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11. Eviccao

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EVICÇÃO
1. Definição:
- É a perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro;
- Ligada à idéia de perda, funciona como o vício redibitório, isto é, a proteção dos seus efeitos visam à garantia contratual nos contratos onerosos;
- Consiste a evicção na perda, pelo adquirente (evicto), da posse ou propriedade da coisa transferida, por força de uma sentença judicial ou ato administrativo que reconheceu o direito anterior de terceiro, denominado evictor;
- Protege-se o adquirente de alienação de coisa não pertencente ao alienante;
- Cristiano Chaves: “Perda da coisa em virtude de decisão judicial ou administrativa que concede o direito (total ou parcial) sobre ela, a um terceiro estranho à relação contratual em que se deu a aquisição”.
2. Origem:
- Direito romano;
- Se originou dos institutos denominados mancipatio e do stipulatio. Assim, caso o adquirente viesse a ser demandado por terceiro, antes de ocorrer o usucapião, poderia chamar o vendedor, a fim de que ele se apresentasse em juízo para assisti-lo e defendê-lo na lide. Se o vendedor se recusasse a comparecer, ou, se mesmo comparecendo, o adquirente se visse privado da coisa, teria este último direito à denominada actio auctoritatis, para obter o dobro do preço que havia pago no negócio.
3. Partes:
a) alienante – aquele que transfere a coisa viciada, de forma onerosa;
b) adquirente (evicto) – aquele que perde a coisa adquirida;
c) terceiro (evictor) – aquele que tem a decisão judicial ou a apreensão administrativa a seu favor;
4. Fundamentos jurídicos:
- A responsabilidade pela evicção decorre da lei, assim não precisa estar prevista no contrato;
- Caráter eminentemente garantista;
- * Recomposição do Sinalagma – Cristiano Chaves;
- Princípio da proibição do enriquecimento sem causa;
- Boa-fé objetiva;
5. Requisitos: art. 447
a) aquisição de um bem;
b) perda da posse ou da propriedade;
c) Preexistência do direito de Terceiro
d) prolação de uma sentença judicial ou execução de ato administrativo;
5.1 Aquisição de um bem:
- Contratos onerosos: estão fora da proteção contra os efeitos da evicção todos os contratos gratuitos translativos de posse e propriedade de bens. Ex: doação pura, uma vez que há ônus patrimoniais para apenas uma das partes;
- Aquisição em hasta pública: arrematação de bem móvel (leilão) ou imóvel (praça); Observe-se que não obstante a utilização do termo “hasta pública”, que tem como consequência a arrematação, nada impede que o instituto da evicção exista também na “adjudicação”; novidade do Código Civil de 2002.
5.2 Perda da posse ou da propriedade:
- o prejudicado, quando consumada a perda do bem, e consequentemente, a evicção, é o adquirente, também denominado evicto;
* Parcela da doutrina entende que basta a perda da posse para que o adquirente possa fazer valer o seu direito contra o alienante, isto é, não seria necessário que a sentença transitasse em julgado, nem tampouco a transferência do domínio.
5.3 Preexistência do direito de Terceiro:
- A privação do direito será inexoravelmente justificada por uma causa anterior ao contrato que serviu como título da aquisição do direito pelo evicto;
OBS: Evicção Invertida: decorre do direito italiano, trata-se de situação em que o adquirente não obteve o direito eficazmente, mas acaba por adquirir o direito por outro título, mas sem a cooperação do devedor.
5.4 Prolação de uma sentença judicial ou execução de ato administrativo:
- o evicto sucumbe ante o evictor no bojo de uma ação reivindicatória, em que este último formula a sua pretensão de direito real em face da coisa, que acaba por ser acolhida;
- também há a perda em razão de um ato administrativo, como, por exemplo, uma apreensão policial; nesse caso, ainda que não haja sentença judicial, seria possível o manejo de ação judicial do evicto contra o alienante do veículo no sentido de pleitear a justa compensação por sua perda;
6. Direitos do evicto: art. 450
- Pretensão tipicamente indenizatória:
a) restituição integral do preço ou das quantias que pagou;
b) indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
c) indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
d) custas judiciais e os honorários do advogado por ele constituído;
* Vale notar que a obrigação subsiste para o alienante, ainda que a coisa esteja deteriorada, exceto se tiver havido dolo do adquirente – art. 451;
* Caso o evicto já tenha sido compensado pelas deteriorações, o alienante poderá, obviamente, deduzir o valor dessas vantagens da quantia que teria de restituir-lhe – art. 452;
7. Espécies de evicção:
7.1 Evicção parcial:
- Nesse caso, isto é, quando da perda não-integral da coisa alienada, poderá o evicto optar entre a dissolução do contrato ou a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido - art. 455, 1ª parte;
- Ex: fazenda, lotes de carros, prédio de apartamentos;
- caso não seja considerável a evicção, terá direito apenas à indenização – art. 455, 2ª parte;
8. Cláusula de não-evicção – art. 448:
- As partes podem excluir, diminuir ou aumentar a garantia decorrente da evicção;[1: Quanto ao reforço em relação à evicção, diante da vedação do enriquecimento sem causa, tem-se entendido que o limite é o dobro do valor da coisa, o que é correto, pela função social dos pactos.]
- Essa possibilidade só pode ocorrer mediante cláusula expressa nesse sentido, nunca podendo, pois, ser implícita (presumir-se), consoante deflui claramente da primeira parte do art. 448;
- Conforme exposto no art. 449 c/c art. 457, mesmo que no contrato conste a cláusula “o alienante não responde pelos riscos da evicção”, ainda assim o evicto (a quem não houvesse sido noticiado o risco de perda ou, mesmo informado, que não tenha assumido esse risco) terá, ao menos, o direito de receber o preço pago. Não terá, portanto, direito à indenização pelos frutos restituídos, benfeitorias ou outras despesas, assistindo-lhe apenas o direito de haver de volta a quantia que pagou pela coisa que evenceu.
OBS: Segundo a doutrina dominante, portanto, o alienante somente ficará totalmente isento de responsabilidade se pactuada a cláusula de exclusão e o adquirente for informado sobre o risco da evicção (sabia do risco e a aceitou).
9. Benfeitorias – art. 453 e 454:
- As benfeitorias necessárias ou as úteis, não pagas (abonadas) ao que sofreu a evicção, serão devidas pelo alienante. ou seja, caso o terceiro (evictor) não as pague, a responsabilidade recai sobre a pessoa que alienou a coisa perdida – art. 453.
- Evictor é o responsável original;
- Caso as benfeitorias tenham sido feitas pelo alienante, seu valor, abonado pelo evictor, será descontado da quantia a ser restituída por ele ao evicto;

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