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Escolas do Direito - Resumo

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Escolas do Direito: uma apresentação geral 
 
David Émile Durkheim (1858-1917) 
Por Marta Batalini (*) 
 
Uma das maiores dificuldades dos acadêmicos de Direito e mesmo dos bacharéis em geral 
consiste em responder à pergunta: O que é Direito? Disto decorrem as mais variadas 
respostas: Direito tem vários significados; Direito é norma; Direito é fato valor e norma; 
Direito é prática social, Direito é justiça etc. Diante disto, este texto tem como objetivo 
apresentar as várias escolas que explicam e interpretam o Direito, com seus respectivos 
pensadores a fim de clarear as várias possibilidades para as respostas da pergunta acima de 
forma didática e sintética. 
 
São várias as escolas que explicam o Direito, a saber, ESCOLA JUSNATURALISTA; 
ESCOLA TEOLÓGICA; ESCOLA RACIONALISTA; ESCOLA HISTÓRICA DO DIREITO; 
ESCOLA MARXISTA e ESCOLA SOCIOLÓGICA DO DIREITO. Portanto, a seguir serão 
apresentadas cada escola com sua visão e conceito de Direito, seus fundamentos, origens e 
respectivos pensadores. 
 
A Escola Jusnaturalista considera que o DIREITO é um conjunto de idéias ou princípios 
superiores, eternos, uniformes, permanentes, imutáveis, outorgados ao homem pela divindade, 
quando da criação, a fim de traçar-lhe o caminho a seguir e ditar-lhe a conduta mantida, 
buscando o que é justo ou injusto, bom ou mau. Seu FUNDAMENTO se encontra na divindade. 
A ORIGEM desta escola encontra-se na Grécia Clássica, em especial, nos filósofos Heráclito, 
Aristóteles, Sócrates e Platão, em Roma seu pensador mais importante é Cícero. Nas afirmações 
de Cícero, é possível encontrarmos os fundamentos desta escola: 
 
Existe uma lei verdadeira, reta razão,conforme a natureza, difusa em todos, constante, eterna, 
que apela para o que devemos fazer ordenando-o, e que desvia do mal, que ela proíbe; que no 
entanto, se não ordena nem proíbe em vão os bons, não muda por suas ordens nem por suas 
proibições os maus... É de instituição divina que não se possa propor ab-rogar essa lei e que não 
seja permitido derrogá-la... Não é preciso procurar um Élio Sexto para comentar ou interpretar; 
ela não é diferente em Roma ou em Atenas; não é diferente hoje nem será amanhã; mas sim lei 
única, eterna e imutável, ela será para todas as nações e para todos os tempos. (CÍCERO, 
REPÚBLICA) 
 
A Escola Teológica considera que o DIREITO é um conjunto de leis escritas e outorgadas por 
Deus e entregues ao homem para serem observadas. Seu FUNDAMENTO está em Deus. Tem 
ORIGEM nos textos do Decálogo, conjunto de leis que segundo a Bíblia, teriam sido 
originalmente escritas por Deus em tábuas de pedra e entregues ao profeta Moisés (as Tábuas 
da Lei); no Código de Hamurábi, Código de Manu; Sólon, e a partir do cristianismo nos textos 
de São Tomás de Aquino. 
 
A Escola Racionalista (ou contratual) considera que o DIREITO é concebido por duas 
categorias: DIREITO NATURAL e DIREITO POSITIVO. Direito natural mantém a mesma 
concepção dos clássicos, ou seja, é aquele que tem em toda parte a mesma eficácia, prescreve 
ações cujo valor não depende do juízo que sobre elas tenha o sujeito, mas existe 
independentemente do fato de parecerem boas a alguns ou más a outros, prescreve, pois, ações, 
cuja bondade é objetiva, ou seja, é um direito universal e o Direito Positivo é aquele decorrente 
do pacto social a que o homem fora levado a celebrar para vierem coletividade, então as 
relações dos homens seriam disciplinadas pelo Direito Positivo, que deve respeitar os princípios 
do Direito Natural, por lhe serem superiores. Seu FUNDAMENTO é a Razão. Sua ORIGEM 
encontra-se nos filósofos contratualistas como Grotius, Hobbes, Locke, Puffendorf, 
Montesquieu e Rousseau. 
 
A Escola Histórica do Direito considera que o DIREITO é concebido como um produto 
histórico, decorrente, não da divindade ou da razão, mas sim da CONSCIÊNCIA COLETIVA 
dos povos, formado gradativamente e paulatinamente pelas tradições e costumes, das 
necessidades e usos do povo, sujeito a transformações coletivas. Acrescentam dois elementos 
essenciais: continuidade e transformação. Seu FUNDAMENTO está na Vida Social. Teve 
ORIGEM na Alemanha no final do Séc. XVIII e início do Séc. XIX, com Gustavo Hugo e 
Frederico Savigny (1779- 1861). Savigny, em 1803 publicou seu famoso tratado, Das Recht des 
Besitzes ("Tratado da Posse"). Foi imediatamente saudado pelo grande jurista Thibaut como 
sendo uma obra-prima; e o tradicional estudo do antigo Direito Romano estava por terminar. 
Obteve uma rápida aceitação européia e ainda permanece sendo um marco na História do 
direito. 
 
A Escola Marxista considera que o DIREITO é a expressão do interesse da classe dominante, 
instrumento ideológico de dominação da burguesia sobre o proletariado. Apenas sanciona uma 
relação já existente, aplicando uma regra a uma situação preexistente, regra essa única, que 
incide sobre diferentes pessoas, ainda que sejam em tudo desiguais. Fixa o direito, acima de 
tudo, as relações econômicas que predominam em uma sociedade. Seu FUNDAMENTO maior 
encontra-se no Estado. Sua ORIGEM principal está nos escritos de Karl Marx e Friedrich 
Engels, para este autores a burguesia converteu o jurista em seu trabalhador, pago com 
salário. O direito burguês é apenas a vontade da classe burguesa, elevada à condição de 
lei, uma vontade cujo conteúdo está dado nas condições materiais de vida dessa classe. 
 
A Escola Sociológica do Direito considera que o DIREITO é um fato social, é um fenômeno 
social decorrente do próprio convívio do homem em sociedade, sendo direito o conjunto de 
normas que regulam a vida social. Direito é realidade da vida social. Seu FUNDAMENTO está 
na própria sociedade e nas inter-relações sociais. Tem ORIGEM com o pensamento dos 
sociólogos Herbert Spencer, Émile Durkheim, Léon Duguit, Nordi Greco. 
____________________ 
 
(*) Professora do curso de Direito da Unitri e Mestre em Filosofia pela PUC-SP.

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