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03/10/2018 Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro http://www4.tjrj.jus.br/EJURIS/ImpressaoConsJuris.aspx?CodDoc=3109065&EmenPorAss=true&PageSeq=0 1/1 0040348-58.2014.8.19.0004 - RECURSO INOMINADO Juiz(a) SIMONE DALILA NACIF LOPES - Julgamento: 22/03/2016 - CAPITAL 5 TURMA RECURSAL DOS JUI ESP CIVEIS COOPERATIVA HABITACIONAL CONSÓRCIO DE BEM IMÓVEL INDUZIMENTO DE CONSUMIDOR A ERRO VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA TRANSPARÊNCIA E BOA FÉ FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO RESTITUIÇÃO DAS IMPORTÂNCIAS PAGAS DANO MORAL RECURSO Nº: 0040348-58.2014.8.19.0004 RECORRENTE: CARLOS HENRIQUE MONTEIRO LOBÃO RECORRIDA: KEROCASA COOPERATIVA HABITACIONAL VOTO Trata-se de recurso inominado em que o autor, ora recorrente, alega que a empresa ré, ora recorrida, não atendeu aos princípios da boa fé objetiva e transparência dos contratos, tendo induzido a aderir um contrato de consórcio quando acreditava tratar-se de financiamento imobiliário. Sentença a quo julgou improcedentes os pedidos, ante a ausência de prova mínima. Recurso Inominado interposto pelo autor em que requer a reforma da sentença para que a ré seja condenada ao pagamento de indenização por danos morais e a devolução do valor de R$ 7.001,67, efetivamente pago à ré. Entendo que houve omissão de informações no ato de adesão, já que o contrato possui cláusulas de difícil compreensão, caracterizando-se uma conduta abusiva da recorrida diante da hipossuficiência do consumidor, ocasionando evidente frustação em relação ao sonho da conquista da "casa própria". Vício de contrato por violação das normas consumeristas (art. 4º caput e art. 51). Falha do serviço caracterizada. O dano moral se opera in re ipsa, levando-se em conta a angústia experimentada pelo autor, ocasionada pela falta de transparência e informações claras e precisas a respeito das condições e natureza do contrato, que pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, e considerando o caráter punitivo/pedagógico, fixo o valor da indenização em R$ 10.000,00. Pelos mesmos fundamentos e pelos documentos acostados aos autos a devolução deve ser feita pelo valor total integralizado e comprovadamente pago (fls. 25 a 29), totalizando R$ 5.640,85 (cinco mil, seiscentos e quarenta reais e oitenta e cinco centavos). Diante do exposto, VOTO no sentido de conhecer do recurso e dar-lhe provimento para CONDENAR a ré a restituir o valor de 5.640,85 (cinco mil, seiscentos e quarenta reais e oitenta e cinco centavos), corrigido monetariamente a partir de cada desembolso e acrescidos dos juros de mora de 1% ao mês a contar da citação, e ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente a contar desta sessão e acrescidos de juros de 1% mês a partir da citação. Sem ônus sucumbenciais, porque não verificada a hipótese prevista no art. 55 caput da lei 9099/95. Rio de janeiro, 25 de fevereiro de 2016 SIMONE DALILA NACIF LOPES Juíza Relatora PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUINTA TURMA RECURSAL
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