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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE ENGENHARIA ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL PROFª MSc. ALINE NONATO 2018/1 1 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA 2 CONCEITOS BÁSICOS Grandeza física relacionada com o grau de vibração dos átomos e/ou moléculas que constituem o corpo. Temperatura Energia térmica em trânsito de um corpo de maior temperatura para um corpo de menor temperatura. Calor 3 Introdução CONCEITOS BÁSICOS • Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e possui massa. • Corpos são porções limitadas de matéria. • Material é toda espécie de matéria. • Substância é toda espécie química a que corresponde uma composição constante. • Energia é a capacidade de produzir trabalho. 4 Introdução CONCEITOS BÁSICOS • Temperatura a propriedade da matéria que reflete a média de energia cinética de um corpo. • Termometria é a parte da Termologia que estuda as medidas e medições das temperaturas. Inclui pirometria e criometria. • Pirometria medição de altas temperaturas, na faixa onde os efeitos de radiação térmica passam a se manifestar. • Criometria medição de baixas temperaturas, ou seja, aquelas próximas ao zero absoluto de temperatura. 5 Introdução PONTOS FIXOS DE TEMPERATURA Calor sensível é a quantidade de calor necessária para que uma substância mude a sua temperatura até que comece a sua mudança de estado, onde teremos o calor latente. 6 Introdução PONTOS FIXOS DE TEMPERATURA Calor latente: é a quantidade de calor que uma substância troca por grama durante a mudança de estado. Apesar do calor cedido à água ser constante durante toda a experiência, nota-se que durante a fusão do gelo, entre t1 e t2, e ebulição da água, entre t3 e t4 a temperatura permanece constante. 7 Introdução • Escalas de temperatura mais importantes: A temperatura é representada em uma escala numérica, onde, quanto maior o seu valor, maior é a energia cinética média dos átomos do corpo em questão. 8 Introdução ESCALAS DE TEMPERATURA • A temperatura é quantificada através de escalas padronizadas, as mais utilizadas são a escala Celsius [ºC] e a Fahrenheit [ºF], ambas com o nome de seus criadores. No Sistema Internacional (S.I.) utiliza-se a escala absoluta Kelvin, que é base para pesquisas e estudos científicos. 9 Introdução Relações básicas entre as escalas 10 Introdução Meios de transmissão de calor 11 Introdução Meios de transmissão de calor 12 Introdução Condução: A condução é um processo pelo qual o calor flui de uma região de alta temperatura para outra de temperatura mais baixa, dentro de um sólido, líquido ou gás, ou entre meios diferentes em contato físico direto. Meios de transmissão de calor 13 Introdução Meios de transmissão de calor 14 Introdução Meios de transmissão de calor 15 Introdução MEDIDORES DE TEMPERATURA • A temperatura não pode ser determinada diretamente, mas deve ser deduzida a partir de seus efeitos elétricos ou físicos produzidos sobre uma substância, cujas características são conhecidas. Os medidores de temperatura são construídos baseados nesses efeitos. Medidores de Temperatura Termômetros de Efeito Mecânico Termômetros de Efeito Elétrico Medidores por Radiação 16 Medição de temperatura • Podemos dividir os medidores de temperatura em dois grandes grupos: Contato direto Termômetro à dilatação Termômetro à pressão Termômetro a par termoelétrico Termômetro à resistência elétrica Contato indireto Pirômetro óptico Pirômetro fotoelétrico Pirômetro de radiação 17 Medição de temperatura 18 Medição de temperatura • Quando a temperatura está variando rapidamente num processo industrial, por exemplo, o sistema de medição poderá não conseguir acompanhar esta variação (principalmente pela inércia térmica do sensor). T E M P E R A T U R A Tempo Temperatura correta Temperatura lida pelo sistema 19 Medição de temperatura • Mesmo quando se realiza uma medida estática de temperatura deve-se ter cuidado com a resposta do sensor, uma vez que ele leva um certo tempo para chegar a esse valor máximo. O tempo necessário para o sensor chegar a aproximadamente 63 % do valor máximo é chamado de constante de tempo, e a partir desse valor (geralmente fornecido pelo fabricante), é possível saber quanto se deve esperar para chegar ao valor máximo. T e m p e r a t u r a Tmax. 63% de Tmax. (constante de tempo) T e m p o 20 Medição de temperatura TERMÔMETRO DE DILATAÇÃO DE LÍQUIDO Os termômetros de dilatação de líquido baseiam-se na lei de expansão volumétrica de um líquido com a temperatura dentro de um recipiente fechado. Leitura (direta) da altura da coluna líquida • Termômetro de vidro • Tipos de líquidos utilizados: • Mercúrio • Álcool etílico • Tolueno Contato Direto/ Efeito mecânico 21 Medição de temperatura •Os termômetros são de dois tipos: • Imersão Total - São calibrados para leitura correta quando a coluna de líquido está imersa completamente no fluído medido. • Imersão Parcial - São calibrados para leitura correta quando imersos numa quantidade definida com a porção exposta numa temperatura definida. TERMÔMETRO DE DILATAÇÃO DE LÍQUIDO Contato Direto/ Efeito mecânico 22 Medição de temperatura TERMÔMETRO DE VIDRO 23 Medição de temperatura TERMÔMETRO DE DILATAÇÃO DE SÓLIDOS Termômetro bimetálico Dois metais de diferentes coeficientes de dilatação linear são unidos numa determinada temperatura. Ao submeter à junta a uma temperatura determinada ela se curvará no sentido da indicação da temperatura. Contato Direto/ Efeito mecânico 24 Medição de temperatura O raio de curvatura é dado por: A B 2 3 2 1 t T TA B A combinação desta equação com relações apropriadas da resistência dos materiais permite o cálculo de deflexões de vários tipos de elementos em uso prático. onde: t = espessura total da placa A e B = coeficientes de dilatação T2 -T1 = variação de temperatura TERMÔMETRO BIMETÁLICO 25 Medição de temperatura • Como os metais vão se dilatar causando diferença no seu comprimento, é possível controlar um contato elétrico do tipo liga-desliga. Quando a junção metálica está fria, os metais estão encostados um ao outro. À medida que ela esquenta, os metais se dilatam até abrirem o contato. Ao abrir o contato, a corrente elétrica é interrompida, sem corrente elétrica, os metais esfriam, tornando a encostarem e recomeçando o ciclo. TERMÔMETRO BIMETÁLICO 26 Medição de temperatura • Aplicações: • Sistema de chaveamento para desligar o sistema em casos de sobrecarga em aparelhos elétricos • Ao fluir a corrente elétrica pelo bimetal há seu aquecimento e expansão, provocando a abertura da chave quando há uma corrente excessiva. • Tipos de metais utilizados • Invar (64%Fe-36%Ni) • Latão ou níquel (temperaturas mais elevadas) • Grau de precisão de medida • Imprecisões da ordem de 0,5 a 1% do intervalo de escala devem ser esperados em termômetros bimetálicos de alta qualidade.TERMÔMETRO BIMETÁLICO 27 Medição de temperatura TERMÔMETRO BIMETÁLICO Contato Direto/ Efeito mecânico 28 Medição de temperatura TERMÔMETRO BIMETÁLICO 29 Medição de temperatura Estes termômetros utilizam o princípio de expansão dos líquidos em espaço confinado para produzir pressão a ser utilizada para operar um tubo de Bourdon, fole ou diafragma mostrando a temperatura de atuação. TERMÔMETROS DE PRESSÃO Contato Direto/ Efeito mecânico 30 Medição de temperatura MANÔMETRO BOURDON 31 Medição de temperatura Termômetros de pressão podem ser classificados em 4 grupos: •Classe 1 - Sistemas cheios com líquidos (excluindo mercúrio) •Classe 2 - Sistemas com vapor •Classe 3 - Sistemas cheios de gás •Classe 4 - Sistemas cheios com mercúrio CLASSIFICAÇÃO DOS TERMÔMETROS DE PRESSÃO Contato Direto/ Efeito mecânico 32 Medição de temperatura Classes I - Totalmente preenchido com líquidos Fluídos: Classe 1 - : Querosene (-50 a + 315 º C) Etilbenzeno (-85 a + 175 º C) Éter etílico (+20 a 90 oC) Naftaleno (-15 a + 260 º C) Etanol (-130 a +50 º C) Xileno (-40 a 400 oC) Classe 4, somente com mercúrio Termômetros de pressão Contato Direto/ Efeito mecânico 33 Medição de temperatura O termômetro a gás volume constante, obtém-se a temperatura em função da pressão Pg no ponto do gelo e da pressão Pv no ponto de vapor, resultando uma equação LINEAR semelhante á equação dos termômetros líquidos, só que em termos da pressão versus temperatura. TERMÔMETRO A GÁS 34 Medição de temperatura TERMÔMETRO À PRESSÃO DE GÁS • Tipos de gás de enchimento: 35 Medição de temperatura Gás é a substância na fase gasosa a uma temperatura superior à temperatura crítica. Mantida constante a temperatura, o gás não pode ser condensado por aumento de pressão. Em resumo, sendo Tc a temperatura crítica da substância, na fase gasosa, e T a temperatura em que ela se encontra, teremos: T < Tc = vapor – condensa-se por compressão isotérmica T > Tc = gás – não se condensa por compressão isotérmica TERMÔMETRO À PRESSÃO DE VAPOR • Tipos de enchimento • cloreto de metila, éter, propano, butano, tolueno e dióxido de enxofre 36 Medição de temperatura CONTATO INDIRETO / SENSORES SEM CONTATO • Um grande problema surge para a aplicação de termômetros de contato direto na medição de temperaturas de corpos em movimento. Portanto, são utilizado os sensores de temperatura sem contato, especialmente onde os sensores com contato não podem ser usados ou não são adequados. • Cada corpo radia energia em uma determinada faixa do espectro. Algumas faixas representam energia térmica que pode ser medida e analisada. • A análise de imagens térmicas corresponde a tirar uma “foto”, capturando o espectro de energia térmica do corpo (objeto). Pode-se observar que partes com temperaturas diferentes aparecem em cores diferentes 37 Medição de temperatura ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO • O espectro, isto é, a banda de comprimento de ondas, ou frequências, da radiação térmica vai de 0,1 μm a 1000 μm (3 x 1015 Hz e 3 x 1011 Hz, respectivamente). • A banda entre 0,4 microns (7,5 x 1014 Hz) e 0,7 microns (4,28 x 1014 Hz) é o espectro visível. 38 Medição de temperatura Alta energia Baixa energia Espectro eletromagnético Faixa de aplicação de pirômetros 39 Espectro visível 700 nm 400 nm Medição de temperatura 40 Medição de temperatura Detectores de Radiação •Em todos os termômetros de radiação, a radiação do corpo a ser medido é focalizada no detector de radiação que produz um sinal elétrico, podendo o sensoriamento ser feito por: •Detector Térmico •Detector de Fótons •Os Detectores Térmicos são elementos enegrecidos projetados para absorver o máximo de radiação incidente. A radiação absorvida provoca o aumento de temperatura do detector até que se atinja o equilíbrio com perdas de calor para o meio vizinho. •Os detectores térmicos medem esta temperatura, usando um termômetro de resistência ou o princípio dos termopares. 41 Medição de temperatura Detectores de Radiação 42 Medição de temperatura Detectores de Radiação •Nos detectores de fótons, a radiação incidente (fótons) libera elétrons na estrutura do detector e produz um efeito elétrico mensurável. •Este tipo de detecção tem uma resposta alta, porém, a sensibilidade dos detectores de fótons varia com o comprimento de onda. •Os detectores de fótons em geral operam nos modos fotocondutivos, fotovoltaicos e fotoeletromagnéticos. 43 Medição de temperatura Detectores de Radiação •Detectores Fotocondutivos - Exibem uma resistência elétrica que muda o nível de radiação incidente. •Detectores Fotovoltaicos - empregam uma barreira fotossensitiva de alta resistência, depositada entre duas camadas de material condutor. Ocorre uma d.d.p. entre essas duas camadas quando a célula é exposta a radiação. •Detectores Fotoeletromagnéticos - Utiliza-se o efeito Hall, sendo que um cristal fica sujeito a um intenso campo magnético que gera uma ddp através das extremidades do cristal. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA POR PIRÔMETRO ÓPTICO Trabalham por comparação de cor, o operador do medidor faz uma comparação entre a cor de um filamento aquecido ao rubro com a cor do objeto em medição. Compara a intensidade de radiação a uma fonte de referência. Opera com radiação no espectro visível. Para medidas acima de 500o C (mínimo) até 2900 o C. Contendo filtros especiais pode–se medir até 5500 o C. Contato Indireto/ Leitor óptico 44 Medição de temperatura PIRÔMETRO ÓPTICO 45 Medição de temperatura PIRÔMETROS ÓPTICOS APLICAÇÕES: • São aplicados em laboratórios e indústrias para medir temperaturas acima de 700o C; • Industrialmente são usados para medidas inacessíveis como fusão de metais, interiores de fornos, temperaturas de superfícies e filamentos incandescentes; • Processos de calibração para pirômetros de radiação e termopares com tubos protegidos. 46 Medição de temperatura PIRÔMETRO DE RADIAÇÃO • Os grandes avanços tecnológicos propiciados pela Ciência dos Materiais permitiram o desenvolvimento de detectores de radiação infravermelho pequenos, duráveis e extremamente precisos. Com o intuito de ampliar a faixa de atuação dos pirômetros ópticos e com o objetivo primordial de eliminar a subjetividade advinda do operador, o desenvolvimento de medidores de temperatura baseado em radiação constituiu para um caminho natural no desenvolvimento das técnicas de medição de temperatura sem contato. Contato Indireto/ Radiação 47 Medição de temperatura PIRÔMETRO DE RADIAÇÃO • A Pirometria de Radiação relaciona a temperatura de um corpo negro com a sua radioatividade ou potência emissiva. • A emissividade de uma substância é função de sua temperatura e direção do ângulo de observação da radiação emitida. • Na maior parte desses medidores de temperatura a radiação é coletada por um arranjo óptico fixo e dirigida a um detector, onde gera ou altera um sinal elétrico. Contato Indireto/ Radiação 48 Medição de temperaturaPIRÔMETRO DE RADIAÇÃO • Tipos de Pirômetros de Radiação Pirômetros de faixa Larga Procuram medir a maior quantidade possível de energia radiante emitida pelo corpo quente, sendo por isso chamado pirômetro de radiação total. São utilizados geralmente para indicações e controle automático industrial, cobrindo todas as faixas de temperatura. Em geral apresentam uma resposta dentro da faixa de 0,3 a 20 μm. Pirômetro de passagem de faixa única Funcionam numa faixa estreita, escolhida, do espectro de energia com centro num ponto desejável. Contato Indireto/ Radiação 49 Medição de temperatura PIRÔMETRO FOTOELÉTRICO • Os pirômetros fotoelétricos normalmente empregam sensores que atuam na faixa do infravermelho; • Abrangem uma faixa de temperatura maior do que os pirômetros de radiação total e óptico; • São mais rápidos, respondendo na casa dos milissegundos. • Sua faixa de uso pode ser descrita de 0 a 3.600 C. Contato Indireto/ Infravermelho 50 Medição de temperatura PIRÔMETRO FOTOELÉTRICO • Possuem basicamente a mesma estrutura de um pirômetro de radiação total, só que o sensoriamento da temperatura é feito por um fotodiodo, e, consequentemente o circuito de leitura/processamento do sinal é diferente dos processos anteriores. • Os fotodiodos são junções P-N (Si ou Ge), onde a radiação incidente atinge a região da junção; esses diodos são operados com tensão reversa. Nessas condições, os elétrons não possuem energia suficiente para cruzar a barreira de potencial. Entretanto, com a radiação incidente, a colisão dos fótons com os elétrons fará com que os elétrons ganhem energia e cruzem a junção. A energia transportada pelos fótons depende de seu comprimento de onda. Contato Indireto/ Infravermelho 51 Medição de temperatura PIRÔMETRO FOTOELÉTRICO Aplicação • Tanto o pirômetro de radiação total como o óptico dificilmente se prestam para medições dinâmicas; além disso, no caso do pirômetro óptico, a acuidade visual do operador pesa no resultado final, o que não é interessante. Sensores de infravermelho não só operam em altas temperaturas, mas também podem ser usados nos chamados processos industriais a frio (forjamento, extrusão, trefilação, etc..). • Sua faixa de uso pode ser descrita de 0 a 3.600 graus Celsius. • Atualmente é o tipo de pirômetro mais utilizado, tem como vantagens a medição a distância, vasto range e rapidez. Contato Indireto/ Infravermelho 52 Medição de temperatura TERMÔMETROS DE EFEITO ELÉTRICO Este tipo de medição é mais conveniente já que estes métodos permitem obter um sinal mais facilmente detectável, amplificável e usado para propósitos de controle. Estes tipos de sensores podem ser encontrados em qualquer instalação industrial devido a sua praticidade e eficiência. Ou seja, sua aplicação em larga escala se dá em virtude da sua praticidade, capacidade de operar em altas temperaturas e por fornecer respostas rápidas. 53 Medição de temperatura • Como os termopares são fios metálicos, sem rigidez mecânica, normalmente são instalados dentro de uma proteção mecânica, chamada de poço termométrico, construído em aço inoxidável AISI 304 ou 316, que também fornece proteção contra corrosão. TERMOELETRICIDADE / TERMOPARES 54 Medição de temperatura x y i T2=T. ambiente T1 “a” “b” Em 1821, o físico alemão Thomas Johann Seebeck observou que, unindo as extremidades de dois metais diferentes “x” e “y” e submetendo as junções “a” e “b” a temperaturas diferentes T1 e T2, surge uma f.e.m. (força eletromotriz, normalmente da ordem de mV) entre os pontos a e b, denominada “tensão termoelétrica”. TERMOELETRICIDADE / TERMOPARES 55 Medição de temperatura TERMOPARES • Um termopar é um sensor que compreende dois pedaços de fios dissimilares, unidos em uma das extremidades. Essa união constitui um circuito termoelétrico, ou seja, a capacidade de variar FEM através da variação da temperatura. Junta Quente Junta Fria 56 Medição de temperatura Este fenômeno é conhecido por "Efeito Seebeck". Em outras palavras, ao se conectar dois metais diferentes (ou ligas metálicas), tem-se um circuito tal que, se as junções “a” e “b” forem mantidas em temperaturas diferentes T1 e T2, surgirá uma f.e.m. termoelétrica e uma corrente elétrica “i” circulará pelo chamado "par termoelétrico” ou "termopar". Qualquer ponto deste circuito poderá ser aberto e nele inserido o instrumento para medir a f.e.m. TERMOELETRICIDADE TERMOPARES 57 Medição de temperatura Dois metais diferentes, “x” e “y” com as extremidades unidas e mantidas a temperaturas diferentes. Abrindo o circuito em qualquer ponto e inserindo um instrumento adequado, tem-se o valor da f.e.m. x y i T2=T. ambiente T1 “a” “b” x y i T2=T. ambiente T1 “a” “b” x TERMOELETRICIDADE TERMOPARES 58 Medição de temperatura TIPOS DE TERMOPARES • Os vários tipos de metais ou ligas comumente empregados na constituição de termopares dependem em primeiro lugar da temperatura a medir. Existe uma série de termopares padronizados segundo uma determinada faixa de aplicação levando em conta também outros fatores, tais como ambiente e tipo de material que se deseja medir. 59 Medição de temperatura ATMOSFERA INERTE: Meio neutro na qual contém gases nobres como argônio, xenônio e outros. ATMOSFERA OXIDANTE: Meio que contém oxigênio. ATMOSFERA REDUTORA: Meio na qual contém falta de oxigênio ou excesso de hidrogênio ou monóxido de carbono. ATMOSFERA SULFUROSA: Meio que contém enxofre na sua composição. Tipo Liga Faixa de Operação (ºC) e (mV) Características Genéricas T Cobre/Constantan Cu/CuNi -200 à +350 20.872 Pode apresentar problemas de oxidação. Bom na presença de umidade. Recomendável para baixas temperaturas e meios criogênicos. J Ferro/Constantan Fe/CuNi +1000 -8.095 a 69.553 Atmosferas redutoras, inertes e com condições de vácuo. Limitações em atmosferas oxidantes a elevadas temperaturas. Não recomendado para baixas temperaturas. K Cromel/Alumel NiCr/NiAl - +1300 54.886 Atmosferas oxidantes e inertes. Limitações na utilização em vácuo ou em atmosferas redutoras. A sua sensibilidade é muito aproximadamente linear. S Platina-10% Ródio / Platina Pt10%Rh / Pt 1500 18.693 Atmosferas oxidantes ou inertes. Não deve ser inserido em tubos metálicos. Utilizado a altas temperaturas. Sensível a contaminações. R Platina-13% Ródio / Platina Pt13%Rh/Pt 1500 0.226 a 21.101 Semelhante ao termopar tipo S B Platina-30% Ródio / Platina-6% Ródio Pt30%Rh/Pt6%Rh 1820 0 a 13.820 Atmosferas oxidantes ou inertes. Não deve ser inserido em tubos metálicos. Utilizado a altas temperaturas. Sensível a contaminações. Muito habitual na industria do vidro. E Cromel/Constantan NiCr/CuNi 1000 76.373 Atmosferas oxidantes ou inertes. Uso limitado em atmosferas redutoras e , entre todos, a mais elevada f.e.m. 60 Medição de temperatura LIGAS METÁLICAS: • O Cromel é uma liga de Níquel e Cromo; • Costantan é uma liga de Cobre e Níquel; • Alumel é uma liga de Níquel e Alumínio. O termopar tipo E é o que apresenta a maior geração de mV/°C, sendo útil na detecção de pequenas variações de temperatura. O termopar tipo K é o mais usado na indústria devido à sua grande faixa de trabalho e ao custo menor quando comparado com o termoparformado por ligas nobres, como o tipo R. 61 Medição de temperatura TERMOPAR • A princípio, um termopar pode ser confeccionado com dois metais diferentes quaisquer, entretanto, devido a uma série de fatores (contaminação, custos, repetibilidade, ponto de fusão, homogeneidade, facilidade de produção, fácil soldagem, etc.), são oferecidas algumas combinações padrões. O gráfico a seguir relaciona a f.e.m. e a temperatura das juntas mais comuns. 62 Medição de temperatura CORRELAÇÃO DA FEM EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA 63 Medição de temperatura FAIXA DE TEMPERATURA DE OPERAÇÃO PARA DIFERENTES TIPOS DE TERMOPARES 64 Medição de temperatura Bainha metálica Fios do termopar Terminal quente aterrado Isolamento cerâmico Terminal quente exposto -nú Terminal quente isolada Diferentes formas de junção Configuração final do conjunto termopar 65 Medição de temperatura TERMOPAR Uma grande vantagem do termopar é o fato de o diâmetro e o comprimento do fio não interferir no potencial gerado. Devido ao fato da temperatura indicada por um sistema de termopares ser somente a da junção entre os dois metais diferentes, o sistema pode ser utilizado para tomar a temperatura de uma área muito pequena. Seu tamanho compacto também significa uma pequena inércia térmica e uma resposta rápida as variações de temperatura. 66 Medição de temperatura “A força eletromotriz "e" de um termopar depende somente da natureza dos condutores e da diferença de temperatura entre as junções de contato”. Se as junções estiverem a mesma temperatura, a f.e.m. gerada pelo termopar é nula. 1A LEI TERMOELÉTRICA 67 Medição de temperatura Algumas consequências importantes da 1a Lei A f.e.m. gerada pelo termopar independe do ponto escolhido para medir o sinal. Por isso, ao confeccionar o termopar, numa das junções não é realizada a solda, introduzindo-se alí o instrumento. • Lei do circuito homogêneo 68 Medição de temperatura A Figura a seguir mostra um termopar usado para medir a temperatura T1; o instrumento indicará uma voltagem proporcional a diferença (T1 - T2 ) .T2 pode ser medida com um termômetro convencional. A tensão de circuito aberto através da junção de referência é a chamada tensão de Seebeck e aumenta à medida que a diferença de temperatura entre as junções aumenta. x y a b T 1 T 2 Cu Cu RT e Rv Na montagem apresentada na Figura acima, o sinal lido no instrumento é proporcional a (T1 – T2) 69 Medição de temperatura Algumas consequências importantes da 1a Lei A f.e.m. do termopar não será afetada se em qualquer ponto do circuito for inserido um terceiro metal, desde que suas junções sejam mantidas a mesma temperatura. • Lei dos metais intermediários 70 Medição de temperatura Termopar y T 1 T 2 Fios de compensação T 3 x Na maioria dos casos, sobretudo em aplicações industriais, o instrumento de medida e o termopar necessitam estar relativamente afastados. Desta forma, os terminais do termopar poderão ser conectados a uma espécie de cabeçote, e, a partir deste cabeçote são adaptados fios de compensação (praticamente com as mesmas características dos fios do termopar, porém mais baratos) até o instrumento. Termopar com fios de compensação TERMOELETRICIDADE TERMOPARES 71 Medição de temperatura Termopar y T 1 T 2 Fios de compensação T 3 x Na montagem apresentada na Figura acima, o sinal lido no instrumento é proporcional a (T1 - T3), já que os fios de compensação possuem as mesmas características do termopar (é como se existisse um único termopar). Note que, se os fios fossem de cobre (fios comuns) o sinal lido pelo instrumento seria proporcional a (T1 - T2). TERMOELETRICIDADE TERMOPARES 72 Medição de temperatura 2a Lei Termoelétrica (Lei das Temperaturas Intermediárias) “Se dois metais homogêneos diferentes produzem uma f.e.m. E1 quando as junções estão às temperaturas T1 e T2, e uma f.e.m. E2, quando as junções estão a T2 e T3, a f.e.m. gerada quando as junções estão a T1 e T3 será E1 + E2”. 73 Medição de temperatura • Lei das temperaturas intermediárias T1 = 538°C T2 = 38°C T3 = 24°C E1 E2 E3=E1+E2 74 Medição de temperatura TABELA TEMPERATURA X VOLTAGEM ELÉTRICA • Se o instrumento for um voltímetro, a interpretação dos dados requererá informação extra a respeito da temperatura de referência e da tabela do termopar, caso contrário esta informação pode estar incluída no instrumento e a temperatura ser indicada diretamente. Ex.: 43ºC = 2,216 mV 75 Medição de temperatura Em 1834, Jean Peltier, mostrou, através de experimentos, que quando se passa uma pequena corrente elétrica através da junção de dois fios diferentes, em uma direção, a junção se resfria, e assim absorve calor de sua vizinhança. Quando a direção de corrente é invertida, a junção se aquece. E assim libera calor para a vizinhança. O EFEITO PELTIER 76 Medição de temperatura Quando se introduz um gerador em um circuito formado por um par termoelétrico com ambas extremidades unidas e à mesma temperatura inicial, ao circular uma corrente elétrica "I" pelo circuito, observa-se que em uma das junções ocorre um resfriamento T, enquanto na outra junção ocorre um aquecimento de mesmo valor. Ao se inverter o sentido da corrente elétrica inverte-se também o efeito de aquecimento e resfriamento nas junções. O EFEITO PELTIER 77 Medição de temperatura O efeito Peltier pode ser descrito como uma espécie de "bomba de calor", que "sulga" calor de um dos lados, e o dissipa do lado oposto. Isto significa que temos um lado frio e um lado quente. O lado frio, é o que sulga o calor, que naturalmente é o que ficará e contato com o processador, enquanto o lado quente em geral é fixado a um cooler convencional, que ajuda a dissipar o calor gerado, evitando que o peltier se superaqueça. Como o peltier deve cobrir toda a área de contato do processador, existem peltiers de vários tamanhos. UMA APLICAÇÃO DO EFEITO PELTIER – COOLER DE MICROPROCESSADORES 78 Medição de temperatura Os peltiers são bem mais eficientes que os coolers convencionais, mas naturalmente possuem suas desvantagens. 1.Consomem uma quantidade absurda de eletricidade. Os modelos mais "econômicos" consomem por volta de 70 watts; 2.Peltiers geram uma grande quantidade de calor durante seu funcionamento, que somado com o calor "sugado" é dissipado pela face quente. Apesar do processador ficar mais frio, a quantidade de calor irradiada para o restante do micro será maior. 3.Condensa umidade devido ao processador demorar um certo tempo para esquentar e o Peltier começar a trabalhar imediatamente. Portanto, a sua face fria fica realmente gelada até que o processador esquente, causando um grande acumulo de umidade ou até mesmo “água em estado liquido”. UMA APLICAÇÃO DO EFEITO PELTIER – COOLER DE MICROPROCESSADORES 79 Medição de temperatura Figura1- Diversos termopares com finalidades aplicativas diferentes. Figura 2 - Terminais para termopares - conexão com cabos de compensação. Figura 3 - Termopares com proteção diversa (bainha de inox, tubo de inox). Figura 4 - Termopar especial com base magnética para fixação em dispositivos metálicos. 80 Medição de temperaturaFigura 5 - Termopar com indicador digital de temperatura. Figura 6 - Termopar com dispositivo especial para fixação com parafuso. Figura 7 - Termopar com sistema “auto-adesivo”, evitando necessidade de solda ou operação mecânica (furos,..). 81 Medição de temperatura Os “termômetros de resistência”, ou termorresistivos (RTD), funcionam baseados no fato de que a resistência de uma grande gama de materiais varia com a temperatura; de um modo geral, os metais aumentam a resistência com a temperatura, ao passo que os semicondutores diminuem a resistência com a temperatura. TERMÔMETROS DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA 82 Medição de temperatura TERMORRESISTORES • Os metais mais usados são os fios de platina, Pt100, e o de níquel, Ni120, assim chamados por apresentarem resistência de 100 e 120 ohms, respectivamente, à temperatura de zero grau Celsius. • O Pt100 opera na faixa de – 200 a 850°C, enquanto o Ni120, - 50 a 270°C. • A sigla significa o metal (Pt – Platina) e a resistência à temperatura de 0°C. • São precisos na medida: Os comuns tem erro de 0,1 ºC, enquanto de platina pode chegar a 0,0001 °C 83 Medição de temperatura TERMORRESISTORES • Como os termopares, as termorresistência precisam de uma estrutura que lhes dê proteção física e proteção contra a corrosão, chamada de poço termométrico. 84 Medição de temperatura Normalmente, o bulbo de resistência é montado em uma bainha de aço inox, totalmente preenchida com óxido de magnésio, de tal maneira que haja uma ótima condução térmica e proteção do bulbo com relação a choques mecânicos. A isolação elétrica entre o bulbo e a bainha obedece a mesma norma ASTM E 1137. TERMORRESISTORES/ ASPECTOS CONSTRUTIVOS 85 Medição de temperatura TERMORRESISTORES O tipo de metal utilizado na confecção de bulbos sensores de temperatura, deve possui características apropriadas, como: • Maior coeficiente de variação de resistência com a temperatura (α1, α2, ... αn), quanto maior o coeficiente, maior será a variação da resistência para uma mesma variação de temperatura, tornando mais fácil e precisa a sua medição. • Maior resistividade, isto é, para pequenas dimensões de fio uma alta resistência inicial. 86 Medição de temperatura TERMORRESISTORES • Estabilidade do metal para as variações de temperatura e condições do meio (resistência à corrosão, baixa histerese, etc.). • Linearidade entre a variação de resistência e a temperatura, produzindo escalas de leitura de maior precisão e com maior comodidade de leitura. 87 Medição de temperatura Pode-se citar alguns α (0 a 100 °C) de Materiais comumente utilizados em RTDs 88 Medição de temperatura Para pequenas variações de temperatura a serem medidas é válida a equação: RT = Ro[1 + (T-To)] onde •Ro é a resistência a 0 C, •RT é a resistência na temperatura T e • é o coeficiente de temperatura do metal. TERMORRESISTORES 89 Medição de temperatura • Atualmente, as termorresistências de Platina são as mais utilizadas, devido a sua grande estabilidade, larga faixa de utilização e alta precisão. • Pt-25,5 • PT-100 • PT-120, • PT-130/PT-500, sendo que o mais conhecido e usado industrialmente é o PT-100 (a 0C). Sua faixa de uso vai de -200 a 650 C, conforme a norma ASTM E1137; entretanto, a norma DIN IEC 751 padronizou sua faixa de -200 a 850 C. 90 Medição de temperatura •Os termômetros de resistência são considerados sensores de alta precisão e ótima repetibilidade de leitura, que é a característica de confiabilidade da termorresistência. •Quando metais são usados, o elemento sensor é normalmente confeccionado de Platina com o mais alto grau de pureza e encapsulados em bulbos de cerâmica ou vidro. TERMORRESISTORES 91 Medição de temperatura VANTAGENS DOS TERMORRESISTORES: a) Possuem maior precisão dentro da faixa de utilização do que outros tipos de sensores. b) Com ligação adequada não existe limitação para distância de operação. c) Dispensa utilização de fiação especial para ligação. d) Se adequadamente protegido, permite utilização em qualquer ambiente. e) Têm boas características de reprodutibilidade. f) Em alguns casos substitui o termopar com grande vantagem. 92 Medição de temperatura DESVANTAGENS DOS TERMORRESISTORES: a) São mais caros do que os sensores utilizados nessa mesma faixa. b) Deterioram-se com mais facilidade, caso haja excesso na sua temperatura máxima de utilização. c) Temperatura máxima de utilização 650 °C (norma ASTM). d) É necessário que todo o corpo do bulbo esteja com a temperatura equilibrada para indicar corretamente. e) Alto tempo de resposta. 93 Medição de temperatura TERMORRESISTORES (a) sensores variados e alguns conectores; (b) sensor e cabeçote para aplicação industrial; (c) Sensores RTDs de conexão rápida. 94 Medição de temperatura TERMISTORES • São componentes de estado sólido feitos de materiais sintéticos especiais, cuja resistência varia com a temperatura de uma forma bastante comportada e reprodutível. Há dois tipos básicos: • Se a resistência aumenta com o aumento da temperatura, é do tipo PTC (Positive Temperature Coefficient). • Se a resistência diminui com o aumento da temperatura, é do tipo NTC (Negative Temperature Coefficient). Para medir a temperatura com um termistor é preciso que uma pequena corrente contínua circule por ele. 95 Medição de temperatura TERMÔMETROS DE TERMISTORES • Os sensores dos RTDs têm uma variação linear e crescente da resistência em relação à temperatura. Os termistores , por outro lado, têm um comportamento bastante não- linear e oposto, diminuem a resistência com o aumento da temperatura, mas fornecem um sinal mais intenso que os RTDs, que pode ser processado com mais simplicidade (menor custo) pelos circuitos elétricos e eletrônicos de medição. 96 Medição de temperatura RELAÇÃO RESISTÊNCIA / TEMPERATURA DOS TERMISTORES R é a resistência do termistor na temperatura T (), R0 = resistência na temperatura T0 (), é a constante característica do material (K), T é a temperatura a ser medida (K), T0 é a temperatura de referência (K) )T/1T/1( 0 0e R R 97 Medição de temperatura TERMISTORES Sensores termistores (a) padrão e (b) de filme. 98 Medição de temperatura MEDIDORES DE TEMPERATURA Método Faixa oC oF Termopares -200 a 1700 -330 a 4000 Termômetros de bulbo preenchidos -195 a 760 -320 a 1400 Termômetros de resistência -250 a 650 -420 a 1200 Termístores -195 a 450 -320 a 840 Pirômetros de Radiação -40 a 3000 -40 a 5400 99 Medição de temperatura UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE ENGENHARIA ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL PROFª MSc. ALINE NONATO 2018/1 100
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