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HISToRIA Republica Velha 1889 1930

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Prof. Rodrigo Donin www.focusconcursos.com.br 1 
Historia 
República Velha 
 
República Velha, da Espada a crise das Oligarquias e do Café, 
1889 – 1930. 
A República Velha é o período designado pelo modelo republicano adotado pelo Brasil 
após o fim do Império com a Proclamação em 15 de novembro. Articulado pelas camadas do 
exército e uma parcela da elite civil interessada em manter seus privilégios na produção agrícola, 
o golpe de Estado que colocou no exílio a Família Real foi fruto de uma falta de mobilização 
popular, que ocorreu sem muitos abalos, sem que houvesse, assim, rupturas com o Brasil agrário 
e latifundiário dos tempos da Colônia. 
Célebre ficou a frase do jornalista brasileiro Aristides Lobo, ao qual o país assistia 
‘bestializado’ a proclamação da República, em que o exército que desferiu o golpe de estado 
mais parecia com um desfile militar do que qualquer outra coisa. Nesse sentido, os anos que 
sucederam a Proclamação foram de muita instabilidade e incerteza política, marcado pelos ares 
da antiga monarquia e pelo retorno da Família Real. 
Nas duas fases que sucederam a República Velha, a da Espada e a Oligárquica, 
houveram, portanto, articulações e acordos a serem feitos para garantir o desenvolvimento do 
novo regime político. Os Militares agora, eleitos indiretamente para a Presidência da República, 
Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, se encarregariam de normalizar e garantir o 
funcionamento do país. De outro lado, a parcela civil se apressaria para promulgar a nova 
Constituição, a primeira republicana, de 1891. 
O modelo escolhido, de influência das grandes potências, fora o Federalismo. O Brasil se 
reconheceria pelo nome de Estados Unidos do Brasil, e suas antigas provinciais seriam elevadas 
a condição de Estados. Estes agora, poderiam ter relativa autonomia para criar leis, taxar 
impostos sobre produtos de exportação, delinear Tribunais de Justiça e, acima de tudo, para 
garantir os jogos eleitorais, compor milícias armadas. 
Estava organizada a base do Coronelismo, o sistema de arranjo político que estabelecia 
a figura do Coronel, grande proprietário de terras, como intermediário na captação e “compra” 
de votos para firmar alianças com o governo federal. Essa política, estabelecida no governo 
Campos Sales, 1902, é a característica mais marcante da República Oligárquica. Essa aliança 
irá firmar um revezamento político no poder entre as mais importantes Oligarquias do país, a de 
São Paulo e Minas Gerais. Através dela os grandes produtores de café e gado (leite), tomariam 
um acordo definido como “Política dos governadores”, onde os governos dos estados elegeriam 
presidentes, que em troca possibilitaria a distribuição de recursos para áreas que tivessem 
apoiado sua campanha política eleitoral. Não obstante, o período da República Velha ter sido 
marcado, quase todo ele, por presidentes de origem civil, sem ligações com os meios militares, 
exceto em 1910 com a eleição de Hermes da Fonseca, sobrinho do ex-presidente Deodoro. 
Em vários aspectos, portanto, essa política favorável ao protecionismo do setor cafeeiro 
foi responsável por privilegiar empréstimos que tornavam o Estado o grande articulador e gestor 
da exportação e regulação de preços do produto no mercado internacional. O Estado agia como 
um intermediário na aquisição do produto frente aos cafeicultores. Essa política, em vários, 
 
Prof. Rodrigo Donin www.focusconcursos.com.br 2 
Historia 
República Velha 
 
momentos responsabilizava o Estado por gerar dívidas com o café enquanto que o resto do Brasil 
dependia de sua própria produção e exportação. 
 No decurso da República Velha, no entanto, foram se formando grupos e ideologias 
contrárias ao desenvolvimento e proteção ao café. Esses grupos emergiram de um 
descontentamento dentro das estruturas do próprio exército. Denominado de Tenentismo, o 
movimento foi, sobretudo uma insatisfação sobre a política do café e as oligarquias. O movimento 
que tomou contornos armados e em vários momentos percorreu milhares de quilômetros Brasil 
adentro, foi responsável, simbolicamente, pela desintegração das oligarquias a partir da 
Revolução em 1930 que colocou Vargas no poder. O poder simbólico dos jovens tenentes foi 
primordial para engatilhar o movimento revolucionário e que, somado à crise internacional em 
1929, tornou insustentável o governo brasileiro proteger e defender única e exclusivamente o 
café.