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Conceitos *VENTILAÇÃO ≠ RESPIRAÇÃO → ventilação: entrada e saída de ar dos pulmões sem envolvimento de trocas gasosas (mobilização do ar nos ductos respiratórios) → troca gasosa: processo de difusão cada gás migra de um lado para o outro por diferença de concentração, sem gasto energético (ultrapassam a membrana) → gases são transportados pelo sangue (ligam-se à hemoglobina; podem ser transportados pelo plasma em menor quantidade) → respiração celular: troca do oxigênio pelo dióxido de carbono através da circulação sistêmica, o oxigênio é ofertado para todas as células do organismo e o dióxido de carbono é retirado *RESPIRAÇÃO PULMONAR: ventilação pulmonar e troca de gases (O2 e CO2) nos pulmões → ocorrência de hematose *RESPIRAÇÃO CELULAR: utilização de O2 e produção de CO2 pelos tecidos (bioenergética) *FUNÇÃO PULMONAR: promover um meio de troca entre o ambiente externo e o corpo (O2 e CO2); regulação do equilíbrio ácido-base *VENTILAÇÃO: processo mecânico de mobilização do ar para dentro e para fora dos pulmões (sem pensar em trocas gasosas) *DIFUSÃO: movimento aleatório das moléculas de uma área de maior concentração para uma de menor concentração Sistema Respiratório *Sistema de vias aéreas superiores e vias áreas inferiores unidas a um par de pulmões, os quais são revestidos pela pleura visceral e estão contidos na caixa torácica *Função: trocas gasosas (necessário haver captação de oxigênio do ar atmosférico para que o metabolismo o utilize para todas as suas funções vitais *Nas narinas/ vias aéreas superiores (a partir dos pelos nasais) → filtração do ar que chega até os pulmões → aquecimento do ar → umidificação do ar *O pulmão direito possui três lobos: SUPERIOR, MÉDIO e INFERIOR → brônquio-fonte mais retilíneo *O pulmão esquerdo possui dos lobos: SUPERIOR e INFERIOR → brônquio-fonte mais curvilíneo *VIAS AÉREAS SUPERIORES: → NARINAS → CAVIDADE NASAL → COANAS → FARINGE → LARINGE: fonação + BOCA: articulação *VIAS AÉREAS INFERIORES: limpeza das vias aéreas (revestimento de muco e ação dos cílios), reflexo da tosse (mecanismo de proteção - traqueia e brônquios), reflexo do espirro (mecanismo de defesa contra em entrada de poluentes - nariz) → TRAQUEIA epiglote: estrutura que ajuda a vedar a traqueia para que nenhum alimento entre nos pulmões (ocasionaria um processo inflamatório: BRONCOASPIRAÇÃO – pode levar a uma pneumonia broncoaspirativa) → BRÔNQUIOS (fontes) direito e esquerdo → BRONQUÍOLOS → há 22 divisões binárias (bifurcação da árvore brônquica – origina dois novos ductos) dos brônquios e bronquíolos Fisiologia do Sistema Respiratório aquecer, umidificar e filtrar o ar FALA controlada pelo SNC CARINA → DUCTOS ALVEOLARES e ALVÉOLOS (na extremidade distal dos bronquíolos) alvéolo: unidade funcional, parte mais simples do sistema onde ocorrem as trocas gasosas (muita área de contato para trocas gasosas) *PLEURA PARIETAL: em contato com a “parede” da caixa torácica *PLEURA VISCERAL/PLEURA PULMONAR: recobre vísceras *Entre as pleuras, há o LÍQUIDO PLEURAL (espaço virtual – não existe), que permite o deslizamento entre elas → durante os processos de inspiração e expiração (pulmão insufla e desinsufla), impede o atrito *CAIXA TORÁCICA: formada pelo esterno e pelas costelas (fazem um arcabouço como uma medida protetora para os órgãos internos – coração e pulmão) Músculos Respiratórios Inspiração *Para ocorrer a INSPIRAÇÃO, é necessário que a musculatura inspiratória se contraia → em repouso, os principais músculos a serem contraídos são o DIAFRAGMA e os INTERCOSTAIS EXTERNOS → para uma inspiração forçada (insuficiência respiratória), é necessária a ação de uma musculatura acessória: INTERCOSTAIS INTERNOS, SERRÁTIL ANTERIOR, ESCALENOS e ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO *Quando o diafragma se contrai, desce/rebaixa → permite que o tecido pulmonar aumente/insufle no eixo longitudinal (maior expansibilidade do pulmão no eixo vertical) *Os intercostais externos fazem a elevação das costelas, aumentando o diâmetro anteroposterior e látero-lateral do tórax → permite que o parênquima pulmonar (tecido do pulmão) se expanda Expiração *Movimentação passiva: quando a musculatura inspiratória relaxa e há recolhimento elástico dos pulmões, o ar sai deles por uma expiração passiva → o pulmão tem fibras elásticas – quando há relaxamento da musculatura inspiratória, ocorre recolhimento natural do pulmão e o ar é expulso de forma passiva *Quando há uma expiração forçada, há a contração dos músculos: INTERCOSTAIS INTERNOS e ABDOMINAIS (RETO ABDOMINAL, OBLÍQUO EXTERNO, OBLÍQUO INTERNO, TRANSVERSO ABDOMINAL) ex: tosse (expiração forçada faz com que haja o trabalho acessório dessa musculatura do abdômen para exalar o ar – ocasiona dor) Zonas Funcionais: Condução Respiratória *A mobilização de volume de ar pelas vias aéreas começa desde as vias aéreas superiores (onde o ar é conduzido, Mecânica Respiratória filtrado, aquecido, umidificado) e vai passando todas as dicotomizações, até chegar na unidade do alvéolo pulmonar (circundado por capilares sanguíneos para fazer hematose) *Nos alvéolos → células que compõem sua parede são do tipo epitélio escamoso simples → células tipo II: secretam surfactante (substância que impede o colapso do alvéolo, mantendo-o aberto) → macrófagos alveolares: mecanismo de defesa pulmonar (fagocitam os patógenos) *Através da ARTERÍOLA PULMONAR, chega o sangue rico em CO2 → faz trocas gasosas com o volume de ar que está dentro dos alvéolos por diferença de concentração (difusão dos gases) → no alvéolo, há um volume de ar (que foi inspirado do ar atmosférico) com uma concentração alta de O2 e baixa de CO2 → após as trocas gasosas por difusão, o sangue já oxigenado sai pelos capilares sanguíneos, vai pela veia pulmonar e chegam ao átrio esquerdo por meio das quatro veias pulmonares → o sangue oxigenado sai do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, a partir do qual será distribuído pela circulação sistêmica OBS: • a nível de bronquíolos, não há realização de trocas gasosas (dependem da capilarização sanguínea) Variação na pressão intra-torácica Inspiração *Ar é literalmente sugado para os pulmões *Quando a musculatura inspiratória se contrai, gera uma pressão negativa nos pulmões – criando um “vácuo” → ar é sugado para dentro dos pulmões por diferença de pressão Expiração *Quando a musculatura inspiratória relaxa e há um recolhimento elástico dos pulmões, esse volume de ar é exalado passivamente → VOLUME RESIDUAL: parte do ar que permanece nos pulmões após a expiração (leve pressão alveolar positiva) importante para que não haja o colapso dos alvéolos (caso isso acontecesse, poderia ocorrer processo inflamatório – lesão por abertura e fechamento das vias aéreas) proporcionado também pela ação da glote Ocorrência da Mecânica Respiratória *A ventilação ocorre pelo EFEITO MASSA, que se refere ao efeito das moléculas ao longo da passagem em razão da diferença de pressão entre suas duas extremidades → mobilidade das moléculas de gases e do volume de ar pelos ductos *Outras situações criam uma resistência para que esse fluxo de ar adentre os ductos de vias aéreas → fluxo turbulento: ocorre nas bifurcações, que impactam o fluxo de ar; permite menores chances de trocas gasosas também pode ser ocasionado por muco (nos brônquios e bronquíolos, onde não há tantas bifurcações, esse fluxo tem que ser mais laminar – retilíneoe constante, permitindo uma melhor troca gasosa) → quanto maior o diâmetro da estrutura, maior a resistência ao fluxo de ar Propriedades do pulmão *DISTENSIBILIDADE: expressa em termos de reciprocidade da elasticidade (mudança de volume por mudança de pressão), que é denominada COMPLACÊNCIA → o quanto o pulmão consegue se distender/insuflar OBS: • VOLUTRAUMA: trauma por volume destruição do tecido pulmonar (parênquima) por volume excessivo • BAROTRAUMA: trauma por pressão pressão muito alta por ventilação mecânica pode ocasionar uma distensibilidade não fisiológica, muito maior da necessária para realizar trocas fisiológicas *COMPLACÊNCIA PULMONAR: grau de expansão pulmonar que ocorre a cada unidade de aumento da pressão transpulmonar → capacidade que o tecido pulmonar possui de se distender → depende das forças elásticas do pulmão 1/3 do próprio tecido (composto por elastina e colágeno do parênquima) 2/3 de forças causadas pela tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos (surfactante diminui a tensão superficial, mantendo os alvéolos secos e abertos) gotas de água tendem a se associar e empurrar o ar para fora dos alvéolos, colapsando-os Volumes e capacidade pulmonar *VOLUME CORRENTE: mobilização do volume de ar em ciclos inspiratórios e expiratórios em repouso *VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO: inspiração forçada com enchimento máximo dos pulmões *VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA: contração da musculatura expiratória com exalação forçada do máximo de volume de ar → mesmo assim, ainda permanece o volume residual nos pulmões, que auxilia na manutenção dos alvéolos abertos *CAPACIDADE INSPIRATÓRIA VOLUME CORRENTE + VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIA *CAPACIDADE EXPIRATÓRIA VOLUME CORRENTE + VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA *CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA + VOLUME RESIDUAL *CAPACIDADE VITAL VOLUME CORRENTE + VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIA + VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA *CAPACIDADE PULMONAR TOTAL VOLUME CORRENTE + VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIA + VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA + VOLUME RESIDUAL *Circulação Pulmonar é diferente de Circulação Brônquica → na circulação sistêmica não há trocas gasosas → sangue leva oxigênio para as células do tecido pulmonar e recolhe dióxido de carbono Circulação Pulmonar *O sangue que leva todo o oxigênio através da circulação sistêmica sai pelo VENTRÍCULO ESQUERDO (por meio da ARTÉRIA AORTA), nutre todas as células e tecidos e retorna pelo ÁTRIO DIREITO estando rico em dióxido de carbono *Do átrio direito, o sangue passa para o ventrículo direito, a partir do qual se inicia a circulação pulmonar → sai pela ARTÉRIA PULMONAR (duas artérias pulmonares em direção a cada pulmão), sofre as trocas gasosas nos pulmões e retorna através das VEIAS PULMONARES (duas veias pulmonares saindo de cada pulmão), estando rico em oxigênio, para o átrio esquerdo *Em seguida, passa para o ventrículo esquerdo e retorna à circulação sistêmica *CIRCULAÇÃO PULMONAR: sangue rico em dióxido de carbono sai das artérias pulmonares em direção ao pulmão → por difusão, há a saída do oxigênio dos alvéolos para os capilares sanguíneos e a saída de dióxido de carbono dos capilares sanguíneos para os alvéolos → perfusão O2 CO2 *CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA: sangue leva oxigênio para as células (nutrição das células do tecido pulmonar) → na artéria aorta, de 1% a 2% do débito cardíaco de sangue (que sai do volume de sangue oxigenado) passa pelas artérias brônquicas (ramos da aorta e das artérias intercostais), alimentando o tecido conjuntivo, os septos e os brônquios e retorna desaguando nas veias pulmonares (sangue venoso – rico em dióxido de carbono) há mistura de sangue arterial (rico em oxigênio, proveniente das trocas gasosas) com o sangue venoso, que acabou de oxigenar as células do tecido pulmonar (ligeira queda na oxigenação do sangue que entra pelo átrio esquerdo) *CIRCULAÇÃO LINFÁTICA: permeia o tecido de sustentação; remove o material particulado e proteínas plasmáticas que extravasam dos capilares sanguíneos, prevenindo o edema pulmonar EDEMA AGUDO DE PULMÃO: há entrada de líquido dentro dos alvéolos (que devem conter apenas ar) aumento da pressão hidrostática dos vasos pode ocasionar extravasamento de líquido dos vasos sanguíneos em direção aos alvéolos caracteriza-se por falta de ar (dispneia), queda de Circulação Pulmonar e Brônquica oxigenação, dificuldade de manter ventilação Fluxo sanguíneo para os pulmões *Normalmente, os vasos sanguíneos atuam como vasos passivos distensíveis → aumento do calibre resulta em aumento da pressão *EXCEÇÃO: → em caso de HIPOXEMIA (baixa quantidade de oxigênio no sangue) com PO2 < 73%mmHg ocorre uma redistribuição do fluxo sanguíneo nos pulmões → fluxo sanguíneo nos pulmões diminui (redistribuído para órgãos nobres – cérebro, rins) GRADIENTES DE PRESSÃO HIDROSTÁTICA SOBRE FLUXO REGIONAL *Em posição ortostática, o sangue se desloca de acordo com a ação da gravidade *Pressão hidrostática total (peso do próprio sangue): 90mmHg *Pressão hidrostática pulmonar: 23mmHg *Peso do sangue sobre o próprio vaso → zonas intermediárias apresentam fluxo intermitente (somente durante os picos da pressão arterial pulmonar, porque a pressão sistólica é superior à pressão do ar alveolar, mas a pressão diastólica é inferior à pressão do ar alveolar) ZONA 2 → bases do pulmão apresentam fluxo mais contínuo (a pressão capilar alveolar permanece mais alta que a pressão do ar alveolar, durante todo o ciclo cardíaco) ZONA 3 → ápice pulmonar apresenta, em condições anormais/patológicas, ausência de fluxo sanguíneo durante todas as partes do ciclo cardíaco (porque a pressão capilar alveolar local, nessa área do pulmão, nunca se eleva acima da pressão do ar alveolar, em nenhuma parte do ciclo cardíaco) ZONA 1 ex: tromboembolismo pulmonar (coágulo de sangue chegou na artéria pulmonar e a obstruiu – sangue que sai do ventrículo direito para ser oxigenado nos pulmões não passa) OBS: COVID-19 • paciente em decúbito dorsal: a ventilação artificial promove a expansibilidade dos pulmões na região dorsal, mas não nas costas, uma vez que o paciente está deitado na maca • posição prona/decúbito ventral: a perfusão sanguínea se concentra na parte anterior do tórax e a ventilação mecânica envia o volume de ar de forma impositiva (com pressão para dentro dos pulmões) troca gasosa com maior perfusão do sangue; maior fluxo de sangue e maior ventilação na região dorsal OBS: • HIPERTENSÃO PULMONAR: pressão da artéria pulmonar acima de 15 mmHg os vasos sanguíneos dos pulmões estão com uma pressão acima do valor normal Efeito do aumento do débito cardíaco sobre a circulação pulmonar durante o exercício *Em situações de maior consumo de oxigênio, como em atividades físicas, é necessário aumentar a demanda tanto do débito cardíaco quanto das trocas gasosas *À medida que o ventrículo esquerdo ejeta mais volume de sangue para ofertar mais oxigênio para os tecidos, o fluxo sanguíneo pulmonar pode aumentar de 4 a 7 vezes → maior abertura dos capilares sanguíneos pulmonares (3x) → distensão dos capilares e aumento da velocidade do fluxo de sangue nos capilares sanguíneos em até duas vezes → aumento da pressão da artéria pulmonar (acima dos 15mmHg) de forma fisiológica, não patológica *No repouso, o tempo de permanência do sangue nos capilares sanguíneos alveolares dura em torno de 0,8s → no exercício, o fluxo de sangue que passa pelos capilaresé tão intenso que esse tempo de permanência se reduz para 0,3s Diferenças da circulação pulmonar em relação à circulação sistêmica *As arteríolas geram pequena resistência na circulação pulmonar (cerca de 8x menor) se distendem mais *Os capilares são volumosos, muito anastomosados (para dar cobertura de toda a superfície do alvéolo) e com calibre maior *Maior distensibilidade; são facilmente recrutados em resposta ao aumento de fluxo (ex: em situações de exercício físico) *A rede vascular total só é perfundida em situações extremas *Vasos com maior calibre *A resistência da circulação pulmonar é tão grande que, ainda que haja aumento de débito cardíaco, não ocorre aumento da resistência vascular pulmonar (não há distensão) → o débito cardíaco pode aumentar 3x sem que haja aumento da pressão → o debito cardíaco pode aumentar 6x sem que haja aumento da resistência arterial pulmonar *Ocorrem por difusão (ventilação = difusão) → gases se deslocam de um local de maior concentração para um local de menor concentração ultrapassando as membranas (membranas do alvéolo pulmonar e do capilar sanguíneo pulmonar) *Quando o ar atmosférico entra nos pulmões, o gás, por efeito de massa, é deslocado → no alvéolo, por diferença de concentração dos gases, o oxigênio sai de dentro dos alvéolos em direção ao capilar sanguíneo pulmonar para que haja o direcionamento de oxigênio para toda a circulação sistêmica (com distribuição para todos os tecidos do organismo) → o dióxido de carbono está em maior concentração na corrente sanguínea como consequência do metabolismo celular e em menor concentração dentro do alvéolo *PRESSÃO: causada pelo impacto constante de cada molécula contra uma superfície → diretamente proporcional à concentração de cada gás → pressão de um gás em um líquido ou coeficiente de solubilidade: efeito da atração de H2O sobre o gás *COEFICIENTE DE DIFUSÃO: leva em conta o quanto de volume de ar é mobilizado em 1 min a uma diferença de 1mm de Hg de pressão coeficiente de difusão relativo O2 = 1 CO2 = 20,3 (mais passível de difusão pela membrana celular que o O2) CO = 0,81 N2 = 0,53 *Umidificação do ar: H2O absorvido nas vias aéreas superiores Composição do ar alveolar / relação com o ar atmosférico *Velocidade de renovação do ar (alveolar x atmosférico) *O volume de ar mantido nos alvéolos é denominado volume residual, que gera, associado ao volume de reserva respiratório, a CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL (2300 ml em um adulto) → cada vez que um volume de ar é mobilizado para os pulmões (cerca de 500mL por inspiração), somente cerca de 350mL de ar chegam a eles → esse volume é substituído a cada respiração → todo o ar que fica dentro das vias áreas em locais onde não há trocas gasosas (como na traqueia, brônquios e bronquíolos) é chamado de ESPAÇO MORTO ANATÔMICO há ventilação, mas não há trocas gasosas *O volume de ar só é renovado completamente aproximadamente na 16ª respiração no minuto *A lenta substituição evita as alterações súbitas das concentrações de um gás no sangue (possibilita melhor movimentação dos gases por difusão entre os alvéolos e a corrente sanguínea *AR EXPIRADO = ESPAÇO MORTO + AR ALVEOLAR Difusão dos gases através da membrana *UNIDADE RESPIRATÓRIA: formada pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, átrios e alvéolos *Rede de locais onde é possível ocorrer as trocas gasosas (vários alvéolos formam um saco alveolar), permeados por vários capilares pulmonares *Gases saem do alvéolo, passam pela membrana do alvéolo, passam pelo líquido intersticial e pela membrana do vaso sanguíneo Trocas Gasosas Membrana respiratória (alveolocapilar) *Camadas que compõem a membrana → camada de líquido + surfactante (diminui a tensão superficial) → epitélio alveolar → membrana basal epitelial do alvéolo → espaço intersticial → membrana basal do capilar sanguíneo → membrana endotelial do capilar hemácia possui 4 ligações heme (carrega quatro moléculas de oxigênio) 1-2% do oxigênio é dissolvido no plasma *Por diferença de concentração, o oxigênio sai do alvéolo (local de maior concentração – ar expirado), ultrapassa a membrana do alvéolo, cai no líquido intersticial, passa pela membrana do capilar sanguíneo e se liga à hemácia (local de menor concentração) para ser carregado para a corrente sanguínea *O dióxido de carbono pode ser transportado dissolvido no plasma, ligado à hemácia ou carregado na corrente sanguínea na forma de bicarbonato → sai do capilar sanguíneo (local de maior concentração), passa pela membrana do capilar sanguíneo, cai no líquido intersticial, ultrapassa a membrana do alvéolo e chega ao alvéolo por difusão (local de menor concentração), a partir do qual é exalado *Fatores que interferem a passagem dos gases pela membrana alveolo-capilar → em caso de infecção respiratória e muita produção de secreção pulmonar, o muco pode se localizar internamente na luz do alvéolo, o que pode tornar a parede mais espessa e atrapalhar a difusão dos gases → em caso de edema agudo de pulmão e presença de líquido no interior dos alvéolos, a passagem de gases pela membrana pode sofrer interferências → espessura da membrana é de 0,2 a 0,6 (edema e fibrose podem torná-la mais espessa) → área da superfície da membrana (70m2) (em caso de enfisema pulmonar, essa área de superfície de troca é destruída, prejudicando as trocas gasosas) → coeficiente de difusão do gás (diferença de pressão entre os lados da membrana) Capacidade de difusão através da membrana *Volume de gás que se difunde através da membrana a cada minuto para uma diferença de pressão de 1mmHg *Capacidade de difusão do O2 → repouso: 21 mL/min/mmHG → diferença de pressão (através da membrana respiratória): 11 mmHg → 21 x 11: 230 mL/min → exercício (aumento de 3x): 65 mL/min/mmHg → primeiro: abertura de mais capilares → segundo: melhora do equivalente volume/pressão *Capacidade de difusão do CO2 → CO2: coeficiente de difusão 20x maior → Repouso: 400 a 450 mL/min/mmHg → exercício: 1200 a 1300 mL/min/mmHg Transporte de O2 e de CO2 no sangue e nos líquidos corporais Difusão do O2 para os tecidos *Trocas gasosas a nível tecidual *Nos tecidos, há uma concentração da pressão parcial do O2 na célula (23 mmHg) → PO2 INTRACELULAR (LIC): média 23 mmHg (entre 5 e 40) *No líquido intersticial, há uma concentração da pressão parcial do O2 (40 mmHg) → PO2 INTERSTICIAL (LEC): 40 mmHg *No capilar sanguíneo no qual já foram feitas trocas gasosas (sangue vem carregado, renovado de oxigênio), há uma pressão parcial de O2 (95 mmHg) → PO2 CAPILAR: 95 mmHg *O gás é difundido do capilar sanguíneo para o líquido intersticial para nutrir as células de todos os órgãos e tecidos *Após a oxigenação, o sangue volta com uma pressão parcial de oxigênio no leito venoso (40 mmHg) *Para o metabolismo normal (suprimento de demandas), são necessários entre 1 a 3 mmHg fator de segurança é grande Difusão do CO2 *Células → capilares → alvéolos * Nos tecidos, há uma concentração da pressão parcial do CO2 na célula (46 mmHg) → PCO2 CELULAR: 46 mmHg *No líquido intersticial, há uma concentração da pressão parcial do CO2 (45 mmHg) → PCO2 INTERSTICIAL: 45 mmHg *No sangue oxigenado presente no leito capilar, há uma pressão de CO2 (40 mmHg) → PCO2 CAPILAR: 40mmHg *Por diferença de pressão parcial dos gases (além da diferença de concentração), o dióxido de carbono passa da célula para o líquido intersticial e deste para o leito do vaso sanguíneo capilar tecidual *O sangue oxigenado recolhe o dióxido de carbono para ao leito venoso (pressão parcial de45 mmHg) Transporte de O2 e CO2 no sangue HEMOGLOBINA E O TRANSPORTE DE O2 *97% do O2 é transportado ao ser carregado pela hemoglobina (1 molécula Hb/ 4 O2) *3% do O2 é transportado dissolvido no plasma *Quando a hemoglobina está ligada ao oxigênio, é chamada de OXIEMOGLOBINA → reação de carregamento ocorre no pulmão O2 + Hb *Quando há o descarregamento do oxigênio para as células teciduais, ocorre a reação de liberação do oxigênio nos tecidos DESOXIEMOGLOBINA + O2 OXIEMOGLOBINA TRANSPORTE DE O2 NO MÚSCULO *MIOGLOBINA (Mb): proteína que se liga ao O2, sendo encontrada nas fibras musculares (esqueléticas e cardíacas) → atua como uma “lançadeira” de O2 da membrana da célula para a mitocôndria → mioglobina serve como uma forma de reserva de O2 nos períodos de transição do repouso ao exercício *O O2 ligado à Mb serve para tamponar a demanda do músculo até que o sistema cardiovascular possa satisfazer o novo requerimento de O2 TRANSPORTE DE CO2 NO SANGUE *70% do CO2 é transportado sob forma de bicarbonato (HCO3-) → reação CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3- *7% do CO2 é transportado dissolvido no sangue *23% é transportado ligado à hemoglobina ANIDRASE CARBÔNICA *Quando a hemoglobina está ligada ao dióxido de carbono, é chamada de CARBOXIEMOGLOBINA para a saída do bicarbonato para a corrente sanguínea, uma proteína carreadora especial permite que isso ocorra à medida que um íon de cloro adentra a hemoglobina o gás carbônico sai pelo leito venoso em direção ao átrio direito → ventrículo direito → artéria pulmonar → circulação pulmonar (para ser oxigenado) *No alvéolo → há a difusão simples do CO2 do sangue venoso para o alvéolo → os 7% de CO2 que haviam sido transportados dissolvidos no plasma passam por difusão → os 23% de CO2 que estão ligados à hemoglobina formando a carboxiemeoglobina também passam por difusão para o alvéolo → o HCO3- que é carregado na corrente sanguínea adentra, pela proteína carreadora, no eritrócito cloreto sai (desvio reverso do cloreto) bicarbonato se associa, dando origem ao ácido carbônico, que, por meio da anidrase carbônica, dá origem a uma molécula de gás carbônico e uma molécula de água gás carbônico, por diferença de pressão, se desloca em direção ao alvéolo → na exalação / expiração, há liberação do CO2 dos pulmões e das vias aéreas esforços inspiratório e expiratório muito acentuados) aumentam a AMPLITUDE (volume inspirado) Controle da respiração *Áreas centrais → centro respiratório no tronco medular (medula e ponte) → ritmo regular e volume respiratório *QUIMIORRECEPTORES: centrais e periféricos (presentes nos corpos carotídeos e no arco da aorta) → detectam a queda de oxigênio → quando houver uma queda da oxigenação, ocorre uma sinalização a partir dos receptores periféricos, que levam a informação para o SNC (para as áreas centrais) → SNC proporciona a ocorrência de maior captação de oxigênio (por exemplo, por meio da maior frequência respiratória) → PCO2 e H+ (líquido cefalorraquidiano) → H+, PCO2 (aórtico) e H+, PCO2, K+, O2 (corpos carotídeos) *Grupo de neurônios respiratórios (região do bulbo) → DORSAIS: descargas inspiratórias rítmicas; sinal em rampa (controla o estímulo a ser dado para que a inspiração seja iniciada) → CENTRO PNEUMOTÁXICO: limita a duração da subida em rampa (cessa a fase inspiratória) e aumenta a frequência cardíaca (controla o “ponto de desligamento” da rampa inspiratória e deixa o paciente expirar; limita o tempo da fase inspiratória – limita a duração, alterando a frequência inspiratória) → VENTRAIS: inativos na respiração normal (atuantes em atividade física extenuante – *Fatores que afetam a respiração → químicos (queda do oxigênio ou o aumento do dióxido de carbono / bicarbonato / íons de hidrogênios livres) → estado emocional (sistema nervoso autônomo simpático atuando através de descarga adrenérgica – aumento da frequência respiratória) → receptores no interstício e de estiramento no parênquima pulmonar, em caso de insuflação muito acentuada, se esses receptores detectam um volume corrente (VC) > 1,5L, desencadeiam o REFLEXO DE HERING-BAREURER informações vão por meio do Nervo Vago e do Nervo Glossofaríngeo em direção ao centro respiratório dorsal (promove a inibição da fase inspiratória para que haja menor mobilização de volume corrente de ar) Regulação da Respiração pelo SNC (ciclos respiratórios) (ciclos respiratórios) Controle químico da respiração Nas áreas centrais *O objetivo final da respiração é manter as concentrações apropriadas de O2 (quimiorreceptores periféricos), CO2 e H+ (quimiorreceptores centrais) *ÁREA QUIMIOSSENSÍVEL: afetada diretamente pelo CO2 → necessário haver substâncias que ultrapassem a barreira hematoencefálica → CO2 apresenta coeficiente de difusão bem maior que o O2 → essa área quimiossensível é sensível ao CO2 → a presença de CO2 no sangue proporciona a formação de H2CO3 a partir da reação com a água do LEC, que origina HCO3- e H+ esse íon de hidrogênio livre consegue atuar de forma direta sobre essa área → aumento de íons de hidrogênio livre = acúmulo de gás carbônico na corrente sanguínea → para eliminar mais CO2, há aumento da frequência respiratória *Centro respiratório → H+ não ultrapassa a barreira hematoencefálica; PCO2 é mais importante na atuação do centro respiratório → CO2 exerce efeito indireto (precisa passar pela reação química para liberar HCO3- e H+) → efeito agudo intenso: primeiras horas (aumento do CO2); declina em dois a três dias (HCO3- pode ser tamponado nos rins, aumentando sua concentração) Nas áreas periféricas *Quando ocorre uma queda da PO2 na corrente sanguínea (de 60 a 30mmHg), o centro respiratório é ativado pelos quimiorreceptores periféricos para que haja aumento da taxa respiratória normalidade 80 mmHg *Efeitos da concentração da PCO2 e H+ *Exemplo: alpinista fazendo escalada → no topo da montanha o ar é rarefeito → para não sofrer com a queda de concentração de O2 no ar atmosférico, ele pode passar um período de aclimatação → a cada 2 a 3 dias o centro respiratório perde 4/5 de sua sensibilidade às alterações da PCO2 a produção de CO2 resulta na formação de íons H+ e no consequente aumento da frequência respiratória → a permanência por alguns dias em cada nível de altitude permite um período de adaptação Controle da respiração durante o exercício *O exercício pode aumentar até 20x o consumo de O2 e a eliminação de CO2 → mesmo assim, a PO2 e a PCO2 permanecem quase constantes no leito arterial *Como isso ocorre? → o cérebro, ao estimular os centros motores (contração muscular), também estimula o centro respiratório → os reflexos estimulantes de natureza proprioceptiva (como os movimentos dos braços e das pernas) estimulariam a ventilação maior movimento de braços e pernas propicia maior consumo de oxigênio – mecanorreceptores intra-articulares auxiliam na estimulação do aumento da ventilação *No controle respiratório → os fatores neurológicos e os fatores químicos fazem os ajustes finos (quando necessário) *RESPOSTA APREENDIDA → controle voluntário da respiração é responsável por alguns receptores no pulmão (na ponte) ação direta sobre o centro respiratório → receptores de irritação nas vias aéreas (tosse e espirro), receptores “J” (pulmões, edema, dispneia – detectam irritações nas vias aéreas), edema cerebral, anestesia conforme o indivíduo passa por um condicionamento cardiopulmonar (saindoda condição sedentária), os receptores “J” são menos influenciados e o há maior controle da respiração durante a atividade física (indivíduo não fica ofegante nem amplia o volume corrente) Controle da respiração *Efeitos da PCO2, da PO2 e do K+ na corrente sanguínea *A cada aumento da PCO2 em 1 mmHg, há a mobilização de um volume de ar de 2L/min *Em condições especiais (altitude), a PO2 no ar atmosférico é muito baixa (ar rarefeito) – necessidade de mecanismos compensatórios *Aumento do potássio no exercício, cuja sinalização na corrente sanguínea leva a uma hiperventilação Equilíbrio ácido-base *Quando há alterações das pressões parciais desses gases na corrente sanguínea, ocorre uma atuação direta sobre o potencial de hidrogenação do sangue *O equilíbrio ácido-base pode ser usado como um mecanismo compensatório pela respiração *Acúmulo de CO2 na corrente sanguínea → reage com a água originando o ácido carbônico, que sofre uma reação liberando HCO3- e H+ → íons HCO3- faz com que o potencial de hidrogenação fique menor → no leito arterial: 7,45 > ph > 7,35 → quanto mais baixo o pH, mais ácido ele é acúmulo de CO2, íons livres de H+ → mecanismo compensatório: aumento da frequência respiratória – maior exalação de CO2 (tentativa de normalizar o pH sanguíneo) *Mecanismos respiratórios com reações de tamponamento para que ocorra a normalização do pH sanguíneo ACIDOSE RESPIRATÓRIA (pH < 7,35) *Aumento da PCO2 na corrente sanguínea CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3- *Redução do pH *Mecanismo compensatório (sistema respiratório): hiperventilação pulmonar → eliminação de mais CO2 → normalização do pH (aumento) ALCALOSE RESPIRATÓRIA (pH > 7,45) *O excesso de hiperventilação provoca a eliminação de muito CO2 (PCO2 na corrente sanguínea diminui) → diminuição da concentração de íons livres H+ *pH mais básico *Mecanismo compensatório: diminuição da ventilação pulmonar → redução da eliminação de CO2 (maior retenção) → normalização do pH (redução) REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO ATRAVÉS DOS RINS *Os rins não possuem um papel importante na regulação ácido-básica no exercício de curta duração *Os rins regulam os íons H+ pelo aumento ou pela diminuição da concentração de HCO3- → [H+] (líquidos corporais) - [HCO3-] (rins) → [H+] (líquidos corporais) - taxa de excreção do HCO3- (rins) *O mecanismo renal envolvido na regulação do bicarbonato está localizado numa porção dos rins denominada de TÚBULOS e ocorre por meio de uma série de reações e pelo transporte ativo através da parede tubular ANIDRASE CARBÔNICA MATERIAL EXTRA REFLEXO DA TOSSE *Os brônquios e a traqueia são tão sensíveis a leve toque que quantidades mínimas de material estranho ou outras causas de irritação iniciam o reflexo da tosse *A laringe e a carina (isto é, o ponto onde a traqueia se divide nos brônquios) são especialmente sensíveis, e os bronquíolos terminais e mesmo os alvéolos também são sensíveis a estímulos químicos corrosivos, tais como o gás dióxido de enxofre ou cloro gasoso *Impulsos neurais aferentes passam das vias respiratórias, principalmente pelo nervo vago, até o bulbo, onde sequência automática de eventos é desencadeada por circuitos neuronais locais → 2,5 litros de ar são rapidamente inspirados → epiglote se fecha e as cordas vocais são fechadas com firmeza para aprisionar o ar no interior dos pulmões → músculos abdominais se contraem com força, empurrando o diafragma, enquanto outros músculos expiratórios, tais como os intercostais internos, também se contraem com força → a pressão nos pulmões aumenta rapidamente até 100 mmHg ou mais → as cordas vocais e a epiglote subitamente se abrem de forma ampla, e o ar sob alta pressão nos pulmões explode em direção ao exterior *A forte compressão dos pulmões colapsa os brônquios e a traqueia (ao fazer com que as partes não cartilaginosas se invaginem), de modo que o ar explosivo, na realidade, passe pelas fendas brônquica e traqueal *O ar, que se move rapidamente, carrega consigo, em geral, qualquer material estranho que esteja presente nos brônquios e na traqueia REFLEXO DO ESPIRRO *Diferentemente do reflexo da tosse, aplica-se às vias nasais em vez das vias aéreas inferiores *O estímulo que inicia o reflexo do espirro é a irritação das vias nasais; impulsos aferentes passam pelo quinto par craniano para o bulbo, onde o reflexo é desencadeado *Série de reações semelhantes às do reflexo da tosse acontece, mas a úvula é deprimida, de modo que grandes quantidades de ar passam rapidamente pelo nariz, ajudando assim a limpar as vias nasais do material estranho
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