- Precarização das relações de trabalho e do emprego. 
 A EMPRESA 
- Economia de escala é substituída pela de escala/escopo 
(variedade de bens/pequenos lotes); 
- Grande competitividade: busca pela inovação; 
- Novos processos produtivos: Círculo de Controle de 
Qualidade (CCQ) – Diminuição de defeitos; 
- Desenvolvimento da robótica – substituição do trabalho 
vivo pelo trabalho morto; 
- ”Just in time”: melhor aproveitamento possível do tempo 
de produção; 
- “Kanban”: reposição mínima dos estoques; 
- Gestão participativa; 
- Processo concomitante:aumento das pequenas empresas 
(subcontratação) e das fusões, acentuando o tamanho das 
empresas. 
 O CONSUMO 
- O tempo de vida do produto foi diminuído; 
- Efemeridade dos produtos; 
- Indução de novas necessidades (Exemplo: produção 
cultural, turismo ganha destaque). 
 O ESTADO 
- Neoliberalismo: estado mínimo; 
- Regulador; 
- Guardião da macroeconomia; 
- Privatização; 
- Países subdesenvolvidos – diminuição da soberania. 
 A NOVA DIVISÃO INTERNACIONAL DO 
TRABALHO – A NOVA DIT 
A partir de 1970 alguns países subdesenvolvidos 
passaram a apresentar parques industriais relativamente 
diversificados e ampliaram as exportações de bens 
fabricados em suas indústrias; 
O que levou as grandes multinacionais a se instalarem no 
mundo subdesenvolvido? 
Doação de terrenos e incentivos fiscais, além da 
mão-de-obra barata, da legislação trabalhista mais 
favorável, um mercado consumidor em expansão, de leis 
ambientais menos rigorosas etc. 
A guerra dos lugares 
 
Países centrais concentram o capital financeiro, a produção 
de mercadorias industriais de alta tecnologia (informática e 
telecomunicações) e as sedes das multinacionais. 
 OS SETORES ECONÔMICOS 
Setor Primário: relaciona-se com a produção através da 
exploração de recursos naturais. Destacam-se como 
exemplos de atividades econômicas do setor primário: 
agricultura, mineração, pesca, 
pecuária, extrativismo vegetal, caça etc. O setor primário é 
o que fornece a matéria-prima para a indústria de 
transformação. Este setor da economia é muito vulnerável, 
pois depende muito dos fenômenos da natureza como, por 
exemplo, do clima. 
A produção e exportação de matérias-primas não geram 
muita riqueza para os países com economias baseadas neste 
setor, pois estes produtos não possuem valor agregado como 
ocorre, por exemplo, com os produtos industrializados. 
Setor Secundário: transforma as matérias-primas 
(produzidas pelo setor primário) em produtos 
industrializados (roupas, máquinas, automóveis, alimentos 
industrializados, eletrônicos, casas, etc). Como há 
conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do 
setor secundário, o lucro obtido na comercialização é 
significativo. Países com bom grau de desenvolvimento 
tecnológico possuem significativa base econômica 
concentrada no setor secundário. A exportação destes 
produtos também gera riquezas consideráveis para as 
indústrias destes países. 
Setor Terciário: relaciona-se aos serviços. São produtos não 
meteriais em que pessoas ou empresas prestam a terceiros 
para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades 
econômicas deste setor, destacam-se: comércio, educação, 
saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros, 
transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, 
turismo, serviços bancários e administrativos, transportes, 
etc. O Setor Terciário é marcante nos países de alto grau de 
desenvolvimento econômico. Quanto mais rica é uma região, 
maior é a presença de atividades do setor terciário. Com o 
processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário 
foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. 
Ganham força os serviços e o comércio (somente a atividade 
turística gera cerca de 6% do PIB mundial). Nos países 
subdesenvolvidos ainda há uma parcela significativa de 
trabalhadores no setor primário. Nos países emergentes 
(como Brasil, México, Argentina e outros), a participação do 
terciário é decisiva. 
 
 O PAPEL DO ESTADO: FUNÇÕES DO ESTADO 
CONTEMPORÂNEO 
- Funções Políticas: promove a paz social, gere a 
administração pública e aplica os recursos na satisfação das 
necessidades coletivas; 
- Funções Sociais: promove a melhoria das condições de vida 
e de bem-estar da população, desenvolvimento social; 
- Funções Econômicas: estabiliza a economia e garante o seu 
bom funcionamento; promove o crescimento e 
desenvolvimento econômico. 
Após a segunda 2ª Guerra Mundial, em alguns países 
desenvolvidos foi estabelecido um modelo de Estado, que 
entre outras atribuições, passou a ter a função de garantir 
saúde, educação, emprego e moradia aos cidadãos. 
 
Estado de Bem estar Social (Welfare State) 
É um tipo de organização política e econômica que 
coloca o Estado como agente da promoção (protetor e 
defensor) social e organizador da economia. Entre os 
seus objetivos dois são essenciais: a garantia do bom 
funcionamento do mercado, segundo o pensamento de Adam 
Smith, e a defesa dos direitos dos cidadãos na saúde, 
educação e alimentação. Uma das idéias fundamentais deste 
pensamento é a igualdade de oportunidades. 
 
 INDÚSTRIA E TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO 
GEOGRÁFICO 
 O que é uma indústria? Atividade econômica que 
surge na Inglaterra ao longo da 1ª Revolução Industrial, fins 
do século XVIII e início do XIX. Entre suas finalidades se 
destacam a transformação de matérias-primas em produtos 
comercializáveis. 
 
 TIPOS DE INDÚSTRIA 
Indústrias extrativas: extração de recursos naturais de 
origens diversas, principalmente minerais. 
 
Indústrias de Transformação e Produção de bens a partir 
da transformação de matérias-primas; de acordo com o 
destino desse bem. 
 
Sendo assim, podem ser divididas em: 
Indústria de Base ou de Bens de Produção: produzem 
matérias-primas para outras indústrias, como alumínio 
(metalúrgica), aço (siderúrgica), derivados do petróleo 
(petroquímica). 
Indústrias de Bens de Capital: Produzem máquinas, peças e 
equipamentos para outras indústrias. 
Indústrias de Bens de Consumo: produzem mercadorias 
diretamente para o consumidor; podem ser duráveis e não 
duráveis. 
Indústrias da Construção Civil: construção de 
infraestruturas - edifícios, pontes, usinas para produção de 
energia etc. 
 
Indústrias da Construção Naval: construção de navios; 
Indústrias Aeronáuticas: construção de aviões. 
Indústria Bélica: construção de armas, tanques, navios e 
aviões de guerra. 
 
EXERCÍCIOS. 
01. (ENEM). A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. 
Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua 
sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça 
lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, 
seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-
fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a 
escravização do homem que seu poder. 
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 
1979 (adaptado). 
Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços 
tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução 
Industrial Inglesa e as características das cidades 
industriais da nova sociedade capitalista? 
A) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas 
transformava as cidades em espaços privilegiados para a 
livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. 
B) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano 
aumentava a eficiência do trabalho industrial. 
C) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de 
transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das 
periferias até as fábricas. 
D) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as 
fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura 
do período, transformando as cidades em locais de 
experimentação estética e artística. 
E) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais 
ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados 
por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 
 
02. (ENEM). Leia os textos abaixo para responder a 
questão. 
TEXTO I 
A Europa entrou em estado de exceção, personificado por 
obscuras forças econômicas sem rosto ou localização física 
conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham 
pelo globo por meio de milhões de transações diárias no 
ciberespaço. 
ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de 
São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado). 
 
 
TEXTO II 
Estamos imersos numa crise financeira como nuncatínhamos 
visto desde a Grande Depressão iniciada em 1929 nos 
Estados Unidos. 
Entrevista de George Soros. Disponível em: 
www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado). 
 
A comparação entre os significados da atual crise 
econômica e do crash de 1929 oculta a principal 
diferença entre essas duas crises, pois: 
 
A) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos 
EUA na I Guerra Mundial e a atual crise é o resultado dos 
gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e 
Iraque. 
B) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de 
superprodução industrial nos EUA e a atual crise resultou da 
especulação financeira e da expansão desmedida do crédito 
bancário. 
C) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países 
europeus reconstruídos após a I Guerra e a atual crise se 
associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes 
econômicos. 
D) o crash da bolsa de 1929 resultou do excesso de 
proteções ao setor produtivo estadunidense e a atual crise 
tem origem na internacionalização das empresas e no avanço 
da política de livre mercado. 
E) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista 
norte-americana sobre o sistema de comércio mundial e a 
atual crise resultou do excesso de regulação do governo 
desse país sobre o sistema monetário. 
 
03. (UFRN – Adaptada). Ao longo do tempo, a atividade 
industrial, para melhor cumprir sua finalidade de gerar 
lucros no âmbito do sistema capitalista, desenvolveu 
diferentes modos de organização do trabalho e da produção. 
No que se refere às formas de organização do trabalho 
implementadas no século XX, é correto afirmar: 
A) O fordismo tem uma estrutura de desenvolvimento de 
atividades que favorece a especialização do operário, 
beneficiado pela flexibilização dos contratos de trabalho e 
pelos investimentos na qualificação profissional. 
B) No taylorismo, há uma flexibilização do tempo dedicado a 
cada fase do trabalho, e o operário é estimulado a 
desenvolver habilidades criativas no processo de produção e 
de divisão das tarefas. 
C) O toyotismo apresenta um modelo flexível de produção, 
em que o operário é qualificado permanentemente, visando-
se ao desempenho de funções diversificadas no processo de 
desenvolvimento do trabalho. 
D) No pós-fordismo, ocorre uma acentuada divisão do 
trabalho, o que propicia o desenvolvimento de tarefas 
especializadas e repetitivas, separando-se as atribuições dos 
dirigentes daquelas executadas pelos operários. 
E) Nenhuma. 
 
 
04. (ENEM) Falava-se, antes, de autonomia da produção 
para significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, 
buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. 
Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. 
Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o 
consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um 
dado essencial do entendimento do consumo é que a 
produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens 
e dos serviços. 
 
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à 
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000 (adaptado). 
 
O tipo de relação entre produção e consumo discutido no 
texto pressupõe o(a) 
A) aumento do poder aquisitivo. 
B) estímulo à livre concorrência. 
C) criação de novas necessidades. 
D) formação de grandes estoques. 
E) implantação de linhas de montagem. 
 
05. (ENEM) Estamos testemunhando o reverso da 
tendência histórica da assalariação do trabalho e 
socialização da produção, que foi característica 
predominante na era industrial. A nova organização social e 
econômica baseada nas tecnologias da informação visa à 
administração descentralizadora, ao trabalho 
individualizante e aos mercados personalizados. As novas 
tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a 
descentralização das tarefas e sua coordenação em uma 
rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre 
continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício. 
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 
(adaptado). 
No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças 
constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os 
processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, 
tais mudanças têm provocado: 
A) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as 
linhas de montagem sob influência dos modelos orientais de 
gestão. 
B) o aumento das formas de teletrabalho como solução de 
larga escala para o problema do desemprego crônico. 
C) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como 
respostas às demandas por inovação e com vistas à 
mobilidade dos investimentos. 
D) a autonomização crescente das máquinas e computadores 
em substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e 
gestores. 
E) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, 
executivos e clientes com a garantia de harmonização das 
relações de trabalho. 
 
 
CAPÍTULO 3 – FORMAÇÃO ECONÔMICA E 
TERRITORIAL DO BRASIL 
 
O Tratado de Tordesilhas foi o 1° acordo firmado 
entre Portugal e Espanha, abrangia cerca de 2.800.000 Km² 
do trecho oriental da América do Sul. O Brasil atual, 
herdeiro da América Portuguesa, ocupa 8.514.876,5 Km², 
que corresponde a 47,3% da América do Sul (nesse 
continente, apenas o Chile e o Equador não fazem fronteiras 
com o Brasil). 
 
Nos primeiros anos da colonização, a expansão 
ocorreu basicamente nas terras litorâneas (comparação dos 
Portugueses a Caranguejos por só se locomover de lado). A 
economia era voltada ao mercado externo, com a produção 
de cana de açúcar e no interior a presença europeia se 
limitava à vila de São Paulo e foi dela que partiram os 
primeiros bandeirantes, que desde o século XVII deixaram 
para trás a linha de Tordesilhas. Nos Séculos XVII e XVIII 
várias expedições militares portuguesas instalaram 
fortificações no alto curso do Rio Amazonas. Os primeiros 
grupos de bandeirantes procuravam capturar índios e 
encontrar metais preciosos; os grupos de bandeirantes que 
surgiram posteriormente partiam para o interior em busca 
de “drogas do sertão” (especiarias tropicais que alcançavam 
altos preços na Europa: Cacau, Guaraná, Baunilha, Canela, 
Cravo, Castanha etc.). As fortificações erguidas pela Coroa 
Portuguesa tiveram um grande valor estratégico durante as 
negociações com a Espanha, que levou, em 1750, a assinatura 
do Tratado de Madri. 
A fundação da vila de São Vicente, no litoral 
paulista (1532), deu início a colonização por meio do Sistema 
de Sesmarias. Esse sistema obrigava os proprietários a 
cultivar as terras ou cedê-las para usufruto dos camponeses. 
No território colonial, os sesmeiros eram homens da pequena 
nobreza, militares ou navegantes que possuíam capitais e 
deviam tornar a terra produtiva. 
 
 Entre 1534 e 1536 foi instalado o sistema político e 
administrativo das Capitanias hereditárias, o território foi 
dividido em lotes (capitanias), a quem tivesse capitais para 
colonizá-los. (Capitães-donatários). 
 
 
 Com a independência do Brasil (1822), as capitanias 
se transformaram em províncias. Desde a proclamação da 
República (1889), as províncias foram transformadas em 
estados. A Constituição da República de 1891 organizou o 
país em um Estado Federal. A “corrida da borracha” 
provocou o avanço do povoamento na região norte, chegando 
até as terras bolivianas por seringueiros brasileiros. O 
Tratado de Petrópolis (1903) proporcionou um acordo na 
anexação do Acre, porém, o Brasil precisava pagar uma soma 
de dinheiro a Bolívia e construir a Ferrovia Madeira-
Mamoré. 
 
 Esses fatos fizeram do Brasil o 5° Maior país do 
mundo em dimensões territoriais. Os estados se tornaram 
unidades da Federação autônomas, e atualmente o Brasil é 
denominado de “República Federativa do Brasil” (formado 
por 26 estados e 1 Distrito Federal) e (em 2013 existiam 
5.570 municípios). 
 Mesmo após todasessas mudanças territoriais, o 
Brasil continua com projetos de criação de estados, 
municípios e territórios federais que se aprovados, irão 
mudar mais uma vez o contorno territorial do Brasil. 
 
 FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL 
 A ECONOMIA AGROEXPORTADORA E A 
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO 
O Pau-brasil foi a primeira atividade econômica do 
Brasil Colonial (Tintura vermelha para tingimento de 
tecidos). Nos séculos XVI e XVII se iniciou os grandes 
empreendimentos agrícolas: os latifúndios de Plantations de 
monocultura. A primeira monocultura introduzida no Brasil 
foi a Cana de Açúcar, para produção de açúcar nos engenhos, 
caracterizando um Modelo Agroexportador. Outras 
atividades econômicas também surgiram nesse período, como 
são os casos da criação de gado, das lavouras de algodão e 
de fumo no sertão e das culturas de subsistência. 
 
Destaca-se nesse período (Séc. XVII) a aliança 
entre os portugueses e os holandeses, principalmente para 
obtenção de capitais e tecnologia para produção e 
comercialização do açúcar. Além das atividades já 
mencionadas, também é importante destacar-se com muita 
ênfase a Mineração (Século XVIII, nas regiões das Minas 
Gerais e de Goiás). O Cultivo de Café surge em meados do 
Século XIX, no sudeste do território brasileiro. 
No final do século XVII os bandeirantes 
descobriram as primeiras jazidas de Ouro em Minas Gerais e 
isso ocasionou a corrida pelo ouro. Muitos brasileiros e 
portugueses foram atraídos para a região, resultando na 
fundação de novos povoados e vilas (Diamantina; Ouro Preto; 
São João Del Rei; Vila Rica). Essa atividade entrou em 
declínio na segunda metade do século XVIII, porém, foi 
muito importante para o povoamento e a ocupação do 
interior do território brasileiro (o trabalho escravo era a 
base dessa atividade econômica). 
 
 O cultivo do café já existia desde o século XVIII e 
passou a ser cultivado em grandes quantidades no Vale do 
 
Paraíba (região entre São Paulo e Minas Gerais). Esses fatos 
contribuíram para o deslocamento da economia, do nordeste 
para o sudeste. As principais condições favoráveis no 
sudeste eram: Clima e relevo adequados para o cultivo do 
café, mão de obra escravizada, vias de transportes e portos 
implantados (cultivo principalmente em latifúndios). 
 
Na segunda metade do Século XIX o café já era 
cultivado nas Terras Roxas (solo fértil de origem vulcânica), 
do oeste paulista ao norte do Paraná. Uma das principais 
mudanças que ocorreram nesse momento foi a inserção da 
Mão de Obra de imigrantes (Italianos, Alemães, 
Portugueses...). O capital proveniente da atividade cafeeira 
ajudou a financiar as primeiras indústrias alimentícia e têxtil 
e o desenvolvimento da cafeicultura também foi responsável 
por investimentos em equipamentos urbanos, tais como: 
iluminação, ferrovias, portos, usinas hidrelétricas e outros. 
A expansão do café provocou o desmatamento de extensas 
áreas recobertas pela Mata Atlântica. 
 
EXERCÍCIOS. 
01. (ENEM). O açúcar e suas técnicas de produção foram 
levados à Europa pelos árabes no século VIII, durante a 
Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas 
(séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. 
Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e 
produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou 
a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a 
figurar nos dotes de princesas casadoiras. 
 
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-
1716). São Paulo: Atual, 1996. 
 
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o 
açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar 
início à colonização brasileira, em virtude de: 
 
A) o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso. 
B) os árabes serem aliados históricos dos portugueses. 
C) a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente. 
D) as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse 
produto. 
E) os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo 
semelhante. 
02. (ENEM). 
 
 
As terras brasileiras foram divididas por meio de tratados 
entre Portugal e Espanha. De acordo com esses tratados, 
identificados no mapa, conclui-se que: 
A) Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas, detinha o controle 
da foz do rio Amazonas. 
B) O Tratado de Tordesilhas utilizava os rios como limite 
físico da América portuguesa. 
C) O Tratado de Madri reconheceu a expansão portuguesa 
além da linha de Tordesilhas. 
D) Portugal, pelo Tratado de San Ildefonso, perdia 
territórios na América em relação ao de Tordesilhas. 
E) o Tratado de Madri criou a divisão administrativa da 
América Portuguesa em Vice-Reinos Oriental e Ocidental. 
 
CAPÍTULO 4 - O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
BRASILEIRO E SEU CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL 
 
 Os primeiros vestígios da industrialização brasileira 
iniciam-se em meados do final do século XIX. Capitais e 
infraestrutura advindos da cafeicultura ajudaram na 
implantação do nascente parque industrial brasileiro. 
Imigrantes europeus também trouxeram novos hábitos de 
consumo e algumas experiências com as máquinas. 
 
 A CRISE DE 1929 E O DESENVOLVIMENTO 
INDUSTRIAL BRASILEIRO 
A crise de 1929 abalou profundamente o mundo 
capitalista. De 1929 a 1932 houve uma redução de 
aproximadamente 50% na produção industrial dos Estados 
Unidos. Multiplicou-se o desemprego e a retração do 
consumo. A produção agrícola brasileira não encontrava 
compradores. Empresas e bancos faliram, o mercado de 
capitais (compra e venda de ações) entrou em colapso. 
No Brasil, os efeitos da crise foram devastadores, 
uma vez que o país construiu sua economia baseada na 
exportação de café (70% das exportações). A crise 
econômica agravou a insatisfação política, e com o apoio dos 
militares e parte da população Getúlio Vargas deu um golpe e 
 
assumiu o poder em 1930. A exportação de café caiu em 
mais de 80%. Getúlio Vargas protegeu a lavoura: 
desvalorizou a moeda e comprou o excedente do café para 
depois queimá-lo. O violento corte nas importações de bens 
de consumo criou uma conjuntura favorável aos 
investimentos na produção nacional. 
Ao longo das décadas de 1940 e 1950 foram criadas 
empresas públicas, principalmente no setor infraestrutural, 
fundamentais ao desenvolvimento industrial, como: a 
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Vale do 
Rio Doce (CVRD), Companhia Nacional de Álcalis, Fábrica 
Nacional de Motores e a Petrobrás (1953). 
 
 SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES COM 
INTERNACIONALIZAÇÃO DO MERCADOR 
INTERNO. 
O ano de 1956 abriu uma nova etapa do 
desenvolvimento industrial brasileiro, no governo do 
presidente Juscelino Kubitschek (JK). O novo modelo de 
desenvolvimento (50 anos em 5), a chamada “política 
desenvolvimentista”, tentou diminuir a distância tecnológica 
e infraestrutural do Brasil em relação aos países mais 
industrializados. O modelo de substituição de importações 
permaneceu, porém sua lógica foi direcionada às indústrias 
que impulsionaram o processo de industrialização nessa 
época: as multinacionais. 
Para atrair capitais estrangeiros, o Estado criou 
condições favoráveis: construiu infraestrutura de 
transportes (rodoviário e portuário), mais energia elétrica 
(construiu hidrelétricas), indústrias de base (metalurgia e 
siderurgia). As indústrias nacionais competiam nos setores 
mais tradicionais, de bens de consumo não duráveis e de 
autopeças. Já as multinacionais investiam em bens de 
consumo duráveis: automóveis, eletrodomésticos, artigos 
eletrônicos etc. 
Os anos do “Milagre Econômico” (1968-1974) 
Durante vários anos o Brasil não recebia 
investimentos estrangeiros, por causa da 
instabilidade econômica, da inflação, resultados políticos do 
Governo de Jânio Quadros, e do tumultuado governo 
esquerdista de João Goulart (1961-1964). Os recursos 
estrangeiros chegaram aoBrasil em volume muito grande, 
com isso, tanto empresas privadas quanto estatais foram 
beneficiadas, além das multinacionais, onde tais recursos 
foram usados no seguimento industrial. 
 
As empresas multinacionais que se instalaram no 
brasil ao longo das décadas de 1950, 1960 e 1970 tiveram 
benefícios em matérias-primas, mão-de-obra barata, já que 
o governo mantinha os salários sempre baixos, e quaisquer 
manifestação em busca de melhoria salarial era respondida 
de forma violenta por parte do governo. Nesse período o 
Brasil, de forma concreta, entrou no processo de 
industrialização, de certo modo foi um processo sem 
planejamento social e que agravou mais ainda as 
desigualdades. 
As privatizações 
Privatização é a dinâmica de transferência de 
empresas públicas (estatais) para a rede privada, ou seja, 
empresas do estado são vendidas para o capital privado. O 
processo de globalização, no âmbito do sistema capitalista, 
tende a intensificar essa dinâmica por meio da doutrina 
neoliberal. No Brasil, a abertura do mercado ocorreu para 
viabilizar a entrada de mercadorias importadas e o fim do 
monopólio estatal (privatização). Desse modo, o país se 
integrou ao processo de globalização por meio da 
privatização, especialmente nos setores ligados à 
infraestrutura (eletricidade, telecomunicação, mineração 
entre outros). A indústria de base, o setor de distribuição 
de energia, a telefonia entre outros setores eram 
controlados plenamente pelo Estado até o início dos anos de 
1990. Os capitalistas neoliberais afirmavam que a atuação do 
Estado no controle da economia era coisa extremamente 
nociva. Para se tomar empréstimos no exterior, o país tinha 
que seguir as recomendações do FMI e do Banco Mundial 
(instituições controladas pelas grandes potências 
hegemônicas). 
O governo, ao longo da década de 1990, justificou 
as privatizações com o argumento de que as estatais davam 
prejuízo, eram ineficientes e pouco competitivas. A venda 
dessas empresas, além de diminuir os gastos do governo, 
traria uma receita extra que poderia ser aplicada na 
diminuição da dívida interna. Além disso, a presença de 
outras empresas forçaria a diminuição de preços 
(competição). 
O valor total obtido com as privatizações entre 
1991 e 2002 foi de 105,3 bilhões de dólares. No ano de 
2010, só a empresa Vale do Rio Doce (CVRD), sozinha, tinha 
o valor agregado de aproximadamente 470 bilhões de 
dólares. O processo de privatização teve duas vertentes, de 
um lado o fator negativo, que favoreceu a continuidade da 
dependência econômica e tecnológica em relação aos países 
centrais; por outro lado, a partir da venda das estatais o 
poder público deixou de destinar recursos para 
investimentos e passou a contar com os tributos gerados 
pelas empresas, o que para o governo é um fator positivo. 
Dentre as principais privatizações em diferentes 
governos - Governo Collor: Usiminas e Companhia 
Siderúrgica Nacional (CSN). Governo FHC: no decorrer de 
seus dois mandatos (1994-2002), o presidente Fernando 
 
Henrique Cardoso arrecadou 22,23 bilhões de dólares na 
privatização de empresas do setor elétrico e 29,81 bilhões 
de dólares das telecomunicações. Governos Luiz Inácio Lula 
da Silva (2003-2010) e Dilma Roussef (2011 – 2015): ao 
longo dos anos dos governos de Lula e Dilma não ocorreu a 
privatização de empresas públicas. No entanto, as 
privatizações foram associadas a concessões administrativas 
e financeiras de grandes infraestruturas, como por exemplo: 
as rodovias, pelo menos 2.600 km de estradas federais 
passaram para a administração do capital privado; 
aeroportos, portos, estádios de futebol e usinas 
hidrelétricas também são alguns exemplos de Parcerias 
Públicas Privadas (PPP). 
 
 DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL 
A “Desconcentração industrial” (também conhecida 
como desmetropolização) é o termo atribuído ao processo 
que se caracteriza pela diminuição do ritmo de crescimento 
das indústrias nos grandes centros urbano (grandes 
metrópoles nacionais – São Paulo e Rio de Janeiro, 
especialmente) e pelo aumento do número de empresas que 
preferem transferir suas atividades e instalam novas 
unidades de produção em cidades menores, geralmente 
localizadas no interior. 
A concentração de empresas (capital) nas enormes 
manchas urbanas ocasionou uma forte elevação no preço dos 
imóveis, o congestionamento das redes de transporte e 
comunicações, esgotamento de reservas de matérias primas 
e energia e a elevação do custo de mão de obra (essas 
caracerísticas negativas podem ser chamadas de 
Macrocefalia Urbana ocasionada pela metropolização). Esses 
fatores fizeram com que houvesse uma reorganização na 
distribuição geográfica das indústrias, onde essas passaram 
a buscar cidades, geralmente médias ou pequenas, que 
oferecessem melhores condições produtivas: infraestrutura 
urbana, com área disponível para a expansão de suas 
atividades e onde os governos municipais concedessem 
incentivos fiscais. Uma característica marcante do atual 
processo de industrialização é sua intensa concentração no 
espaço geográfico, e que geralmente assume três formas: os 
complexos industriais, os parques industriais e os distritos 
industriais. 
 OS PRINCIPAIS CENTROS INDUSTRIAIS 
Entre 1970 e 2000 a região Sul foi a que mais 
aumentou sua participação no conjunto da produção 
industrial do país. Entretanto, a região Sudeste ainda é a 
região mais produtiva. A região Nordeste aumentou sua 
participação, mas não de maneira tão expressiva. A região 
Norte e Centro Oeste possuem as menores participações na 
produção nacional, mas outras atividades tem dinamizado a 
economia dessas duas regiões. 
 
 A região Sudeste é a mais industrializada do país, 
sua importância está em seu grande e volumoso parque 
industrial e econômico. O desenvolvimento industrial na 
região ocorreu principalmente a partir do século XX, após o 
declínio do café (1930). O café ocupou durante muito tempo 
lugar de destaque nas exportações e essa dinâmica 
“mantinha” a economia brasileira associada a orígem 
agroexportadora. Na região sudeste os maiores estados 
produtores de café eram, principalmente: São Paulo, Rio de 
Janeiro e o Espírito Santo. O declínio do ciclo do café, no 
final da década de 1920, foi provocado pela crise de 1929, 
por não oferecer grandes lucros e grande parcela de 
fazendeiros vendeu suas propriedades. Com o recurso 
adquirido na venda das fazendas, investiram, entre outras 
coisas, na indústria. As primeiras indústrias se limitaram ao 
setor têxtil, alimentação, sabão e velas (bens de consumo 
não duráveis e semiduráveis). O surgimento das indústrias na 
região sudeste esteve vinculado à produção cafeeira 
decorrente da: 
- Grande quantidade de trabalhadores que a produção de 
café conseguiu atrair para a região. 
- Rede de transportes, uma vez que as infraestruturas eram 
usadas para escoar a produção de café das fazendas para os 
portos. A introdução das indústrias nesses mesmos trajetos 
servia para transportar matérias-primas e mercadorias. 
- Do grande número de mão-de-obra imigrante presente no 
Brasil, esses já tinham experiências industriais, pois a 
maioria era de origem europeia e nesse período a Europa já 
havia passado pelo processo de industrialização. 
 
 
 Na região Sul está inserido diferentes tipos de 
indústrias. No entanto, as indústrias predominantes estão 
associadas à produção têxtil e alimentícia, as quais utilizam 
como matéria-prima a produção agropecuária desenvolvida na 
região. 
A região Nordeste tem atraído recentemente 
elevados investimentos para sua economia. Além disso, a 
atividade industrial na região está em ascensão, isso 
acontece em decorrência das melhorias ocorridas nas 
indústrias nativas, e da chegada de inúmeras empresas 
oriundas de outras partes do Brasil, especialmente do 
Sudeste. Dentreas principais indústrias, estão as do ramo 
alimentício, calçadista e vestuário, com destaque para os 
estados da Bahia, Pernambuco e Ceará. 
 
A atividade industrial na região Centro-Oeste do 
Brasil é pouco nítida. Existem poucas indústrias, mas as que 
existem são recentes e foram atraídas pela enorme 
quantidade de energia fornecida na região. O estado mais 
industrializado da região Centro-Oeste é Goiás. Nele, se 
encontra o DAIA (Distrito Agroindustrial de Anápolis), que 
é uma região industrial da cidade de Anápolis, onde 
recentemente recebeu diversos tipos de indústrias (de 
medicamentos, montadoras de automóveis e etc.). Além do 
DAIA, o município de Catalão é um importante polo minero-
químico e metal-mecânico do estado. Rio Verde, Itumbiara, 
Jataí, Mineiros e Mozarlândia possuem importantes 
indústrias alimentícias. Uruaçu, Minaçu e Niquelândia, 
possuem importantes indústrias de extração de minérios. 
Jaraguá, um polo da indústria do vestuário e Senador 
Canedo, com a indústria calçadista Essas cidades fecham a 
lista de importantes centros produtivos da região Centro-
Oeste. 
Na região Norte, dentre todas as regiões do Brasil 
é a menos desenvolvida industrialmente. Há várias décadas a 
região tem suas atividades econômicas vinculadas aos 
setores com pouca aplicação tecnológica e que atuam nos 
ramos agroindustriais que produzem alimentos, tecidos, 
couro, borracha, etc. Na década de 1980 se destaca a 
criação da Zona Franca de Manaus. O processo industrial 
assemelha-se ao da região Nordeste em alguns aspectos: 
- Impulso fabril a partir de órgão estatal de planejamento 
(SUFRAMA – Superintendência para a Zona Franca de 
Manaus, 1967): área livre de impostos sobre importações e 
exportações de manufaturados. 
- Capitais externos à região (nacionais e transnacionais): a 
Zona Franca de Manaus trata-se de uma Zona de 
Processamento de Exportação - ZPE (ou “maquiladora”), com 
montagem, embalagem e reexportação. 
 
 
EXERCÍCIOS. 
01. (ENEM). No dia 28 de fevereiro de 1985, era 
inaugurada a Estrada de Ferro Carajás, pertencente e 
diretamente operada pela Companhia Vale do Rio Doce 
(CVRD), na região Norte do país, ligando o interior ao 
principal porto da região, em São Luís. Por seus, 
aproximadamente, 900 quilômetros de linha, passam, hoje, 
5353 vagões e 100 locomotivas. 
Disponível em: http://www.transportes.gov.br. Acesso em: 27 jul. 
2010 (adaptado). 
A ferrovia em questão é de extrema importância para a 
logística do setor primário da economia brasileira, em 
especial para porções dos estados do Pará e Maranhão. Um 
argumento que destaca a importância estratégica dessa 
porção do território é a: 
A) produção de energia para as principais áreas industriais 
do país. 
B) produção sustentável de recursos minerais não metálicos. 
C) capacidade de produção de minerais metálicos. 
D) logística de importação de matérias-primas industriais. 
E) produção de recursos minerais energéticos. 
 
02. (ENEM). A urbanização brasileira, no início da segunda 
metade do século XX, promoveu uma radical alteração nas 
cidades. Ruas foram alargadas, túneis e viadutos foram 
construídos. O bonde foi a primeira vítima fatal. O destino 
do sistema ferroviário não foi muito diferente. O transporte 
coletivo saiu definitivamente dos trilhos. 
JANOT, F. A caminho de Guaratiba. Disponível em www.iab.org.br. 
Acesso em 9 jan 2014 (adaptado). 
A relação entre transportes e urbanização é explicada, 
no texto, pela: 
 
A) retirada dos investimentos estatais aplicados em 
transporte de massa. 
B) demanda por transporte individual ocasionada pela 
expansão da mancha urbana. 
C) presença hegemônica do transporte alternativo localizado 
nas periferias das cidades. 
D) aglomeração do espaço urbano metropolitano impedindo a 
constrição do transporte metroviário. 
E) predominância do transporte rodoviário associado à 
penetração das multinacionais automobilísticos. 
 
03. (ENEM) O processo de concentração urbana no Brasil 
em determinados locais teve momentos de maior intensidade 
e, ao que tudo indica, atualmente passa por uma 
desaceleração no ritmo de crescimento populacional nos 
grandes centros urbanos. 
 
BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no 
crescimento populacional e novos arranjos regionais. Disponível em: 
www.sbsociologia.com.br. Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado). 
 
Uma causa para o processo socioespacial mencionado no 
texto é o(a) 
A) carência de matérias-primas. 
B) degradação da rede rodoviária. 
C) aumento do crescimento vegetativo. 
D) centralização do poder político. 
E) realocação da atividade industrial. 
 
04. (ENEM) O Centro-Oeste apresentou-se como 
extremamente receptivo aos novos fenômenos da 
urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo 
infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos 
vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura 
nova, totalmente a serviço de uma economia moderna. 
 
SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 
(adaptado) 
 
O texto trata da ocupação de uma parcela do território 
brasileiro. O processo econômico diretamente associado a 
essa ocupação foi o avanço da 
 
A) industrialização voltada para o setor de base. 
B) economia da borracha no sul da Amazônia. 
C) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado. 
D) exploração mineral na Chapada dos Guimarães. 
E) extrativismo na região pantaneira. 
 
CAPÍTULO 5 - POPULAÇÃO GERAL E DO BRASIL 
 
 CONCEITOS BÁSICOS DE POPULAÇÃO E 
DEMOGRAFIA 
 
População: conjunto de pessoas que residem em uma área, 
ou seja, um bairro, município, estado, país e até mesmo o 
planeta. Hoje, aproximadamente 75% da população mundial 
vivem em países subdesenvolvidos. 
Povo: parcela da população do Estado Nacional considerada 
sob o aspecto jurídico. Grupo humano integrado numa ordem 
estatal determinada. É o conjunto de indivíduos submetidos 
às mesmas leis. Povo é, portanto, um elemento constitutivo 
necessário a existência do Estado. 
Demografia: ciência que estuda as características da 
população humana através de dados estatísticos. 
População Absoluta: corresponde ao total de habitantes de 
um espaço (território quaisquer). 
População Relativa ou Densidade Demográfica: média de 
habitantes por KM². 
Populoso: país que possui grande população absoluta. (China, 
Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil) 
Povoado: país que possui alta densidade demográfica – ou 
população relativa. 
Taxa de Mortalidade: número de óbitos registrados em um 
ano por 1000 habitantes. Fórmula: número de 
óbitos/População Absoluta x 1000 
Taxa de Mortalidade Infantil: trata-se da relação do 
número de crianças, de até 1 (um) ano de idade, que morrem 
para cada grupo de mil nascidas vivas, em um ano. 
Taxa de Fecundidade: número médio de filhos por mulher 
em idade fértil. 
Expectativa de Vida: quantidade de anos que vive, em 
média, a população. 
Crescimento Vegetativo: diferença entre as taxas de 
mortalidade e natalidade. Desta forma é possível saber o 
comportamento do crescimento populacional. 
Migração: deslocamento do indivíduo. O sentido da migração 
está em trocar de região, país, estado ou até mesmo 
domicílio. A migração pode ser permanente, temporária e 
pendular (diária). Os motivos estão associados a causas: 
religiosas, psicológicas, sociais, econômicas, políticas e/ou 
ambientais. 
Imigração: movimento ou fluxo de entrada populacional em 
um determinado país ou região. 
Emigração: movimento ou fluxo de saída populacional em um 
determinado país ou região. 
Observação! 
Na possibilidade da imigração ser maior que a emigração, 
diz-se, então, que o saldo migratório foi positivo (pois saíram 
menos indivíduos de um determinado país ou região do que 
entraram). 
Pirâmide etária: é uma ilustração gráfica que mostra a 
distribuição de diferentes grupos etários edeuma 
população. 
 
 
 
 
 CONCEITOS POPULACIONAIS LIGADOS AO 
EMPREGO 
PEA (População Economicamente Ativa): voltada ao 
mercado de trabalho. 
Taxa de Desemprego: refere-se à porcentagem da PEA que 
está desempregada. 
Índice de Desemprego: razão entre a população 
economicamente à procura de emprego e a população 
economicamente ativa. Exemplo: índice em 10% significa que 
90% da PEA está efetivamente empregada. 
Desemprego Estrutural: decorre da crescente automação 
da produção (avanço técnico e tecnológico), que substitui a 
mão de obra humana. A globalização derrubou as fronteiras 
nacionais para a atuação de empresas, fato que contribuiu ao 
aumento do desemprego estrutural. 
Desemprego Conjuntural: provocado por eventos 
temporários. Exemplo: crises econômicas. 
Trabalho Informal: realização de atividades produtivas 
alheias ao cumprimento da legislação trabalhista vigente, não 
sofre quaisquer espécie de tributação. É reflexo do 
desemprego estrutural e da intensa migração rural. A 
revolução industrial provocou uma distinção muito maior 
entre as categorias profissionais. 
 
 TEORIAS POPULACIONAIS E DEMOGRÁFICAS 
 
 TEORIA MALTHUSIANA 
 A teoria demográfica formulada pelo economista 
inglês Thomas Robert Malthus (1776 - 1834) foi publicada 
em 1798, no livro “Ensaio sobre o princípio da população”. 
Segundo Malthus, sem a existência de guerras, epidemias e 
desastres naturais para o homem, a população tenderia a 
duplicar a cada 25 anos. Desta forma, a população mundial 
cresceria em um ritmo muito acelerado, comparado por ele a 
uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64...), e a 
produção de alimentos cresceria em um ritmo lento, 
comparado a uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6...). 
 
 Assim, segundo a visão de Malthus, ao final de um 
período de apenas dois séculos, o crescimento da população 
teria sido 28 vezes maior do que o crescimento da produção 
de alimentos. Dessa forma, a partir de determinado 
momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes 
da Terra, produzindo-se, portanto, uma situação 
catastrófica, em que a humanidade morreria de “inanição”. 
 
 Na realidade, ocorre grande concentração de 
alimentos nos países ricos e, consequentemente, má 
distribuição nos países pobres. Porém, em nenhum momento 
a população cresceu conforme o cálculo de Malthus. 
 
 TEORIA NEOMALTHUSIANA 
 O neomalthusianismo somente se firmou entre os 
estudiosos da demografia após a Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945), em função da explosão demográfica ocorrida 
nos países subdesenvolvidos ao longo desse período. Esse 
fenômeno foi provocado pela disseminação, nos países 
subdesenvolvidos, das melhorias ligadas ao desenvolvimento 
da medicina, o que diminuiu a mortalidade sem, no entanto, 
que a natalidade declinasse. Para os neomalthusianos, a causa 
da pobreza dos países subdesenvolvidos estaria na forma 
como esses países foram colonizados. Uma numerosa 
população jovem necessitaria de grandes investimentos 
sociais em educação e saúde, e para os neomalthusiano isso 
justificaria o atraso no desenvolvimento econômico dos 
países de terceiro mundo. 
 
 TEORIA REFORMISTA (OU MARXISTA) 
 As ideias básicas desta teoria são todas contrárias 
às de Malthus: sua principal afirmação nega o princípio 
malthusiano, segundo o qual a superpopulação é a causa da 
pobreza. Para os reformistas, estudiosos que partem dos 
 
princípios teóricos do filósofo Karl Marx, é a pobreza que 
gera a superpopulação, e não o contrário! 
 De acordo com a teoria reformista, se não houvesse 
pobreza as pessoas teriam acesso a educação, saúde, 
higiene, etc., o que regularia, naturalmente, o crescimento 
populacional. É exatamente a falta dessas condições o que 
acarreta o crescimento desenfreado da população. Uma 
população jovem e numerosa não é a causa, e sim uma 
consequência do subdesenvolvimento. Portanto, para a Teoria 
Reformista ou Marxista, a causa da pobreza, da miséria e da 
fome não está no crescimento populacional, e sim na 
desigualdade social existente, na má distribuição dos 
alimentos e dos recursos públicos e na falta de investimento 
em setores sociais. 
 
 TEORIA DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
No geral, caracteriza-se como um processo de 
diminuição das taxas de mortalidade e natalidade, sendo que 
a primeira diminui mais rápido que a segunda, causando um 
período de aumento do crescimento vegetativo e, portanto, 
de grande acréscimo populacional. A partir da estabilização 
das taxas, na 3ª fase, a população total tende a diminuir. 
 
ESQUEMA DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
 
Fonte: El Atlas de Le Monde Diplomatique. Buenos Aires: Espacio, 2003. p. 32 
 
 DADOS ATUAIS DE POPULAÇÃO 
 A distribuição da população mundial ocorre de 
forma desigual, havendo grande diferença no contingente 
populacional dos continentes. Veja a população referente a 
cada um deles: 
- África: 1,031 bilhão de habitantes; 
- América: 934,3 milhões de habitantes; 
- Antártica: quatro mil habitantes (no verão) e 900 
habitantes (no inverno); 
- Ásia: 4,160 bilhões de habitantes; 
- Europa: 749,6 milhões de habitantes; 
- Oceania: 37,1 milhões de habitantes. 
 
 O POVO BRASILEIRO 
 O povo brasileiro surgiu através do processo de 
miscigenação ocorrido entre três matrizes étnicas básicas: 
Povos Indígenas: nativos das terras brasileiras; 
Europeus: principalmente portugueses; 
Povos Africanos: trazidos através do mercado de escravos. 
 
 O IBGE utiliza as denominações preta, branca, 
amarela, indígena e parda para classificar as pessoas de 
acordo com a cor da pele. 
 Os pardos (mestiços) são formados pela miscigenação 
entre os seguintes grupos étnicos: 
Mulatos: mistura de Europeu e Africano - grupo mais 
numeroso. 
Caboclos ou Mamelucos mistura de Europeu e Indígena. 
Cafuzos: mistura de Africano e Indígena. 
 
Em relação aos povos europeus presentes no Brasil, 
além dos portugueses, que desde a entravam livremente e 
regularmente no Brasil, vieram vários outros povos 
(imigrantes), ampliando e diversificando ainda mais a 
formação étnica da população brasileira. Os principais 
grupos de imigrantes que entraram no Brasil após a 
independência (1822) foram os seguintes: atlanto - 
mediterrâneos (italianos e espanhóis), germanos (alemães), 
eslavos (poloneses e ucranianos) e asiáticos (japoneses). 
 A elevada miscigenação ocorrida no período 
colonial, principalmente entre brancos (portugueses) e 
negros (africanos), explica o rápido crescimento do 
contingente de mulatos em relação ao contingente de 
negros. Excluídos do processo de desenvolvimento 
econômico e social do país, os negros formam atualmente, 
ao lado de grande parte de outras camadas não brancas 
(mulatos, índios etc.) um enorme contingente de brasileiros 
marginalizados. 
 Os dados estatísticos fornecidos pelos 
recenseamentos gerais são relativamente precários e, até 
mesmo, omissos. No censo demográfico de 1970, por 
exemplo, no auge de regime militar, não há nada relativo 
aos negros e aos índios. Por quê? Manobra estratégica do 
governo para impedir a conscientização ou atuação de 
 
grupos étnicos minoritários? Os números oficiais, 
principalmente os que se referem a brancos e negros, são 
passíveis de questionamento. 
O primeiro recenseamento oficial no Brasil só foi 
realizado em 1872, ou seja, 372 anos após a chegada dos 
portugueses e cinquenta anos após a Independência do 
Brasil. Existem muitas controvérsias em relação ao número 
de negros que entraram no Brasil, o mesmo ocorrendo com 
relação à população indígena que habitava o país na época da 
chegada dos colonizadores. 
A ideologia do branqueamento, imposta pelo 
europeu, apregoando a superioridade do branco ("quanto 
mais branco, melhor") fez com que muitos indivíduos de 
ascendência negra passassem por brancos nos 
recenseamentos, a fimde obter maior aceitação social. A 
ideologia do branqueamento nada mais é que um modelo 
discriminatório, de natureza racista, criado pelas elites 
dominantes para marginalizar os negros, impedindo-os de 
obter ascensão social, econômica e cultural. O 
branqueamento teve importância decisiva no processo de 
descaracterização (enquanto raça) e no esvaziamento da 
consciência étnica dos negros. 
O mulato, produto da miscigenação entre brancos e 
negros, constitui importante exemplo do poder de 
influência da ideologia do branqueamento. Por mais "claro" 
e mais bem-aceito socialmente que o negro, o mulato 
passou a se considerar superior ao negro, assimilando, com 
isso, a ideologia do branqueamento. 
 
Nos gráficos abaixo podemos perceber a 
distribuição da população por cor: 
 
 
 
 
 
 
Em relação a concentração da população brasileira, 
como podemos visualizar no mapa abaixo a maior parte da 
população está concentrada na região sudeste e no litoral 
nordestino. 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS. 
01. (ENEM). Qual dos slogans a seguir poderia ser utilizado 
para defender o ponto de vista dos reformistas? 
 
A) “Controle populacional já, ou o país não resistirá”. 
B) “Com saúde e educação, o planejamento familiar virá por 
opção!”. 
C) “População controlada, país rico!”. 
D) “Basta mais gente, que o país vai pra frente!”. 
E) “População menor, educação melhor!”. 
 
02. (ENEM). Analise o gráfico a seguir: 
 
 
 
Considerando os indicadores apresentados no gráfico e as 
atuais mudanças no processo de envelhecimento da 
população brasileira, é CORRETO afirmar que: 
 
A) a expectativa de vida no Brasil vem aumentando muito 
célere, consequentemente apresentando taxas de 
longevidade acima da de países com índice de 
desenvolvimento humano elevado em aspectos, como saúde, 
escolarização e nutrição. 
B) de acordo com os indicadores demográficos, o Brasil se 
encontra no início do estágio de transição de país jovem para 
país maduro. O percentual de idosos é semelhante ao de 
países, como Suécia, Itália e Serra Leoa. 
C) apesar das mudanças ocorridas na estrutura etária da 
população brasileira, entre as décadas de 1960 e 2010, o 
país continua demograficamente jovem, com elevadas taxas 
de natalidade e de mortalidade e com uma baixa expectativa 
de vida para a população em geral. 
D) a taxa de fecundidade no Brasil vem declinando, e a 
proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a 
proporção de crianças. Contudo, esse processo de 
envelhecimento populacional não ocorre de maneira 
uniforme, em todas as regiões brasileiras. 
E) o envelhecimento da população brasileira é oriundo do 
intenso processo de urbanização em todas as suas regiões. 
Por isso, o aspecto triangular da pirâmide etária vem 
apresentando, nas últimas décadas, um aumento percentual 
do bônus demográfico de homens e mulheres. 
 
03. (ENEM). O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 
minutos de casa para o trabalho, todos os dias. Nunca foi 
atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do 
trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta, seus 
pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de poluição 
particulada — poeira, fumaça, fuligem, partículas de metal 
em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, compostos 
orgânicos e outras substâncias nocivas. 
ESCOBAR, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago. 2008. 
 
A população de uma metrópole brasileira que vive nas 
mesmas condições socioambientais das do professor 
citado no texto apresentará uma tendência de: 
 
A) ampliação da taxa de fecundidade. 
B) diminuição da expectativa de vida. 
C) elevação do crescimento vegetativo. 
D) aumento na participação relativa de idosos. 
E) redução na proporção de jovens na sociedade. 
 
04. (ENEM). Taxa de fecundidade total do Brasil - 1940 a 
2010: 
 
 
 
O processo registrado no gráfico gerou a seguinte 
consequência demográfica: 
 
A) Decréscimo da população absoluta. 
B) Redução do crescimento vegetativo. 
C) Diminuição da proporção de adultos. 
D) Expansão das políticas de controle de natalidade. 
E) Aumento da renovação da população economicamente 
ativa. 
05. (ENEM). 
SOBRADINHO 
O homem chega, já desfaz a natureza 
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar 
O São Francisco lá pra cima da Bahia 
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar 
 
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia 
que o Sertão ia alagar. 
 
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 
1977 (adaptado). 
O trecho da música faz referência a uma importante obra na 
região do rio São Francisco. Uma consequência 
socioespacial dessa construção foi: 
A) a migração forçada da população ribeirinha. 
B) o rebaixamento do nível do lençol freático local. 
C) a preservação da memória histórica da região. 
D) a ampliação das áreas de clima árido. 
E) a redução das áreas de agricultura irrigada. 
06. (ENEM). As migrações transnacionais, intensificadas e 
generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam 
aspectos particularmente importantes da problemática 
racial, visto como dilema também mundial. Deslocam-se 
indivíduos, famílias e coletividades para lugares próximos e 
distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas 
condições de vida e trabalho, em padrões e valores 
socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou 
radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo 
culturas ou mesmo civilizações totalmente diversas. 
IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1996. 
A mobilidade populacional da segunda metade do século XX 
teve um papel importante na formação social e econômica de 
diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos 
migratórios nas últimas décadas e uma política migratória 
atual dos países desenvolvidos são: 
A) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de 
barreiras contra a imigração. 
B) a necessidade de qualificação profissional e a abertura 
das fronteiras para os imigrantes. 
C) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o 
acautelamento dos bens dos imigrantes. 
D) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos 
imigrantes qualificados. 
E) a fuga decorrente de conflitos políticos e o 
fortalecimento de políticas sociais. 
 
07. (ENEM). O jovem espanhol Daniel se sente perdido. Seu 
diploma de desenhista industrial e seu alto conhecimento de 
inglês devem ajudá-lo a tomar um rumo. Mas a taxa de 
desemprego, que supera 52% entre os que têm menos de 25 
anos, o desnorteia. Ele está convencido de que seu futuro 
profissional não está na Espanha, como o de, pelo menos, 120 
mil conterrâneos que emigraram nos últimos dois anos. O 
irmão dele, que é engenheiro-agrônomo, conseguiu emprego 
no Chile. Atualmente, Daniel participa de uma “oficina de 
procura de emprego” em países como Brasil, Alemanha e 
China. A oficina é oferecida por uma universidade espanhola. 
 
GUILAYN, P. Na Espanha, universidade ensina a emigrar. O Globo, 
17 fev. 2013 (adaptado) 
 
A situação ilustra uma crise econômica que implica 
A) valorização do trabalho fabril. 
B) expansão dos recursos tecnológicos. 
C) exportação de mão de obra qualificada. 
D) diversificação dos mercados produtivos. 
E) intensificação dos intercâmbios estudantis. 
 
CAPÍTULO 6 - O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO 
MUNDO E NO BRASIL 
 
 As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia 
(atual Iraque), depois vieram às cidades do Vale do Nilo, do 
Indo, da região mediterrânea e da Europa e, finalmente, as 
cidades da China e do Novo Mundo. Embora as primeiras 
cidades tenham surgido há mais de 3.500 anos A.C., o 
processo de urbanização moderno teve início no século 
XVIII, em conseqüência da Revolução Industrial, 
desencadeada primeiramente na Europa e, a seguir, nas 
demais áreas de desenvolvimento do mundo atual.

Continue navegando