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Anatomia do sistema respiratório Respiração = ventilação + hematose + respiração celular FUNÇÕES GERAIS do SISTEMA RESPIRATÓRIO § Suprir com O2 o organismo; § Remover dos tecidos o CO2; § Mover continuamente o ar através dos alvéolos § Promover sensações olfativas ao SNC § Produzir os sons – fonação ANATOMIA DO SR Divisão Porção condutora = vias aéreas superiores. - Fossas nasais e cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. § Acondicionamento do ar; § Filtração das partículas e microorganismos em suspensão; § Umedecimento e aquecimento do ar. NARIZ Nariz externo, cavidade nasal e seios paranasais § Nariz externo: Comunica o meio externo com a cavidade nasal. Esqueleto cartilaginoso e ósseo. § Cavidade nasal: • Vestíbulo • Teto • Assoalho • Paredes Laterais • Septo Nasal • Muco o Porção entre a abertura piriforme (anterior) e coanas (posterior). Encontra-se as conchas nasais, a área olfativa e aberturas de comunicação com os seios paranasais. § Seios paranasais: frontal, a maxila, o esfenóide e o etmoide. Deixam o crânio mais leve, ressonância a voz proteção mecânica. FARINGE • Nasofaringe • Orofaringe • Laringofaringe Tubo muscular posterior à cavidade nasal, bucal e à laringe. Função: canal comum para a passagem do alimento e do ar. ◦ parte nasal: se comunica com a cavidade nasal através das coanas. ◦ parte bucal: se comunica com a cavidade bucal pelo istmo da garganta. ◦ parte laríngea: posterior a laringe, continua no esôfago LARINGE • Pregas Vocais • Fonação • Cartilagem epiglótica - Porção respiratória - Bronquíolos e alvéolos Plano mediano e anterior. Além de via aerífera, é órgão de fonação (produção de som). Esqueleto cartilaginoso: cartilagens tireoide, cricóide, aritenóide e epiglótica. TRAQUEIA • Anéis Cartilaginosos [16-20] • Epitélio Ciliado • Muco • Carina Estrutura cilindroide, anéis cartilagíneos incompletos [C], sobrepostos e ligados entre si pelos ligamentos anulares. Parede posterior: m. traqueal. § Tem cerca de 9-15cm, desce ventralmente ao esôfago sofre bifurcação em nível da 5ª, 6ª ou 7ª VT através da carina BRÕNQUIOS • Bronquíolos respiratórios • Alvéolos • Trocas Gasosas: Hematose Ordem dos brônquios: ◦ brônquios principais (primeira ordem) ◦ brônquios lobares (segunda ordem) ◦ brônquios segmentares (terceira ordem) ◦ segmentos broncopulmorares ◦ alvéolos pulmonares v Tendência de redução da quantidade de cartilagem. v Perda das células caliciformes e há um aumento do músculo liso e do tecido elástico. Bronquíolos respiratório – ductos alveolares – sacos alveolares – alvéolos ALVÉÓLOS - 300 Milhões de alvéolos. Divido em três tipos de células: § Pneumócitos tipo I forma a parede do alvéolo, reveste 90%. o Menor número, formato pavimentoso, oclusão do alvéolo § Tipo II (granulares) produz o surfactante o Formato cuboide, produzem o surfactante pulmonar § Tipo III são os macrófagos alveolares, atuam como mecanismo de defesa. PULMÃO § Não há qualquer ponto de fixação entre os pulmões e as paredes da caixa torácica, exceto no ponto em que cada um se prende no mediastino, por meio do seu Hilo. § Hilo pulmonar: aa. pulmonares, brônquios, vv. pulmonares superiores, linfonodos hilares, vv. pulmonares inferiores PLEURA Mecânica respiratória Movimentos respiratórios - Asseguram a renovação do gás aveolar. A inspiração e a expiração são alternadas e ritmadas. Inspiração: Contração do diafragma e tração das superfícies inferiores dos pulmões para baixo. A cavidade aumenta, o pulmão expande, a pressão cai e o ar. Expiração: O diafragma apenas se relaxa. A retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais comprime os pulmões. Ocorre uma desativação paulatina dos músculos inspiratórios, expulsando o sangue e os gases suavemente. PLEURA E PULMÃO O líquido da cavidade pleural permite deslizamento entre folhetos. DUAS FORMAS DE MOVIMENTAR OS PULMOES: 1) Movimento do diafragma para baixo e para cima alongando ou encurtando a cavidade torácica. 2) Elevação e depressão das costelas, que aumenta ou diminui o diâmetro lateral e ântero-posterior da cavidade torácica. MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS Inspiração Acessórios: esternocleidomastoideo [eleva o esterno], escalenos [elevam costelas superiores] Principais: intercostais externos, parte intercondral dos intercostais internos [elevam as costelas] e diafragma [‘aumenta a dimensão longitudinal da caixa torácica’]. Expiração Expiração quiescente: retração passiva dos pulmões Expiração ativa: pt. não intercondral dos intercostais internos, reto do abdome [baixam as costelas], oblíquos interno e externo, transverso: além de abaixar as costelas, comprime o abdome ajudando o diafragma a subir RESISTENCIA DAS VIAS AÉREAS Vai diminuindo ao longo do sistema respiratória, de modo que, quando chega na zona respiratória [15ª geração das vias aéreas] já é 0. PRESSÕES RESPIRATÓRIAS § Pressão Pleural: Pressão do líquido na cavidade pleural. No início da inspiração = -5cm de H2O (ligeiramente negativa, devido a leve sucção no espaço pleural). Com a expansão da caixa torácica fica -7,5cm de H2O. § Pressão Alveolar: É a pressão do ar no interior dos alvéolos pulmonares. Durante a inspiração, para que ocorra o fluxo de ar para o interior dos alvéolos, a pressão destes deve ser inferior à Patm, i.e., abaixo de zero (-1 cmH20). Durante a expiração a Palveolar aumenta para cerca de +1cm de H2O. § Pressão Transpulmonar: É a diferença entre a PAlveolar e a PPleural (PAlveolar-PPleural). Fornece uma medida das forças elásticas nos pulmões e que tendem a produzir colapso a cada momento da respiração, a denominada Pressão de retração. A PTransp é a pressão necessária para se contrapor à retração elástica dos pulmões, os quais possuem tendência ao colabamento e manter o volume pulmonar (alveolar) determinado pela diferença de pressão estabelecida (Palveolar – Pbarométrica = pressão necessária p/ vencer resistência das vias aéreas). Se Palveolar = Pbarométrica, ou seja, se não há fluxo, a pressão transpulmonar é numericamente igual e de sinal oposto à Ppleural. PTransp é sempre positiva. [Pleura faz pressão para dentro e alvéolo faz pressão para fora, ou seja, a PTransp denota a ‘força’ que o alvéolo teve que fazer para vencer o colabamento. Agora, com essa retração elástica vencida, o volume pulmonar é determinado unicamente pelo gradiente de pressão entre alvéolo e atmosfera, e a única força oposta ao enchimento que precisa ser vencida é a resistência das vias aéreas = Palveolar – Pbarométrica] A soma dessa diferença de pressões é igual à diferença entre a pressão atmosférica e a pressão pleural = (Pbarométrica - Ppleural). Ou seja, mudanças no fluxo, resistência das vias, volume pulmonar e elasticidade do pulmão vão obrigatoriamente afetar a Ppleural. COMPLACENCIA PULMONAR Grau de expansão dos pulmões que ocorre para cada unidade de aumento da PTransp. Diagrama da complacência o lado. As forças elásticas trabalham a favor do colabamento [força o ar para fora] do pulmão e são: 1) Forças elásticas do próprio tecido pulmonar - Fibras de elastina e de colágeno. 2) Força causada pela tensão superficial do líquido que reveste os espaços aéreos do pulmão - Essa tensão superficial é reduzida pela ação do surfactante. TENSÃO SUPERFICIAL = Força exercida pelo fluido secretado pelos alvéolos para resistir ao processo de distensão. § Esse fluido é constantemente secretado e absorvido, de forma a criar um filme. § A absorção do fluido é determinada (osmose) por transporte ativo mediado pelo Na+. A secreção do fluido é determinada pelo transporte ativo do Cl- parafora das células epiteliais alveolares. § As pontes de hidrogênio entre os H2O determinam essa tensão. Lei da Laplace: A pressão nos alvéolos é diretamente proporcional à tensão superficial e inversamente proporcional ao raio do alvéolo --> A pressão nos alvéolos pequenos pode ser maior do que em alvéolos grandes se a tensão superficial for a mesma ambos. SURFACTANTE É um agente tensoativo na água que 1) reduz a tensão superficial da água e 2) impede o colapso dos alvéolos quando o vol. pulmonar se aproxima do Volume Residual [a seguir]. Secretado por pneumócitos tipo II e constituem 5-10% da área alveolar. As células de Clara [80% das células do bronquíolo terminal] também secretam um componente do material surfactante. Principais constituintes: Dipalmitoilfosfatidilcolina (fosfolopídeo), lecitina e apoproteínas e íons Cálcio. Em um volume pulmonar determinado, evita que os alvéolos de raio menor se colapsem e distendam os alvéolos vizinhos de maior tamanho (?). MECANISMO DE AÇÃO DO SURFACTANTE Os fosfolipídeos possuem uma porção hidrofílica (interage com a água) e uma hidrofóbica (interage com a parede do alvéolo) --> O surfactante espalha-se pela superfície de água que reveste os alvéolos. Essa superfície tem 1/12 da tensão superficial de uma superfície de água pura. Após a secreção para o interior do alvéolo, o surfactante passa por um complexo ciclo: 1) As moléculas de lipídeo se organizam (particularmente com ajuda das proteínas), para formar a monocamada que reveste a superfície alveolar, a mielina tubular. 2) Com sucessivos movimentos de contração e estiramento, que ocorrem a cada ciclo respiratório, parte da mielina tubular se desorganiza e se desprende do filme principal, na forma de pequenas vesículas, que são reabsorvidas para o interior do pneumócito II. 3) Dentro da célula, uma pequena parte é catabolizada, enquanto que a maior parte do surfactante que é reabsorvido é misturada aos corpos lamelares, nos quais é reorganizado, num processo de reciclagem. ESPIROMETRIA Mede os volumes e as capacidades pulmonares. Essas medidas têm significado clínico e variam de acordo com o sexo, idade e superfície corporal do indivíduo. Referência: homem adulto 70 kg .-. VOLUMES PULMONARES § Volume corrente (VC); § Volume de reserva inspiratório (VRI); § Volume de reserva expiratório (VRE); § Volume residual (VR). Volume corrente (VC): volume de ar inspirado e expirado em cada respiração normal [não forçada] = 500ml. Volume de reserva inspiratório (VRI): é o volume máximo adicional de ar que pode ser inspirado, além do volume corrente normal. Mulheres = 1,9L, Homens = 3,3L. Volume de reserva expiratório (VRE): é o volume de máximo adicional de ar que pode ser eliminado por expiração forçada, após o término da expiração corrente normal. Mulheres = 0,7L, Homens = 1,oL. Volume residual (VR): é o volume de ar que permanece nos pulmões após esforço expiratório máximo. Mulheres = 1,1L, Homens = 1,2L. A soma destes forma o volume máximo de expansão dos pulmões. CAPACIDADES PULMONARES § Capacidade inspiratória (CI) § Capacidade funcional residual (CFR) § Capacidade vital (CV) § Capacidade pulmonar total (CPT) Capacidade inspiratória (CI): VC+VRI. É a quantidade de ar que uma pessoa pode inspirar, distendendo ao máximo os pulmões. Mulheres = 2,4L, Homens = 3,8L. Capacidade funcional residual (CFR): VRE+VR. É a quantidade de ar que permanece nos pulmões ao final da expiração normal. Mulheres = 1,8L, Homens = 2,2L. Capacidade vital (CV): VRI+VC+VRE. É a quantidade máxima de ar que pode ser expelido dos pulmões após enchê-los ao máximo. Mulheres = 3,1L, Homens = 4,8L. Capacidade pulmonar total (CPT): CV+VR. Volume máximo que os pulmões podem alcançar com o maior esforço possível (5800ml). Mulheres = 4,2L, Homens = 6L. ‘’Todos os volumes, com exceção do volume corrente, e as capacidades pulmonares são cerca de 20 a 25% menores nas mulheres do que nos homens’’ VENTILAÇÃO ALVEOLAR Espaço morto: Tem o anatômico (VA) e o Fisiológico (VF). Ventilação Alveolar = VA – VF. Frequência respiratória (fr): número de ciclos respiratórios por minuto. FR = 12 – 16 ciclos/min Volume-minuto da ventilação: quantidade total de ar que se movimenta nas vias aéreas em um minuto. Volume minuto = VC X FR = 500ml x 12 ciclos = 6 l/min Ventilação alveolar por minuto: é a quantidade de ar renovado por minuto nas áreas de trocas gasosas dos pulmões (alvéolos, sacos alveolares e ductos alveolares). - Volume de ar do espaço morto (VD) = 150ml - VA = FR X (VC – VD) = 12 x (500 – 150) = 4,2l/min Espaço morto fisiológico: é a soma do espaço anatômico morto e dos alvéolos não ventilados no mesmo ciclo. Regulação da respiração Processo involuntário controlado pelo bulbo e pela ponte, no tronco encefálico. A frequência da respiração involuntária normal é controlada por centros do tronco encefálico. REGULAÇÃO LOCAL: Relação ventilação/perfusão = variações na distribuição da ventilação e no fluxo sanguíneo [perfusão] entre as diferentes partes do pulmão (base versus ápice). É um processo inerente ao próprio formato e posicionamento dos pulmões na caixa torácica. Em doenças obstrutivas do pulmão (bronquite, enfisema), em que certas regiões não recebem ventilação adequada, o fluxo sanguíneo (PERFUSÃO) é “desperdiçado”. Em outras doenças, os capilares alveolares podem sofrer danos, levando ao problema oposto ao acima, i.e., nesse caso é a VENTILAÇÃO que está sendo “desperdiçada”. Nos pulmões normais a ventilação nos alvéolos está fortemente integrada ao comportamento do fluxo sanguíneo – perfusão – nos capilares alveolares. É expressa pela relação (taxa por unidade de tempo): VA/Q , geralmente <1, mas varia de acordo com a posição do pulmão. Os alvéolos do ápice são pouco ventilados e muito pouco perfundidos [>1 ~ 3,4], os alvéolos da base são ventilados e super perfundidos [<1 ~0,63]. TESTE DE VENTILAÇÃO DO XENONIO: Confirma que há diferença de ventilação e perfusão em função da ‘altura’ do pulmão. COMO REGULA? 1. Alvéolo com excessiva perfusão e ventilação reduzida: pouco 02 e muito co2. - Constrição das arteríolas pulmonares para reduzir perfusão 2. Muita ventilação e pouca perfusão: muito 02 e pouco co2. - Dilatação das arteríolas pulmonares REGULAÇÃO CENTRAL CENTRO RESPIRATÓRIO - Grupo respiratório dorsal, grupo respiratório ventral, centro pneumotáxico, centro apnêustico GRUPO RESPIRATÓRIO DORSAL (GRD) – Estende-se pelo bulbo, formado por neurônios no núcleo do Trato Solitário (NTS). § Núcleo do trato solitário: Terminações nervosas dos nervos Glossofaríngeo e Vago (IX e X), recebe informações de sensores dos 1. Quimiorreceptores periféricos, 2. Barorreceptores, 3. Receptores pulmonares. Funcionamento § Descargas inspiratórias rítmicas que definem o ritmo respiratório basal (potencial em rampa) § Sinal inspiratório em “Rampa”: – Início da atividade elétrica constante, gradual [2 seg] == contração muscular – Interrupção abrupta pelo sinal inibitório [3 seg] == relaxamento § O controle da freq. Respiratória se dá pela regulação do sinal inibitório, pela interrupção da rampa CENTRO PNEUMOTÁXICO - Interrupção periódica da rampa inspiratória, iniciando a expiração e aumentando a frequência respiratória. Limites normais do tempo de interrupções = 0,5s [40 ciclos/min– 5s [4 ciclos/min]. Nesses cálculos, o relaxamento dura sempre o dobro da inspiração. CENTRO APNÊUSTICO – Localizado na parte inferior da ponte. Está continuamente enviando sinais excitatórios para inibir a expiração. Assim, é ele quem é inibido pela área pneumotáxica. GRUPO RESPIRATÓRIO VENTRAL (GRV): – Inativo durante respiração normal (basal), seencarrega do controle respiratório extra: exercício (Volume Corrente > 1 litro). Controla (?) neurônios inspiratórios e neurônios expiratórios, ambos no mesmo núcleo, com uma parte ambígua e uma retroambígua. CONTROLE RESPIRATÓRIO Ele faz o controle voluntário com função protetora. REFLEXO DE HERING-BREUER Receptores do estiramento (mecanoceptores) da musculatura brônquica e bronquiolar. Controlado pelo nervo vago. Inibe o GRD, interrompendo a Rampa respiratória. Ativa-se quando Volume Corrente for > 1,5 L. Controle químico da respiração: – Estimulação de quimiorreceptores: variações de PaO2, PaCO2, pH § Centrais: PaCO2, pH. Área quimiossensível, acima da área inspiratória. Altamente sensíveis aos íons H+, porém, o CO2 difunde-se mais fácil pela barreira hematoencefálica (BHE). CO2 tem mais influência no ritmo respiratório. Mais importantes para o controle instantâneo da respiração, ativam-se pela variação do pH. Aumenta o ritmo se o pH cai e vice-versa. o CO2 tem efeito agudo e crônico na estimulação do centro respiratório. Cronicamente (após 1 a 2 dias) cai o estímulo a 1/5 do inicial. o Compensação renal: aumenta da [HCO3-] no sangue, líquor e ao redor dos neurônios respiratórios – tampona o excesso de H+. No último caso, também diminui o nível de estimulação do centro respiratório. o Efeitos da PCO2 e do pH sobre a ventilação pulmonar: Note que ocorre aumento de 100% da ventilação com o aumento de apenas 5 mmHg de CO2 no sangue § Periféricas: PaO2, [pouco: PaCO2, pH] Localização: Corpos carotídeos e corpos aórticos. Variações nos níveis de O2 [abaixo de 60mmHg], aumento CO2, redução H+ levam a aumento de ventilação. Quimiorreceptores: Áreas altamente irrigadas: 20x o fluxo de um tecido normal, com PO2 igual ao do sangue arterial. PERIFÉRICO X CENTRAL: Efeito dos centrais é mais importante para a respiração, mas o periférico responde 5x mais rápido às variações na PCO2 [importante no início do exercício físico]. Para a ventilação dobrar, é necessário que a PO2 caia abaixo dos 60 mmHg. Note que ocorre aumento de 100% da ventilação com o aumento de apenas 5 mmHg de CO2 no sangue. EXERCÍCIO FÍSICO § Início da atividade física: o Impulsos motores ativam também o centro respiratório. Aumenta a ventilação juntamente com o aumento da atividade física o Obs.: ainda não houve tempo de ocorrer modificações na: – PO2, PCO2 e pH do sangue. § Após alguns minutos de exercício: o Começam a ocorrer variações na PO2, PCO2 e pH; o Ocorre ajuste fino da ventilação. § Relação entre ventilação e PCO2 durante 1 minuto de exercício e igual tempo de recuperação (imagem). § Alterações na ventilação durante o exercício (resumo) o Durante o exercício a respiração se torna mais rápida e profunda. Isso leva a um aumento do Volume-minuto total (litros/mim). o Mecanismo Neurogênico: § A atividade dos nervos sensoriais oriundos dos músculos em exercício estimula os músculos respiratórios. § A chegada dos estímulos no córtex cerebral estimula os centros respiratórios no diencéfalo. o Mecanismos Humorais: § PC02 e pH podem ser diferentes nos quimioceptores. § Variações cíclicas dos valores ocorrem, mas que não podem ser detectadas pelas amostras de sangue. O MAIS QUE CAUSA VARIAÇÕES NA RESPIRAÇÃO? – Efeito voluntário: apneia ou ventilação forçada – Receptores irritativos – Receptores J (Pulmão): ativos no edema pulmonar – Edema cerebral: depressão do centro respiratório – Anestésicos: Pentobarbital sódico, morfina [Transcrição dos diagramas] DIMINUIÇÃO DO PO2,DIMINUIÇÃO DO pH: quimiorreceptores periféricos e centrais [em menor nível] mandas impulsos para o centro respiratório, que manda impulsos para os músculos respiratórios, que contraem aumentando a ventilação AUMENTO DO PCO2: aumento dos íons H+ no sangue ativam os quimiorreceptores periféricos; o aumento do CO2 e íons H+ no 4º ventrículo ativam os centrais. Daí igual o de cima. HIPERVENTILAÇÃO: Aumenta oxigênio, diminui gás carbônico, aumenta pH. No mesmo esquema de cima, ocorre estímulo para diminuir a ventilação e diminuir o CO2 exalado. HIPOVENTILAÇÃO: O contrário do anterior derrr. Mesmo esquema, só que além de aumentar o CO2 exalado, também aumenta o O2 inalado. APNEIA DO SONO § Ausência de respiração espontânea o Obstrução das vias aéreas: relaxa mm. da faringe, faz o ronco, que piora até ocorrer a obstrução. o Causa central: dano cerebral – AVC. ACLIMATAÇÃO § Altitudes elevadas: Baixas concentrações atmosféricas de O2 § Após 2 a 3 dias o Centro respiratório, perde 4/5 da sensibilidade às variações na PCO2 e pH, ventilação alveolar aumenta 500% [sem aclimatação: 70%]. Transporte de gases no sangue Transporte de Oxigênio: duas formas. § Dissolvido no plasma: 3% são transportados em estado dissolvido na água do plasma sanguíneo e celular Artéria: PO2 ~ 95mmHg = 0,29 ml de O2 é dissolvido em cada 100 ml de água no sangue Tecido: PO2 ~40mmHg = 0,12ml de O2 resta dissolvido. Ou seja, 0,17 ml de O2/100 ml sangue é disponibilizado na forma dissolvida. § Ligado à hemoglobina: 97% de O2 transportado em combinação a hemoglobina = O2 molecular O O2 se liga frouxa e reversivelmente a uma das chamadas ligações de coordenação do átomo de Ferro (não se liga às duas valências positivas). Quando a PO2 é alta [alvéolo] o oxigênio liga-se a hemoglobina, quando é baixa [tecido], é liberado. Quantidade máxima de O2 que consegue combinar-se com a hemoglobina no sangue [se hemoglobina saturada]: 1. 15 g de hemoglobina/100ml de sangue. 2. 1g de hemoglobina pode ligar-se a um máximo de 1,34 ml de O2. Então: 15*1,34 =~ 20ml de O2 / 100 ml de sangue Percentual de saturação da hemoglobina. Sangue saindo dos pulmões: PO2 = 95mmHg, saturação de O2 = 97% ~ 19,4 ml de O2 por 100 ml de sangue Sangue venoso normal. PO2 = 40mmHg, saturação de O2 = 75%. ~15ml/100ml de sangue. Hb libera 5ml de O2/100ml de fluxo Se a PO2 estiver acima de 40 mmHg, a saturação da Hemoglobina é alta, ou seja, ele fica mais ligado a ela. Isto não pode acontecer no tecido! Então, no tecido, a Hb faz com que a pressão fique entre 15-40mmHg. Por outro lado, a grandes variações de PO2 alveolar pouco afetam a saturação, de forma que esta fica quase constante. A hemoglobina estabelece um limite superior de pressão de O2 nos tecidos em torno de 40 mmHg = ‘efeito tampão’ sobre PO2 tecidual. FATORES QUE DESVIAM A CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE O2- HEMOGLOBINA § Diminuição do pH § Concentração de CO2 elevada § Aumento da temperatura corporal § Aumento do 2,3difosfoglicerato (2,3- DPG). Todos estes facilitam a liberação para o tecido. O desvio para a esquerda é o contrário, acrescentando-se a Hb fetal como fator. Curva de dissociação do Monóxido de Carbono (CO) ligado à hemoglobina. Ele possui muuita afinidade pela Hb e, por isso, desloca o O2. Pequeníssima pressão necessária para saturar a Hb. TRANSPORTE DE CO2 NO SANGUE § Dissolvido no plasma [7%] PCO2 do sangue venoso: 45 mmHg = 2,7 ml/dL de CO2 PCO2 do sangue arterial: 40 mmHg = 2,4 ml/dL Portanto, cerca de 0,3 ml (7%) de CO2 é transportado dissolvida por 100 ml de sangue. § Ligado à Hemoglobina + proteínas (compostos carbamínicos) [23%] O CO2 reage com radicais amina da molécula de hemoglobina formando a carbamino-hemoglobina, de forma fraca e reversível. Cerca de 1,5 ml (23%) de CO2 é transportado ligado à hemoglobina. Curva de dissociação do dióxido de carbono-hemoglobina: Ligado a proteínas: Ocorre quando o dióxido de carbono reage com proteínas nos capilares teciduais, corresponde uma quantidade mínima que é transportada para os pulmões. § Convertido ao íon bicarbonato [70%] Local: Hemácias.A enzima anidrase carbônica catalisa a seguinte reação: CO2 + H2O = (H2CO3) = H+ + HCO3- O H+ se combina com a hemoglobina (tampão ácido-base), enquanto os íons bicarbonato se difundem das hemácias para o plasma em troca do íon cloreto que entra na hemácia. Proteína carreadora de bicarbonato - cloreto => Desvio do cloreto. Acetazolamida: inibidora da anidrase carbônica. Nestes casos, a PCO2 tecidual pode chegar a 80 mmHg [normal = 45mmHg]. EFEITO BOHR: O aumento do CO2 no sangue determina o deslocamento de oxigênio da hemoglobina, constituindo um fator importante na promoção do transporte de oxigênio. Altos níveis de CO2 diminuem a afinidade da hemoglobina com o O2, aumentando a descarga deste gás para os tecidos EFEITO HALDANE: A ligação do oxigênio à hemoglobina tende a deslocar o dióxido de carbono do sangue. Por quê? Combinada com o O2, a Hb se torna um ácido mais forte. Isso desloca o CO2 do sangue porque: (1) A maior acidez diminui afinidade pelo CO2 (2) Essa acidez faz com que libere íons H+, os quais se ligam ao HCO3-, que se dissocia em água e dióxido de carbono, o qual é liberado no alvéolo [reação inversa à da anidrase]. O efeito Haldane aumenta a captação de dióxido de carbono no tecido, pela liberação do O2, e sua liberação nos alvéolos, pela captação do O2. Este quantitativamente muito mais importante para promover o transporte de dióxido de carbono do que o efeito de Bohr para o transporte do oxigênio. CURVA DE DISSOCIAÇÃO DO CO2: Registra a dependência do CO2 sanguíneo total em todas as suas formas de PCO2. Observe: - O limite da PCO2 normal = 40-45mmHg; Os volumes percentuais variam de 48-52, denotando a importância do controle do pH (eu acho kk). - A concentração normal de CO2 em todas as suas formas é cerca de 50 volumes percentuais, mas apenas 4 volumes percentuais disso são trocados durante o transporte normal de CO2 dos tecidos para os pulmões. A concentração aumenta para cerca de 52 volumes percentuais à medida que o sangue atravessa os tecidos e ai para cerca de 48 volumes percentuais à medida que o sangue passa pelos pulmões. Transporte de gases no sangue VENTILAÇÃO PULMONAR Quatro funções principais da respiração: ventilação pulmonar [influxo e efluxo de ar], difusão de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue, transporte de O2 e CO2 no sangue e líquidos corporais e suas trocas com os tecidos do corpo, regulação da ventilação. Diferenças de pressão do oxigênio – dos alvéolos para o sangue venoso e do sangue arterial para os tecidos. CO2 em sentido contrário. PRESSÃO PARCIAL DOS GASES - (LEI DE DALTON) É a pressão que cada gás exerce na atmosfera em função de sua abundância. As proporções de cada gás constituinte do ar atmosférico estão ilustradas no quadro ao lado: Cálculo da PO2 (mmHg) = PATM x abundância do gás PO2 = 760 X 0,208 = 159 mmHg PATM = PN2 + PO2 + PCO2 + PH2Ov = 597 + 159 + 0,3 + 3,7 = 760 mmHg DIFUSÃO ENTRE LÍQUIDOS E GASES (LEI DE HENRY) Pressão de vapor (H2O): é a pressão que as moléculas de água em estado gasoso exercem para escapar através de uma superfície. Como a temperatura do corpórea é de 37ºC, a Pvapor é igual a 47 mmHg. A pressão do vapor aumenta com o aumento da temperatura. A uma dada temperatura, a quantidade de um determinado gás em solução é diretamente proporcional a pressão parcial deste gás. § Também depende da solubilidade deste gás em uma fase líquida. Coeficiente de solubilidade: Tanto a pressão quanto a solubilidade de um gás vão determinar o volume do mesmo que se manterá em solução. CO2 tem pressão menor, mas a solubilidade é beem maior. QUANTIFICAÇÃO DA VELOCIDADE DE DIFUSÃO Diversos fatores afetam a velocidade de difusão: o Solubilidade do gás S o Diferença de pressão ΔP o Área da seção transversal do líquido A o Distancia de difusão d o Peso molecular do gás PM o Temperatura do líquido (no corpo é constante) VALOR DA DIFUSÃO = Dx = COEFICIENTE DE DIFUSÃO = S/ PM A difusão através da membrana respiratória: 1 Quanto maior a diferença de pressões, mais rápida difusão. Em grandes altitudes, menos O2 se difunde. 2 Distância entre capilar e membrana alveolar: 0,5 µm. Em caso de inflamação, aumenta 3 Tanto o O2 quanto o CO2 são capazes de se difundir através da camada surfactante e das membranas alveolares e endoteliais. 4 A superfície alveolar total é grande: Durante o pico da inspiração a área é de ~ 140m2. O que pode alterar: enfisema. Os capilares alveolares também são mais achatados. 5 Regulação ventilação/perfusão. Se há obstrução perde-se a eficiência. PRESSÃO PARCIAL DO O2 NOS ALVÉOLOS Ar que entra nos pulmões: PO2 = 100mmHg > PCO2. A troca acontece rapidamente [0,3 s em exercício, 075 s em repouso]. PO2 alvéolos = 100mmHg, PO2 veias pulmonares = 95 mmHg, PO2 fluídos intersticiais = 40 mmHg. A diferença de pressão para passagem do O2 para células ~~ 60mmHg. Saída do oxigênio do alvéolo para o sangue capilar pulmonar. PRESSÃO PARCIAL DO CO2 NOS ALVÉOLOS PCO2 nos pulmões=40mmHg X PCO2 nos tecidos = 45mmHg Diferença de apenas 5 mmHg. Porém, ele se difunde 20x mais rápido que o oxigênio pela sua grande solubilidade. No caso do O2, a solubilidade é baixa, e em PO2 alveolar de 100 mmHg, 100ml de plasma irão absorver apenas 0,3 ml de O2. Solução: os eritrócitos vão carrear o O2 através da Hb existentes em seu interior. I eritrócito possui cerca de 280 milhões de moléculas de Hb. Adaptações fisiológicas às grandes altitudes ADAPTAÇÃO X ACLIMATAÇÃO Adaptação – processo lento e não reversível, fixo na população Aclimatação – respostas rápidas e reversíveis ELEVADAS ALTITUDES – Pressão ambiental ~200mmHg Diminui a pressão atmosférica [lei do gás ideal PV = nRT] Diminuição da P02 [lei de Dalton] Hipóxia ambiental Efeitos agudos da hipóxia – Sonolência, fadiga mental e muscular; desorientação; espasmos e convulsões; coma. Quais as respostas à CURTO prazo? 1. PO2 abaixo de 60 mmHg faz aumentar a ventilação pulmonar, por estimulação dos quimiorreceptores periféricos carótideos e aórticos 2. O aumento da ventilação pulmonar intensifica a liberação de CO2, aumenta a alcalose 3. Aumento do débito cardíaco e vasodilatação sistémica. Afinidade da Hb pelo O2 tem que ser alta no pulmão e baixa no tecido. Quais as respostas à LONGO prazo? 1. Tórax pequeno hã, com grandes volumes pulmonares. 2. Eritropoietina aumentada 3. Hipertrofia da musculatura ventricular cardíaca e aumento da densidade mitocondrial nestas células Doença de Monge • 5 a 18% da população que reside em altitude igual ou maior a 3.200m no platô Tibetano. • Policitemia excessiva: hematócrito (>60%) e concentração elevada de hemoglobina no sangue. • Pode levar a insuficiência cardíaca e distúrbios neurológicos Futebol e Altitude as primeiras 24 horas da chegada a altitude o atleta tem sua condição psicológica e física piorada por causa das respostas fisiológicas, por exemplo: desidratação (baixa umidade do ar e aumento da diurese). Devido a hipoxemia e a alcalose sanguínea, outros sintomas podem aparecer (ex: fadiga, tonturas, insônia, etc.). Fisiologistas indicam que os jogadores devem ir à cidade de 4 a 6 semanas antes da realização do jogo para que o atleta tenha um melhor rendimento (inviável). Fisiologia do mergulho Roupa isotérmica, máscara, nadadeiras, reloginho [controle de tempo, profundida, ar], cinto de lastro, cilindro, regulador Conceitos físicos - A cada 10m aumenta 1 ATM - LEI DE BOYLE - V = 1P. Nível do Mar → 1litro 10 m → ½ litro 90 m → 1/10 litro Efeitos da Profundidade sobre o Mergulhador Volume pulmonar Hiperbarismo Composiçãodo ar – 71/100 de N2 e He. 21/100 de O2 - Baixa densidade, baixa solubilidade, 1/5 do efeito narcótico do nitrogênio Incapacidade de inspiração resulta na necessidade de se usar gases em alta pressão § Mistura utilizadas nos cilindros: 1. Nitrogênio 2. Oxigênio 3. Dióxido de Carbono § Equalização: Manobra que compensa a pressão das vias e espaços aéreos com a pressão externa. PERIGOS Toxicidade do Oxigênio em Altas Pressões - Aumento do PO2 ALVEOLAR - A alta pressão aumenta significantemente a qtde de O2 dissolvido - Falha no tamponamento da Hb sobre o O2. - Aumento da PO2 tecidual - Convulsões, náusea, abalos musculares, distúrbios da visão, irritabilidade, desorientação - Formação de Radicais Livres - Lesão do DNA, das membranas e proteínas. Leva a convulsões, tonteiras, distúrbios visuais, irritabilidade, desorientação, intoxicação pulmonar - Comprometimento Pulmonar - Congestão das vias, edema pulmonar, atelectasia - EMVRIAGUEZ DAS PROFUNDEZAS - Deve-se ao aumente do Nitrogênio [4/5 da mistura]. Reduz a excitabilidade neuronal. Efeitos – euforia --- sonolência --- diminuição dos tônus --- quase inerte - MAL DA DESCOMPRESSÃO Acontece quando o mergulhador fica no fundo por muito tempo e sobe rápido. A pressão Nitrogênio é muito alta e ele se dissolve nos tecidos. Quando ocorre rápida descompressão, formam-se bolhas desse gás que bloqueiam os vasos sanguíneos. Sintomas: 1. Dor articular e nos músculos 2. Tonteiras 3. Paralisias 4. Sufocação § Complicações: 1. Isquemia (parada total do fluxo de sangue) 2. Edema Pulmonar Grave 3. Morte § Tratamento: tanques de descompressão. Outras complicações § Embolia Gasosa § Pneumotórax § Compressão da máscara § Aerotite § Intoxicação por CO (impureza na mistura) SÍNDROME DE HIPERTENSÃO PULMONAR Ocorre quando há uma pressão sanguínea anormalmente elevada nas artérias que levam o sangue do coração para os pulmões. -Quais são os sinais e sintomas? § Encurtamento gradual da respiração que pode piorar com exercícios. § Dor ou desconforto torácico. § Fadiga. § Inchaço nas pernas. § Tosse persistente. § Palpitações (sensação do batimento forte ou anormal do coração). § Cianose (tom azulado da pele, principalmente nas mãos, pés e face). § Tontura Desmaio (síncope). AEROTITE Inflamação da orelha média decorrente da incapacidade da trompa de Eustáquio em permanecer aberta durante variações de pressão atmosférica, o que pode ocorrer em voo, mergulho profundo ou trabalho em câmara de pressão.
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