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resumo Produção de Texto e Comunicação

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resumo Produção de Texto e Comunicação 
aulas 1 a 14
Tema: A concepção da língua e implicações para a produção textual 
Profª Silvia M. Gasparian Collelo 
Palavras chave: Concepção dialógica, interação, Bakhtin, Produção Textual 
Língua monológica é o conceito mais conhecido. Prevê somente um pacote estático, onde necessitamos de um pacote de vocabulário e uma série estruturas linguísticas alcançar a comunicação. 
Porém vamos estudar a Concepção dialógica da língua. 
Concepção dialógica: A língua vive. A interação produz a linguagem. O ser humano entra na corrente comunicativa e aprende com o cenário e esse ser se posiciona com relação ao contexto. Esse posicionamento gera uma responsabilidade. 
A comunicação também muda através do tempo. 
A comunicação também depende do contexto. Um exemplo usado foi a palavra GELO, como essa palavra dependendo do contexto, tem significados diferentes. 
A linguagem, portanto, se constitui no encontro de pessoas: 
– em um dado contexto; 
– em uma situação comunicativa; 
– com um dado propósito social. 
Mikhail Bakhtin é o precursor dessa visão da linguagem dialógica. Linguista russo afirmava que a linguagem é produto vivo da interação social, das condições matérias e históricas da pessoa. 
A produção linguística não parte de si e não se esgota em si: ela vem das vozes sociais e pede uma contra palavra. 
Cada produção linguística é como um elo que liga falas em um grande simpósio. 
A produção textual: a tensão entre a palavra neutra, a palavra do outro e a minha palavra. Isso significa o que? Vamos por partes: primeiro a palavra neutra que é a palavra como a pessoa entende, a palavra do outro são as falas que eu ouvi e a minha palavra é como eu vou filtrar e falar sobre o que eu falei e o que eu escutei. 
Um exemplo utilizado foi a palavra AMOR. Na sociedade existem muitos discursos sobre o AMOR, ou seja, várias opiniões. Para cada individuo, existe uma tradução para essa palavra. Foi dado o exemplo de uma música de Vinicius de Morais, onde ele traduz sua concepção de Amor. Na sua música, vemos a tristeza e a morte de si mesmo por conta do Amor. 
Depois vimos o exemplo de outra artista, Adriana Calcanhoto, falando sobre a mesma palavra. Na música dela, o caráter do Amor é questionado, ou seja, porque que tem que ser assim. A forma dela abordar o Amor é mais lúdica, bem humorada e questionadora. 
Ou seja, o conceito Amor teve duas visões completamente singulares. 
Sintetizando: 
Relação entre Modalidades Linguísticas: 
Escrita/ Fala: 
– O que dizer; 
– Porque dizer; 
– Para que dizer; 
– Como dizer. 
Leitura/ Escuta: 
– Gera perguntas; 
– Gera respostas; 
– Amplia o que dizer; 
– Amplia como dizer. 
O individuo deve assumir-se como locutor e interlocutor. 
Produção e reconstrução de sentidos em um contexto. 
(Profº Wanderley Geraldi) 
Terminamos vendo o quanto difícil é escrever, porque ao mesmo tempo que o sistema linguístico é fechado com regras e normas ele é aberto no que tange à criação, ao contexto, ao entendimento daquela comunicação. Portanto, o Profº Wanderley Geraldi diz que a linguagem é uma “Sistematização em Aberto”. 
 
AULA 2 –Tema: Letramento: do conceito às implicações sociais e pedagógicas 
Profª Silvia M. Gasparian Collelo 
Palavras-chave: Letramento, Analfabetismo Funcional 
O Brasil tem por volta de 13 milhoes de analfabetos, segundo o IBGE. Mas o que dizer dos outros brasileiros. É disso que se trata a aula de hoje. 
Primeiro alguns conceitos: 
Alfabetização: Ação de ensinar ou aprender a ler e escrever. 
Letramento: Estado ou condição de que não apenar saber ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita. 
Esses são conceitos da Profª Magda Soares, da UFMG. 
É importante ressaltar que a Alfabetização e o Letramento devem acontecer de forma conjunta, pois a Alfabetização traz as normas básicas para a escrita e o Letramento é utilizar a escrita para a utilização no dia a dia, como ler uma placa, ler um contrato, escrever um bilhete. 
Como convivem essas duas facetas? 
– o alfabetizado letrado: conhece o sistema e faz uso do sistema. 
– o não alfabetizado e pouco letrado: não conhece o sistema e usa muito pouco o sistema. 
– o letrado pouco alfabetizado: conhece pouco o sistema mas consegue usar o sistema. 
– o alfabetizado pouco letrado: conhece um pouco a língua, mas não sabe compreender o uso da língua. 
Identificando os 4 tipos acima, verificamos que o ANALFABETISMO FUNCIONAL ocorre nos dois últimos tipos citados acima, ou seja no indivíduo letrado e pouco alfabetizado e no indivíduo alfabetizado pouco letrado. 
Foi mostrado um vídeo do Jornal Hoje – Rede Globo, onde tratou-se do assunto ANALFABETISMO FUNCIONAL. Os números impressionam: dos 27 milhoes de estudantes matriculados no ensino fundamental, 60% chegam ao 8º ano sem saber interpretar um texto. Esse é o desafio da educação no Brasil. Outros números da educação no Brasil: Apesar de termos 97% das crianças de 6 a 14 anos na escola e da taxa de analfabetismo ser de 3% entre crianças de 10 a 14 anos, temos 25,7% de crianças no ensino fundamental que estão atrasadas na escola, ou seja, fora da série correspondente à sua idade. 
Mais alguns dados apresentados pela Profª Silvia sobre o ANALFABETISMO FUNCIONAL: 
– Analfabetos funcionais no País: 27,8 milhoes ou 18,3% da população brasileira (IBGE/2012); 
– Analfabetos funcionais no Ensino Fundamental II (6º ao 9 ano): 26% (Inaf/2012); 
– Analfabetos funcionais no Ensino Médio: 8% (Inaf/2012); 
– Analfabetos funcionais no Ensino Superior: 4%(Inaf/2012); 
– Aumento da população funcionalmente alfabetizada: de 61% (2001) para 73% (2011). 
Esse último dado poderia ser animador, mas não é. Pois significa que somente 27% da população é considerada leitor pleno. O leitor pleno é aquele que pode transitar em diferentes textos, ler um livro inteiro por exemplo. 
Mas o ANALFABETISMO FUNCIONAL não está somente relacionado à escola e sim também às condições e desigualdades sociais, dificuldades de acesso aos meios culturais entre outros. Mas também é inadimissivel que a escola tenha um individuo no 4º ano ou 5º ano do ensino fundamental, que não saiba ler. 
Na reportagem apresentada pelo BOM DIA BRASIL – Rede Globo, foi mostrado que uma pesquisa feita com 6000 estudantes da rede publica e privada revelou que mais da metade dos alunos do 3ª ano do ensino fundamental sem saber o que deveria de Matematica. Descobriu-se que também que 44% dos alunos não aprenderam a ler e 57% não sabem fazer operações aritméticas básicas como somar e diminuir. Que escola é essa! Onde não existe avaliação dos professores, onde alunos apenas passam de ano sem aprender o necessário da série. 
Concluindo, o LETRAMENTO é compromisso de todos os educadores e é na escola onde a maior parte dos problemas citados nesta aula acontece, também é o lugar onde a reviravolta desta realidade pode acontecer. 
AULA 3 –Tema: A leitura para além da decodificação 
Profª Silvia M. Gasparian Collelo 
Palavras-chave: Estrutura aparente, Estrutura profunda 
Vimos o poema: AULA DE LEITURA (Ricardo Azevedo – Dezenove Poemas Desengonçados – Ática – 2000). 
Vimos também as palavras de PAULO FREIRE, que dizia que o entendimento da realidade é que nos leva a poder escrever. Devemos ler o mundo e compreender. “E isso é transformador”, dizia ele. 
Segundo a compreensão do poema apresentado e do conceito de PAULO FREIRE, vimos que conforme vamos lendo e compreendendo o texto, vamos descobrindo e se surpreendendo com a compreensão do mundo. 
Mas falando tecnicamente, todo o texto tem uma ESTRUTURA APARENTE que é o que a gente vê, o que enxergamos. Mas além disso existe a ESTRUTURA PROFUNDA, que vai além da escrita, do que está no papel. É o que surge quando o sujeito LEITOR faz na sua relação com a leitura. O leitor constrói o significado. 
Vimos um slide onde algumas letras estavam trocadas. Olhando o texto como estrutura aparente ele não é compreensível, porém, na estrutura profunda nós conseguimosler. Isso porque nós tentamos “arrancar” o sentido do texto, apesar de ele não fazer sentido, de ser um amontoado de letras e números. 
Depois vimos algumas frases. A primeira foi “PÉ DE PAI PEDE LUPO” A ideia da frase é dar a entender de que o pai “pede” meias Lupo. Porém a frase escrita é um pouco diferente. Outro exemplo foi a frase “FISK, TODO MUNDO FALA BEM” que também apresenta uma ambiguidade. Podemos entender de que as pessoas falam bem da escola e também que as pessoas que fazem o curso de idioma com a Fisk falam bem. 
Concluindo, vimos a importância de se construir um sentido na leitura. A leitura não existe sozinha. É um processo de interdependência entre a estrutura aparente e a estrutura profunda. 
AULA 4 –Tema: Competências de Leitura 
Profª Silvia M. Gasparian Collelo 
Palavras-chave: Competências de Leitura 
Nesta aula aprofundamos os conceitos de competência de Leitura, iniciados na aula anterior. 
Foi apresentado um texto em alemão. No primeiro momento que lemos o texto, nosso esforço é de reconhecer a língua. Se eu conheço ou não. Como não reconhecemos a língua, podemos fazer algumas suposições: pode se tratar de uma poesia, ou uma letra de música. Também conseguimos reconhecer algumas vezes a palavra IPANEMA. 
O exemplo serviu para mostrar que o primeiro grande esforço do leitor é reconhecer sua língua. Isso necessariamente não acontece somente com outro idioma, às vezes no próprio idioma quando temos um texto erudito e as vezes não compreendemos por conta de conhecermos somente a linguagem cotidiana. 
Outro texto mostrado foi um texto em código onde as palavras estavam separadas por sílabas e no início e no final de cada sílaba estava uma letra do alfabeto. A frase estava codificada e é da Madre Tereza de Calcutá. Depois de decifrar o código, lemos SE VOCÊ É UM VENCEDOR, TERÁ ALGUNS FALSOS AMIGOS E ALGUNS INIMIGOS VERDADEIROS. 
O exemplo serviu para mostrar que não precisamos somente conhecer a língua, temos que decifrar alguns códigos. 
Mais um exemplo, duas frases que foram mostradas por dois segundos. A primeira foi MAIS VALE UM PÁSSARO NA MAO DE QUE DOIS NA MAO. Com a rapidez da apresentação da frase, só conseguimos ler MAIS VALE UM PASSARO NA…e deduzimos o restante da frase MÃO DO QUE DOIS VOANDO. Esse exemplo mostra que nós, como leitores, fazemos antecipações e relações, lemos um pouco e já deduzimos algumas informações. 
Em mais um poema, vimos que a forma de leitura muda completamente o sentido do texto. O texto apresentado no slide foi lido em sua ordem normal e o entendimento é de que se tratava de um “fora” romântico. A pessoa dizia que não amava mais, que não sentia mais nada. Porém ao lermos o mesmo texto do final para o começo, o texto fala de uma pessoa apaixonada, que não imagina sua vida sem seu ser amado. Esse exemplo mostrou que o leitor inteligente, além de reconhecer a língua, reconhecer os códigos, fazer antecipações, tem que fazer as conexões internas dos pedaços de informações para a compreensão. 
Mais um texto, o da PIPA, mostra que também devemos buscar conexões externas para dar sentido ao que está sendo lido. Pois mesmo com o melhor português, se não temos uma conexão externa a construção da ideia não existe. 
O último texto apresentado mostrou uma piada que circula na internet. Ela está cheia de preconceitos e duplos sentidos, que, se fossem traduzidos para a língua japonesa, por exemplo, não teria uma compreensão contextual. Talvez somente das palavras em si, porém não do contexto. 
Com isso concluímos que o leitor também precisa conectar o texto lido a um conjunto de valores que circulam em nossa sociedade. 
SINTETIZANDO AS DUAS AULAS – Competências de Leitura 
– Reconhecer a língua e ler para além dela 
– Discriminar símbolos 
– Conhecer o código 
– Prever e dialogar com os sentidos, lidar com ambiguidades 
– Antecipar e conferir informações 
– Articular informações internas do texto 
– Relacionar informações com outros saberes 
– Relacionar informações com discursos e valores do contexto social 
– Construir significados, buscar informações e encontrar respostas 
 
AULA 5 –Tema: Língua Portuguesa ou Língua Brasileira? 
Profº Gabriel Perissé 
Palavras-chave: Língua Portuguesa, Língua Brasileira, Identidade Cultural 
É certo pensar que existe a LINGUA BRASILEIRA? Mas a LINGUA PORTUGUESA não é a nossa língua? 
Nesta aula, foi abordado esse tema. 
Vimos o vídeo de dois personagens: um português e um brasileiro em uma padaria. E ficou demostrado que existe diferenças na compreensão das palavras em uma e outra língua. As palavras existem nas duas línguas, porem com significados diferentes. Vimos que existe mesmo uma grande diferença, apesar de haver entendimento. Existe uma diferença estrutural. Reconhecemos semelhanças. 
Nós somos brasileiros e falamos brasileiro e os portugueses falam português. Mesmo havendo coincidências entre as línguas, há uma identidade cultural em cada localidade, que determina padrões específicos de comunicação. Dentro do Brasil também temos diferenças entre a língua brasielira. O brasileiro falado no sul é diferente do falado no nordeste. Vimos essa diferença no vídeo apresentado pelo cantor Kledir, onde ele disse que, por exemplo, a tangerina é conhecida no sul como bergamota. 
AULA 6 –Tema: Gramática e Vida 
Profº Gabriel Perissé 
Palavras-chave: Língua cotidiana, Gramática convencional 
Será que o ensino da gramática convencional, com suas muitas regras, é ponto chave para escrevermos bem? Qual a necessidade real de se saber tantas regras gramaticais? 
A aula começou com um vídeo de Marcelino Freire e depois outro de uma entrevista do Profº Luís Carlos Assis Rocha. Em ambos os vídeos, fica claro o novo movimento da gramática: caminhar para mais próximo da realidade e não como antes, com a obsessão técnica. Muitas vezes sofremos muito com a gramática convencional e seu excesso de regras. Hoje isso está sendo contestado pela reflexão pedagógica e linguística. A gramática convencional tenta “engessar” a “vida” da língua. As regras são importantes, porém a língua cotidiana é quem deve ser a principal influência. 
 
AULA 7 –Tema: As regras da nova ortografia 
Prof. Gabriel Perissé 
Palavras-chave: Ortografia, Regras ortográficas, Particularidades 
TEMAS DA AULA 
– A ortografia, a leitura e a escrita 
– Uma breve história da ortografia em nosso idioma 
– As polêmicas em torno das novas regras ortográficas 
– Particularidades da nova ortografia 
Em aulas anteriores vimos a “tensão” que existe entre a gramática normativa e a realidade viva do idioma. 
Mas na aula de hoje vimos uma parte da gramática, que é a ortografia. Na ortografia é determinada a forma de escrita de uma palavra. Muitas vezes as regras parecem arbitrárias. Apesar na escrita diária (por exemplo na escrita nos meios virtuais) as regras terem sofrido um “afrouxamento”, as regras ortográficas ainda existem e são válidas. 
Recentemente, a Academia Brasileira de Letras, o Governo Brasileiro, o Governo de Portugal, a Academia de Ciências de Lisboa e também os países que falam o português, se reuniram e criaram um novo acordo ortográfico. Houveram outras tentativas anteriores, sem sucesso. Algumas palavras sofreram alterações com o tempo. Exemplo: a palavra álibi. Na ortografia anterior essa palavra, que vem do latim, não era acentuada. Porém com o tempo e com o uso a palavra foi agregada ao português como uma palavra portuguesa, proparoxítona e, portanto, acentuada no “a”. 
Falando novamente da nova ortografia, no final do século XX os intelectuais e o governo procuraram criar uma unidade ortográfica mediante um acordo ortográfico. Para efeitos editoriais era interessante, porque um livro poderia ser publicado em todos os países que falam português sem a necessidade de adaptação ortográfica. Um exemplo sobre alterações que já existiam no português de Portugal é o caso do “trema” que já não era usado lá desde a 
década de 1940 e que aqui no Brasil ainda era usado. Vimos um vídeo do Professor Pasquale falandoque o trema morreu. Porém ele alerta que o trema não é usado porém a pronúncia continua como se ele estivesse. Permanece ainda o trema em palavras derivadas de palavras estrangeiras. Exemplo: mülleriano, que vem da palavra Müller. Apesar da padronização, sempre haverá exceções. Em Portugal a abolição do trema foi mais aceita do que no Brasil. Porém Portugal gerou mais polêmica, por exemplo, com a grafia da palavra FATO que era escrita FACTO. Vimos mais um vídeo do Prof. Pasquale falando de algumas palavras que antes tinham a letra “c” e “p” na palavra e que não terão mais, como as palavras acto, víctima, adoptar. Portanto, essas três palavras terão a escrita da seguinte forma: ato, vítima, adotar. 
Podemos observar que em cada localidade onde o português é escrito e falado houveram perdas e ganhos, que não podem ser levados como uma descaracterização da ortografia nativa, mas como uma forma de padronizar a ortografia. Por um lado, países africanos tiveram problemas com relação à implantação da nova ortografia e até mesmo no Brasil também houve alguma resistência. 
A nova lei ortográfica foi mais rápida no papel do que na realidade. O professor fez uma pesquisa e detectou que 20 a 30% das pessoas que escrevem ainda não assimilaram todas as mudanças da nova revisão ortográfica. Por exemplo: o hífen, algumas palavras que tinham e agora não tem e também o contrário. Houve até a sugestão de criar um dicionário somente para tratar a questão da aplicação do hífen. 
O professor terminou a aula dando um conselho para nossa melhor performance na ortografia: não desprezar as novas regras ortográficas e podemos procurar um pequeno resumo das alterações e irmos empregando em nossas escritas do dia-a-dia. Usar também os recursos nos editores de texto no computador (no Word, por exemplo), habilitando e atualizando o corretor ortográfico do aplicativo. Manter a atenção entre as regras e a linguagem na vida cotidiana. 
 
 
 
AULA 8 –Tema: A prática da escrita 
Profº Luiz Roberto Dias de Melo 
Palavras-chave: Escrita, Redação, Tipos Textuais, Gêneros Textuais 
O tema da aula é a escrita e ela está viva. E hoje, a escrita está presente em vários aspectos e foi destacada a escrita utilizada nas mídias digitais, nas trocas de mensagens, tão utilizadas hoje. 
A prática da escrita na escola ainda hoje se faz de forma redutora, de forma desprovida de um olhar crítico em alguns momentos tanto por parte do aluno como do professor. 
Nós não podemos departamentalizar a língua portuguesa. Esse é o primeiro erro, achar que o professor de língua portuguesa somente ele é responsável pelo ensino da língua portuguesa. 
Se a escola é uma comunidade linguística, onde a língua portuguesa é o código pelo qual as outras disciplinas são trabalhadas é natural que todos os profissionais das outras matérias também sejam envolvidos na estruturação do desenvolvimento da língua portuguesa pelo aluno. Claro que o professor de língua portuguesa é a referência por ser o especialista. Mas a prática da escrita é também desenvolvida em todas as disciplinas. 
Vários professores ainda estão muito amarrados à superfície textual, que é o aspecto da ortografia, concordância, etc. Acabam perdendo questões de fundo mais complexas no direcionamento da prática da escrita. 
Redação escolar: atividade destituída de sentido e significação. 
Retórica, poética e literatura nacional era uma disciplina dos colégios de elite do século XIX em que o aluno imitava modelos clássicos, o que fazia com que esse aluno perdesse a autonomia e escrevesse da forma que outro escritor pensava. 
Já na década de 70, do século passado, foi feita uma lei que dava um novo enfoque à língua portuguesa, que passou a ser chamada de comunicação e expressão. Essa denominação já aponta que o objetivo passa ser a comunicação propriamente dita. 
 
Em 1977 é instituída a lei que obriga os vestibulares do Brasil a incluir a REDAÇÃO. Aí acontece uma revolução radical numa das pontas do processo de escolarização. Pouco a pouco as escolas e cursinhos vão formulando o que entendem por redação. O aluno passa a ser treinado para escrever conforme os gêneros redacionais: narração, descrição e dissertação. Nesse momento é que a redação nasce sem um contexto bem formulado do porque o aluno deve escrever sobre um determinado assunto. Geralmente, o tema é proposto sem se saber o porquê da escolha daquele tema, porque o aluno deve escrever sobre esse assunto, dentro de qual contexto o tema proposto está inserido e assim por diante. Observamos o efeito disso na redação como uma tarefa a ser cumprida sem que o aluno saiba o porquê está fazendo aquilo. A redação é desta forma protocolar, limitada. 
A reflexão para uma renovação na prática da redação e da escrita na escola é um estudo sobre os tipos textuais e os gêneros textuais e também uma atitude do aluno diante dos tipos e gêneros textuais. 
TIPOS TEXTUAIS – Temos o relato (ex.: boletim de ocorrência, notícia jornalística), narração, exposição, argumentação e injunção (texto apoiados em fórmulas, como por exemplo, uma receita). 
GÊNEROS TEXTUAIS – temos desde fábula, como o Conto, Conto Folclórico, Anedota, Piadas, e-mails, mensagens. 
É preciso que o aluno venha a assumir-se como locutor e sujeito do seu dizer, que ele saiba a quem dizer, tenha o que dizer, tenha razões para dizer e com que finalidade que produz o seu dizer. 
Por outro lado, o professor deve estar preparado para entender o texto produzido sem abandonar a superfície textual, ou seja, a parte ortográfica 
porém tem que haver uma resignificância para o texto produzido. É preciso convidar o aluno a refazer seu texto de forma crítica e com orientações bastante rigorosas e competentes tanto pelo professor de língua portuguesa como os professores de outras áreas. A escola pode criar várias situações onde o aluno é convidado a produzir textos diversos, como participação dos alunos em diversas atividades na escola (rádio, jornalzinho, etc) para desenvolver a escrita. 
Resumindo, a língua portuguesa não pode ser departamentalizada. A escrita vem sendo redimensionada nos últimos anos principalmente pelas mídias digitais que dão um novo folego, oferecem novas plataformas para que as pessoas possam desenvolver textos e isso está presente também na escola. É possível fazer uma prática fundamentada nessas novas mídias dentro das escolas. 
 SINTESE 
Nesta aula vimos que embora a prática da escrita não se limite ao espaço escolar, é neste que na maioria das vezes os indivíduos desenvolvem – ou não, com repercussões no cotidiano e na vida profissional – as habilidades e competências necessárias para o seu domínio. Ao longo do processo histórico, a prática da escrita se materializou na escola como “Redação”, como um “produto” a ser entregue ao professor, conforme a tradicional tipologia (descrição, narração e dissertação). Trata-se de um produto, porque a redação, mais ou menos reduzida a suporte protocolar de um gênero textual, frequentemente é solicitada ao aluno sem o estabelecimento de um objetivo e um contexto bem definidos. Nesta aula foi exposto em linhas gerais o problema e também foi apresentado estratégias para sua superação, de acordo com a reflexão dos principais teóricos sobre a questão. 
AULA 9– 
Tema: O que faz de um texto um texto? Metarregra de repetição e de progressão (I) 
Prof. Luiz Roberto Dias de Melo 
Palavras-chave: Charolles, Metarregra de Repetição, Metarregra de Progressão 
Existe uma preocupação do pensamento pedagógico em vetar o professor de uma série de teorias para melhorar o desempenho do professor. Haja visto os cursos de Pedagogia onde existe uma preocupação de se estudar técnicas. Na aula de hoje vamos falar sobre o teórico Michel Charolles e sobre um texto que é feito para os professores. O texto chama-se “Introdução aos problemas da coerência dos textos” (abordagem teórica e estudo das práticas pedagógicas). 
As metarregras de Charolles: 
– Metarregra de repetição: para que o texto seja coerente (micro e macroestruturalmente)é preciso que contenha, no seu desenvolvimento linear, elementos de recorrência estrita. Sendo microestruturalmente a frase e o macro estruturalmente o texto todo. Dentro da metarregra de repetição, podemos citar as pronominalizações. Outra categoria de recursos nesta metarregra são as definitivações e as referenciações dêiticas contextuais. Também temos as substituições lexicais e as recuperações pressuposicionais e as retomadas de inferência.Resumidamente, devemos repetir as palavras ou determinados elementos linguísticos sem exagerar nessa repetição. Como evitar: usando sinônimos, fazendo substituições, lançando mão de um recurso linguístico chamado elipse (determinada palavra fica subentendida). 
– Metarregra de progressão:para que o texto seja microestruturalmente ou macroestruturalmente coerente, é preciso que haja no seu desenvolvimento uma contribuição semântica constantemente renovada. Em outras palavras, tem haver progressão no texto. O texto deve “andar”. 
Para cada item acima, vimos exemplos de textos. 
AULA 10 – 
Tema: O que faz de um texto um texto? Metarregra de não contradição e de relação (II) 
Prof. Luiz Roberto Dias de Melo 
Palavras-chave: Charolles, Metarregra de Não Contradição, Metarregra de Relação 
Sabemos que Charolles expos a apresentação de cada metarregra, e vamos continuar a vê-las conforme abaixo: 
– Metarregra de não contradição: Para que um texto seja microestruturalmente ou macroestruturalmente coerente, é preciso que no seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que contradiga um conteúdo posto ou pressuposto por uma ocorrência anterior, ou deduzível desta por inferência. Resumindo, não escreva nada que vá ser contradito logo após no texto. 
– Metarregra de relação: Para que uma sequência ou texto sejam coerentes, é preciso que os fatos que se denotam no mundo representado estejam relacionados.É a necessidade de trazer o mundo exterior para dentro do texto, demonstrando a capacidade de representa-lo (fatos, situações, personagens, precisam ser captados pelo texto). 
SINTESE 
Sabemos que o texto não é um aglomerado de segmentos linguísticos num papel. Para organizá-lo, necessitamos atender uma série de princípios, os quais vem sendo estudados por especialistas ao longo de décadas. Tem que haver coerência, sentido. E a coerência é uma das maiores fontes de estudos linguísticos devido a sua complexidade. 
Nestas quatro aulas da semana 5, fomos apresentados às contribuições de Charolles (1978) e Beaugrande e Dressler (1981) a respeito deste tema. As metarregras de coerência do primeiro teórico – repetição, progressão, não contradição e relação – e os princípios de textualidade da dupla de pesquisadores – coesão, coerência, aceitabilidade, informatividade, intencionalidade, intertextualidade e situacionalidade – são revistas e aplicadas a exemplos extraídos de diversas fontes. 
AULA 11– Tema: O que faz de um texto um texto? Princípios de Textualidade (I) 
Prof. Luiz Roberto Dias de Melo 
Palavras-chave: Fatores linguísticos, coerência, coesão, intertextualidade 
TEXTUALIDADE: São certos mecanismos que vão fazer a inteligentabilidade do texto. Um texto se faz reconhecível com um objeto à medida que ele seja capaz de agenciar uma série de recursos. E alguns desses recursos serão tratados abaixo. 
Existem dois estudiosos (Beaugrande&Dressler) que pensaram em constituir determinados princípios de texto. Abaixo os conceitos destes dois estudiosos. 
Na produção textual existem os fatores abaixo: 
Fatores linguísticos: coesão, coerência e intertextualidade 
Fatores extralinguísticos: intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade 
Coesão: diz respeito ao modo como elementos da superficial textual (palavras e frases) encontram-se conectados entre si numa sequência linear, por meio de dependência de ordem gramatical. 
Coerência: diz respeito ao modo como os componentes do universo textual, ou seja, os conceitos e relações subjacentes ao texto de superfície são mutuamente acessíveis e relevantes entre si, entrando numa configuração veiculadora de sentido. 
Vimos um exemplo de coerência no texto de Haroldo de Campos – Galáxias, Ex-líbris, 1984. Vimos também um vídeo do grupo Porta dos Fundos sobre a fala do comandante de uma aeronave. Ambos os exemplos mostraram a quebra da coerência no texto (os textos não apresentaram progressão temática). Também vimos alguns textos de CARLOS SEABRA, professor, que tem o site MICRO CONTO que tem a ver com a extensão do texto (texto de no máximo 150 caracteres) mostrando a coesão e coerência aplicada. 
Intertextualidade acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. A intertextualidade se consegue com a combinação entre coesão e coerência. 
 
 
AULA 12 –Tema: O que faz de um texto um texto? Princípios de Textualidade (II) 
Prof. Luiz Roberto Dias de Melo 
Palavras-chave: Fatores extralinguísticos, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade 
Iniciamos a aula com o mesmo texto do CARLOS SEABRA visto na aula passada e continuamos a atualizá-lo para localizar os fatores presentes na produção textual. Agora veremos os Fatores extralinguísticos: intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade. 
Intencionalidade: Como o nome diz, tem a ver com a intenção do autor do texto em escrever o texto, o que ele quer passar com esse texto. No caso do exemplo, no ponto de vista textual, observamos que o autor não tem caráter de informação. O efeito criado no leitor é diferente, por exemplo, de um texto de tese de mestrado. Esse conceito de intencionalidade está muito próximo do conceito de argumentatividade, ou seja, de defender uma opinião. As intenções do autor do texto são em primeiro lugar compartilhar o texto com os leitores e segundo é o exercício estético que tenta, em 150 caracteres, criar um efeito humorístico. 
Aceitabilidade: Parte do leitor. Na linguagem existe um sistema colaborativo. Em que medida esse texto pode ser entendido por determinado leitor. O leitor, no caso do exemplo do texto, que não conheça Dr. Jekyll e Mr. Hyde, ficará sem entender do que se trata o texto e o caráter humorístico intrínseco nele. 
Informatividade: O texto deve demonstrar certo grau de informação e também ser capaz de surpreender. No caso do exemplo do texto do CARLOS SEABRA, não existe muita informação mas como ele traz algo de novo, de surpreendente no que se refere às comparações por ele feitas, acaba preenchendo esse quesito. 
Situacionalidade: Como o próprio termo diz tem a ver com uma situação que está inclusa no texto. 
Todos esses fatores comumente são considerados como fatores de coerência. 
Vimos outro exemplo de texto de CARLOS SEABRA onde pudemos identificar que algumas palavras possuem progressão temática e, portanto, vemos os recursos de coesão sendo utilizados. Vimos também o efeito de humor no texto e também observamos que o texto dialoga com o tema facção criminosa de forma bem humorada. Quanto ao aspecto da aceitabilidade, o texto é bastante inteligível porem o leitor também deve conhecer alguns termos que, se não conhecidos pelo leitor, comprometem a aceitabilidade do mesmo. O texto tem um determinado grau alto de imprevisibilidade, nos surpreendendo. Com relação à situacionalidade, vemos que o texto não tem mais a ver com mostrar a forma organizada da facção e é essa a situação apresentada para o leitor. 
Também identificamos em outro texto, agora de MILLOR FERNANDES os fatores lingüísticos e extralinguísticos. O texto dialoga com a fábula do leão e do rato (ESOPO). A fábula é um tipo de texto onde os animais falam. A intenção do texto é mostrar uma falha humana. Enquanto a fábula leva o leitor a pensar sobre a lição da história, o texto do MILLOR FERNANDES faz a mesma coisa só que para o aspecto inverso da fábula. Quanto à aceitabilidade, se não conhecermos a fábula do leão e rato do ESOPO, não conseguiremos compreender o que o autor nesse texto nos quer passar. A aceitabilidade tema ver com a questão da informatividade. A informatividade fica caracterizada na forma que o texto surpreende o leitor. Quanto à situacionalidade, o texto fala de uma situação onde os personagens de uma fábula são postos em situação inversa ao texto original. 
AULA 13- Tema: A escrita e a cultura 
Prof. Aldo Bizzocchi 
Palavras chave: Cultura, Escrita 
 
Cultura:Tudo o que, tanto no homem quanto no meio, não é produto exclusivo da natureza. Tudo que o homem cria ou transforma, bem como tudo o que ele acrescenta à natureza com seu trabalho transformador. Complexo de padrões de comportamento, crenças, instituições e outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade. Senso de moralidade – tendência a ajudar e/ou não ferir – visa a sobrevivência do grupo e não se confunde com padrões morais convencionais (religiosos, éticos, etc). 
Conjunto das atividades humanas ligadas ao enriquecimento intelectual e ao prazer estético. 
Vemos que algumas definições consideram a cultura no sentido amplo, englobando todos os aspectos da vida social, enquanto outras restringem a cultura a algumas atividades especificas de cunho intelectual e estético. 
O principal veículo de transmissão de cultura é a comunicação verbal. 
A cultura está intimamente ligada a escrita. 
 
Como surgiu a cultura? Na história do homem, a cultura está ligada com o surgimento do pensamento simbólico. A mente humana tem a capacidade de reconhecer símbolos. E então temos os primeiros registros de registros simbólicos que poderiam ser ligados ao sobrenatural, religião, crenças e também sobre o cotidiano desses primeiros “escritores”. Também surgiram as primeiras formas de expressão, como usar o corpo para fazer movimentos e sons, usar componentes da natureza para fazer sons, movimentos e marcações. Com o tempo, criaram-se as primeiras lendas ligadas ao cotidiano desses ancestrais, que deram origem a mitologia grega, por exemplo. 
As matrizes da cultura são o mito, o sonho, o jogo e o ritual. Dessas matrizes nascem a história, a literatura, a arte, a filosofia, a ciência, o esporte, a crença no sobrenatural e, consequentemente, a religião. Assim a cultura nasce para satisfazer necessidades básicas que vem após as necessidades de segurança serem supridas. As necessidades humanas são movidas basicamente por duas forças: a fuga da dor – ações movidas pelo dever (necessidade ou obrigação) fazer para não ter dor e a busca do prazer – ações movidas pelo querer (desejo, gosto) fazer para ter prazer. 
As duas formas de cultura 
Para Santo Agostinho, todos os objetos de ações pertencem a uma das duas ordens: 
– A ordem da “uti” é o lugar do poder. Todos os utensílios, ferramentas, são inventados para aumentar o poder do corpo; 
– A ordem do “frui” é a ordem do amor – coisas que não são utilizadas, que não são ferramentas, que não servem para nada. Elas não são uteis; são inúteis. Porque não são para serem usadas, mas para serem gozadas. 
Existe a cultura em sentido amplo e que inclui: 
– Tudo o que o homem cria ou transforma 
– Tudo o que ele acrescenta à natureza 
– Tudo o que, no próprio homem, não é produto exclusivo do instinto biológico 
– Tudo o que não é inato, mas aprendido e transmitido por meio da linguagem 
– Conjunto de objetos e práticas que caracterizam uma determinada comunidade humana Cultura brasileira e cultura empresarial são exemplos. 
Já a cultura no sentido restrito: 
– Conjunto de atividades voltadas ao espirito, ao lazer, ao enriquecimento pessoal (físico, intelectual ou espiritual) do ser humano 
– Atividades que são praticadas como um fim em si e não como um meio para atingir outros fins 
– Atividades motivadas pela busca do prazer e não pela necessidade de resolver problemas 
– Atividades que se ocupam de interpretar o mundo e não de agir sobre ele 
Os cadernos de cultura dos jornais são um exemplo. 
A cultura se transmite pela linguagem. Exemplos são as tribos indígenas que são ágrafas, porém, tem a transmissão da cultura para os membros. 
Já a nossa cultura é mais baseada na escrita. Nosso conhecimento é transmitido pela escrita e leitura. Ser culto em nossa sociedade é ter bastante bagagem de leitura e conhecimento através da leitura e saber redigir bem. Inclusive na nossa formação de engenheiros, vamos necessitar dessas habilidades. Precisamos ser letrados. 
 
SINTESE 
Na aula foi discutido como o advento da escrita marca o início da própria civilização, como a partir daí as sociedades passam a se dividir em primitivas (ou ágrafas) e complexas (dotadas de literatura escrita) e procurou-se demonstrar também que o que vale para as sociedades vale para os indivíduos. 
 
AULA 14–Tema: Tipos e Gêneros Textuais 
Prof. Luiz Roberto Dias de Melo 
Palavras chaves: Tipos, gêneros, critérios 
 
Narração, descrição e dissertação são tipos textuais. Com relação aos gêneros textuais, foram indicadas duas bibliografias para esclarecimento desse tema. Os gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. São exemplos de gêneros os poemas, crônicas, contos, prosas.Os gêneros textuais estão contidos dentro dos tipos textuais. 
Escola e apropriação dos gêneros: é um mecanismo fundamental de socialização, de possibilidade de inserção pratica dos indivíduos nas atividades comunicativas humanas. É preciso mobilizar instituições educacionais formalizadas, ou seja, essa é uma tarefa que compete, sobretudo, às escolas. 
Tipo textual: construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Dentre eles estão narração, descrição, exposição, argumentação e injunção. O tipo textual apresenta um conjunto de traços que formam uma sequência e não um texto. Os textos narrativos apresentam uma sequência temporal, os textos descritivos sequências de localização e os textos expositivos sequências analíticas ou explicativas, os textos argumentativos apresentam sequências 
contrastivas explicitas e os textos injuntivos apresentam sequências imperativas. 
Gênero Textual: Não se caracterizam nem se definem por aspectos formais, sejam estruturais, sejam linguísticos, e sim por aspectos sociocomunicativos e funcionais. Não se pode desprezar, no entanto, o estudo da forma. 
Em resumo, os gêneros textuais fundam-se em critérios externos (sociocomunicativos e discursivos) e os tipos textuais fundam-se em critérios internos (linguísticos e formais). 
Vimos então um texto do Facebook que apresentava uma mescla de tipos textuais para mostrar que não existe um tipo textual puro. Os textos geralmente mesclam seus traços. 
 
 
SINTESE 
Com esta aula entendemos que os gêneros textuais são instrumentos de interação e como tais participam do processo de apropriação social do conhecimento. É impossível a comunicação verbal sem a intermediação de um gênero textual, a exemplo do que ocorre agora, em que temos esta síntese, gênero textual que tem como objetivo oferecer uma visada, ao mesmo tempo, sobre o conteúdo de um objeto, como uma aula. Por meio dos gêneros, recorda-se, ordena-se, informa-se, solicita-se, reclama-se…Enquanto os gêneros são formas textuais presentes no cotidiano, o tipo textual designa uma espécie de construção teórica, definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).

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