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Análise Textual Sarah Barbieri Aula 8 Nesta aula... • Língua Padrão / Língua Culta • Gramática Tradicional / Normativa • Uso e Norma • Preconceito Linguístico 2 Língua Padrão e Língua Culta Se pensarmos em termos puramente científicos, não há erro no uso da língua. Ao utilizar a língua portuguesa, por exemplo, nas suas variantes, os falantes não a utilizam de forma errada, mas de forma diferente. Entretanto, existe, de fato, a necessidade de uma língua padrão para que haja unidade, no uso do idioma, em contextos mais monitorados, como nas situações escolares de ensino-aprendizagem, nos textos formais (científicos, acadêmicos, legislativos etc.), no ambiente de trabalho... 3 Gramática Tradicional A gramática tradicional – aquela usada em instituições de ensino – enquadra-se no domínio do normativo, isto é, que define “certo” e “errado”, que prescreve como a língua deve ser empregada e proscreve o que não deve ser dito. 4 © K o n s t a n t i n o s K o k k i n i s | D r e a m s t i m e . c o m Gramática Normativa A gramática normativa contempla usos que, por razões menos linguísticas e mais socioculturais e históricas, contam com maior prestígio social. “Ao outro dia, ao almoço, Amélia estava pálida, com as olheiras até ao meio da face” (Eça de Queirós, in CUNHA E CINTRA, 2001:69). “Vi-os felizes a todos quatro” (Machado de Assis, in CUNHA E CINTRA,op.cit.,1126). 5 Gramática normativa • Pilar da norma padrão; deve ser trabalhada na universidade, pois é esperado que falantes escolarizados a dominem nas situações de uso formais. • Exemplos retirados dos cânones literários; muitas vezes, distantes do uso. h t t p : / / w w w . e s c o l a i n t e r a t i v a . c o m . b r Prescrição e uso Norma Padrão e Variações Linguísticas • A norma padrão: conceito tradicional, idealizado pelos gramáticos e tratada como modelo. É parcialmente modificada ao longo do tempo. • Variações: são concretas. Sua concretização se dá pela fala que é ouvida, recolhida, registrada, comparada, analisada pela Sociolinguística. 8 Vídeo José Luiz Fiorin fala da polêmica sobre o livro didático "Por uma Vida Melhor“ O uso e a norma linguística Uso: • Eu vi ele no shopping. • Eu vou te dar um presente. • Me empresta o lápis? • Assisti um filme lindo! Norma: • Eu o vi no shopping. • Dar-lhe-ei um presente. • Empreste-me o lápis? • Assisti a um filme lindo! O combate ao preconceito • Rotacismo (troca “l” por “r”, como em “pranta, pobrema, Framengo”): estigmatizado, característica de falantes não cultos. • Fenômeno comum e histórico na língua, em português: “praia” e “prata”, em espanhol: “playa” e “plata”. h t t p : / / p i x . m b z h o s t . c o m Certo ou errado? Adequado ao contexto – Cara, como foi o trem? – Prezado, qual foi o resultado da reunião? – Mano, tô trampando muito! – Senhor, tenho trabalhado excessivamente. Situações formais: norma padrão. Situações informais: norma coloquial. h t t p : / / w w w . c a n s t o c k p h o t o . c o m . b r A variação, a norma e o uso: uma questão de adequação • Há variação na própria língua padrão. • Gramáticos divergem em alguns tópicos gramaticais: infinitivo flexionado, colocação pronominal; conceitos, etc. • Na prática: não existe o falante idealizado pelas gramáticas e pelos puristas, ninguém segue 100% as normas. • A norma padrão não é superior às demais variedades, deve-se combater o preconceito linguístico. Referências bibliográficas BAGNO, M. Não é errado falar assim! Em defesa do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2009. BORTONI-RICARDO,S.M. educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2009. CAGLIARI, L. C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 1991. FARACO, C.A. Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2009. GONÇALVES, S.C.L. Gramaticalização, modalidade epistêmica e evidencialidade: um estudo de caso no português do Brasil. Campinas (IEL), 2003 Tese (doutorado). LYONS, J. Linguagem e linguística: uma introdução. RJ: Jorge Zahar Editor, 1981. MARTINS, A. Evidencialidade no discurso dos media. In: Linguísticos/ Linguistics Studies. Lisboa: Colibri, 2010. MOLLICA, C. A influência da fala na alfabetização. RJ: Tempo Brasileiro, 1998. OLIVEIRA, M. R. Preconceito linguístico. In; PERES, D. (ORG.) 1º SELES. Seminário sobre Leitura e Escrita. Avaliação da redação no vestibular da UFF: Niterói: EDUFF, 2006. SCHERRE, M. M.P. Doa-se lindos filhotes de poodle: variação linguística, mídia e preconceito. São Paulo: Parábola, 2005. TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2003. Análise Textual Sarah Barbieri Atividade 8 16 Nas frases a seguir, identifique os desvios da norma gramatical. Seria possível justificar esses desvios? • “Vem pra Caixa você também!” • “E você pedestre atravessa na faixa!” 17
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