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Anormalidade na gravidez

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Gravidez
Placenta
A placenta é a estrutura responsável pela troca de gases, nutrientes e outras substâncias entre a mãe e o feto durante toda a gravidez. Portanto, ela é uma das primeiras estruturas a se formarem. Ela geralmente se implanta e cresce na região mais alta do útero, logo abaixo da saída da trompa onde ocorreu a fecundação. No entanto, ela pode se fixar em outras regiões do útero e ocasionar preocupações com a gravidez. É o caso, por exemplo, da placenta que se implanta muito baixa ou, mais grave ainda, quando se fixa em torno do orifício de saída do útero. A complicação mais perigosa à mãe e seu bebê é o risco de sangramentos que podem ocorrer durante a gestação.
Fúndica
Esta é a região mais alta do útero, próxima aos orifícios de saída das trompas de Falópio ou tubas uterinas. É através destes condutos que o ovo chega ao útero e se implanta para iniciar o desenvolvimento do saco gestacional. É o local mais comum e mais seguro para o desenvolvimento da placenta.
Prévia completa simétrica
O nome se deve à posição da placenta, que obstrui o canal cervical completamente, com seu volume distribuído maneira uniforme
Prévia completa assimétrica
Nesta situação, a placenta obstrui o canal cervical completamente, mas de maneira não uniforme. Observe que, no exemplo, a placenta está situada na porção posterior do útero. 
Em úteros que sofreram cesária anterior, se a placenta se implantar sobre a área da cicatriz, poderão ocorrer problemas. A placenta poderá se infiltrar através da cicatriz cirúrgica e invadir o miométrio, chegando até a penetrar órgãos adjacentes como a bexiga. Este fenômeno é chamado de acretismo placentário e implica em cuidados especiais como acompanhamento pré-natal intensivo e parto com assistência mais complexa
 Prévia parcial 
Nesta situação, a placenta obstrui apenas parcialmente o canal cervical
 Prévia marginal
Este é o nome dado à placenta cujo limite inferior se encontra próximo ao orifício cervical, sem obstruí-lo, porém. Pode ser chamada de implantação baixa simplesmente
Translucência nucal fetal
A região posterior do feto desenvolverá um edema ou inchaço. A pele se afina e se afasta do dorso progressivamente, formando uma bolsa contendo líquido. A translucência nucal é o nome dado a este seqüência de fenômenos que culmina com o acúmulo de fluidos predominantemente na região cervical posterior do feto, durante o primeiro trimestre da gestação. A Síndrome de Down (ou Trissomia do Cromossomo 21) é um bom exemplo de patologia fetal que esta técnica pode ajudar a detectar antes mesmo do nascimento
Medida da translucência 
A posição do feto em relação ao feixe sonoro é determinante para o bom resultado do exame, que poderá ser feito por via abdominal ou transvaginal. A idade gestacional ideal para a sua medida ao ultra-som é de 11 a 14 semanas (mais precisamente, 13 semanas e 6 dias) ou com um tamanho do feto de 45 a 84 mm, medidos da cabeça às nádegas. A medida da translucência pode indicar anomalias com o feto (cromossômicas ou outras). Além do profissional médico experiente e capacitado, o equipamento de ultra-som deve dispor de alta resolução e qualidade de imagem para a melhor avaliação possível.
Via transvaginal 
Algumas vezes a via transvaginal poderá ser usada também com bons resultados, embora em 95% das vezes a via transabdominal seja suficiente. Na animação, o transdutor transvaginal se aproxima e é basculado para uma posição que permita a melhor observação do feto
Via abdominal 
Na grande maioria das vezes, a via transabdominal será suficiente para a boa visibilização e medida da translucência. O transdutor utilizado é do tipo convexo. Na ilustração, o transdutor se aproxima do abdômen materno e é posicionado no melhor ângulo de visão. É preciso obter uma imagem sagital mediana o mais ampliada possível, com somente a cabeça e o tórax do feto ocupando o campo. É importante evitar imagens com o feto hiperfletido ou hiperestendido, pois a medida da translucência pode variar muito nestas situações
Defeitos do tubo neural
Tubo neural é o nome que se dá às estruturas do embrião que se diferenciarão nos diversos e complexos componentes do sistema nervoso do adulto. É um dos primeiros eventos da embriogênese humana, ocorrendo nas primeiras três semanas de gestação. Problemas ocorridos nesta fase podem ter seriíssimas conseqüências no resultado da forma e função das estruturas
Coluna normal 
A medula nervosa normalmente ocupa o canal da coluna vertebral e é envolvida pelas membranas que protegem o sistema nervoso, chamadas de meninges. Da medula nervosa emergem os nervos que vão levar e trazer informações das diversas regiões do corpo para o cérebro. Sabe-se hoje que o nível de ácido fólico (vitamina B9) presente no organismo da mãe nos primeiros dias de gestação é essencial para que estas estruturas se formem adequadamente. Embora problemas genéticos e ambientais também possam ser responsabilizados, a carência materna desta vitamina é a principal causa das malformações.
Espinha bífida oculta 
Se a parte posterior dos ossos da coluna vertebral não se formar corretamente, poderá ocorrer uma herniação das meninges que envolvem o sistema nervoso. Na superfície cutânea das costas poderá aparecer um pequeno tufo de pêlos ou uma formação semelhante a uma pinta ou verruga indicativa do problema. A função nervosa, no entanto, se encontra preservada, pois não há deslocamento da medula neste caso
Meningocele
Quando a herniação das meninges é ainda mais pronunciada, pode resultar em uma saliência palpável nas costas da criança. Esta saliência recoberta de pele é de consistência macia, pois é preenchida pelo líquido cefalorraquiano. Observe que nesta condição a medula nervosa ainda se encontra em seu devido lugar, dentro do canal vertebral. As raízes nervosas, portanto, mantêm sua função
 Mielomeningocele
Nesta condição, a herniação das meninges é muito mais intensa. Observe que a pele pode estar ausente, expondo diretamente sa meninges ao meio exterior. O mais importante é que a medula nervosa também está deslocada em direção ao exterior. Isto faz com que suas raízes nervosas fiquem estiradas comprometendo sua função. Esta é a explicação para o fato de que crianças com este tipo de malformação da coluna tenham problemas de funcionamento de órgãos internos como bexiga e intestinos e também dificuldade de locomoção e de sensibilidade cutânea na região da bacia e membros inferiores.
Encefaloceles
Defeito do tubo neural, caracterizada pela herniação do cérebro e das meninges por aberturas presentes no crânio.
Meningocele craniana 
O encéfalo em crescimento, ao encontrar uma falha na caixa craniana, acaba se insinuando através dela. O caso mais brando do defeito se chama meningocele craniana e se caracteriza pela herniação apenas das meninges. Neste caso, portanto, a herniação, é composta por pele e meninges, com líquido cefalorraquiano em seu interior
Meningoencefalocele
Um outro tipo de herniação do encéfalo é a meningoencefalocele, um saco de pele contendo meninges e parte do encéfalo (cérebro e/ou cerebelo, dependendo da região da herniação). É potencialmente mais grave do que a meningocele simples descrita acima, exatamente por conter tecido nervoso em seu interior
 Meningohidroencefalocele
Como no tipo anterior, o defeito ósseo leva a herniação do tecido nervoso encefálico, porém, com uma extensão do sistema ventricular em seu interior.
Cefalocentese
O nome se aplica ao procedimento de instalação intra-útero de cateter de alívio para a hidrocefalia fetal. O procedimento é guiado por ultra-som e visa estabelecer comunicação para drenagem do líquido cefalorraquidiano do feto para o saco amniótico.
Defeito do tubo neural 
Não é obrigatório, mas muitos dos casos de hidrocefalia detectada intra-útero são acompanhados por algum defeito do tubo neural, aqui exemplificado com uma mielomeningocele.
Hidrocefalia
Crânio aumentado de tamanho em razão do acúmulo de líquido intraventricular.
Ultra-sonografiaO exame com o ultra-som é o fundamental tanto para avaliar detalhes do quadro de hidrocefalia como para a orientação do médico no implante do cateter.
 Implante do cateter 
Acompanhando em monitor a movimentação da agulha dentro do campo de insonação, o médico introduz a agulha no lado parietal da cabeça, procurando atingir o interior do ventrículo. Posicionada a agulha, o próximo passo é a inserção de um cateter do tipo "pig-tail". O formato do cateter favorece o ancoramento do conjunto, estabelecendo a comunicação entre o interior do sistema ventricular contendo líquido sob alta pressão e o bolsão amniótico, com pressão menor. O diferencial pressórico faz com que o líquido migre de dentro da cabeça do feto para o espaço amniótico
Final do procedimento
Instalado o cateter na região parietal, o excesso de líquido é drenado para o saco amniótico e o volume craniano decresce.
Hidrocefalia
Aumento do LCR intracraniano
Todos nós possuímos uma série de cavidades intercomunicantes dentro de nosso cérebro. Elas são preenchidas por um líquido que é secretado continuamente por estruturas glandulares chamadas de plexo coróide. Se houver uma obstrução ao livre trânsito do líquido, ele se acumulará comprimindo o cérebro contra os ossos do crânio. 
O tratamento mais comum é a instalação de um tubo que drena o excesso de líquido para fora do cérebro. 
Ventrículos normais
Ao se pressionar o primeiro botão, um corte sagital do sistema nervoso é revelado, com o sistema ventricular em destaque na cor azul. Os ventrículos são cavidades naturais do cérebro onde é produzido e circula o líquido cefalorraquiano ou liquor.
Trânsito liquórico 
Ao pressionar este botão, torna-se possível entender a dinâmica da produção e circulação do liquor acompanhando-se a seta amarela. A principal função deste líquido é proteger o cérebro contra eventuais choques mecânicos, mas também desempenha importante papel na na proteção biológica do sistema nervoso, distribuindo nutrientes e agentes de defesa contra infecções. O liquor é produzido por estruturas glandulares chamadas de plexo coróide e, após circular pelo interior do cérebro, é absorvido pela circulação sangüínea em sua maior parte por corpúsculos localizados ao longo de uma grande veia situada na parte interna do topo do crânio. Para chegar a estas estruturas, o líquido circula pelos ventrículos até sair por pequenos orifícios situados na parte posterior da medula, logo abaixo do quarto ventrículo.
 Obstrução do aqueduto 
Ao pressionar agora este botão, observe que simulamos uma progressiva obstrução do estreito canal que une o terceiro ao quarto ventrículo, interpondo um obstáculo à livre passagem do liquor que desce das regiões superiores. Observe que o líquido caminha no sentido da obstrução até ser barrado pela obstáculo (seta vermelha).
 Dilatação ventricular 
Uma pessoa adulta produz cerca de 100 ml de liquor por dia, em um ciclo ininterrupto de produção e absorção. É um estado de equilíbrio dinâmico (o volume produzido em uma parte do sistema é absorvido simultaneamente em outra parte). Se houver algum problema que obstrua o livre trânsito do líquido, ele se acumulará dentro dos ventrículos. O volume crescente dos ventrículos comprimirá o cérebro contra os ossos do crânio provocando uma série de sinais e sintomas neurológicos. Neste caso, ao simularmos uma obstrução do aqueduto de Sylvius que comunica o terceiro com o quarto ventrículo, provocamos um acúmulo de líquido predominante no terceiro ventrículo e nos ventrículos laterais
Cateter de derivação 
O tratamento mais comum para este acúmulo de líquido no interior do cérebro é a instalação de um cateter ou tubo de silicone que drenará o excesso de liquor geralmente para a cavidade abdominal (em alguns casos, o líquido é drenado para o átrio cardíaco). Uma das pontas é inserida no interior da cavidade cerebral que contém o líquido. A outra ponta, após ser passada por debaixo da pele do pescoço e do tórax, é inserida na cavidade abdominal. Assim, o excesso de líquido é retirado de dentro do cérebro, aliviando a pressão intracraniana e reduzindo os sintomas neurológicos. Vasos sangüíneos presentes na superfície das alças intestinais absorverão o líquido que o tubo trará do cérebro para o abdômen. Observe que existe um dispositivo entre as duas pontas do cateter que pode ser palpado entre a superfície externa do crânio e a pele da pessoa. É uma válvula que serve exatamente para garantir que o líquido será drenado de dentro para fora do cérebro e não o contrário. Existem vários tipos de válvula à disposição do neurocirurgião atualmente. A escolha do mecanismo dependerá de fatores intrínsecos ao paciente e ao cirurgião.
Complicação
Infelizmente podem ocorrer complicações com o mecanismo de drenagem. A mais comum é a obstrução da ponta inserida dentro do cérebro seja por infecções locais, coágulos sangüíneos ou por precipitação de proteínas presentes na composição do liquor formando verdadeiras rolhas nos orifícios de entrada do cateter. A conseqüência é a parada da drenagem levando ao aumento do volume ventricular e compressão progressiva do cérebro contra a superfície interna do crânio. A pessoa apresentará os sintomas característicos do aumento da pressão intracraniana como distúrbios visuais, cefaléia, náuseas, vômitos em jato, sonolência, convulsões etc., podendo até chegar à morte se não houver pronta interferência médica para sanar o problema. Uma vez constatado o mau funcionamento do cateter pelo neurocirurgião, ele operará o paciente para substituí-lo por um outro. Há muitos casos de pacientes que nunca necessitaram de trocas de válvula ao longo de suas vidas. No entanto, existem casos em que a substituição do sistema foi necessária muitas vezes, independentemente do tipo de válvula ou da técnica cirúrgica empregada.

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