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PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- Geografia Prof. Robson Freire 1 PRÉ-UNIVERSITÁRIO APOSTILA DE GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO: 2ª Série TEMA: Geografia de Sergipe ANO: 2010 SERGIPE MAPA POLÍTICO DE SERGIPE PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- Geografia Prof. Robson Freire 2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA Sergipe está localizado na região Nordeste do Brasil entre as latitudes Sul de 9º31’ e 11º34’ e as longitudes Oeste de 36º25’ e 38º14’, seus pontos extremos são ao Norte, a barra do rio Xingó, em Canindé de São Francisco; ao Sul, a curva do rio Real, no povoado Barbeiro em Cristinápolis; a Leste, a barra do rio São Francisco, na ilha de Arambique, em Brejo Grande; e a Oeste, a curva do rio Real, no povoado Terra Vermelha, em Poço Verde. LIMITES GEOGRÁFICOS Ao Norte – o Estado de Alagoas Ao Sul – o Estado da Bahia Ao Leste – o oceano Atlântico A Oeste – o Estado da Bahia SITUAÇÃO GEOGRÁFICA Com uma área de cerca de 21.994 km², e dividido politicamente em 75 municípios: uns são grandes como Poço Redondo (1.119 km²), Lagarto (1.036 km²), Porto da Folha (1.031 km²), outros pequenos como General Maynard (19 km²), Riachuelo (31 km²), Pedrinhas (32 km²) e uma população de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, Sergipe é o menor Estado da federação. Para uma melhor organização política, administrativa e econômica do Estado, os municípios foram agrupados, formando regiões. A mais antiga regionalização que se conhece, mas ainda hoje utilizada, foi elaborada com base na atividade econômica predominante e apresenta as seguintes regiões: Litoral, Cotinguiba, Agreste, Baixo São Francisco e Sertão. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO Os municípios foram agrupados formando regiões com base na atividade econômica predominante. São as seguintes as regiões: O LITORAL – corresponde à faixa costeira, onde está situada a capital; identifica-se principalmente pela produção de coco, aglomera atividades industriais, comerciais, extrativismo mineral e recentemente recebe investimentos no setor de turismo; A COTINGUIBA – região bem individualizada, localizada nos vales dos rios Cotinguiba, Sergipe e Japaratuba, tradicional zona canavieira em grandes propriedades e a produção extrativa mineral é berço da oligarquia sergipana; O AGRESTE – é região de transição, localizada entre o Litoral e o Sertão e se caracteriza pela grande concentração de população rural (pecuarista, policultora e citricultora), voltada para os cultivos de subsistência (feijão, milho, mandioca, legumes e verduras), frutas cítricas, maracujá, fumo e criação de gado leiteiro, também apresenta um notável desenvolvimento das atividades comerciais; O BAIXO SÃO FRANCISCO – região ribeirinha voltada para o cultivo de arroz sob a forma de parceria e arrendamento. A rizicultura da região é favorecida pela ocorrência de lagoas e extensas várzeas que são alagadas durante as enchentes do rio São Francisco, criação de peixes em cativeiro (piscicultura) e a fruticultura irrigada; O SERTÃO – representado por toda a parte oeste do Estado, é o domínio da caatinga, da pecuária extensiva e das grandes fazendas de gado e a agricultura de subsistência. Sofre com o problema das secas periódicas. PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- Geografia Prof. Robson Freire 3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Povoamento 1575, primeira tentativa de povoamento de Sergipe, iniciada pelos jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio que fundaram as aldeias de São Tomé, nas imediações do rio Piauí, de Santo Inácio às margens do Vaza-Barris. A colonização foi conseqüência da necessidade de estabelecer se comunicação entre os dois núcleos mais importantes do Brasil colonial, a Bahia e Pernambuco. Habitantes primitivos Povoavam a região, os índios tupinambás liderados pelos caciques Serigi, Surubi e Aperipê. Eram aliados dos franceses e participavam do comércio ilegal do pau-brasil. Colonização Em 1590, Cristóvão de Barros foi encarregado de ocupar e colonizar Sergipe, após ter combatido e vencido os silvícolas, foi ocupado o chão sergipano e construído o forte de São Cristóvão, à margem esquerda do Vaza-Barris, originando a cidade do mesmo nome, antiga capital de Sergipe. As paradas ou descanso de animais, locais para o comércio permuta do gado, originaram as fazendolas. Assim, nasceram povoações que asseguram a ocupação do território. A pecuária foi decisiva para essa ocupação, pois estimulou a penetração para o interior, abasteceu os mercados da Bahia e Pernambuco e concretizou a colonização de Sergipe. A partir de 1602, teve início a atividade canavieira que logo enriqueceu e deu destaque ao vale do Cotinguiba, superando o comércio de gado. A procura de minas de prata, embora com menos importância, ajudou a abrir também novos caminhos. Em 1637, Sergipe foi invadido por tropas holandesas, Bagnuolo e Segismundo Schkoppe espalharam a destruição e interromperam o processo de desenvolvimento da terra. Os que conseguiram escapar, tangeram seus rebanhos para as matas de Itabaiana e Simão Dias. Em 1698, foram criadas as vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia, Vila Nova do São Francisco e Santo Amaro das Brotas. No início do século XVIII, a pecuária ainda era o suporte econômico de Sergipe. No litoral, o gado cedeu lugar a cana-de- açúcar, penetrando para o interior, invadindo as terras do agreste e do sertão semi-árido, fixando o colonizador. Em 1820, por decreto de D. João VI, a Capitania de Sergipe d’ El-Rey foi separada da Capitania da Bahia e, em 1823 após a independência do Brasil, Sergipe tornou-se uma das províncias do império, em 17 de março de 1855, a Capital São Cristóvão, é transferida para a pequena vila de Santo Antônio de Aracaju, local mais apropriado à exportação do açúcar e que oferecia maior segurança. Passando a ser um dos Estados da Federação em 1889, com a Proclamação da República. QUADRO NATURAL Relevo O relevo sergipano possui terrenos ou rochas de várias idades, desde as mais antigas que existem na Terra até as mais recentes. Entre as mais antigas encontra-se o embasamento cristalino representado pelos grupos Estância, Miaba, Vaza- Barris e pelos Complexos granítico e metamórfico, formados de granitos, gnaisses que ocupam as regiões Centro e Oeste do Estado. São rochas resistentes, por isso, constituem os locais de maiores elevações, denominados de ‘’serras’’. Exemplo: Negra – 750m; Itabaiana – 659 m e Miaba 630m. O relevo sergipano é pouco movimentado, constituído por um modelado suave com áreas planas e altitudes modestas que vão aumentando em direção ao interior. Formas de relevo Planície litorânea – ocorre ao longo de toda faixa costeira, é caracterizada por suas formas planas e baixas (praias e restingas, constituídas pela deposição de areia e outros materiais retrabalhados pelo mar – sedimento de praias e aluviões). As dunas representam as partes mais elevadas dessa área, porém, PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- GeografiaProf. Robson Freire 4 suas altitudes não ultrapassam dos trinta metros. Tabuleiros costeiros – pequeno planalto sedimentar próximo ao litoral, apresenta um relevo de topo plano interrompido por colinas e cristas. Ocorrem logo após a planície litorânea em direção ao interior. Constituem baixo planalto com altitudes em torno de cem metros. Os tabuleiros próximos aos rios foram erodidos e escavados, aparecendo morros e colinas. Aparecem nas rodovias que ligam Aracaju a Itabaiana e a Itaporanga d’ Ajuda. Pediplano sertanejo – aparece no Oeste do Estado, ocupando extensas áreas aplainadas que se elevam gradativamente de 150 a 300m, à medida que se avança para a Bahia. É comum a ocorrência de morros residuais denominados inselbergues que se destacam na planura generalizada da região (Serra Negra em Poço Redondo, na divisa com a Bahia, com altitude de 750m). Serras residuais – em volta de Itabaiana, no centro do Estado, representado pelas serras de Itabaiana (segundo ponto mais alto de Sergipe com 659m de atitude) e pela – em volta de Itabaiana, no centro do Estado, representado pelas serras de Itabaiana (segundo ponto mais alto de Sergipe com 659m de atitude) e pela serra da Miaba com 630m entre outras. Planalto do Sudoeste – nos municípios de Riachão do Dantas, constitui um maciço residual de topo aplainado com inúmeras elevações em torno de 500m, como as ‘’serras’’ das Aguilhadas, Jabaribe, Boqueirão, etc. Clima O clima de uma região, de um estado é determinado pelo comportamento da circulação atmosférica e dos seus elementos (temperatura, precipitação, umidade atmosférica, ventos) e pela ação de fatores como a altitude, latitude, proximidade do oceano, continentalidade, etc. A chuva (precipitação pluviométrica) é dentre todos os elementos do clima o que tem maior influência sobre a superfície sobre a superfície da Terra e sobre os homens, uma vez que a sua variação pode implicar conseqüências danosas como secas, enchentes, inundações, desabamentos, etc. O que caracteriza a chuva em Sergipe é a sua distribuição anual concentrada em determinada época do ano, o que define uma estação chuvosa e uma estação seca, com chuvas de trovoadas e aguaceiros rápidos. O período chuvoso é de outono-inverno e o seco, de primavera-verão. Maio é o mês mais chuvoso, enquanto dezembro e janeiro são os mais secos. Tipos de climas Subúmido – é encontrado a partir do litoral numa faixa de 20 a 40 km de largura, sendo a parte sul mais largo que o norte. Compreende todos os municípios litorâneos (Brejo Grande, Pirambu, Aracaju, São Cristóvão, Estância, etc.). Semi-árido (transição) – ocorre aproximadamente na região que se convencionou chamar Agreste, com chuvas em torno de 700 a 900 mm anuais e contando com quatro a seis meses secos (outubro a março). As chuvas são mal distribuídas e irregulares. As trovoadas são freqüentes nos meses de dezembro e janeiro. Vegetação A vegetação representa o elemento do quadro natural que mais facilmente é modificado pelo homem. PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- Geografia Prof. Robson Freire 5 A cobertura vegetal primitiva de Sergipe está praticamente extinta. As matas e florestas quase não existem mais, pois foram queimadas e derrubadas para que em seu lugar fossem plantadas cana-de-açúcar, algodão, cereais, etc. Houve muito desmatamento também para a formação de pastagens, a fim de obter lenha para os fornos das olarias, padarias e locomotivas dos trens e os fogões das casas etc. Apenas algumas manchas dessas formações vegetais restam atualmente, recobrindo, no conjunto, menos de 1% do território sergipano, isto é, uma área inferior a 200 km². Tipos de vegetação Vegetação litorânea – representada pelos campos de dunas, matas de restingas e manguezais; ocupa toda a faixa costeira indo até onde a influência do oceano se faz sentir. Mata atlântica – estendia-se do limite da vegetação litorânea até uns quarenta quilômetros de largura em direção ao interior, continuando pela Bahia ao Sul, e Alagoas ao Norte. Mata do agreste – constituída por associações vegetais com árvores de folhas perenes ou caducas, sendo, pois, uma formação florestal com plantas do litoral e do sertão. Hoje a devastação destas matas é quase total, porém algumas manchas ainda existem em alguns municípios sergipanos. Caatinga – vegetação típica do semi-árido sergipano que ocupa toda a parte Oeste do Estado. Caracteriza-se por ser arbustiva, rala, recobrindo parcialmente o solo com plantas adaptadas às secas e estiagens prolongadas (xerófilas). Cerrado – resultante da degradação ou pobreza dos solos, ocasionado pela retirada da cobertura vegetal primitiva. Hidrografia Os rios são cursos de água que correm sobre um vale e deságuam num lago, em outro rio ou diretamente no oceano. O conjunto formado pelo rio principal e seus afluentes chama-se bacia hidrográfica ou bacia fluvial. O Estado de Sergipe possui seis bacias hidrográficas: São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza-Barris, Piauí e Real. Características das bacias hidrográficas São Francisco – é a maior, apresentando inúmeros afluentes ou tributários, como o Jacaré, Capivara, Gararu, Betume, etc. Nasce em Minas Gerais e banha a Bahia e Pernambuco antes de chegar a Sergipe. Japaratuba – é a menor do Estado, tendo este rio 92 km de extensão. Nasce na divisa dos municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso e deságua no Atlântico, próximo à cidade de Pirambu. Sergipe – é a mais importante, uma vez que engloba o Centro-Norte do Estado e a Cotinguiba, áreas produtoras de cereais e cana-de-açúcar e criadoras de gado, Nasce na serra de Boa Vista no município de Poço Redondo, próximo a serra negra, na divisa com a Bahia e deságua no oceano Atlântico. O abastecimento de água para Aracaju é feito através do represamento dos rios Poxim e Pitanga, afluentes do rio Sergipe. Vaza-Barris – nasce na Bahia, próximo a Canudos, penetra em Sergipe pelo município de Simão Dias e deságua no oceano Atlântico através de amplo estuário no povoado Mosqueiro, em São Cristóvão. Piauí – é segunda do Estado em extensão, perdendo somente para a do São Francisco. Tem 132 km de extensão, nasce na serra dos Palmares no município de Riachão do Dantas, PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- Geografia Prof. Robson Freire 6 drena as terras da região Centro-Sul, grande produtora de laranja, fumo e maracujá. A maioria de seus afluentes é do tipo perene, destacam-se os rios Piauitinga (que banha Estância), Fundo, Caiçá, Jacaré e do Machado. Real – nasce na serra do Tubarão, em Poço Verde, na divisa com a Bahia. QUADRO HUMANO O Crescimento da População O censo demográfico é uma maneira de saber quantas pessoas moram dentro de um país, estado, município, povoado, sítio. A população obtida através do censo chama-se população absoluta, que é o número de habitantes de qualquer país, estado ou município. O recenseamento, no Brasil, vem sendo realizado periodicamente desde 1872, a cada 10 anos. Atualmente, o órgão responsável pelos dados censitários é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que promoveu, em 2001, o último censo demográfico. Sergipe é o estado do Nordesteque possui a menor população. A evolução populacional de Sergipe, verificada através dos censos de 1940 a 1991 e da contagem da população em 1996, pode ser analisada da seguinte maneira: Enquanto a população sergipana aumentou um pouco mais de 100.000 habitantes entre 1940 e 1950; entre 1980 e 1991 essa diferença passou a 351.746 e entre 1991 e 1996, para um período de apenas cinco anos, atingiu 132.308, o que demonstra uma redução na taxa de crescimento da população. Segundo o censo de 2001, a população de Sergipe é de aproximadamente 1.874.613 habitantes. Distribuição da população Sergipe tem apresentado um crescente aumento na sua população absoluta. No ano de 1996, verificou-se que dos 75 municípios que constituem o estado, 30 possuíam menos de 10.000 habitantes, 28 apresentavam entre 10.000 e 20.000, onze contavam com 20.000 a 50.000 e cinco possuíam de 50.000 a 100.000 habitantes. Somente Aracaju, por ser a capital do estado e concentrar várias funções: administrativa, comercial, industrial e cultural, ocupa posição privilegiada, com 479.767 habitantes, enquanto que no interior Nossa Senhora do Socorro (151.427 hab.), Lagarto (86.871 hab.), Itabaiana (80.502 hab.), São Cristóvão (69.911 hab), Estância (60.583 hab.), Tobias Barreto (44.896 hab.), são os mais populosos. Nos últimos anos, os municípios de São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro, devido a aproximidade de Aracaju, evoluíram com muita intensidade, o primeiro mais do qu e dobrou sua população, passando de 27.038 habitantes em 1980 para 57.553 em 1996, enquanto que Nossa Senhora do Socorro se destaca como o município que apresentou o maior incremento populacional, cresceu 672,4% o que significa um aumento no número de habitantes de aproximadamente, oito vezes no período de 1980 a 1996. Densidade Demográfica A população se distribui pelos municípios de maneira desigual. Ora se concentra demasiado, exigindo maior volume de recurso para sua sobrevivência, ora se distribui de maneira mais equilibrada, facilitando melhor atendimento. Em alguns casos, apresenta-se de maneira espaçada ou rarefeita registrando processos de esvaziamento. Para análise dessa distribuição, utiliza-se a densidade demográfica, que é obtida através da relação entre o número de habitantes e a área de um país, estado ou região, sendo representado por habitantes por quilômetros quadrados (hab/km²). Em 1980, Sergipe apresentava a densidade demográfica de 51 hab/km² (divisão da população total de 1.140.121 hab. por 21.910 km²). Em 1991, a densidade demográfica elevou-se para 68 hab/km², o que representa um aumento superior a 33% em relação ao ano de 1980 e em 1996 atinge o valor de 74 hab/km². População Urbana e Rural Sergipe sempre foi um estado agrícola, daí a concentração populacional na área rural até o ano de 1970. A partir dessa data, há um processo de acréscimo acentuado da população urbana, notadamente desde 1980, quando, nas cidades, a população superou a do campo. Em 1991, a PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- Geografia Prof. Robson Freire 7 população urbana duplicou em relação à rural. Isso vem confirmar que as cidades continuam atraindo cada vez mais a população das zonas rurais, seja pelo maior número de empregos que oferecem, seja pelo sistema de industrialização implantado, seja pelo setor de serviço que ocupa grande número da população ativa, seja ainda por serem sedes da maioria dos bens e serviços de que a população necessita. Movimento Populacional O ritmo de crescimento populacional não é uniforme e vai depender de fatores como aumento do índice de natalidade, diminuição do índice de mortalidade e movimento migratório. A população aumenta ou diminui a depender do número de nascimentos, de óbitos e do movimento de indivíduos, grupos ou famílias que saem do campo para as cidades, de uma cidade para outra ou de seu estado para outras Unidades da Federação. Estrutura da População A estrutura etária de todo país, estado ou município é importante, pois, através dela, é possível identificar a força de trabalho no mercado atual e aquela que pode futuramente gerar recursos. Através de um estudo dessa natureza, o governo pode melhor planejar a vida econômica e social, uma vez que, sabendo-se o número de indivíduos de cada faixa de idade, pode-se dimensionar quantas escolas e leitos hospitalares são necessários e quantos empregos precisam ser criados. QUADRO ECONÔMICO A ATIVIDADE INDUSTRIAL A industrialização é uma atividade econômica que consiste em transformar a matéria- prima em produtos acabados e semi-acabados. De acordo com os bens produzidos, as indústrias podem ser classificadas em: De bens de produção – são aquelas que produzem a matéria-prima para outras indústrias. Exemplo: indústria mecânica, siderúrgica e metalúrgica; De bens de consumo duráveis – são as que produzem bens de vida longa, como a indústria automobilística, eletrodoméstica, , de móveis e outras; De bens de consumo imediato ou não duráveis – produzem bens de curta duração como alimentos, brinquedos, calçados vestuário e outros. A atividade industrial nos últimos anos em Sergipe vem desenvolvendo-se em conseqüência do espírito empreendedor dos empresários, da ação do governo através dos incentivos fiscais e da instalação dos distritos industriais, bem como da exploração dos recursos minerais. Mesmo assim, apresenta-se pequena pelo número reduzido de estabelecimentos e de pessoal ocupado, exceto aqueles relacionados com a exploração do calcário (cimento), petróleo (gasolina e gás natural), amônia, uréia, potássio (fertilizantes) e argila (cerâmica). Fatores que contribuem para a localização industrial são: A matéria-prima – industrializada em Sergipe provém do próprio estado, como é o caso da argila, do gás natural, do calcário, do potássio, da cana-de-açúcar, do coco, do leite etc. De outros estados vem algodão, madeira, mármore, café, trigo, alumínio, ferro etc; A energia – que abastece as indústrias é gerada pela CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) em Paulo Afonso, na Bahia e em Canindé de São Francisco (Xingó). A mão-de-obra – empregada, quando não exige grande especialização, é obtida no próprio estado; Os transportes – rodoviário e ferroviário são responsáveis pelo escoamento da produção e da matéria-prima utilizada; A produção – obtida das indústrias situadas em Sergipe é exportada por causa do pequeno mercado consumidor local. As empresas comerciam seus produtos com outras áreas do Brasil, inclusive com o exterior; O capital – é repassado pelo governo federal ou estadual para os empresários ou através de investimentos diretos de PRÉ-UNIVERSITÁRIO/SEED-DASE – Polo Lagarto- Geografia Prof. Robson Freire 8 grandes empresários locais, nacionais e estrangeiros. O TURISMO O turismo é uma atividade que merece destaque dentro do setor secundário em conseqüência do potencial turístico estadual. As cidades históricas de Sergipe As cidades históricas de São Cristóvão e Laranjeiras são dois pontos de visitação indispensáveis na programação dos turistas, especialmente na época dos festivais de arte e encontros culturais. São Cristóvão cidade tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional devido a sua arquitetura colonial, é a quarta cidademais antiga do Brasil. Foi a primeira capital de Sergipe e, desde 1938, é considerada ‘’Monumento Histórico Nacional’’. Laranjeiras, cidade situada a menos de 15 minutos de Aracaju, está localizada à margem direita do rio Cotinguiba; detém o título de ‘’Cidade Histórica Nacional’’ e possui a maioria de seus casarões, sobrados e igrejas tombados pelo Patrimônio Artístico Nacional. Além da beleza arquitetônica de seus monumentos, a cidade oferece aos turistas que a visitam um rico folclore com apresentação de folguedos e danças que tem o seu auge durante o Festival Cultural de Laranjeiras que é realizado no mês de janeiro. O COMÉRCIO O comércio é uma atividade que corresponde à uma troca de bens, valores ou mercadorias entre pessoas. Juntamente com a prestação de serviços, forma o setor terciário da economia. O comércio mundial se caracterizou sempre pelos monopólios exercidos pelas metrópoles sobre as colônias. A partir do século XX, este quadro vem sofrendo grandes transformações políticas, sociais, econômicas, culturais e, mesmo militares, que tem alterado principalmente o panorama econômico de grandes partes do globo. Hoje, o monopólio do comércio é exercido por grandes redes de lojas que se estabelecem em várias partes do mundo. Em Sergipe, há predomínio do comércio interno, o qual é realizado dentro do próprio estado ou com outras unidades da federação, principalmente com São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Paraná, etc. vendendo matérias-primas minerais e vegetais, cimento, refrigerantes e comprando manufaturas como tecidos, móveis, veículos, confecções, calçados, eletrodomésticos, brinquedos, etc. O comércio externo é frágil, tendo em vista que exportamos quase exclusivamente sucos de laranja e maracujá, potássio e uréia. As importações são feitas através de filiais de firmas estrangeiras localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador ou de firmas importadoras brasileiras. BIBLIOGRAFIA SANTOS, Adelci Figueiredo e José Augusto Andrade. Geografia de Sergipe. Aracaju, Secretaria de Ed. e Cultura: Universidade Federal de Sergipe, 1986. Coleção Almanaque Abril: Os Estados Brasileiros, Nº 09.2004. ANJOS, Marcos Vinícios Melo dos, Antônio Vanderley de Melo Corrêa e Luiz Fernando de Melo Corrêa. Sergipe Nossa Geografia: Ensino Fundamental. Aracaju. Edição dos autores. 2005.
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