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9/25/2018 1/2 5. QUEIXA-CRIME EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE... RODOLFO T., brasileiro, divorciado, 57 anos de idade, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade número..., residente e domiciliado na Rua..., número..., nesta capital, por seu advogado que esta subscreve, conforme inclusa procuração com poderes especiais (documento...), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME com fulcro no artigo 30 do Código de Processo Penal em face de CLOVIS V., brasileiro, solteiro, jornalista, portador da Cédula de Identidade número..., residente na Rua..., número..., no bairro de..., nesta Comarca, e TEODORO S., brasileiro, casado, jornalista, portador da Cédula de Identidade número..., residente na Rua..., número..., no bairro de..., nesta Comarca, pelas razões abaixo aduzidas. DOS FATOS No dia 7-1-2010, às 21h30m, no canal de televisão VX, no programa Futebol da Hora, o querelado CLÓVIS V. afirmou, sabendo serem INVERIÍDICAS taiS afirmações, que o querelante, dirigente do clube esportivo LX Futebol Clube, teria se apropriado indevidamente de R$ 5.000.000, 00 (cinco milhões de reais) pertencentes ao clube e decorrentes da venda de um jogador. Afirmou ainda que o querelante teria gasto parte desta fortuna com festas, bebidas, drogas e prostitutas. Estas mesmas declarações foram publicadas, no dia 8-10-2011, no blog pessoal do querelado, no endereço eletrônico www.clovisv.futebol.xx e no jornal impresso Jornal Notícias do Futebol, de circulação nacional. O canal de televisão VX e o jornal pertencem ao mesmo grupo econômico e têm como diretor geral e redator chefe o querelado TEODORO S., que ordenou de forma expressa a veiculação das afirmações, mesmo sabendo que eram falsas. Não obstante, no dia 13-10-2011, o querelado CLÓVIS V. disse em seu blog pessoal que o querelante “não teria condições de gerir o clube porque seria "um burro, de capacidade intelectual inferior à de uma barata" e que “tinha levado o clube à falência”, pois estava “com os bolsos cheios de dinheiro do clube e dos torcedores”. Por fim, no dia 15-10-2011, também em seu blog pessoal, o querelado CLÓVIS V. afirmou que o querelante “estava tão decadente que teria passado a sair com homens”, por isso, a mulher o teria deixado. DO DIREITO Verifica-se claramente a ocorrência de vários crimes perpetrados contra a honra do querelante, conforme passa a expor. De acordo com o art. 138 do Código Penal, praticará o crime de calúnia aquele que imputar falsamente a outrem fato definido como crime. Trata-se de conduta que atinge a honra objetiva do ofendido, ou seja, retira a credibilidade deste no seio social, ou seja, atinge diretamente a imagem que a pessoa desfruta na sociedade, podendo, inclusive, causar dano irreparável. Este crime contra a honra consuma-se no momento que a imputação falsa chega ao conhecimento de terceiros e deve ser praticado com dolo, intenção por parte do agente em macular a honra da vítma. Verifica-se, no caso em tela, que as afirmações caluniosas feitas pelo querelado CLÓVIS V. (que teria se apoderado de dinheiro do clube) ocorreram em rede nacional, e via internet, ou seja, perante milhões de pessoas, meio este que facilitou a propagação das inverdades. Desta forma, incorreu o querelado no crime de calúnia, com causa de aumento consistente em meio que facilitou a propagação das mentiras, nos termos do art. 138, combinado com o art. 141, III do Código Penal. De acordo com o art. 138, § 1.º do Código Penal também responderá pelo crime de calúnia aquele que, sabendo falsa a imputação, a propalar ou divulgar. O querelado TEODORO S. é o diretor geral e o redator chefe do canal de televisão e do jornal, veículos nos quais as informações inverídicas foram veiculadas e sabia que as afirmações feitas pelo querelado Tício eram falsas, mas mesmo assim ordenou expressamente a divulgação nos meios de comunicação por ele dirigidos. Incorreu, portanto, o querelado TEODORO S. no crime de calúnia, também com a causa de aumento já mencionada. O art. 139 do Código Penal determina que responderá pelo crime de difamação aquele que imputar fato ofensivo à reputação de outrem. Difere a difamação da calúnia pelo fato da segunda exigir que se impute a outrem falsamente fato definido como crime. Na difamação, basta que se faça afirmações desonrosas que atinjam a honra objetiva da vítima. No caso em tela, o querelado CLÓVIS V., afirmou em seu blog que o querelante é burro e que estaria decadente, saindo com homens e teria sido abandonado pela esposa. Incorreu, portanto, o querelado também no crime de difamação, com a causa de aumento da facilitação da propagação das ofensas. Finalmente, insta salientar que o querelado CLÓVIS V. também incorreu no crime de injúria, infração que atinge a honra subjetiva da vítima, ou seja, o conceito que esta faz de si mesma. Vale afirmar que a injúria sempre se configura quando se configurar a calúnia e/ou a difamação, pois a primeira atinge a honra subjetiva e as demais, a honra objetiva. No caso em tela, ao caluniar e difamar o querelante, o querelado Tício também o injuriou, pois todos os absurdos que foram divulgados macularam seu amor-próprio e sua compostura. Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que os querelados praticaram por diversas vezes crimes contra a honra do querelante e merecem ser sancionados por isso. DO PEDIDO Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, após a manifestação do órgão do Ministério Público, seja a presente ação recebida, determinando-se a citação dos querelados e a intimação das testemunhas abaixo arroladas. Requer seja julgada procedente a presente ação, com a conseqüente condenação dos querelados nos seguintes termos: Ao querelado CLÓVIS V., nos termos do art. 138 “caput” por três vezes, combinado com o art. 139, “caput”, por duas vezes e também com o art. 140 por cinco vezes, cumulados com a causa de aumento prevista no art. 141, II, todos do Código Penal. Ao querelado TEODORO S., nos termos do art. 138, § 1.º por duas vezes cumulado com a causa de aumento prevista no art. 141, II, todos do Código Penal. Finalmente, requer a fixação de valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, nos termos do artigo 387, IV do Código de Processo Penal, bem como ao pagamento das custas e demais despesas do processo, por ser medida de justiça. Rol de testemunhas: 1. (nome), (qualificação), (endereço) 2. (nome), (qualificação), (endereço) 3. (nome), (qualificação), (endereço) 4. (nome), (qualificação), (endereço) 5. (nome), (qualificação), (endereço) 6. (nome), (qualificação), (endereço) 7. (nome), (qualificação), (endereço) 8. (nome), (qualificação), (endereço) Termos em que, Pede deferimento. (local, data) _________________________ Advogado – OAB/... n. 9/25/2018 2/2
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