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Mind hunter

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Psicologia Jurídica
Nome: Pedro Porto
Turno: Tarde
Mindhunter e a profunda análise da psique humana
 Psicopatia não é um tema novo no audiovisual. Na verdade, adentrar as “loucuras” da mente humana não é novidade. Entretanto, a noção de que um humano conscientemente mate outro ser, não sendo caracterizado como um louco qualquer, é relativamente nova. Logo, surge a pergunta: o ser humano é naturalmente mal ou torna-se assim?
Tendo em mente que a Psicologia Criminal é um ramo da psicologia jurídica, em que a teoria ajuda na investigação, a série Mindhunter, lançada pela Netflix em 3 de outubro de 2017, está entre o meio termo. Ela aborda justamente uma época onde a noção de criminalidade começa se alterar, colocando o FBI em uma jornada de dúvidas. A história se passa na década de 1970, época em que a psicologia criminal estava engatinhando. John Douglas, que na série recebeu o nome de Holden Ford, trabalhou por 25 anos nessa área, criando-a e a desenvolvendo. A série é baseada nas experiências reais do agente especial e outros colaboradores, que buscavam elaborar o perfil psicológico dos assassinos em série. O que torna a série interessante, do ponto de vista científico, é que ela não mostra o glamour dos assassinos, mas foca no método utilizado para entender a mente criminosa, sua forma de pensar, sua lógica, sua motivação. Por exemplo, em um episódio é abordada a questão se o assassino já nasce criminoso ou se ele pode ser fruto de um ambiente hostil e violento. Claro que isso não é aprofundado na série, mas mostra o quanto ainda se estava em fase inicial de entendimento da área.
Sobre o método, inicialmente foi ideia do agente John Douglas em entrevistar um dos serial killers, deixando-o explicar sua visão do que fez. Outro método era analisar o padrão de funcionamento do serial killer, se ele é organizado, metódico, ou desorganizado e impulsivo. Em outras entrevistas vão usando informações sobre a criação, desenvolvimento, relação com mãe e pai. Durante a série mostra-se como a incipiente área da psicologia criminal vai evoluindo da teoria e sendo usada na prática em alguns momentos, como na solução de alguns crimes.
Se antigamente tinha-se a noção estritamente emocional dos seriais killers, atualmente a cultura pop tratou de torná-los figuras puramente racionais, quase como os deuses que pensam ser. Está aqui o diferencial de Mindhunter: o equilíbrio. Nem monstros malucos, nem párias sociais, nem psicopatas friamente calculistas, mas uma junção de todos estes, mostrando que cada caso é único e pode pender para um lado. O choque de personalidades acaba sendo, portanto, condutor principal – se não temos cenas de ação, o atrativo de movimento se faz nas diversas visões colocadas lado a lado.

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