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RESUMO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO

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RESUMO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO
DIREITO MATERIAL:
“Corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (direito civil, penal, administrativo, comercial, tributário, trabalhista etc.)”. 
- Preceito primário: normas existentes (bens jurídicos pessoais e patrimoniais).
- Preceito secundário: sansão (o credor da lide pretende a aplicação da sansão). 
C x D } LIDE
DIREITO INSTRUMENTAL:
Conjunto de normas e princípios que regulamentam a maneira da aplicação do direito material.
AUTOTUTELA “justiça com as próprias mãos” – exceção excepcional 
Em regra: é proibida (art. 350 CP) – “Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: Pena - detenção, de um mês a um ano”.
Exceção: permissão – o credor impõe a sansão sobre o devedor. As únicas (raras) que pode ocorrer são:
 
Direito de vizinhança: São regras que limitam o direito de propriedade a fim de evitar conflitos entre proprietários de prédios próximos, respeitando, assim, o convívio social. Exemplo: arvores limítrofes (art. 1.282 do CC) "a árvore, cujo o tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes". Pode o proprietário do terreno invadido pelas raízes ou ramos de árvore que ultrapassarem a estrema do prédio, cortá-los até o plano divisório. Tem direito, também, o vizinho aos frutos que caírem naturalmente no solo de seu imóvel, se este for particular.
Direito de retenção: em caso de locação de imóvel as benfeitorias necessárias devem ser feitas pelo proprietário, no entanto, se o inquilino pagar por essas benfeitorias e não for ressarcido ele possui o direito de permanecer no imóvel sem pagar aluguel como forma de cobrir os gastos que obteve. O inquilino possui esse direito mesmo contra a vontade do proprietário. 
- Faculdade legal conferida ao credor de conservar em seu poder a coisa que possui de boa-fé, pertencente ao devedor, ou de recusar-se a restituí-la até que seja satisfeita a obrigação.
Desforço imediato: direito de autoproteção da posse no caso de esbulho, de perda da posse. A lei apenas permite o desforço imediato se a vítima do esbulho agir imediatamente após a agressão ou logo que possa agir e usar de força proporcional. Aquele que está ausente só perderá esse direito se não agir logo após tomar conhecimento da agressão à sua posse, ou tentando recuperá-la for.
Penhor legal: O penhor legal é aquele que surge, em razão de uma imposição legal, com o proposito de assegurar o pagamento de certas dívidas de que determinadas pessoas são credoras, a que, por sua natureza, reclamam tratamento especial. São credores pignoratícios independentemente de convenção, os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento, sobre as bagagens, móveis, joias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito. Em cada um dos casos, o credor poderá tomar em garantia um ou mais objetos até o valor da dívida. O próprio estabelecimento (credor) resolve a lide sem utilizar de processo judicial. 
Auto executoriedade das decisões administrativas (direito administrativo):
Os poderes do Estado são: legislativo, judiciário e executivo. As decisões administrativas são tomadas pelo poder executivo e em muitas situações seus representantes possuem a autonomia e o poder de sancionar sem a necessidade de processo, isso serve para viabilizar o ato administrativo. Exemplo: um prédio está caindo, é necessário evacua-lo imediatamente, se fosse necessário um processo judicial para reaçizar tal ato muitas pessoas poderiam vir a morrer, por isso, não é necessário, os próprios representantes administrativos resolvem a lide, impondo uma sansão, um poder de auto execução. Se o devedor se sentir lesado ele deve entrara posteriormente com um processo, é preciso lembrar que, o poder administrativo age em beneficio do bem comum, coletivo, “doa a quem doer”.
OBS: no âmbito penal o credor é o Estado-administração (titular do poder de punir) representado pelo ministério publico. A vitima não faz parte do processo penal, é apenas um “objeto”, e devedor é quem se imputa a pratica do crime. O ministério público pertence ao poder executivo, ou seja, o Estado administração se enquadra no poder executivo, no entanto, é independente para buscas a satisfação punitiva do Estado, ele não é dependente do poder executivo, sendo assim, se ocorrer algum crime no poder executivo o MP tem autonomia para fazer a acusação a qualquer que seja o âmbito. 
- É possível a autonomia penal? = não, pois segundo o artigo 5°, LIV, CF/88 - “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Ou seja, o promotor (credor) não pode aplicar a sanção, é necessário recorrer ao processo e o juiz é quem aplicara a sanção ao devedor. 
AUTOCOMPOSIÇÃO – tem como objeto a autonomia de vontade entre os envolvidos (credor e devedor)
A vontade pode ser unilateral (um dos envolvidos possuem vontade) ou bilateral (ambos tem vontade), são elas:
Desistência: é um ato unilateral do credor (titular do direito lesado). Por ato espontâneo de vontade ele pode renunciar; abrir mão do processo em favor do devedor. Desta forma o conflito é resolvido pelo credor. Se posteriormente o credor quiser entrar novamente com o processo judicial ele não será válido, pois o conflito foi resolvido, se extinguiu, pela desistência. 
Submissão: é um ato unilateral do devedor que consiste na aceitação de resolução de conflito oferecido pela parte contraria. O devedor renunciou a resistência e cumpri com a sua obrigação perante o credor. A lide é resolvida por vontade do devedor. 
Transação: é um ato bilateral do credor e devedor. Tem que haver manifestação de vontade das duas partes para a efetivação do acordo e a resolução do conflito.
Audiência de conciliação: o juiz tenta conciliar os conflitantes na tentativa de que eles entrem em um acordo. 
OBS: a autocomposição pode ocorrer antes ou depois do processo. 
** A AUTOCOMPOSIÇÃO NO AMBITO PENAL **
- Desistência: não é permitida a aplicação da desistência no campo penal, pois não se pode deixar alguém que cometeu um crime que ofenda a moral da sociedade impune. O credor na figura do promotor deve abrir um processo contra o devedor, não pode abrir mão da punição. A auto composição – desistência, tem grande aplicabilidade no âmbito civil ($).
- Submissão: No âmbito penal submissão significa cumprir a pena imposta. O devedor não pode resolver a lide por conta própria, a pena decorre de um devido processo legal, não pode cumprir a pena sem um processo, pois, a “liberdade é um bem indispensável”, nem mesmo o individuo tem poder de privar-se da sua liberdade, apenas o juiz pode deferir uma pena. Isso serve para garantir uma segurança jurídica. O meio correto utilizado para resolução de um conflito penal é o processo. 
Tendo em vista isso, a confissão, depoimento do devedor confessando ser o agente do fato crime não pode ser usado como único meio de provas em um processo para determinar a prisão do individuo. Se as outras provas forem fracas, pregarias ou se nenhuma outra prova houver, a confissão não vale de nada. 
** Há exceções (permissão): nas leis 9.099/95 e 10.259/01 autorizam a transação penal desde que sejam diante de crimes de pequeno potencial ofensivo – consideram-se crimes de pequeno grau ofensivo cuja pena máxima não ultrapasse 2 anos. A lei permite que o credor faça uma proposta, geralmente essa proposta converte a pena reclusa de liberdade em uma multa ou cesta básica. Se por acaso o devedor não aceitar a proposta (obrigação) o credor deve entrar com um processo. Se o devedor aceitar e cumprir corretamente a obrigação a culpabilidade se extingue como se ele nunca houve cometido o fato crime. A transação penal só pode ser aplicada ao mesmo devedor depois de 5 anos, isso serve para defender a sociedade de corriqueiros delitos.Há também a exceção para crimes de médio grau ofensivo – pena mínima de até 1 ano. Nesse caso o credor terá obrigatoriamente que entrar com um processo e a primeira coisa a ser feita é marcar uma audiência de conciliação, que tem como objetivo criar um acordo entre as partes. O credor propõe um acordo, que geralmente condiz com a prestação de serviço da comunidade por um prazo entre 1 a 3 anos. É um ato bilateral, o devedor pode aceitar ou rejeitar a proposta. Se aceitar e cumprir corretamente se extingue o processo e culpabilidade, seria como se o devedor não houvesse cometido crime algum, sua ficha fica limpa. Caso ele rejeite a proposta o processo continua em andamento. 
ARBITRAGEM (lei 9.307/96). 
CONCEITO
É um acordo de vontades celebrado entre pessoas maiores e capazes que confiam a um arbitro (maior e capaz) a solução de determinado conflito sobre direitos patrimoniais e disponíveis. No Brasil, a arbitragem passa a ser uma alternativa independente da jurisdição estatal, tendo em vista que o Estado tem se tornado um meio cada vez mais ineficiente e demorado para garantir a resolução de conflitos. Como é um processo rápido (entre 6 meses) se tornou um mecanismo eficiente para “desafogar” o sistema judiciário. 
Assim, a arbitragem tem como principal característica romper com o formalismo processual promovendo a solução do litígio por meio da livre escolha de árbitros especializados no tema em discussão e a liberdade na escolhe do direito material e processual a serem aplicados no conflito. 
- Segundo o artigo 13 da lei de arbitragem: “Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes“. Não há, portanto, na lei, maiores exigências, senão a de que o árbitro seja independente e imparcial
 - art. 13 §6° No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição.
- art. 14 § 1º As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e independência.
- art. 21 § 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento.
 REQUISITOS 
Convenção de arbitragem
 A arbitragem somente poderá ser instituída pela vontade livre das partes através de um acordo chamado convenção de arbitragem:
“A convenção de arbitragem é a fonte ordinária do direito processual arbitral, espécie destinada à solução privada dos conflitos de interesses e que tem por fundamento maior a autonomia da vontade das partes. Estas, espontaneamente, optam em submeter os litígios existentes ou que venham a surgir nas relações negociais à decisão de um árbitro, dispondo da jurisdição comum”. 
Se as Partes não pactuarem um prazo, a lei prevê que os árbitros possuem 180 dias para decidir. Contudo, em regra as Partes ajustam um prazo ou recorrem a Regras das Câmaras que estabelecem um prazo, levando em consideração, sobretudo, a complexidade da causa. Essa flexibilidade da Arbitragem tem sido responsável por ela ser o método preferido das grandes empresas. 
Se for provado algo ilícito na arbitragem a decisão que foi tomada pelo arbitro é anulada e se inicia um processo judicial. Como descreve o artigo 32° - É nula a sentença arbitral se:
I - for nula a convenção de arbitragem
II - emanou de quem não podia ser árbitro;
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei;
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva;
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III, desta Lei; e
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta Lei.
** Entidade de arbitragem: são entidades voltadas à arbitragem. Grupo de pessoas chamadas de juízes de fato, que fazem um breve estudo para se capacitarem como árbitros. 
Capacidade das partes
Para se valer da arbitragem como forma de solução de conflito é necessário que as partes sejam capazes (maiores de 18 anos sem nenhuma incapacidade mental). Não se vale de representação, ou seja, se uma ou ambas das partes forem incapazes não se poderá usar a representação, sendo assim, não será válida a arbitragem e sim o processo judicial. 
Limitação a interesses patrimoniais disponíveis. 
Podem se valer da arbitragem apenas conflitos patrimoniais disponíveis (que as partes do conflito possam dispor – vender, usar). Conflitos que envolvam interesses pessoas não são permitidos, exemplo: os pais entram em um acordo e decidem pela arbitragem para resolver o conflito sobre a guarda do filho. O 1° requisito (acordo) foi celebrado, o 2° requisito (partes capazes) foi celebrado, no entanto, o 3° requisito (conflito patrimonial disponível) não foi atendido, pois a guarda de uma criança é um interesse pessoal, sendo assim, não será permitido o uso da arbitragem como resolução do conflito. 
 EFEITOS
Desnecessidade de homologação judicial
O que foi decidido pelo árbitro tem independência total, na medida em que produz efeitos por ela mesma, sem precisar da interferência do judiciário, se precisar do “ok” do juiz. O arbitro entrega um documento ao vencedor e outro ao perdedor do conflito, explicando para ambos a sua decisão. 
Prescindibilidade da chamada ação de conhecimento (judicial)
Quando não se resolve o conflito por autotutela, auto composição ou arbitragem o credor terá que buscar uma solução via processo judicial de conhecimento (resolver a lide).
Na fase de conhecimento, o juiz recebe os fatos e os fundamentos jurídicos dos envolvidos na causa para reunir as informações necessárias para análise. Nessa fase, as provas de ambos os lados são apresentadas e, se houver necessidade, há audiências para ouvir as partes e as testemunhas. O objetivo é que, de posse de todos os elementos disponíveis, o magistrado possa proferir a sentença e decidir sobre o conflito.
A fase de execução é o passo seguinte, que se caracteriza pelo cumprimento da decisão judicial, em que o juiz determina a uma das partes – pessoas, empresas ou instituições – a reparação de prejuízos. Nessa etapa, é concretizado o direito reconhecido na sentença ou no título extrajudicial.
Força de execução judicial
Na arbitragem o arbitro defere a sentença, no entanto, se o devedor não cumpri-la, o arbitro não possui força de execução (o poder de confiscar o patrimônio do devedor para se fazer cumprir a decisão). É necessário que credor entre com um processo de execução (se o mesmo obtiver o documento comprovando quem é credor e devedor) para que se possa fazer cumprir a sentença do arbitro. 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS 
OBS: O processo não termina da noite pro dia, ele é feito de varias fases: 1- petição 2-citação 3-contestação 4-réplica 5-audiencia de conciliação (acordo) 6-audiencia de instrução (se não houver acordo, provas, depoimentos do autor, do réu, das testemunhas) 7-memoriais 8-sentença. 
O juiz não presenciou o fato (lide), por isso, são tão importantes às fases do processo, ele é um instrumento de ressureição do fato, reconstitui o fato para que o juiz tenha a possibilidade de deferir uma sentença correta ao processo. È necessário percorrer essas fases para ser ter um devido processo legal.
Principio da ação 
É um princípio básico, “ne procedat iudex ex officio” Tal princípio, disposto no artigo 2º, do Código e Processo Civil, dispõe que a função jurisdicional deve ser exercida pelos juízes apenas quando há a manifestação de uma pretensão por parte do titular de um interesse, ou seja, a jurisdição é exercida apenas quando há uma demanda.
Sendo assim, o juiz inerte não pode dar inicio a nenhum processo por conta própria, a vitima do crime é a maior interessada e é ela que deve agir, ter a ação de buscar seus direitos, entrar com o processo. 
O julgamento cabe ao juiz, no entanto, é proibido em casoscomo: 
“Ultrapetita”: o juiz esta proibido de julgar além do pedido. Exemplo: na petição o credor pede danos materiais e o juiz, além disso, concede danos morais. (tem parte dentro e fora – concede o pedido e coisa a mais)
“Extrapetita”: o juiz esta proibido de julgar fora do pedido. Exemplo: na petição inicial o credor pede separação (divorcio) e o juiz concede uma desapropriação. Isso raramente há de acontecer, mas as leis existem para prevenir abusos do juiz (escravo do direito) diante o processo. (parte fora – concede algo diferente do pedido). 
“Citrapetita”: o juiz esta proibido de julgar a quem do pedido, é quando o juiz deixa de se pronunciar a respeito de uma parte do pedido do credor. Exemplo: o credor pede danos morais e materiais e o juiz não se pronuncia sobre o dano moral, ou seja, não diz se concede ou não. É necessário que a parte entre com um recurso para anular essa sentença e pedir uma nova na qual o juiz se pronuncie sobre todo o pedido. Isso não significa que o credor vá ganhar o pedido, o juiz deve ser pronunciar, conceder ou não e se aplicar no processo. 
Principio do inquisitivo
Exceção à regra do principio da ação. É o principio que permite ao juiz iniciar o processo por conta própria, sem ser provocado pelo interessado. 
Execução trabalhista: a lei permite que o juiz entre com o processo de execução no processo de trabalhista em favor do autor, para tomar o patrimônio do devedor, vender e converter esse valor para o credor, e assim cumprir a sanção. 
Execução penal: quando chega ao final do processo penal de conhecimento é expedida uma sentença teórica, a prática da pena se efetua com o processo penal de execução. O juiz tem o poder de iniciar o processo penal de execução após o processo penal de conhecimento (que só pode ser iniciado pelo credor da lide) – ninguém é privado de sua liberdade sem o devido processo legal (formalidades). 
Habeas Corpus: processo de H.C serve para assegurar a liberdade do paciente que esta sofrendo constrangimento legal de ato ilegal da autoridade coatora. Toda e qualquer pessoa pode pedir o processo de H.C, não é necessário advogado. O próprio juiz se obtiver conhecimento de que alguém está sofrendo constrangimento legal pode dar inicio ao processo de H.C, mesmo sem a provocação do paciente ou de terceiros. O juiz vai interrogar o paciente e se ele se convencer do constrangimento libera o H.C, caso contrário, o individuo continua preso. Esse tipo de processo tem mais atuação no âmbito penal. 
Falência: processo de falência como regra: o juiz não pode iniciar o processo de falência por conta própria, o credor (o lesado a quem a empresa deve) que deve iniciar. 
Processo de recuperação judicial Exceção: o devedor (empresa) pode entrar com esse processo de falência por saber que não vai conseguir honrar com suas obrigações. O juiz pode expedir um tempo maior para o pagamento das dividas, para isso a empresa deve apresentar um balanço (ativo + passivo -). Se o juiz perceber que o ativo compensa o passivo é dado o prazo à empresa, caso contrário, o juiz entra com o processo de falência de imediato, os bens são vendidos para que os credores sejam pagos, ele “mata a empresa” e ela some do mundo jurídico. E se por acaso o juiz deferir o prazo e houver descumprimento da obrigação, o juiz também tem o poder de dar unicio ao processo de falência. 
*Para o juiz decretar a falência por iniciativa é necessário anteceder o processo de recuperação judicial. 
Princípio da imparcialidade
É o princípio que determinada ao juiz agir com neutralidade no processo, não pender para nenhum dos lados (credor e devedor), mas sim deferir uma sentença em base nas provas apresentadas. A imparcialidade do juiz é pressuposto de validade do processo jurídico. 
Principio do juiz natural
É aquele que a constituição federal e as leis reputam o mais preparado a quem cabe fazer justiça ao caso concreto. Ele é indicado (pelo presidente) ou concursado, presume-se que obtenha conhecimento jurídico para que possa resolver bem os conflitos que ocorrem na sociedade.
Investidura: só é juiz a pessoa investida de jurisdição (o poder judiciário que investe esse poder)
Proibição de juízo ou tribunal de exceção: não se pode criar órgão diferente do previsto na constituição. A lei prevê as entidades (tribunais) competentes para julgar e executar os delitos de todos. Exemplo: o crime cometido pelo presidente é julgado pelo STF, não se pode criar um tribunal criminal diferente para isso, seria uma espécie de golpe, é obrigatório seguir a constituição. 
 Princípio da igualdade (real e proporcional)
“É o tratamento igualitário a ser dado pelo juiz por ambas as partes do processo”. Advém do principio da igualdade constitucional (todos são iguais perante a lei). Cabe ao juiz tratar igualmente o credor e devedor da ação. A justiça é cega e de ser baseada nas provas. 
Em lei todos nós somos iguais, no entanto, a realidade é marcada por desigualdades. A lei processual vendo as desigualdades existentes entre as partes disponibiliza uma vantagem àquele que está em desvantagem, para que assim se tenha igualdade entre as partes. Exemplo de desigualdade processual: o réu é rico, já o autor é pobre, o réu tem condições financeiras de pagar bons advogados, o autor não tem a mesma oportunidade. A lei, portanto, criou a defensoria publica com o intuito de defender aqueles que são hipossuficientes. A lei está sando vantagens a parte com desvantagem, para que haja igualdade. 
“Impõe tratamento desigual aos desiguais, para que, supridas as diferenças se chegue a uma verdadeira igualdade”. 
Princípio do contraditório 
Elementos: a – informação b – reação
“É o principio que obriga o juiz a comunicar tudo o que acontece no processo judicial (atos judiciais: penal, civil, trabalhista) a ambas as partes do processo, para que tenham o direito de impugna-los ou contraria-los”. 
Art. 5°, LV, CF/88: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
Esse principio de aplica a TODO e qualquer processo judicial. Há proporção que cada ato é praticado no processo o juiz tem a obrigação de comunicar/dar ciência as partes. 
Se o juiz não respeitar o principio do contraditório o ato é invalidado (nulo), pode também anular atos anteriores. Se as partes intimadas não se manifestarem perante o ato judicial, o juiz vai prosseguindo com o processo, até deferir a sentença. 
Principio da disponibilidade (direito civil e trabalhista)
“Faculta ao interessado propor a ação para buscar a satisfação da sua pretensão”. A lei não exige que o credor busque a satisfação de sua pretensão (resolução do conflito), ele busca por iniciativa e vontade própria, se ele não quiser o ressarcimento pelo prejuízo que sofreu o problema é dele, já que o prejuízo recai sob ele mesmo – interesse particular. 
Há exceção a essa regra: em alguns casos, que causem impacto/afetam na sociedade, o credor tem a obrigação de entrar com o processo (principio da indisponibilidade) – como os casos ambientais, que envolvam pessoas com deficiência, escravidão no trabalho e etc. O promotor tendo ciência do fato tem a obrigação de atuar entrado como processo para cessar o ato. 
Princípio da indisponibilidade (direito penal)
“Princípio pelo qual o interessado (credor) tem o dever legal de propor a ação para buscar a satisfação de sua pretensão”. Chegando ao promotor (credor do âmbito criminal) um ato criminoso ele deve entrar com o processo judicial, desde que, ele tenha elementos razoáveis de provas que dê veracidade à acusação feita por ele.
Porque em se tratando de delito penal o interesse publico esta acima do privado, pois se trata de crimes contra direitos fundamentais, que afetam todo a sociedade. 
Há exceção a essa regra: em algumas situações de crime de ação penal privada, como o crime contra a honra (casos considerados não muito relevantes). Nesses casos oofendido tem o direito e a opção de ingressar ou não com o processo (principio da disponibilidade). O credor está de certa forma trabalhando para o Estado-administração (que é a figura do promotor como credor no âmbito penal, representado pelo ministério púbico). O devedor nesse caso ficará impune, pois ninguém é privado de sua liberdade sem o devido processo penal. O credor contrata um advogado que faz uma queixa crime, excluindo da ação o promotor, fazendo o papel dele. 
Principio da verdade formal (mais frequente no campo civil e trabalhista- direito privado) Trabalha com a ficção.
“É o principio que, no processo, recepciona como verdade aquilo que nem sempre é verdade no mundo real”.
Uma coisa ocorre dentro do processo e outra ocorre fora dele. Nem sempre as coisas citadas no processo realmente aconteceram na realidade. O juiz recebe como verdadeiro aquilo que esta sendo pedido/falado no processo, na petição inicial. Exemplo: o emprego entra com um processo trabalhista contra o empregador, o empregador não se manifestou a respeito, sendo assim, o juiz não ira buscar a realidade a fundo, ele invoca esse principio da verdade formal e considera tudo aquilo que lhe foi apresentado como verdade, mesmo que se na realidade não seja. O autor e o réu devem ter cautela com suas ações positivas (agir/falar) e negativas (omissão), pois poderão ser consideradas como verdades formais. 
Principio da verdade real (mais frequente no campo penal – trabalha com a realidade). 
“É o principio que, no processo, da como verdade aquilo que realmente é verdade no mundo real”. 
O âmbito penal trabalha com a verdade, se em algum processo o réu não apresentar defesa (revel) é nomeado um advogado dativo que irá produzir a defesa e as provas. O juiz não pode simplesmente acreditar no promotor sem ter conhecimento da defesa do réu. Cada uma das partes então terá que produzir suas provas para o juiz poder deferir uma sanção justa. 
Exceção (aplica-se o principio da verdade formal na esfera penal): quando terminado o processo o réu pode ser absorvido, se posteriormente for encontrada novas provas redundantes que confirmem que ele é sim culpado, não se é permitido entrar novamente com um novo processo que diz respeito ao mesmo fato ocorrido e nem reabrir o anterior, não tem como alterar a decisão deferida pelo juiz. Sendo assim, o réu é absolvido do processo, mas na realidade é o culpado. 
Principio dispositivo 
“É o principio segundo o qual o ônus da prova cabe a quem alega”. Exemplo: se o autor alega ter sofrido um crime, ele que deve provar tal ocorrido. Ou se o réu do processo apresenta sua defesa alegando ter agido em legitima defesa, ele que deve provar isso. 
Principio da livre investigação das provas
“É o principio que permite ao juiz produzir provas no processo” O juiz pode produzir provas para complementar aquelas produzidas pelas partes. Ele está em busca da verdade real para deferir uma sentença correta. Exemplo: oficiar alguma instituição que obtenha provas que colaborem para o caso (dados do aeroporto) ou pedir uma perícia e etc. 
Principio da persuasão racional do juiz
“É o principio pelo qual cabe ao juiz decidir a causa/o processo com base nas provas contidas no processo”. 
Meio de provas obtidas fora do processo não são consideradas válidas. Exemplo: se em um churrasco o juiz acaba ouvindo o réu assumindo o crime que esta sendo julgado o juiz não pode se basear nisso para decidir o processo.
Principio do impulso oficial
Antes de se expor a definição deste princípio, é necessário entender as faces processuais.
 
- 1º fase (fase postulatória) – petição inicial; citação; audiência de conciliação; defesa; réplica.
- 2ª fase (fase saneadora) – no qual cabe ao juiz verificar (sanear) o processo. Se verifica a presença ou ausência de formalidades, se houver ausência sanável (tem como corrigir) o juiz intima o autor para que complete o que está faltando. Agora, se a ausência for insanável (não tem como corrigir) quando não é possível preencher a ausência da formalidade devido tamanho vício, o processo se extingue. 
- 3ª fase (fase probatória) – produção de provas, tanto pela parte do credor, devedor ou o juiz que pode complementar as provas fornecidas. Podem ser provas testemunhais; perícia; documentais; depoimento das partes.
- 4ª fase (fase decisória) – decide-se o conflito de interesse entre as partes, através de uma sanção.
- 5ª fase (fase recursal) – dá direito ao perdedor de entrar com um recurso para recorrer a sentença. É uma fase facultativa, o perdedor que escolhe. 
“É o principio pelo qual compete ao juiz impulsionar o processo de fase em fase até final decisão (sentença através da qual o juiz dirá com quem está a razão do conflito de interesses”. 
PRINCIPIO DA PUBLICIDADE 
- ampla: autoriza qualquer pessoa a tomar conhecimento do que se passa no processo (predominante).
- restrita (segredo de justiça): permite tão somente as partes e seus advogados tomarem conhecimento do que se passa no processo. Será restrita quando o objeto diz respeito a algo intimo da pessoa, como casos de estupro ou casos que envolvam menores de idade (pensão alimentícia). 
PRINCIPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL
É o principio que estabelece o máximo de atuação do direito material mediante o mínimo possível de atividade processual. Se o juiz conseguir economizar atos do processo sem comprometer o desfecho da causa, ele tem esse direito. Exemplo: a réu de um processo trabalhista não apresenta defesa, o juiz ira considerar verdadeiro tudo o que o autor diz e deferi sua sentença baseando-se nisso. 1ª fase 4ª fase. 
Não se pode usar esse principio de forma abusiva. 
PRINCIPIO DA INTRUMENTALIDADE DAS FORMAS
Considera válido o ato processual que praticado de forma diversa (do que a lei prevê) atingir a sua finalidade.
Ato praticado de forma diferente do que prevê a lei em primeiro momento é considerado nulo, no entanto, se atingir a sua finalidade torna-se valido. Exemplo: a citação pessoal é feita quando se obtém o endereço certo, já a citação por edital é feita quando não há endereço certo. Se em determinado processo o juiz efetua a citação por edital tendo o endereço certo da parte, em primeiro momento esse ato é nulo, no entanto, se o réu contestar o ato se torna válido, por que atingiu a sua finalidade (citar o réu). 
PRINCIPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Dá direito de recurso ao perdedor objetivando a reforma da decisão recorrida. (5ª fase). 
TEORIA DA AÇÃO 
CONCEITO 
É o direito de provocar a jurisdição (função exercida pelo juiz ao longo do processo) visando a satisfação de uma pretensão. 
Ação é o direito de pedir ao Estado juiz a prestação jurisdicional diante de um caso concreto
FUNDAMENTO
Legal (onde é que está previsto o direito da ação?) – artigo 5°, XXXV, CF “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Ou seja, se alguém for vitima de alguma lesão encontra-se em sua disposição o direito da ação contra o infrator. 
Doutrinário/filosófico (porque foi criado o direito de ação?) – Foi criado para evitar com que as pessoas façam justiça com as próprias mãos (autotutela). As partes terão direito de produção de provas para que o juiz defira a sanção para a resolução do conflito. O devedor tem direito a ampla defesa. E nem sempre quem propôs a ação ganha o conflito, é o juiz, baseado em provas, que vai dizer com quem está a razão. 
NATUREZA JURÍDICA
A ação, qualquer que seja, tem por natureza jurídica os direitos (direito público, subjetivo, autônomo e abstrato) de provocar a jurisdição visando à satisfação de uma pretensão. 
Direito público: pois provoca a atuação de uma ação (órgão) pública. As leis que a regem são de natureza pública, os juízes e as partes devem seguir as leis para que haja o devido processo legal. Mesmo que no conflito envolva interesse particular a jurisdição continua sendo de natureza pública, e tanto o juiz quanto as partes estão submetidos a seguir as leis durante oprocesso. Não possuem liberdade de fazer o que bem intenderem no processo sob pena de nulidade/invalidade. 
Subjetivo: uma pessoa só possui o direito subjetivo (faculdade da pessoa  de agir dentro das regras do direito) se este estiver amparado no direito objetivo (leis). A ação é um direito subjetivo, pois decorre (está amparado) no direito objetivo (art. 5, XXXVC,CF) – a lei da direito de ação. 
Se a lei não prever um ato, não há direito subjetivo no ponto de vista legal, pois, se não está na lei, você não tem direito subjetivo resguardado. Sendo assim, se o direito de ação não estivesse previsto em lei o juiz poderia negar a ação, já que não havendo direito objetivo do ato consequentemente não haveria direito subjetivo. 
Autônomo: pois independe da existência do direito material, já que o processo pode concluir que o fato levado ao conhecimento do poder judiciário (através da petição inicial) nunca existiu na realidade. O fato que está sendo declarado de forma abstrata por meio de palavras pode ou não ser real – o processo tem o poder de concluir que o fato nunca existiu. 
Abstrato: pois visa dar uma resposta àquele que propôs a ação, independentemente do resultado do processo. Anteriormente se considerava um direito concreto (se o autor perdesse não existiria ação, só se ele ganhasse, ou seja, seu casso fosse reconhecido pelo processo). É um teoria sem lógica, por isso foi adotado a teoria do direito abstrato, independente do resultado- se o autor ganhar ou perder – terá uma resposta, não tem como deixar de existir um processo que já foi realizado. 
ELEMENTOS 
A petição inicial é a ação inicial do processo, há nela elementos considerados obrigatórios para sua efetiva validade. Os elementos são requisitos necessários que viabilizam o julgamento do mérito (do conflito de interesses). Os elementos, também, são requisitos que se prestam a identificar a ação, distinguindo-a das demais. O que individualiza uma ação são os elementos contidos nela. 
Partes: qualificação das partes – tanto o autor quanto o réu devem estar devidamente qualificados na petição inicial para que o juiz tome ciência das partes. “São as pessoas que participam do contraditório perante o juiz”. 
Causa de pedir: contar a historia que gerou o conflito entre as partes. “É o fato que suscita a pretensão” – traduz o conflito real em palavras na petição inicial (abstrato). 
 Pedido: o autor é quem faz o pedido, àquilo que ele pretende contra aquele a que ele propôs a ação. “É a pretensão deduzida do juiz”. – a pretensão se traduz em obrigação material. 
OBS: toda vez que um juiz se deparar com uma petição inicial que não obtenha os requisitos acima citados, ocorre a inépcia da inicial, ou seja, uma falha na petição inicial. Essa falha precisa ser suprida, corrigida, para isso, o juiz intima o autor, por meio de seu advogado para completar ou corrigir a falha. Se o autor completar, o processo segue normalmente, no entanto, se o autor não completar a falha o juiz indefere a petição inicial, a inépcia continua, e o processo é deferido para o arquivamento, extinto sem julgamento do mérito do conflito (antecipa a sentença). O juiz só aprecia a petição se ela estiver de acordo com os requisitos necessários. 
OBS: o que ocorre se os elementos de duas ações forem iguais? – para se resolver um conflito se tem direito a uma ação. 
- Litispendência: é a repetição de uma ação que está em curso, ou seja, há duas ações iguais em andamento. Nesse caso se extingue a segunda ação sem julgamento do mérito do conflito, o autor será obrigado a pagar às custas do processo e o advogado do réu. Será julgado o primeiro processo. 
- Coisa julgada: repetição de uma ação que já se findou com o julgamento do mérito, ou seja, a coisa que o autor está requerendo já foi julgada. A sentença deferida no primeiro processo se torna imutável e não pode ser repetida. Ex: fulano perdeu a ação e tenta requerer novamente o mesmo pedido. 
** O réu é o maior interessado em comprovar a litispendência ou a coisa julgada – o juiz intima o réu normalmente, é ele quem deve requerer a anulação. Hoje em dia em alguns casos o juiz por meio da tecnologia consegue identificar se há litispendência ou coisa julgada, sem manifestação do réu, mas essa não é um dever dele. 
CONDIÇÕES 
São formalidades processuais que deveram estar contidas na petição inicial, é entrelaçada com os elementos, mas são diferentes. Todos os elementos e condições devem estar presentes na petição inicial para o juiz apreciar o processo, ou seja, julgar o mérito. Só quando cumprida toas às formalidades processuais, há o devido processo legal. 
“São requisitos necessários para o julgamento do mérito (conflito de interesses)”. 
“São formalidades processuais que viabilizam o julgamento do conflito de interesses pelo juiz”
Possibilidade jurídica do pedido: O pedido do autor deve ser juridicamente possível, ou seja, tudo aquilo que o ordenamento jurídico protege/ tutela, que seja amparado/resguardado em lei. 
Todo vez que faltar alguma das condições o autor será carecedor do direito de ação e o processo é extinto direto sem julgamento do mérito (antecipa a sentença, às vezes sem nem citar o réu). 
A impossibilidade jurídica do pedido é aquilo que não é previsto em lei, exemplo: autor que cobre uma divida de jogo ou tráfico; ou um promotor que pede a aplicação de sanção a um caso de adultério. 
OBS: se uma petição não conter pedido, ocorre a inépcia (falha na petição inicial), não tem como saber se o pedido é ou não possível. O juiz intima o autor para completar, caso ele não complete o processo pode ser extinto por inépcia. 
Interesse de agir: o autor precisa do judiciário para conseguir a satisfação da sua pretensão contra o réu. “É a necessidade de pedir socorro para o poder judiciário”. O fato quando é contado por inteiro (não há inépcia) na petição o juiz percebe que o autor possui interesse de agir, ou seja, precisa do poder judiciário. “É a eventual vantagem a ser obtida através da ação”. 
OBS: quando não ocorre o interesse de agir:
Há documentos que devem acompanhar a petição inicial para que tenha veracidade aos fatos ditos na petição. Se por acaso os documentos contradizerem os fatos narrados na petição inicial não há interesse de agir. Não tendo interesse de agir o juiz extingue o processo sem julgamento do mérito, pois não vai ter como dar a vantagem que o autor deseja. Se por acaso faltar documentos e o juiz intimar o autor para apresenta-los e o mesmo não se manifestar, o juiz também extingue o processo. “É a plausibilidade da possibilidade jurídica do pedido embasada no suporte fático (probatório)”. 
Legitimidade das partes
As partes legítimas do processo são o autor e o réu. A titularidade do direito de ação. 
 ordinário: aquilo que é parte do conflito e que faz parte do processo. É a legitimidade “comum”, o normal das coisas. O autor é quem dá inicio ao processo (polo ativo) e o devedor é o réu (polo passivo). “É aquela em que alguém (autor e réu) age em juízo (no processo) em nome próprio para defender direito material próprio”. 
!!! Se as partes da ação estiverem incorretas, por exemplo: o autor da ação não ser aquele que sofreu a lesão, o processo é extinto sem julgamento do mérito – por ser carecedor do direito da ação. 
OBS 
Se faltar elementos – inépcia (é dada oportunidade de preencher a falha, se for suprida segue o processo, caso contrário, é extinto o processo sem julgamento do mérito). – 1º juízo de valor. 
Se faltar condições – carência da ação (extinção do processo sem julgamento). 
Juiz só observa as condições quando os elementos estiverem presentes – formalidades processuais. 
 extraordinário: é o incomum das coisas, a exceção. A pessoa pode ser parte do processo sem ter envolvimento no conflito. “É aquela pela qual alguém (autor ou réu) age em juízo (no processo) em nome próprio para defender o direito material ou interesse alheio/de outrem”. Só é possível quando tiver houver expressa autorização legal.
Ocorrequando: 
- Ministério público é o autor da ação – o direito não lhe pertence mais ele se torna o representante. Como nos casos de ação civil pública, defesa dos deficientes, consumidores e etc. 
No campo penal o credor é sempre o estado administração representado pelo ministério público (vítima), mas há exceções em que o autor entre ele próprio com o conflito, é o caso da ação penal privada – crimes contra a honra. 
** Diferença entre ordinária e extraordinária = na ordinária as partes do processo fazem parte do conflito, já na extraordinária uma ou as duas partes não fazem parte do conflito.
 legitimidade ordinária e extraordinária (representantes)
Representação é o ato pelo qual alguém (representante) age em juízo (no processo) em nome alheio para defender direito material ou interesse alheio. Pode ser o tutor ou curador. Não fazem parte nem do conflito e nem do processo. 
A ação é proposta pelo nome do autor (qualificado na petição), mas se ele for incapaz é necessário que seja representado para que haja validade, sendo assim, o representante também será qualificado. Se isso não ocorrer os atos praticados do processo não possuem validade, são nulos. 
CLASSIFICAÇÃO
Válido para o campo penal, civil e trabalhista. Diferencia-se por meio da providencia jurisdicional solicitada pelo autor da ação. Conhecido como “remédios jurídicos” criados para “curar” as lides. 
Ação de conhecimento: se chama assim porque o ator leva ao conhecimento do juiz o conflito, para que assim o juiz possa produzir provas e julgar a lide. “Se presta a julgar o mérito” (o conflito de interesses). Resolve-se teoricamente o conflito.
- declaratória: “É aquela que se presta a declarar a existência ou inexistência de uma dada situação jurídica ou uma relação jurídica”. Foi criada para tirar a dúvida, tem por objeto a dúvida do sujeito. Se você tem duvida tem direito de entrar com uma ação declaratória para que se retire essa dúvida que deve ser pertinente e plausível. Exemplo: dúvida se um testamento é válido. 
Tirando-se a dúvida o juiz não pode ir além do que foi proposto, exemplo, entrar com um processo para tirar dúvida se meu caso gera danos morais ou não, o juiz não pode já executar os danos morais. Ação declaratória não gera sanção. 
- constitutiva: pode constituir ou desconstituir direitos. “É aquela que cria, modifica ou extinguem direitos”. Exemplo: divórcio pretende a extinção de uma relação jurídica (o casamento). 
Sempre vai ocorrer – ela modifica uma situação jurídica que você se encontra para criação de uma nova situação jurídica, ela transforma uma relação jurídica. 
Exemplo: ação de conhecimento (saber quem é o pai) irá criar uma relação jurídica. Outro exemplo, ação de adoção (cria-se uma nova relação jurídica). 
Exemplo: ação para retirar uma cláusula de um processo por ter juros abusivos, o que for eliminado é a cláusula não a relação jurídica, o contrato permanece válido, só houve uma modificação. 
- condenatória: “É aquela que visa a pretensão (sanção propriamente dita) de uma ação. 
PS: nem todo preceito secundário é uma sanção propriamente dita. Talvez seja uma consequência, mas não sanção. Consequentemente é necessário entrar com uma ação condenatória, mas na maioria das vezes esta no preceito secundário (principalmente penal). 
Ação de execução: é a ação que se presta a coagir o devedor a cumprir uma dada obrigação contida em documento com força de execução. 
É título executivo judicial (é pressuposto do processo de execução, precisa de um documento com força de execução para entrar com processo) ou Título executivo extrajudicial } documento com força de execução. 
Sentença condenatória dada na ação de conhecimento. Mecanismo para o cumprimento da obrigação (coação). Em regra o prazo para entrar com o processo de execução é de 5 anos, após esse período ocorre a prescrição. 
Quando o “perdedor” da ação de conhecimento não cumpre sua obrigação o “ganhador” entra com a ação de execução para o outro cumprir.
* O cheque devolvido: pode entrar com a ação de execução sem ter entrado com a ação de conhecimento. Nesse caso já se sabe quem é o devedor e quem não é. 
Ação cautelar (tutela de urgência) 
Ação acessória. Não resolve conflitos. É aquela ação que se presta a assegurar o resultado útil das ações principais (ação de conhecimento ou de execução). Exemplo: prisão preventiva ou busca e apreensão de bens. 
Permanece válida até acaba a ação de conhecimento ou até o cumprimento da obrigação na ação de execução. Assegura os direitos do autor. Antes ou durante as ações principais.

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