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HISToRIA Expansao maritima XV XVI

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Prof. Rodrigo Donin www.focusconcursos.com.br 1 
Historia 
Expansão marítima XV - XVI 
Expansão Marítima XV - XVI 
O processo de consolidação e formação da exploração Colonial tem como base, 
respectivamente, um longo processo de formação dos chamados Estados Nacionais na Europa 
e por uma relação de aliança entre a Nobreza, já constituída desde os tempos feudais, e da 
Burguesia, como classe em ascensão que contribuiu para a aceleração da Modernidade e da 
desintegração dos laços de dependência, típicos do Feudalismo e da relação entre servo e 
Senhor Feudal. 
É perceptível que a partir do século XIII, a partir de uma série de Batalhas e conflitos foram 
definindo-se as atuais fronteiras da Europa. Dentro desses espaços definidos foram surgindo 
paralelamente ao Estado uma organização política centralizada, cuja figura do Rei ou do 
Príncipe, apoiava-se na burocracia e na legitimação da Monarquia e da Nobreza. Lembre-se do 
caso desse sistema, designado de Absolutismo, o exemplo do Rei-Sol Luís XIV, na França, que 
se personifica como a própria existência do Estado, declarando-se: “O Estado Sou Eu”. Nesse 
sentido, podemos falar ainda em uma aliança entre nobreza e burguesia, no entanto, esta última 
dependente da primeira, sem que houvesse ainda relações com as Revoluções Burguesas que 
irão marcar os séculos XVII e XVIII. 
Faz-se necessário, portanto, determinar que o ápice desse processo de centralização e 
formação das Monarquias Nacionais, base da existência do Absolutismo, ocorreu entre 1450 e 
1550, com algumas consideráveis diferenças entre Portugal (a pioneira), Espanha (em 1492 com 
o episódio denominado de Reconquista), França (com a dinastia dos Bourbons de Luís XIV em 
diante) e a Inglaterra (com a dinastia dos Tudor e dos Stuart). 
Há de considerar-se salutar a partir desse momento que houvesse uma necessidade de 
superar a crise que a Europa enfrentava desde o início do séc. XIV (anos 1300) e que 
consequências como essas teriam impulsionado a expansão geográfica no além mar e a 
exploração de matéria-prima e mão-de-obra indígena ou escrava. 
Ao passo de reduzirmos a simplicidade da crise enfrentada pela Europa à necessidade da 
expansão marítima, se faz necessário destacar elementos importantes para o processo de 
consolidação da Fase dos Descobrimentos ou, como se referência atualmente, o “achamento” 
das Américas. É deste modo que os historiadores consideram uma série de fatores que 
expliquem esse processo, mas acima de tudo, o papel da Monarquia Portuguesa nesse 
processo. 
A Dinastia de Avis pode ser considerada a precursora desse movimento expansionista. 
Sempre de tendência a voltar-se para fora da Europa, os portugueses já haviam acumulado 
experiência necesária ao longo dos séculos para ultrapassar o comércio então dominado por 
genoveses e venezianos. Aja vista o próprio Cabral ter sido genovês e trabalhar a serviço dos 
interesses portugueses. Lisboa, portanto, transformava-se já num poderoso centro de 
distribuição mercantil ligado ao comércio da península Itálica. O constante contato com o mundo 
islâmico, o avanço das trocas e da utilização de moedas, a posição geográfica portuguesa foram 
sem dúvida fatores que impulsionaram o comércio e a sua expansão. Em todos os aspectos, no 
entanto, Portugal percebeu melhores condições para a unificação de seus Reinos do que outros 
 
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Historia 
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modelos europeus. Sem dúvida a menor suscetibilidade de instabilidades, invasões, disputas 
contou a favor desse processo. A somar-se a isso a Revolução designada de Avis foi importante 
na sucessão da dinastia em Portugal. Diferente das revoltas camponesas do resto da Europa, a 
revolução apresentou um caráter especialmente burguês. Burguês no sentido ainda distante das 
revoluções que irão assolar a Europa no futuro, mas possibilitando setores essenciais da 
sociedade portuguesa a desafiar os mares, colocar seus interesses a frente do Estado e 
impulsionar a arrecação de impostos para a Monarquia. Para tanto, a burguesia disponibilizaria 
o espírito aventureiro e o Rei os meios necessários para alcançá-los, criando a perspectiva de 
um bom negócio para a burguesia; e para o rei a oportunidade de novas receitas, onde a nobreza 
apoiava seu prestígio, a Igreja expandia seus limites e a Metrópole consumia produtos 
manufaturados vindos da Colônia. Somado a todos esses fatores, o declínio do comércio com 
as Índias, o fechamento do Mar Mediterrâneo em 1453 teriam sido pontos favoráveis para o 
desenvolver do espírito aventureiro do séc. XV. 
O Império Ultra-marino Português 
Acima de tudo, a coroa Portuguesa obteve largos interesses em buscar a expansão de 
seus mercados. A Europa tornava atraente a busca, principalmente, por especiarias e ouro. O 
alto valor das especiarias explicava-se pelos hábitos cultivados na Europa. Derivado de 
substância, o termo especiaria era associado a produto raro e usado em pequenas quantidades, 
geralmente para disfarçar o gosto estragado de alimentos e produtos. Desde a canela, o cravo, 
a noz-moscada, o gengibre e até o açúcar foram produtos usados com objetivo de alimentar os 
mais diferentes gostos, daí a expressão “caro como pimenta” para designar especiarias tão 
procuradas na Europa. 
Nesse sentido, a exploração ultramarina Portuguesa tem início no séc. XV. 
Corriqueiramente associada a conquista de ilhas no Atlântico e na costa da África, Ceuta foi a 
primeira cidade tomada por portugueses já em 1415. Localizada no Norte da África, é associada 
a busca do Ouro no Sudão, incursões piratas, saques e até gosto pela aventura. 
Ao longo de 53 anos a costa da África foi aos poucos sendo tomada pelo interesse de 
desbravadores e até o alcance das Índias por Vasco da Gama em 1498. Sem explorar 
intensamente o território africano, os comerciantes portugueses usaram-se da instalação de 
feitorias na costa da África e do cultivo da cana-de-açúcar nas Ilhas Canárias, da Madeira e de 
Cabo Verde. 
As feitorias tornavam mais rápidas e baratas a exploração e agilizavam a comercialização 
de matéria-prima. Era uma troca comercial considerada precária e que recorria somente às 
armas e a segurança dos espaços delimitados. Geralmente, os feitores tinham a função de 
estabelecer mercadorias que seriam transportadas e estocá-las nas feitorias na costa do 
continente. Já eram perceptíveis controles burocráticos que obrigavam a cunhagem de Moedas 
pela exploração do Ouro, do Marfim, da pimenta malagueta e, sobretudo, já de escravos que 
eram comercializados. 
Nas ilhas do Atlântico, as primeiras experiências já demonstravam o plantio em larga 
escala, da mesma maneira que será usada no Brasil. Implantaram, depois da perda das Canárias 
 
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Expansão marítima XV - XVI 
para espanhóis, por volta de 1471 dois sistemas agrícolas paralelos: o trigo produzido por 
camponeses portugueses; e produção de cana-de-açúcar, investidas por comerciantes 
genoveses e judeus que usavam do trabalho escravo do negro que vinha da costa da África. O 
comércio não durou muito, já que sofreu concorrência do açúcar brasileiro. 
Já o descobrimento e a efetiva colonização do Brasil irão ocorrer só com a chegada das 
13 naus de Cabral em 1500. A experiência da África e o contato com o comércio das Índias irão 
atrasar a produção no Brasil, que só ocorrerá efetivamente em 1549 com o governo geral. Isso 
nos leva a constituir que o Brasil nesse momento já era alvo de interesses europeus, que 
consideraram nesse momento a exploração pura e definida, sem levar em consideração a culturado indígena e a disputa com a coroa Espanhola da separação dos territórios na América, que 
sofreram mediação da Igreja em Roma, levando a assinatura do Tratado de Tordesilhas em 
1494. Colombo, que descobriu a América em 1500, achava ter chego as Índias e irá creditar esse 
feito até a sua morte. Somente com Américo Vespúcio em 1505 teremos a certeza de termos 
alcançado um novo Continente.

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