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RESENHA_CRITICA_ "O RECONHECIMENTO LEGAL DO CONCEITO MODERNO DE FAMÍLIA"-ALVES, Leonardo Barreto Moreira

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ALVES, Leonardo Barreto Moreira. O RECONHECIMENTO LEGAL DO 
CONCEITO MODERNO DE FAMÍLIA – O ART. 5º, II E PARÁGRAFO 
ÚNICO, DA LEI NO 11.340/2006, LEI MARIA DA PENHA. De Jure – 
Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Minas 
Gerais, v. 8, seção III, p.329-347, nov/2007. 
 
 
Aline Brambilla Yamaguti1; 
Artigo apresentado em publicação do Ministério Público do 
Estado de Minas Gerais possui como autor o Promotor de Justiça 
Leonardo Barreto Moreira Alves. O texto é seccionado cinco partes, as 
quais contemplam uma introdução ao tema, conceituação moderna de 
família, notas e comentários sobrea a Lei no 11.340/06, o 
reconhecimento legal do conceito moderno de família e conclusões do 
autor. Visando expor a importância do Direito de Família no campo do 
Direito Civil e mostrar suas peculiaridades, o promotor debate como os 
diversos modelos de família foram inseridos e assegurados 
juridicamente, bem como a importância da mudança do conceito de 
família, que passa a ser mais que um simples núcleo social de formato 
extremamente restrito e delimitado, para um conceito mais amplo 
baseado na afetividade (affectio familiae). 
Muito além de uma instituição de origem biológica, a 
organização familiar muda no decorrer da história de acordo com 
caracteres socioculturais. Apesar da mutabilidade, a célula mater da 
sociedade tem seu papel muito bem definido como provedora dos 
dependentes, incentivadora da educação e fonte primária de valores e da 
moral. 
Contudo, o Código Civil Brasileiro de 1916 impôs um único 
conceito restrito quando previu apenas o matrimônio como forma legítima 
de criar--se uma família. Em seus cento e quarenta e nove artigos 
 
1
 Discente do curso de Direito da Universidade Estadual de Londrina. 
relacionados ao tema, o código resume a Família um conceito 
meramente financeiro, deixando de lado todo o aspecto humano das 
relações entre os indivíduos, preocupando-se unicamente com posses, 
propriedade e sucessão. Esse código representa a sociedade patriarcal 
da época, a qual distribui inúmeros direitos à figura masculina, elevando-
a como a liderança absoluta da entidade, com a única obrigação do 
sustento financeiro. 
Com a Constituição Federal de 1988 há uma mudança radical 
no entendimento da família com a introdução do princípio da dignidade 
humana exposto no seu artigo 1º, III. Segundo as palavras do próprio 
autor, a família passa a ser “verdadeira comunidade de afeto e 
entreajuda e não mais como uma fonte de produção de riqueza como 
outrora”. O relacionamento entre os familiares torna-se plural, aberto e 
permite a cada indivíduo a realização plena de sua felicidade particular. 
O reconhecimento expresso do conceito moderno de família 
aconteceu em 2006 com a Lei nº 11.340 (Lei Maria da Penha), primeira 
norma infranconstitucional a incluir em seu texto que família deve ser 
“[...] compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são 
ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade 
ou por vontade expressa”. Além de formalizar o aspecto afetivo como 
fator unicamente necessário para formação de família, em seu Artigo 5º 
a Lei coloca por terra os debates também envolvendo uniões 
homoafetivas, uma vez que as contemplam em seu texto: “as relações 
pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual”. 
De maneira simples e organizada, o autor expõe de maneira 
clara e objetiva um breve histórico do conceito de Família empregado na 
sociedade brasileira e sua mutação ao longo dos anos. Além disso, o 
texto possibilita perceber que a sociedade sofre mutações de valores e 
de suas estruturas de maneira mais rápida do que as legislações 
conseguem contemplar, trazendo, em certa lacuna temporal, problemas 
e inseguranças para tomadas de decisões judiciais. Alves ressalta de 
maneira assertiva que através do texto da Lei Maria da Penha há o pleno 
reconhecimento jurídico do conceito baseado em afetividade já 
amplamente defendido, tornando o Direito de Família uma área capaz de 
contemplar a pluralidade, as individualidades e o desenvolvimento de 
cada uma das entidades.

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