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Profeta Gentileza – Gentileza gera gentileza 
A história do profeta 
Carlos 
 
O profeta Gentileza ou José Agradecido foi figura marcante no Rio de Janeiro e em 
algumas cidades do Brasil por onde passou. 
 
 
 
Ele ganhou esse título porque vivia pregando o amor e a paz. Além disso, jamais 
dizia a palavra “obrigado”, pois, segundo ele, esse termo vinha de “obrigação”. Por 
isso, preferia dizer “agradecido” e, no lugar de “por favor”, optava pela expressão 
“por gentileza”. 
 
O profeta Gentileza era um empresário de transportes quando, no início da década 
de 1960, um circo pegou fogo em Niterói, vitimando centenas de pessoas dois dias 
antes do Natal. Naquele dia, ele disse ter ouvido “vozes” mandando largar o 
capitalismo e todo apego material. 
 
 
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O futuro profeta pegou, então, um de seus caminhões e partiu rumo a Niterói. 
Durante anos, fez das cinzas e das marcas do incêndio no chão uma plantação de 
flores e passou a pregar nas barcas Rio-Niterói, deixando para sempre uma marca na 
cidade. 
 
O profeta também pintou mensagens de paz, amor e gentileza nas pilastras do 
viaduto do Caju – o lugar mais cinza, feio e sem vida da cidade do Rio de Janeiro. A 
avenida que vai do cemitério até a rodoviária ficou marcada com seus dizeres 
inesquecíveis pintados em preto, verde e amarelo em um fundo branco. As 
mensagens foram pintadas no alto para serem lidas pelas pessoas mais humildes que 
chegam de ônibus da baixada e de Niterói. 
 
 
 
Muitos estranham a forma singular de sua escrita e não a entendem até hoje, mas 
ele escrevia muitas palavras de forma diferente. Amor com um R só era material. Já 
com três Rs (“amorrr”) tinha uma simbologia distinta – um R era do Pai, o outro, do 
filho e o último, do Espírito Santo. 
 
Gentileza foi pintando as dezenas de pilastras da avenida e acabou por promover 
uma das maiores intervenções urbanas de arte na cidade do Rio de Janeiro. 
 
Certo dia, as “autoridades” mandaram cobrir todo o trabalho do profeta com tinta 
cinza. Só a partir desse momento, a sociedade reagiu. Aqueles que pensavam que 
 
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apenas Gentileza gostava de ler as próprias mensagens se enganaram: pessoas de 
destaque se levantaram contra a violência das autoridades de apagar seu trabalho 
artístico. 
 
Hoje, Gentileza é o nome da praça da rodoviária, que fica bem ao lado de sua arte 
restaurada. Sua vida virou filme, livro e tese em faculdades. Uma Organização Não 
Governamental (ONG) foi criada no Rio e passou a ser chamada de Rio de Gentileza. 
A Escola de Samba Grande Rio fez de Gentileza seu enredo através das mãos de 
Joãozinho Trinta. Mas, talvez, a homenagem mais famosa ao profeta seja a música 
Gentileza, de Marisa Monte. 
 
 
Fonte 
INSTITUTO C&A. Diário Social. Revista Digital. Publicação: 16 jul. 2012. Disponível em: 
<https://voluntarios.institutocea.org.br/pages/7387-profeta-gentileza-gentileza-gera-gentileza-a-
historia-do-profeta>. Acesso em: 11 ago. 2015.

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