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Lipídeos e Lipoproteínas

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Lipídeos, lipoproteínas e 
apolipoproteínas 
Prof. Wanderlan Pontes 
IMPORTÂNCIA DOS LIPÍDEOS 
• Hormônios ou precursores de hormônios 
• Auxilia na digestão 
• Armazenamento e fonte de energia metabólica 
• São componentes funcionais e estruturais das 
biomembranas 
• Serve-se de isolamento para permitir a condução 
nervosa e evitar perda de calor 
• Síntese de vitamina D 
 
PRINCIPAIS LIPÍDEOS 
 • COLESTEROL 
• ÁCIDOS GRAXOS 
• TRIGLICÉRIDES 
• FOSFOLIPÍDEOS 
• Lipídeos: 
 
– Ácidos graxos 
• Cadeias saturadas, mono ou poliinsaturadas 
– Triglicerídeos 
• Forma de armazenamento 
– Fosfolipídios 
• Constituintes estruturais de membrana 
– Colesterol 
• Precursor de hormônios esteróides, ácidos biliares, 
vitamina D, constituinte de membrana 
Aspectos Gerais 
• Derivado do ciclopentano peridrofenantreno com um 
grupamento hidroxila na posição 3 e uma ramificação 
alifática de 8 carbonos na posição 17 
• 2/3 do colesterol está esterificado 
• É componente das membranas celulares e precursor dos 
hormônios esteróides, ácidos biliares e vitamina D 
 
 
COLESTEROL 
TRIGLICÉRIDES 
• São sintetizados no fígado e intestino e são as 
formas mais importantes de armazenamento 
energético e armazenamento no tecido adiposo e 
no músculo. 
 
Lipoproteínas 
• As lipoproteínas são partículas que 
transportam lipídios apolares (insolúveis em 
água) em seu núcleo. 
• Estes complexos são constituídos por 
quantidades variáveis de colesterol e seus ésteres, 
triglicerídeos, fosfolipídeos e apoproteínas, 
sendo solúveis no plasma devido à natureza 
hidrófila da parte protéica 
Lipoproteínas 
• No plasma sanguíneo, os lipídeos são 
transportados sobre a forma de estruturas 
micelares as quais damos o nome de 
fosfolipídeos 
 
 
• As lipoproteínas plasmáticas apresentam 
uma monocamada de fosfolipídeos 
anfipáticos associados a proteínas 
(apoproteínas) e dentro dessa membrana 
lipídeos hidrofóbicos 
 
Lipoproteínas: estrutura e função 
• Responsáveis pelo transporte dos lipídeos no Plasma 
• Estrutura básica: núcleo apolar: 
triglicérides + 
ésteres de colesterol 
Fosfolipídeo 
 
Colesterol 
não esterificado 
 
 
Apoproteína 
 
superfície polar 
• Classes: 
– Quilomícrons 
• Maiores e menos densas, ricas em triglicerídeos, de 
origem intestinal 
– VLDL- Very Low Density Lipoprotein 
• Densidade muito baixa, origem hepática; 
– LDL- Low Density Lipoproteins 
• Densidade baixa, ricas em colesterol 
– HDL- High Density Lipoprotein 
• Densidade alta, mais pobre em colesterol 
– IDL- Intermediate Density Lipoprotein (Lipoproteina 
de densidade intermediária) 
 
Lipoproteínas: estrutura e função 
Lipoproteínas: estrutura e função 
Lipoproteínas: estrutura e função 
Quilomicrons 
 • Apresentam na sua constituição cerca de 99% de triglicérides (lipídeos) 
 
• São as maiores lipoproteínas 
 
• São as lipoproteínas que apresentam menor densidade (devido à alta 
concentração de lipídeos) 
 
• São sintetizadas no RE das células epiteliais que revestem o intestino 
delgado 
 
• As apolipoproteinas dos quilomicrons incluem a apoB-48, apoE e apoC-
II 
 
• Os quilomicrons transportam ácidos graxos da dieta, sob a forma de 
triglicérides, para os tecidos que os vão armazenar ou utilizar como 
energia 
Quando a dieta contém mais ácidos graxos do que os 
imediatamente necessários para combustível, estes são 
convertidos em triglicérides no fígado e empacotados com 
apolipoproteinas especificas em… 
VLDL (very low density lipoproteins) 
 Cerca de 50% triglicérides e 20% colesterol 
Transportam triglicérides do fígado, onde são 
produzidos, para os demais tecidos 
 As apolipoproteínas das VLDL são a apoB-100, apoC-I, 
apoC-III e apoE 
 No músculo e tecido adiposo a ativação 
da lipoproteína lipase pela apoC-II promove 
a liberação dos ácidos graxos contidos nos 
triglicérides. 
A perda da maioria dos triglicérides converte algumas VLDL 
em VLDL remanescentes também chamadas IDL 
(intermediate density lipoproteins) 
 
 IDL contém na sua constituição cerca de 30% de triglicérides 
e 30% de colesterol. 
 IDL 
Captadas pelo fígado 
Convertidas em LDL 
 HDL (high density lipoprotein) 
 Originam-se no fígado e no intestino delgado como 
pequenas partículas ricas em proteínas (apoA-I, apoC-I, apoC-
II, apoE) 
 Contém uma enzima a lectina-colesterol acetil transferase 
(LCAT), que catalisa a formação de ésteres de colesterol a 
partir da lecitina (fosfatidilcolina) e colesterol 
 As HDL, ricas em colesterol, retornam depois ao figado, 
onde o colesterol é descarregado, sendo convertido em sais 
biliares 
A Síntese dos quilomicrons 
 No processo digestivo dos lipídeos, após hidrolise no lúmen 
intestinal e absorção ocorre a re-esterificação no interior dos 
enterócitos. 
 Posteriormente estes lipídeos vão 
conjugar-se com apolipoproteínas (apo 
B48 e apo A) dando origem a 
quilomicrons imaturos. 
 Depois de entrarem na corrente 
sanguínea, interagem com os HDL dos 
quais recebem componentes protéicos 
essenciais ao seu posterior metabolismo 
(apo C e apo E). Desta maneira formam-
se quilomicrons maduros. 
O metabolismo dos quilomicrons 
 Os quilomicrons maduros permanecem na corrente sanguínea 
apenas por 1 ou 2 horas (após ingestão de alimentos que rica em 
lipídeos), a partir desse momento dão origem a quilomicrons 
remanescentes 
 Esta transformação implica a presença de uma enzima, a 
lipase lipopotéica, que esta presente na membrana externa dos 
tecidos extra-hepáticos degradando o interior dos quilomicrons, 
rico em trigliceróis,. Os quilomicrons apresentam na sua 
membrana um co-fator essencial à atividade desta enzima, a apo 
CII 
 Os quilomicrons remanescentes contém uma apolipoproteína 
na sua membrana, a apoE que é reconhecida pelo fígado 
permitindo a entrada por endocitose 
LDL (low density lipoproteins) 
 Contém cerca de 10% de triglicéridos e 50% de colesterol 
 A apolipoproteína mais abundante é a apoB-100 
 Fazem o transporte de colesterol 
para os tecidos extra-hepáticos. 
Estes tecidos possuem receptores 
membranares específicos que 
reconhecem a apoB-100 
 Além de fazerem este transporte 
as LDL também regulam a 
produção de colesterol pelas 
células 
A Síntese e metabolismo das VLDL e IDL 
 A síntese de VLDL é feita nos 
hepatócitos com o intuito de 
transportar para a corrente sanguínea 
os trigliceróis que ai se formam. 
 Existem muitas semelhanças 
entre os processos de formação dos 
quilomicrons nas células do 
intestino e do VLDL no fígado 
 Tal como os quilimicrons, as VLDL 
apresentam as apolipoproteínas apo CI, 
apoCII e apo CII, recebem apoproteínas 
do HDL (a apoproteína E, entre outras) 
e sofre a ação da Lipoproteína lipase. 
A Síntese e metabolismo das VLDL e IDL 
 As proteínas lipídicas resultantes do processo hidrolítico por 
ação da Lipoproteína lipase são chamadas neste caso IDL que, 
tal como as quilomicrons remanescentes apresenta na sua 
membrana apoE ( as IDL contem também apoB100) 
 As apoE presentes nas IDL e nos quilomicrons remanescentes 
vão ligar-se a receptores da membrana do fígado que podem 
ser de dois tipos: 
 receptores das LDL – Ligam-se as apoE mas também 
se podem ligar às apoB100 das IDLs 
 LRP (LDL receptor related protein) – Liga-se apenas 
ao apoE 
A Síntese e metabolismo das VLDL e IDL 
 Esta ligação vai permitir a entrada das lipoproteínas no 
fígado por endocitose sendo posteriormente hidrolisadas pelos 
lisossomas doshepatócitos. 
Nota: Os produtos desta hidrolise vão para o citoplasma onde são usados 
no inicio de um novo ciclo do VLDL 
A síntese e metabolismo das LDL 
 Parte das IDL dão origem a LDL mas o mecanismo pelo qual esta 
transformação se dá não é ainda compreendido, apesar de se supor que 
implique perda de fosfolípidos e apolipoproteínas. 
 São as LDL que fazem a maior parte do transporte de colesterol no nosso 
organismo. 
 Através da ligação á membrana pelo apoB100 ( as LDL perdem a 
apolipoproteina apoE) as LDL vão entrar nas células, especialmente 
para o fígado, onde tal como as IDL são hidrolisadas pelos lisossomas. 
 Nos macrófagos dos tecidos existe um tipo diferente 
de receptor chamado “receptor de limpeza” que tem 
grande afinidade para os LDL 
 A atividade dos receptores para o LDL são 
regulados pela quantidade de colesterol que 
existe na célula. Se a concertação for alta eles 
reduzem a sua atividade. 
A síntese e metabolismo das HDL 
 A HDL é sintetizada e secretada tanto pelo fígado como pelo intestino. 
No entanto as HDL produzidas no intestino não apresentam nem apoE nem 
apoC tendo de receber, já depois de entrarem em circulação, estas 
apolipoproteínas das HDL do fígado. 
 As HDL na sua forma imatura tem aspecto de pequenos discos de 
folheto duplo contendo apolipoproteínas dos tipos A, C e E. 
 As HDL nascentes (imaturas) captam colesterol dos tecidos. O colesterol 
ao entrar nas HDL vai se esterificar dando um aspecto esférico a estas 
lipoproteínas. 
 A formação destes ésteres de colesterol é catalisada pela lectina-
colesterol acil trasferáse plasmatica (LCAT) que é ativada pela apoAI das 
HDL. 
 Depois de captar o colesterol a HDL desloca-se até ao hepatócito onde a 
apolipoproteína apo AI (ou receptor de limpeza B1) permite a ligação das 
HDL às células. 
 Após ligação à membrana o colesterol é “despejado” para dentro do 
hepatócito onde pode ser convertido em sais biliares ou excretado. As HDL 
vazias são recicladas e convertidas em HDL nascentes. 
 A todo este processo protagonizado pelas HDL damos o nome de 
transporte reverso do colesterol 
 As HDL também tem a função de 
repor as apolipoproteínas apoC e 
apoE para os quilomicrons e para as 
VLDL que dependem delas para 
funcionar corretamente. 
Apolipoproteinas 
• A composição protéica difere de uma clase 
de lipoproteina para outra, e seus 
constituintes são chamados Apolipoproteinas 
 
Função das apolipoproteinas 
• Ativar enzimas envolvidas no metabolismo 
lipídico (LCAT, LPL) 
• Manter a integridade estrutural do complexo 
lipídeo/proteína 
• Transportar os lipídeos para as células através do 
reconhecimento de receptores de superfície 
 
LIPOPROTEINA APOLIPOPROTEINAS 
PRINCIPAIS 
FUNÇÃO 
 
Quilomícrons 
B48 , 
 A-I , C-II, E Carreador de 
triglicerídeos da 
dieta(exógeno) 
Lipoproteína de 
densidade muito 
baixa – VLDL 
B 100 , C-II , E Carreador de 
triglicerídeos 
endógeno 
Lipoproteína de 
densidade baixa – 
LDL 
B100 Carreador de 
colesterol 
 
 
Lipoproteína de alta 
densidade – HDL 
 
 
A-I, A-II 
Função protetora. 
Transporta colesterol 
dos tecidos extra-
hepáticos para o 
fígado para 
excreção 
Principais apolipoproteinas 
Propriedades de algumas apolipoproteinas 
humanas: 
Apolipoproteinas Peso 
molecular 
Local de 
síntese 
 
função 
A – I 28.000 Intestino 
Fígado 
Ativa a LCAT 
A-II 17.000 Intestino 
Fígado 
- 
B100 549.000 Fígado Transporte de 
triglicerídeos e de 
colesterol 
Liga-se ao receptor 
de LDL 
B48 264.000 Intestino Transporte de 
triglicerídeos 
C-I 6.600 Fígado Ativa a LCAT 
C-II 8.850 Fígado Ativa a LPL 
C-III 8.800 Fígado Inibe a LPL 
E 34.000 Fígado 
Intestino 
Macrófa
go 
Liga-se ao receptor 
de LDL e ao outro 
receptor específico 
LCAT – Lecitina colesterol acil transferase 
LPL – Lipoproteína lípase 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS ENZIMAS ENVOLVIDAS NO 
TRANSPORTE E METABOLISMO LIPIDICO 
• Lecitina colesterol aciltransferase (LCAT) 
• Lipase lipoprotéica 
• Lipase hepática 
• HMG-CoA redutase (Hidroxi metil glutaril 
Coenzima A redutase) 
 
Via Metabólica: lipídeos 
Biossíntese do colesterol 
Acetil-CoA 3-Hidroxi-3-methilglutaril-CoA 
Mevalonato Esqualeno 
Colesterol + Lecitina 
“Estatina” inibe esta enzima 
HMG-CoA redutase 
Colesterol esterificado 
LCAT 
No estudo das desordens lipoprotéicas são 
empregados os seguintes testes de rotina: 
• Colesterol total. 
• Triglicerídios. 
• Colesterol-HDL. 
• Colesterol-LDL (por cálculo). 
• Relação: colesterol total/colesterol-HDL. 
• Relação: colesterol-LDL/colesterol HDL. 
• Aparência do soro após refrigeração de 18h a 4 oC. 
• Lipoproteína (a) [Lp(a)]. 
• Apoproteína B (Apo B). 
Dosagem dos lipídeos 
• Jejum de 12-14 hs. 
• Manter estado metabólico, dieta e peso ao 
menos nas 2 semanas anteriores 
• Cirurgia: altera perfil lipídico 
• Aguardar ao menos 8 semanas 
• Não fazer atividade física nas 24 hs 
anteriores 
• Não ingerir álcool nas 72 hs. anteriores 
 
Colesterol total 
• O colesterol plasmático é afetado tanto por 
fatores intraindividuais como interindividuais 
• As medidas da colesterolemia são 
influenciadas por: 
• Idade 
• Sexo 
• Dieta 
• Exercícios físicos 
HIPERCOLESTEROLEMIA 
• Hipercolesterolemia familiar (HF) 
• associação entre os níveis das LDL plasmáticas 
aumentadas e a aterosclerose 
• Esta desordem resulta de defeito genético na 
produção ou natureza dos receptores apoB100 
de alta afinidade (ou na própria estrutura da 
apoB100 que não é reconhecida pelo receptor 
normal) 
 
HIPERCOLESTEROLEMIA 
• Gravidez 
• Pós menopausa 
• Síndrome nefrótica 
• Diabetes mellitus 
 
HIPOCOLESTEROLEMIA 
• Abetaliproteínemia: Ausência completa de apoB. 
• Hipertireoidismo 
• Doença de Tangier: Aumento do catabolismo da apoA-I. 
• Má-absorção e má-nutrição 
• Macroglobulinemia de Waldenström 
• Leucemia mielocítica crônica 
• Metaplasia mielóide 
• Mielofibrose 
• Mieloma 
• Policitemia vera 
 
Determinação do colesterol 
• Interferências. 
• Resultados falsamente elevados: adrenalina, 
androgênios, anticoncepcionais orais, ácido ascórbico, 
brometos, borato de adrenalina, clorpropamina, 
corticoesteróides, fenitoína, iodetos, levodopa, 
sulfonamidas e viomicina. 
 
• Resultados falsamente reduzidos: ácido 
aminossalicílico, clofibrato, heparina, niacina, 
tetraciclinas, tiazidas e vitamina A. 
Determinação do colesterol 
• Métodos Químicos 
 
• Reação de Liebermann e Burchard - interferências da 
bilirrubina, turvação, lipemia, hemólise e o outros 
cromogênios não específicos 
 
 
 
Determinação do colesterol 
Colesterol 
esterificado 
Colesterol esterase 
Colesterol + Ác. Graxo 
 
Colesterol + O2 
Col. Oxidase 
 Colesterona + H2O2 
 
H2O2+4-Aminoantipirina 
+Ác. Hidroxibenzóico 
Quinonaimina +4 H2O 
(cor vermelha) 
• Métodos Enzimáticos. 
Tanto o colesterol livre como o esterificado presentes na amostra 
originam, segundo as reações descritas a seguir, um complexo 
colorido que pode ser quantificado por espectrofotometria a 500nm. 
Valores de referência 
DETERMINAÇÃO DOS 
TRIGLICERÍDIOS 
• Paciente. 
• Permanecer em jejum por 12-14 h; 
• abster-se de álcool durante três dias antes da prova. 
• Quando possível e sob orientação médica suspender as 
drogas que podem afetar os níveis lipídicos no sangue. 
 
• Amostra. Soro ou plasma heparinizado semhemólise. 
 
• Interferências. Resultados falsamente elevados: 
• anticoncepcionais orais estrogênios-progestina, 
estrogênios, corticoesteróides, b-bloqueadores, diuréticos 
tiazídicos. 
• Resultados falsamente reduzidos: ácido ascórbico, 
asparaginase, clofibrato, fenformin e metaformin. 
HIPERTRIGLICERIDEMIA 
• Hipertrigliceridemia familiar 
• Este grupo de condições está associado com 
defeitos tanto na produção como no 
catabolismo das VLDL. 
• Estes pacientes apresentam risco aumentado de 
doença cardíaca isquêmica 
• Alguns pacientes tem quilomicronemia em 
adição as VLDL elevadas. Nestes casos são 
freqüentes a presença de xantomas eruptivos e 
ataques de pancreatite aguda 
HIPERTRIGLICERIDEMIA 
 
Aumento da viscosidade do sangue 
 alteração dos vasos de irrigação do pâncreas 
 inflamação 
 ativação das enzimas pancreáticas 
  
 PANCREATITE AGUDA 
  
 MATA em 24 horas se não tratada 
HIPERTRIGLICERIDEMIA 
 
 
• Hipertrigliceridemia secundária 
• Alcoolismo 
• Excesso de ingestão calórica 
• Obesidade 
• Diabetes mellitus 
• Hipotireoidismo 
• Síndrome nefrótica 
Dosagem dos triglicerídeos 
Triglicerídeos 
KOH 
Ácidos graxos + glicerol 
Periodato 
Ácido fórmico + formaldeído 
Ácido cromotrópico 
cromógeno 
=570 nm 
• Os triglicerídeos são extraídos com 
clorofórmio antes da análise 
Dosagem dos triglicerídeos (método 
enzimático) 
Triglicerídes 
Glicerol + FFAs 
Lipase 
Glicerofosfato + ADP 
Gliceroquinase 
ATP 
Diidroxiacetona + H2O2 
Glicerofosfato 
oxidase 
Peroxidase 
Quinoneimina 
max 500 nm 
Triglicerídeos vs. aspecto do soro 
• Soro mantido por 6-12 hs. a 4º C: 
 
 
• < 200 mg/dL Límpido 
• 200-300 Ligeiramente 
 turvo 
• 300-500 Turvo 
• > 600 mg/dL Leitoso 
Valores de referência 
COLESTEROL HDL 
• As HDL atuam no retorno do colesterol dos 
tecidos periféricos para o fígado, onde é 
removido na forma de ácidos biliares em 
processo denominado “transporte reverso 
do colesterol”. 
• As HDL tem ação protetora 
contra a doença arterial coronária 
COLESTEROL HDL 
COLESTEROL LDL 
• As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são 
formadas, principalmente,, na circulação a partir das 
VLDL e, provavelmente, da degradação dos 
quilomícrons. 
• É a partícula lipídica mais aterogênica no sangue, 
pois o colesterol LDL constitui ao redor de dois 
terços do colesterol total plasmático. 
• Os níveis elevados de LDL estão diretamente 
associados no prognóstico de risco de aterosclerose 
coronariana. 
COLESTEROL LDL 
• Os valores de colesterol-LDL são obtidos em 
mg/dL por cálculo pela fórmula de 
Friedewald: 
Obs: Obtém-se bons resultados com a aplicação desta fórmula, 
quando os triglicerídeos são menores que 400 mg/dL e na ausência 
de quilomícrons. 
COLESTEROL LDL 
• valores de referência 
COLESTEROL LDL 
• Valores aumentados. Anorexia nervosa, 
diabetes mellitus, disglobulinemias, doença 
de Cushing, gravidez, hepatopatia, 
insuficiência renal e porfiria, 
anticoncepcionais orais 
• Valores reduzidos. Abetalipoproteinemia, 
arteriosclerose, doença articular inflamatória, 
doença pulmonar, estresse, hipertireoidismo, 
hipoalbuminemia 
LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
• HIPERLIPOPROTEÍNEMIAS 
• As hiperlipoproteínemias formam um grupo de distúrbios 
caracterizados pelas anormalidades quantitativas e/ou 
qualitativas das lipoproteínas plasmáticas. 
 
• São causadas por: 
• Fatores genéticos 
• Fatores ambientais 
• Combinação dos dois fatores acima 
• Adquiridas (secundárias) 
LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
CLASSIFICAÇÃO DAS 
HIPERLIPOPROTEINEMIAS 
• Classificação laboratorial: 
• Hipercolesterolemia isolada 
• Hipertrigliceridemia isolada 
• Hiperlipidemia mista 
 
• CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA 
• Dislipidemias primárias – causas genéticas 
• Dislipidemias secundárias a doenças 
• Dislipidemias secundárias a medicamentos 
• Dislipidemias secundárias a hábitos de vida 
inadequados 
 
62 
Valores de referência para diagnóstico das 
Dislipidemias em adultos >20 anos 
63 
Dislipidemias 
Classificação 
Laboratorial 
Hipercolesterolemia isolada 
Elevação isolada do CT, 
geralmente aumento do LDL-
C 
Hipertrigliceridemia isolada 
Elevação isolada dos TG, por 
aumento do VLDL e/ou QM 
Hiperlipidemia Mista 
Valores aumentados de CT e 
TG 
HDL-C Baixo 
c/ ou s/ aumento de LDL ou 
TG 
Classificação 
Etiológica 
Dislipidemias primárias Causas genéticas 
Dislipidemias Secundárias Apresenta causa secundária 
64 
Dislipidemias Secundárias 
• Três grupos: 
 
• Dislipidemia secundária a doença 
• Dislipidemia secundária a medicamentos 
• Dislipidemia secundária a hábitos de vida 
inadequados 
65 
Dislipidemias Secundárias 
66 
Dislipidemias Secundárias 
67 
Dislipidemias Secundárias 
68 
Determinações Laboratoriais 
• Perfil Lipídico 
– Colesterol Total (CT) 
– Triglicerídeos (TG) 
– HDL-C 
– LDL-C 
 
 
• Lipoproteína(a) – Lp(a) 
• Homocisteína (HCY) 
• Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) 
• Fibrinogênio 
69 
Determinações Laboratoriais 
• Lipoproteína(a) – Lp(a) 
– Associada à ocorrência de eventos cardiovasculares; 
– Não há provas de que a diminuição dos níveis diminui o 
risco de aterosclerose 
• Homocisteína (HCY) 
– Aminoácido formado do metabolismo da metionina 
– Elevações associadas à disfunção endotelial, trombose e 
maior gravidade de aterosclerose 
– Não há evidências de que níveis elevados sejam fator de 
risco isolado 
• Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) 
– Marcador do processo inflamatório em indivíduos sadios 
– Não se aplica a fumantes, diabéticos, portadores de 
osteoartrose, uso de AINES ou em infecções. 
70 
Estratificação do Risco 
• A estratificação é feita com base no risco absoluto 
 
• O LDL-C é considerado fator causal e 
independente de aterosclerose e sobre o qual se 
deve agir a fim de diminuir a morbi-mortalidade 
 
• O poder preditor de risco e a meta lipídica 
adotada para prevenção varia de acordo com os 
fatores de risco presentes 
 
Aterogênese 
72 
Aterogênese 
1. Depósito de LDL Colesterol no endotélio vascular + 
Disfunção endotelial causada por fatores de risco 
2. Expressão de moléculas de adesão e entrada de 
monócitos no espaço intimal 
3. Englobamento de LDL oxidadas: formação de células 
espumosas 
4. Liberação de mediadores inflamatórios, com 
amplificação do processo 
5. Formação da placa de ateroma 
74 
Placa de Ateroma 
Acúmulo de lipídios modificados 
Ativação das células endoteliais 
Migração das células inflamatórias 
Ativação das células inflamatórias 
Recrutamento das células musculares lisas 
Proliferação e síntese da matriz 
Formação da capa fibrosa 
Ruptura da placa 
Agregação das plaquetas 
Trombose 
75 
As partículas de LDL se depositam entre as células endoteliais e a 
camada de lâmina elástica do endotélio vascular. Uma parte dos 
lipídios das LDLs se oxidam atraindo os macrófagos. Estes as 
fagocitam, originando as células esponjosas. 
Aterogênese 
76 
Aterogênese 
Os macrófagos captam a LDL 
oxidada formando as células 
esponjosas Macrófago Célula Espumosa 
Espécies ativas do 
oxigênio Vitaminas 
LDL oxidada 
LDL H2O2, etc. 
E, C, A 
- 
+ 
77 
Aterogênese 
As células endoteliais da parede da artéria são injuriadas, ou 
mecanicamente ou por citotoxicidade pelas LDLs oxidadas ou pelas 
células esponjosas,causando exposição da área afetada e agregação 
plaquetária. Ocorre proliferação e migração das células musculares lisas. 
78 
Aterogênese 
Os triacilgliceróis e colesterol intracelular são liberados e se acumulam. 
Ocorre a secreção de material fibroso que forma uma capa. As células 
começam a morrer. 
79 
Aterogênese 
Com o avanço da lesão, o tecido morre. Ocorre calcificação. A ruptura e a 
hemorragia da placa nos vasos coronários, causam a formação do trombo, que 
reduzem o calibre dos vasos criando a estenose. A oclusão dos vasos provoca o 
infarto ou derrame. 
80 
Placa de Ateroma 
• Fatores que desestabilizam a placa 
 
– Cigarro 
– Álcool 
– Radicais Livres 
– Pressão Arterial elevada 
 
81 
Conseqüências da Aterosclerose 
Doença Arterial Coronária (DAC) 
• Angina de peito 
• Insuficiência Cardíaca 
• Arritmias 
• Infarto agudo do miocárdio (IAM) 
Acidente Vascular Cerebral (AVC) 
Doença Vascular Periférica 
82 
Aterosclerose 
 Principal causa de morte em todo o mundo 
 Evolução lenta 
 Vários fatores aceleram sua evolução - fatores 
de risco 
 Os sintomas aparecem geralmente apenas 
quando ocorre importante obstrução do vaso 
 Não existe terapêutica curativa 
 A abordagem consiste na identificação e 
correção dos fatores de risco 
 O tratamento invasivo é feito apenas quando a 
obstrução é severa, pois ele não impede a 
progressão da doença 
 
83 
Fumo 
Doença Arterial Coronariana 
 Fatores de Risco Coronariano Clássicos 
LDL elevado 
 Hipertensão 
Diabetes (RI) 
Fatores 
Trombogênicos 
 Aterosclerose 
DAC 
TG elevados 
Obesidade 
HDL baixo 
Evento Coronariano 
Hist. Familiar Idade Dieta gordurosa 
Novos Fatores e 
Marcadores de Risco 
Homocisteína / Lp(a) 
Fibrinogênio / PCR(as)

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