Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lipídeos, lipoproteínas e apolipoproteínas Prof. Wanderlan Pontes IMPORTÂNCIA DOS LIPÍDEOS • Hormônios ou precursores de hormônios • Auxilia na digestão • Armazenamento e fonte de energia metabólica • São componentes funcionais e estruturais das biomembranas • Serve-se de isolamento para permitir a condução nervosa e evitar perda de calor • Síntese de vitamina D PRINCIPAIS LIPÍDEOS • COLESTEROL • ÁCIDOS GRAXOS • TRIGLICÉRIDES • FOSFOLIPÍDEOS • Lipídeos: – Ácidos graxos • Cadeias saturadas, mono ou poliinsaturadas – Triglicerídeos • Forma de armazenamento – Fosfolipídios • Constituintes estruturais de membrana – Colesterol • Precursor de hormônios esteróides, ácidos biliares, vitamina D, constituinte de membrana Aspectos Gerais • Derivado do ciclopentano peridrofenantreno com um grupamento hidroxila na posição 3 e uma ramificação alifática de 8 carbonos na posição 17 • 2/3 do colesterol está esterificado • É componente das membranas celulares e precursor dos hormônios esteróides, ácidos biliares e vitamina D COLESTEROL TRIGLICÉRIDES • São sintetizados no fígado e intestino e são as formas mais importantes de armazenamento energético e armazenamento no tecido adiposo e no músculo. Lipoproteínas • As lipoproteínas são partículas que transportam lipídios apolares (insolúveis em água) em seu núcleo. • Estes complexos são constituídos por quantidades variáveis de colesterol e seus ésteres, triglicerídeos, fosfolipídeos e apoproteínas, sendo solúveis no plasma devido à natureza hidrófila da parte protéica Lipoproteínas • No plasma sanguíneo, os lipídeos são transportados sobre a forma de estruturas micelares as quais damos o nome de fosfolipídeos • As lipoproteínas plasmáticas apresentam uma monocamada de fosfolipídeos anfipáticos associados a proteínas (apoproteínas) e dentro dessa membrana lipídeos hidrofóbicos Lipoproteínas: estrutura e função • Responsáveis pelo transporte dos lipídeos no Plasma • Estrutura básica: núcleo apolar: triglicérides + ésteres de colesterol Fosfolipídeo Colesterol não esterificado Apoproteína superfície polar • Classes: – Quilomícrons • Maiores e menos densas, ricas em triglicerídeos, de origem intestinal – VLDL- Very Low Density Lipoprotein • Densidade muito baixa, origem hepática; – LDL- Low Density Lipoproteins • Densidade baixa, ricas em colesterol – HDL- High Density Lipoprotein • Densidade alta, mais pobre em colesterol – IDL- Intermediate Density Lipoprotein (Lipoproteina de densidade intermediária) Lipoproteínas: estrutura e função Lipoproteínas: estrutura e função Lipoproteínas: estrutura e função Quilomicrons • Apresentam na sua constituição cerca de 99% de triglicérides (lipídeos) • São as maiores lipoproteínas • São as lipoproteínas que apresentam menor densidade (devido à alta concentração de lipídeos) • São sintetizadas no RE das células epiteliais que revestem o intestino delgado • As apolipoproteinas dos quilomicrons incluem a apoB-48, apoE e apoC- II • Os quilomicrons transportam ácidos graxos da dieta, sob a forma de triglicérides, para os tecidos que os vão armazenar ou utilizar como energia Quando a dieta contém mais ácidos graxos do que os imediatamente necessários para combustível, estes são convertidos em triglicérides no fígado e empacotados com apolipoproteinas especificas em… VLDL (very low density lipoproteins) Cerca de 50% triglicérides e 20% colesterol Transportam triglicérides do fígado, onde são produzidos, para os demais tecidos As apolipoproteínas das VLDL são a apoB-100, apoC-I, apoC-III e apoE No músculo e tecido adiposo a ativação da lipoproteína lipase pela apoC-II promove a liberação dos ácidos graxos contidos nos triglicérides. A perda da maioria dos triglicérides converte algumas VLDL em VLDL remanescentes também chamadas IDL (intermediate density lipoproteins) IDL contém na sua constituição cerca de 30% de triglicérides e 30% de colesterol. IDL Captadas pelo fígado Convertidas em LDL HDL (high density lipoprotein) Originam-se no fígado e no intestino delgado como pequenas partículas ricas em proteínas (apoA-I, apoC-I, apoC- II, apoE) Contém uma enzima a lectina-colesterol acetil transferase (LCAT), que catalisa a formação de ésteres de colesterol a partir da lecitina (fosfatidilcolina) e colesterol As HDL, ricas em colesterol, retornam depois ao figado, onde o colesterol é descarregado, sendo convertido em sais biliares A Síntese dos quilomicrons No processo digestivo dos lipídeos, após hidrolise no lúmen intestinal e absorção ocorre a re-esterificação no interior dos enterócitos. Posteriormente estes lipídeos vão conjugar-se com apolipoproteínas (apo B48 e apo A) dando origem a quilomicrons imaturos. Depois de entrarem na corrente sanguínea, interagem com os HDL dos quais recebem componentes protéicos essenciais ao seu posterior metabolismo (apo C e apo E). Desta maneira formam- se quilomicrons maduros. O metabolismo dos quilomicrons Os quilomicrons maduros permanecem na corrente sanguínea apenas por 1 ou 2 horas (após ingestão de alimentos que rica em lipídeos), a partir desse momento dão origem a quilomicrons remanescentes Esta transformação implica a presença de uma enzima, a lipase lipopotéica, que esta presente na membrana externa dos tecidos extra-hepáticos degradando o interior dos quilomicrons, rico em trigliceróis,. Os quilomicrons apresentam na sua membrana um co-fator essencial à atividade desta enzima, a apo CII Os quilomicrons remanescentes contém uma apolipoproteína na sua membrana, a apoE que é reconhecida pelo fígado permitindo a entrada por endocitose LDL (low density lipoproteins) Contém cerca de 10% de triglicéridos e 50% de colesterol A apolipoproteína mais abundante é a apoB-100 Fazem o transporte de colesterol para os tecidos extra-hepáticos. Estes tecidos possuem receptores membranares específicos que reconhecem a apoB-100 Além de fazerem este transporte as LDL também regulam a produção de colesterol pelas células A Síntese e metabolismo das VLDL e IDL A síntese de VLDL é feita nos hepatócitos com o intuito de transportar para a corrente sanguínea os trigliceróis que ai se formam. Existem muitas semelhanças entre os processos de formação dos quilomicrons nas células do intestino e do VLDL no fígado Tal como os quilimicrons, as VLDL apresentam as apolipoproteínas apo CI, apoCII e apo CII, recebem apoproteínas do HDL (a apoproteína E, entre outras) e sofre a ação da Lipoproteína lipase. A Síntese e metabolismo das VLDL e IDL As proteínas lipídicas resultantes do processo hidrolítico por ação da Lipoproteína lipase são chamadas neste caso IDL que, tal como as quilomicrons remanescentes apresenta na sua membrana apoE ( as IDL contem também apoB100) As apoE presentes nas IDL e nos quilomicrons remanescentes vão ligar-se a receptores da membrana do fígado que podem ser de dois tipos: receptores das LDL – Ligam-se as apoE mas também se podem ligar às apoB100 das IDLs LRP (LDL receptor related protein) – Liga-se apenas ao apoE A Síntese e metabolismo das VLDL e IDL Esta ligação vai permitir a entrada das lipoproteínas no fígado por endocitose sendo posteriormente hidrolisadas pelos lisossomas doshepatócitos. Nota: Os produtos desta hidrolise vão para o citoplasma onde são usados no inicio de um novo ciclo do VLDL A síntese e metabolismo das LDL Parte das IDL dão origem a LDL mas o mecanismo pelo qual esta transformação se dá não é ainda compreendido, apesar de se supor que implique perda de fosfolípidos e apolipoproteínas. São as LDL que fazem a maior parte do transporte de colesterol no nosso organismo. Através da ligação á membrana pelo apoB100 ( as LDL perdem a apolipoproteina apoE) as LDL vão entrar nas células, especialmente para o fígado, onde tal como as IDL são hidrolisadas pelos lisossomas. Nos macrófagos dos tecidos existe um tipo diferente de receptor chamado “receptor de limpeza” que tem grande afinidade para os LDL A atividade dos receptores para o LDL são regulados pela quantidade de colesterol que existe na célula. Se a concertação for alta eles reduzem a sua atividade. A síntese e metabolismo das HDL A HDL é sintetizada e secretada tanto pelo fígado como pelo intestino. No entanto as HDL produzidas no intestino não apresentam nem apoE nem apoC tendo de receber, já depois de entrarem em circulação, estas apolipoproteínas das HDL do fígado. As HDL na sua forma imatura tem aspecto de pequenos discos de folheto duplo contendo apolipoproteínas dos tipos A, C e E. As HDL nascentes (imaturas) captam colesterol dos tecidos. O colesterol ao entrar nas HDL vai se esterificar dando um aspecto esférico a estas lipoproteínas. A formação destes ésteres de colesterol é catalisada pela lectina- colesterol acil trasferáse plasmatica (LCAT) que é ativada pela apoAI das HDL. Depois de captar o colesterol a HDL desloca-se até ao hepatócito onde a apolipoproteína apo AI (ou receptor de limpeza B1) permite a ligação das HDL às células. Após ligação à membrana o colesterol é “despejado” para dentro do hepatócito onde pode ser convertido em sais biliares ou excretado. As HDL vazias são recicladas e convertidas em HDL nascentes. A todo este processo protagonizado pelas HDL damos o nome de transporte reverso do colesterol As HDL também tem a função de repor as apolipoproteínas apoC e apoE para os quilomicrons e para as VLDL que dependem delas para funcionar corretamente. Apolipoproteinas • A composição protéica difere de uma clase de lipoproteina para outra, e seus constituintes são chamados Apolipoproteinas Função das apolipoproteinas • Ativar enzimas envolvidas no metabolismo lipídico (LCAT, LPL) • Manter a integridade estrutural do complexo lipídeo/proteína • Transportar os lipídeos para as células através do reconhecimento de receptores de superfície LIPOPROTEINA APOLIPOPROTEINAS PRINCIPAIS FUNÇÃO Quilomícrons B48 , A-I , C-II, E Carreador de triglicerídeos da dieta(exógeno) Lipoproteína de densidade muito baixa – VLDL B 100 , C-II , E Carreador de triglicerídeos endógeno Lipoproteína de densidade baixa – LDL B100 Carreador de colesterol Lipoproteína de alta densidade – HDL A-I, A-II Função protetora. Transporta colesterol dos tecidos extra- hepáticos para o fígado para excreção Principais apolipoproteinas Propriedades de algumas apolipoproteinas humanas: Apolipoproteinas Peso molecular Local de síntese função A – I 28.000 Intestino Fígado Ativa a LCAT A-II 17.000 Intestino Fígado - B100 549.000 Fígado Transporte de triglicerídeos e de colesterol Liga-se ao receptor de LDL B48 264.000 Intestino Transporte de triglicerídeos C-I 6.600 Fígado Ativa a LCAT C-II 8.850 Fígado Ativa a LPL C-III 8.800 Fígado Inibe a LPL E 34.000 Fígado Intestino Macrófa go Liga-se ao receptor de LDL e ao outro receptor específico LCAT – Lecitina colesterol acil transferase LPL – Lipoproteína lípase PRINCIPAIS ENZIMAS ENVOLVIDAS NO TRANSPORTE E METABOLISMO LIPIDICO • Lecitina colesterol aciltransferase (LCAT) • Lipase lipoprotéica • Lipase hepática • HMG-CoA redutase (Hidroxi metil glutaril Coenzima A redutase) Via Metabólica: lipídeos Biossíntese do colesterol Acetil-CoA 3-Hidroxi-3-methilglutaril-CoA Mevalonato Esqualeno Colesterol + Lecitina “Estatina” inibe esta enzima HMG-CoA redutase Colesterol esterificado LCAT No estudo das desordens lipoprotéicas são empregados os seguintes testes de rotina: • Colesterol total. • Triglicerídios. • Colesterol-HDL. • Colesterol-LDL (por cálculo). • Relação: colesterol total/colesterol-HDL. • Relação: colesterol-LDL/colesterol HDL. • Aparência do soro após refrigeração de 18h a 4 oC. • Lipoproteína (a) [Lp(a)]. • Apoproteína B (Apo B). Dosagem dos lipídeos • Jejum de 12-14 hs. • Manter estado metabólico, dieta e peso ao menos nas 2 semanas anteriores • Cirurgia: altera perfil lipídico • Aguardar ao menos 8 semanas • Não fazer atividade física nas 24 hs anteriores • Não ingerir álcool nas 72 hs. anteriores Colesterol total • O colesterol plasmático é afetado tanto por fatores intraindividuais como interindividuais • As medidas da colesterolemia são influenciadas por: • Idade • Sexo • Dieta • Exercícios físicos HIPERCOLESTEROLEMIA • Hipercolesterolemia familiar (HF) • associação entre os níveis das LDL plasmáticas aumentadas e a aterosclerose • Esta desordem resulta de defeito genético na produção ou natureza dos receptores apoB100 de alta afinidade (ou na própria estrutura da apoB100 que não é reconhecida pelo receptor normal) HIPERCOLESTEROLEMIA • Gravidez • Pós menopausa • Síndrome nefrótica • Diabetes mellitus HIPOCOLESTEROLEMIA • Abetaliproteínemia: Ausência completa de apoB. • Hipertireoidismo • Doença de Tangier: Aumento do catabolismo da apoA-I. • Má-absorção e má-nutrição • Macroglobulinemia de Waldenström • Leucemia mielocítica crônica • Metaplasia mielóide • Mielofibrose • Mieloma • Policitemia vera Determinação do colesterol • Interferências. • Resultados falsamente elevados: adrenalina, androgênios, anticoncepcionais orais, ácido ascórbico, brometos, borato de adrenalina, clorpropamina, corticoesteróides, fenitoína, iodetos, levodopa, sulfonamidas e viomicina. • Resultados falsamente reduzidos: ácido aminossalicílico, clofibrato, heparina, niacina, tetraciclinas, tiazidas e vitamina A. Determinação do colesterol • Métodos Químicos • Reação de Liebermann e Burchard - interferências da bilirrubina, turvação, lipemia, hemólise e o outros cromogênios não específicos Determinação do colesterol Colesterol esterificado Colesterol esterase Colesterol + Ác. Graxo Colesterol + O2 Col. Oxidase Colesterona + H2O2 H2O2+4-Aminoantipirina +Ác. Hidroxibenzóico Quinonaimina +4 H2O (cor vermelha) • Métodos Enzimáticos. Tanto o colesterol livre como o esterificado presentes na amostra originam, segundo as reações descritas a seguir, um complexo colorido que pode ser quantificado por espectrofotometria a 500nm. Valores de referência DETERMINAÇÃO DOS TRIGLICERÍDIOS • Paciente. • Permanecer em jejum por 12-14 h; • abster-se de álcool durante três dias antes da prova. • Quando possível e sob orientação médica suspender as drogas que podem afetar os níveis lipídicos no sangue. • Amostra. Soro ou plasma heparinizado semhemólise. • Interferências. Resultados falsamente elevados: • anticoncepcionais orais estrogênios-progestina, estrogênios, corticoesteróides, b-bloqueadores, diuréticos tiazídicos. • Resultados falsamente reduzidos: ácido ascórbico, asparaginase, clofibrato, fenformin e metaformin. HIPERTRIGLICERIDEMIA • Hipertrigliceridemia familiar • Este grupo de condições está associado com defeitos tanto na produção como no catabolismo das VLDL. • Estes pacientes apresentam risco aumentado de doença cardíaca isquêmica • Alguns pacientes tem quilomicronemia em adição as VLDL elevadas. Nestes casos são freqüentes a presença de xantomas eruptivos e ataques de pancreatite aguda HIPERTRIGLICERIDEMIA Aumento da viscosidade do sangue alteração dos vasos de irrigação do pâncreas inflamação ativação das enzimas pancreáticas PANCREATITE AGUDA MATA em 24 horas se não tratada HIPERTRIGLICERIDEMIA • Hipertrigliceridemia secundária • Alcoolismo • Excesso de ingestão calórica • Obesidade • Diabetes mellitus • Hipotireoidismo • Síndrome nefrótica Dosagem dos triglicerídeos Triglicerídeos KOH Ácidos graxos + glicerol Periodato Ácido fórmico + formaldeído Ácido cromotrópico cromógeno =570 nm • Os triglicerídeos são extraídos com clorofórmio antes da análise Dosagem dos triglicerídeos (método enzimático) Triglicerídes Glicerol + FFAs Lipase Glicerofosfato + ADP Gliceroquinase ATP Diidroxiacetona + H2O2 Glicerofosfato oxidase Peroxidase Quinoneimina max 500 nm Triglicerídeos vs. aspecto do soro • Soro mantido por 6-12 hs. a 4º C: • < 200 mg/dL Límpido • 200-300 Ligeiramente turvo • 300-500 Turvo • > 600 mg/dL Leitoso Valores de referência COLESTEROL HDL • As HDL atuam no retorno do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado, onde é removido na forma de ácidos biliares em processo denominado “transporte reverso do colesterol”. • As HDL tem ação protetora contra a doença arterial coronária COLESTEROL HDL COLESTEROL LDL • As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são formadas, principalmente,, na circulação a partir das VLDL e, provavelmente, da degradação dos quilomícrons. • É a partícula lipídica mais aterogênica no sangue, pois o colesterol LDL constitui ao redor de dois terços do colesterol total plasmático. • Os níveis elevados de LDL estão diretamente associados no prognóstico de risco de aterosclerose coronariana. COLESTEROL LDL • Os valores de colesterol-LDL são obtidos em mg/dL por cálculo pela fórmula de Friedewald: Obs: Obtém-se bons resultados com a aplicação desta fórmula, quando os triglicerídeos são menores que 400 mg/dL e na ausência de quilomícrons. COLESTEROL LDL • valores de referência COLESTEROL LDL • Valores aumentados. Anorexia nervosa, diabetes mellitus, disglobulinemias, doença de Cushing, gravidez, hepatopatia, insuficiência renal e porfiria, anticoncepcionais orais • Valores reduzidos. Abetalipoproteinemia, arteriosclerose, doença articular inflamatória, doença pulmonar, estresse, hipertireoidismo, hipoalbuminemia LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS • HIPERLIPOPROTEÍNEMIAS • As hiperlipoproteínemias formam um grupo de distúrbios caracterizados pelas anormalidades quantitativas e/ou qualitativas das lipoproteínas plasmáticas. • São causadas por: • Fatores genéticos • Fatores ambientais • Combinação dos dois fatores acima • Adquiridas (secundárias) LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS CLASSIFICAÇÃO DAS HIPERLIPOPROTEINEMIAS • Classificação laboratorial: • Hipercolesterolemia isolada • Hipertrigliceridemia isolada • Hiperlipidemia mista • CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA • Dislipidemias primárias – causas genéticas • Dislipidemias secundárias a doenças • Dislipidemias secundárias a medicamentos • Dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados 62 Valores de referência para diagnóstico das Dislipidemias em adultos >20 anos 63 Dislipidemias Classificação Laboratorial Hipercolesterolemia isolada Elevação isolada do CT, geralmente aumento do LDL- C Hipertrigliceridemia isolada Elevação isolada dos TG, por aumento do VLDL e/ou QM Hiperlipidemia Mista Valores aumentados de CT e TG HDL-C Baixo c/ ou s/ aumento de LDL ou TG Classificação Etiológica Dislipidemias primárias Causas genéticas Dislipidemias Secundárias Apresenta causa secundária 64 Dislipidemias Secundárias • Três grupos: • Dislipidemia secundária a doença • Dislipidemia secundária a medicamentos • Dislipidemia secundária a hábitos de vida inadequados 65 Dislipidemias Secundárias 66 Dislipidemias Secundárias 67 Dislipidemias Secundárias 68 Determinações Laboratoriais • Perfil Lipídico – Colesterol Total (CT) – Triglicerídeos (TG) – HDL-C – LDL-C • Lipoproteína(a) – Lp(a) • Homocisteína (HCY) • Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) • Fibrinogênio 69 Determinações Laboratoriais • Lipoproteína(a) – Lp(a) – Associada à ocorrência de eventos cardiovasculares; – Não há provas de que a diminuição dos níveis diminui o risco de aterosclerose • Homocisteína (HCY) – Aminoácido formado do metabolismo da metionina – Elevações associadas à disfunção endotelial, trombose e maior gravidade de aterosclerose – Não há evidências de que níveis elevados sejam fator de risco isolado • Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) – Marcador do processo inflamatório em indivíduos sadios – Não se aplica a fumantes, diabéticos, portadores de osteoartrose, uso de AINES ou em infecções. 70 Estratificação do Risco • A estratificação é feita com base no risco absoluto • O LDL-C é considerado fator causal e independente de aterosclerose e sobre o qual se deve agir a fim de diminuir a morbi-mortalidade • O poder preditor de risco e a meta lipídica adotada para prevenção varia de acordo com os fatores de risco presentes Aterogênese 72 Aterogênese 1. Depósito de LDL Colesterol no endotélio vascular + Disfunção endotelial causada por fatores de risco 2. Expressão de moléculas de adesão e entrada de monócitos no espaço intimal 3. Englobamento de LDL oxidadas: formação de células espumosas 4. Liberação de mediadores inflamatórios, com amplificação do processo 5. Formação da placa de ateroma 74 Placa de Ateroma Acúmulo de lipídios modificados Ativação das células endoteliais Migração das células inflamatórias Ativação das células inflamatórias Recrutamento das células musculares lisas Proliferação e síntese da matriz Formação da capa fibrosa Ruptura da placa Agregação das plaquetas Trombose 75 As partículas de LDL se depositam entre as células endoteliais e a camada de lâmina elástica do endotélio vascular. Uma parte dos lipídios das LDLs se oxidam atraindo os macrófagos. Estes as fagocitam, originando as células esponjosas. Aterogênese 76 Aterogênese Os macrófagos captam a LDL oxidada formando as células esponjosas Macrófago Célula Espumosa Espécies ativas do oxigênio Vitaminas LDL oxidada LDL H2O2, etc. E, C, A - + 77 Aterogênese As células endoteliais da parede da artéria são injuriadas, ou mecanicamente ou por citotoxicidade pelas LDLs oxidadas ou pelas células esponjosas,causando exposição da área afetada e agregação plaquetária. Ocorre proliferação e migração das células musculares lisas. 78 Aterogênese Os triacilgliceróis e colesterol intracelular são liberados e se acumulam. Ocorre a secreção de material fibroso que forma uma capa. As células começam a morrer. 79 Aterogênese Com o avanço da lesão, o tecido morre. Ocorre calcificação. A ruptura e a hemorragia da placa nos vasos coronários, causam a formação do trombo, que reduzem o calibre dos vasos criando a estenose. A oclusão dos vasos provoca o infarto ou derrame. 80 Placa de Ateroma • Fatores que desestabilizam a placa – Cigarro – Álcool – Radicais Livres – Pressão Arterial elevada 81 Conseqüências da Aterosclerose Doença Arterial Coronária (DAC) • Angina de peito • Insuficiência Cardíaca • Arritmias • Infarto agudo do miocárdio (IAM) Acidente Vascular Cerebral (AVC) Doença Vascular Periférica 82 Aterosclerose Principal causa de morte em todo o mundo Evolução lenta Vários fatores aceleram sua evolução - fatores de risco Os sintomas aparecem geralmente apenas quando ocorre importante obstrução do vaso Não existe terapêutica curativa A abordagem consiste na identificação e correção dos fatores de risco O tratamento invasivo é feito apenas quando a obstrução é severa, pois ele não impede a progressão da doença 83 Fumo Doença Arterial Coronariana Fatores de Risco Coronariano Clássicos LDL elevado Hipertensão Diabetes (RI) Fatores Trombogênicos Aterosclerose DAC TG elevados Obesidade HDL baixo Evento Coronariano Hist. Familiar Idade Dieta gordurosa Novos Fatores e Marcadores de Risco Homocisteína / Lp(a) Fibrinogênio / PCR(as)
Compartilhar