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Metabolismo das lipoproteínas O metabolismo das lipoproteínas pode ser dividido em duas partes que estão inter-relacionadas. PRIMEIRA PARTE SEGUNDA PARTE Metabolismo Exógeno Que envolve os Lipídeos da dieta Metabolismo Endógeno que envolve os lipídeos e lipoproteínas provenientes do fígado Ciclo exógeno No intestino, os TG são hidrolisados pelas lipases a AG e monoglicérideos que, juntamente com o colesterol, são rapidamente absorvidos pela mucosa intestinal; No RE das células da mucosa entérica ocorre a esterificação do glicerol e do colesterol para formar os TG e os ésteres do colesterol; Estes são reunidos juntamente com a apoproteína B intestinal (B-48), várias lipoproteínas e os lipídeos polares (fosfolipídeos e colesterol Ciclo exógeno várias lipoproteínas e os lipídeos polares (fosfolipídeos e colesterol livre). Os lipídeos polares, formam uma película monomolecular que envolve os lípideos não polares no núcleo central da partícula recém- formada, denominada Quilomícron nascente. Os Qm começam a entrar no sangue dentro de 1 a 2h após o início de uma refeição, e, conforme essa vai sendo digerida e absorvida, eles continuam a entrar no sangue, por muitas horas. A absorção das gorduras da dieta ocorre rapidamente e um pico dos TG pode ser observado no plasma após 30 a 90 minutos. Processo de Formação de Qm Os QM entram nos capilares linfáticos das vilosidades intestinais e são transportados através do canal toráxico para o sangue. Na linfa e no sangue os quilomícrons recebem apoproteínas adicionais (apo E e apo CII) provenientes das HDL. Estes quilomícron modificados (Qm maduros) interagem com a lipoproteína lipase (LPL) (APO C II – ativa a LPL), uma enzima ligada à superfície do endotélio vascular, primariamente dos músculos e tecido adiposo. A Lipase lipoproteíca hidrolisa rapidamente os TG a AG e glicerol, queA Lipase lipoproteíca hidrolisa rapidamente os TG a AG e glicerol, que são absorvidos pelas céls às quais a enzima está ligada. Dentro da célula, os AG liberados podem ser oxidados para formação de energia (tecido muscular) ou ressintetisados a TG para armazenamento (tecido adiposo). A repetida ação lipolítica da LPL reduz o conteúdo de TG dos quilomícrons, formando os resíduos (Qm remanescentes) que são reconhecidos por um receptor na superfície das células do parênquima hepático (apo E). • A partícula residual fixada é rapidamente captada pela cél (endocitose) e transportada para a região dos canalículos biliares. • Ocorre aí o catabolismo lisossômico dos componentes lipídicos e proteicos, incluindo o colesterol esterificado que é hidrolisado a colesterol livre, que pode ser excretado na bile (in natura ou após oxidação a AG) ou ser incorporado nas lipoproteínas secretadas pelo fígado. • Por causa deste eficiente sistema de transporte, o CT absorvido, cerca de 100 a 500 mg/dia, permanece no plasma durante poucos minutos. • Portanto, os níveis do colesterol sérico não são afetados, imediatamente, por uma refeição rica em lipídeos. Ciclo exógeno Profa Dra Roberta Cattaneo Horn Ciclo endógeno O fígado é o principal órgão do metabolismo lipídico e o local primário da síntese de lipoproteínas de origem endógena. Os TG são sintetizados continuamente no fígado a partir dos AG e precursores não lipídicos, em quantidades que variam de 40 a mais de 100g/dia. Quando a quantidade de AG manipulada pelo fígado excede suas necessidades energéticas, uma fração dos TG deve ser excretada para evitar a esteatose hepática (figado gorduroso). Esta excreção é realizada através das lipoproteínas de muito baixa Ciclo endógeno Esta excreção é realizada através das lipoproteínas de muito baixa densidade, as VLDL. A síntese e secreção das VLDL ocorrem por processos análogos aos da formação dos quilomícrons, mas a apoproteína B (B-100) é necessária para a produção e secreção da VLDL nascente, que também contém as apoproteínas CII e E, provenientes da HDL. Essas partículas são, então, secretadas pelo fígado para dentro da corrente sanguínea e transportadas para os capilares dos músculos e tecido adiposo. Nesses tecidos, devido à presença da apo C na VLDL, ocorre ativação da Lipoproteína lipase causando hidrólise dos TG e liberação de AG e glicerol para as células dos tecidos correspondentes, do mesmo modo que acontece com os QM. As partículas residuais que permanecem na corrente sanguínea são chamadas de VLDL remanescentes. Cerca de 50% dessas são captadas no sangue pelas células hepáticas por meio da ligação da apo E. Em seguida ocorre a internalização endocítica da VLDL remanescente.remanescente. Nas partículas restantes na corrente sanguínea, TG adicionais são removidos e a lipoproteína, forma a Lipoproteína de densidade intermediária (IDL). Estes resíduos da VLDL não sofrem endocitose e são modificados formando as Lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Essas modificações incluem perda da maior parte dos TG residuais e componentes proteicos, exceto a apo B100. Cerca de 60% da LDL é transportada de volta ao fígado, onde sua apo B100 se liga a receptores específicos e permite a sua entrada por endocitose na célula. Cerca de 40% das partículas LDL restantes são levadas para os tecidos extra-hepáticos e utilizados para síntese dos hormônios esteróides, membrana celular e vitamina D. Se um excesso de partículas LDL está presente no sangue, essaSe um excesso de partículas LDL está presente no sangue, essa captação específica se torna saturada. Esse excesso fica disponível para uma captação não específica mediada por macrófagos presentes próximo às células endoteliais das artérias, formando as chamadas células em espuma. Acredita-se que essa exposição de células endoteliais vasculares a altos níveis de LDL induza a uma resposta inflamatória que inicia o processo de aterosclerose. Profa Dra Roberta Cattaneo Horn Ciclo endógeno ENDOCITOSE DE LDL MEDIADA POR RECEPTOR • As VLDL são metabolizadas em poucas horas, enquanto o metabolismo das LDL ocorre lentamente durante dias, em parte devido à interação com os receptores de alta afinidade para LDL, existentes no fígado e em tecidos extra hepáticos. • Após a ligação da LDL com o receptor na superfície celular, a membrana da célula se invagina interiorizando a lipoproteína, formando uma vesícula endocítica.endocítica. • Este processo é denominado endocitose mediada pelo receptor. A vesícula endocítica entrega seu conteúdo aos lisossomas, que são sacos intracelulares unidos à membrana, contendo enzimas hidrolíticas. • O componente protéico (apo B100) é hidrolisado a aminoácidos e o colesterol esterificado é hidrolisado a colesterol livre por ação de uma lipase ácida. O colesterol livre passa para o compartimento celular, sendo utilizado para a síntese das membranas. ENDOCITOSE DE LDL MEDIADA POR RECEPTOR A presença do colesterol na célula também regula 3 eventos metabólicos distintos. • Em primeiro lugar ele suprime a atividade de 3- hidroxi-3- metilglutaril coenzima A redutase (HMG CoA redutase), enzima que controla a síntese do colesterol. • Em segundo lugar, o colesterol estimula a ação da Acil- colesterol acil transferase (ACAT), que esterifica o colesterolcolesterol acil transferase (ACAT), que esterifica o colesterol livre recém-formado. O colesterol esterificado é armazenado na célula na forma de gotículas lipídicas citoplasmáticas. • Em terceiro lugar, este colesterol recém formado inibe a síntese dos receptores de LDL, interrompendo a fixação da LDL, evitando assim que as células fiquem sobrecarregadas de colesterol. HOMEOSTASIA DO COLESTEROL Homeostase do colesterol endógeno Supressão da HMG-Coa (da síntese de colesterol) Aumento da atividade de ACAT (armazena colesterol dentro da célula) Modulação do número dos receptores de LDL Síntese de HDL • O fígado e o intestino delgado sintetizam a HDL por um processo análogo à síntese dos quilomícrons e VLDL. • Durante a síntese, forma-se uma molécula relativamente pequena que contém fosfolipídeos, colesterol livree apoproteínas, principalmente apoAI, apo AII, apo CI, apo CII, e apo E com pouco conteúdo de TG e ésteres de colestero no núcleo. Essa partícula discoidal chama-se HDL nascente.nascente. • Maturação da HDL nascente: as partículas de HDL nascente acumulam fosfolipídeos e colesterol das células que revestem os vasos sanguíneos. Quando o núcleo central progressivamente se preenche com ésteres de colesterol forma-se a HDL madura. A transferência de lipídeos para a HDL nascente não requer atividade enzimática. Transporte reverso do colesterol • Transporte reverso do colesterol: habilidade da HDL em remover colesterol a partir das células carregadas de colesterol e retorná-lo para o fígado. 1. As células possuem uma proteína move o colesterol do lado interno da membrana para o lado externo. 2. No lado externo da membrana, a HDL pode captar o colesterol e armazená-lo na forma de éster. 3. Essa esterificação do colesterol é feita pela enzima Lecitina colesterol3. Essa esterificação do colesterol é feita pela enzima Lecitina colesterol acil transferase (LCAT-produzida pelo figado e liberada no sangue), a partir da ativação via apo A. 4. O colesterol então esterificado migra para o centro da partícula de HDL. Destino do colesterol da HDL - As partículas de HDL maduras podem se ligar a receptores específicos nos hepatócitos (apoE); - Os ésteres de colesterol assim formados podem ser transferidos para a VLDL durante o catabolismo. • O perfil da HDL nascente é modificado concomitantemente às mudanças do conteúdo lipídico. A apoproteína E constitui-se no maior componente de HDL nascente, enquanto a HDL plasmática é caracterizada pela predominância da Apo A, com menores proporções de Apo C e Apo E. A Apo A-I é um ativador da LCAT e sua incorporação deve facilitar todas as reações catalisadas pela enzima. • A HDL também troca• A HDL também troca apoproteínas e lipídeos com outras lipoproteínas no sangue. Por exemplo, transfere apo E e apo CII para os Qm e VLDL. • Após a digestão dos TG dos Qm e VLDL, a apoE e a apo CII são transferidas de volta para a HDL. A HDL normal pode ainda balancear o transporte da LDL por mediação da remoção do colesterol da célula para os locais de degradação e excreção. Este papel da HDL no transporte reverso do colesterol pode constituir a base da proteção atribuída a esta lipoproteína como um forte e independente fator de risco inverso para doença arterial coronariana. Pois acredita-se que um dos fatores responsáveis pelo efluxo do colesterol da célula para o sangue seja a disponibilidade da HDL, que transporta o colesterol das lipoproteínas e das células para o fígadotransporta o colesterol das lipoproteínas e das células para o fígado onde os ésteres do colesterol são hidrolisados e excretados na bile. Portanto, esta via de transporte ajuda a evitar o acúmulo do colesterol nas células. Os níveis séricos de HDL sãoOs níveis séricos de HDL são determinados por fatores genéticos e ambientais (atividade física, tabagismo, dieta). Via exógena IDL HDL Colesterol ingerido Colesterol endógeno Via endógena LDL VLDLRemanecentesQuilomicrons ApoB -100 Tecido extra- hepático LDL-R Fígado Gordura da dieta LDL-R Receptor Acidos biliares e Colesterol Intestino Apo C, triglicerídeos Lipase hepática Lipase lipoproteica Ácidos graxos livres Tecido adiposo, músculo ApoE B-100 IDL LCAT plasmática (lecitina-colesterol acil-transferase HDL ApoA-I A- II VLDL ApoE, C-II B-100 ApoE B-48 Lipase lipoproteica Ácidos graxos livres RemanecentesQuilomicrons ApoE, C-II B-48 HDL Tecido adiposo, músculo Dislipidemias Distúrbios caracterizados por anormalidades quantitativas e/ou qualitativas das lipoproteinas plasmáticas; Alteração nas [ ] de lipídeos plasmáticos (colesterol e/ou TG) que se associa um risco para a saúde; Podem ser divididas em hiper e hipolipoproteinemias (hipolipidemias); As hiperlipidemias aumentam o risco de aterosclerose, especialmente de cardiopatia isquêmica; Dislipidemias primárias: decorrentes de causas genéticas Aumento da produção Deficiência no processamento Deficiência na captura celular Remoção inadequada Dislipidemias secundárias: sedentarismo, etilismo, tabagismo, medicamentos, doença hepática, insuficiência renal, síndromemedicamentos, doença hepática, insuficiência renal, síndrome nefrótica, diabetes, hipotireoidismo, drogas, dieta inadequada; • Classificação laboratorial: deve ser realizada em indivíduos com dieta livre e sem medicação hipolipemiante há mais de 4 semanas. Compreende 4 tipos principais: Distúrbios no metabolismo das lipoproteínas Hipercolesterolemia isolada Hipertrigliceridemia isolada Hiperlipidemia mista HLD baixo isolada isolada mista Aumento de LDL (>160 mg/dL) Aumento de TG (>150 mg/dL). ↑ VLDL, IDL, Qm Aumento de LDL (>160 mg/dL) e TG (>150 mg/dL). Redução de HDL (< 40 homens e < 50 mulheres), isolada ou em associação com ↑ LDL e TG. CLASSIFICAÇÃO FENOTÍPICA DAS HIPERLIPIDEMIAS Classificação de Fredrickson - Levy: -agrupa estados patológicos etiologicamante heterogêneos; -é baseada na separação eletroforética e/ou ultracentrifugação. Dislipidemias Primárias Hipertrigliceridemia - Acúmulo de lipoproteínas ricas em TG → Qm ou VLDL; ↘Diminuição da hidrólise ↘ Aumento da síntese Hipercolesterolemia Variantes genéticas das enzimas ou apoproteínas Hipercolesterolemia Monogênicas -Defeito o gene LDLR (Hipercolesterolemia Familiar): redução da expressão na membrana, deformações em estrutura e/ou função. -Defeito do gene apo B100: deficiência do acoplamento da LDL ao receptor. Poliênicas -Mutações em múltiplos genes envolvidos no metabolismo lipídico. Fenótipo é determinado pela interação de fatores genéticos e ambientais. Doença inflamatória crônica de origem multifatorial, que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. Aterosclerose Agressão ao endotélio vascular (Dislipidemias, HAS, tabagismo) ↑ permeabilidade às lipoproteínas → retenção no espaço subendotelial LDL oxidadas (imunogênicas)→ retenção no espaço subendotelial (imunogênicas) Moléculas de adesão leucocitária → Linfócitos e monócitos Macrófagos Células em espuma Estrias gordurosas (lesão inicial) Progressão da placa aterosclerótica • As células endoteliais da parede da artéria são injuriadas, ou mecanicamente ou por citotoxicidade pelas LDLs oxidadas ou pelas células esponjosas, causando exposição da área afetada e agregação plaquetária. Ocorre proliferação e migração das células musculares lisas. • Os triacilgliceróis e colesterol intracelular são liberados e se acumulam. Ocorre a secreção de material fibroso que forma uma capa. As células começam a morrer.secreção de material fibroso que forma uma capa. As células começam a morrer. Com o avanço da lesão, o tecido morre. Ocorre calcificação. Está formada a Placa aterosclerótica. • As placas formadas podem ser do tipo estáveis ou instáveis: Estáveis: predomínio de colágeno, organizado com capa fibrosa espessa, escassas células inflamatórias e núcleo lipídico menos proeminente. Instáveis: intensa atividade inflamatória, grande atividade proteolítica, núcleo lipídico proeminente e capa fibrótica tênue. Aterosclerose LDLLDL LDLLDL EndotélioEndotélio LúmenLúmen do do vasovaso MonócitoMonócito MCPMCP--11 MoléculasMoléculas de de adesãoadesão Papel da HDL na aterogênese HDL diminui a expressão de moléculas de adesãoHDL diminui a expressão de moléculas de adesão LDLLDL LDLoxLDLox MacrófagoMacrófago MCPMCP--11de de adesãoadesão CitocinasCitocinas ÍntimaÍntima HDL HDL inibeinibe a a oxidaçãooxidação dada LDLLDL CélulasCélulas espumosasespumosas HDL HDL promovepromove o o efluxoefluxo de de colesterolcolesterol Fatores de crescimento Metaloproteínas Proliferação celular e degradação da matriz Avaliação Laboratorial das dislipidemias Perfil Lipídico: Colesterol Total HDL - CHDL - C LDL - C TG ApoliproteínasAspecto soro Avaliação Laboratorial das dislipidemias Aspecto do soro: Límpido: TG abaixo de 200 mg/dL Enevoado a turvo: TG ~300 mg/dLEnevoado a turvo: TG ~300 mg/dL Opaco e leitoso: TG >600 mg/dL Camada espessa e homogênea: Qm Límpido, mas com aspecto alaranjado: ↑ LDL Análise do perfil lipídico Alguns fatores pré-analíticos influenciam nas medidas dos lipídeos, apoproteínas e lipoproteínas. Para tornar mínimo o efeito destes fatores, o Painel de Padronização em Laboratório do NCEP recomenda: 1) Os lipídeos e as lipoproteínas devem ser medidos apenas quando o estado metabólico do indivíduo se encontra estabilizado;estado metabólico do indivíduo se encontra estabilizado; 2) as pessoas devem consumir sua dieta habitual, e seu peso deve ser estável por pelo menos 2 semanas, antes que os lipídeos ou lipoproteínas sejam medidos; 3) devem ser feitas múltiplas medidas dentro de 2 meses, com pelo menos 1 semana de intervalo, antes que seja tomada uma decisão médica acerca das ações posteriores; 4) Os pacientes não devem exercer uma atividade física rigorosa 24 horas antes da medida; 5) Os pacientes devem ficar sentados por 5 minutos antes da colheita da amostra; Análise do perfil lipídico 6) O torniquete aplicado para a punção venosa deve ser solto dentro de um minuto; 7) Os níveis de CT e HDL, bem como os triglicerídeos podem ser medidos no soro ou plasma. Se for usado EDTA como anticoagulante, os resultados deverão ser multiplicados por 1,03. 8. Amostras coletadas com jejum (12-14h) ou sem jejum. FLEXIBILIZAÇÃO DO JEJUM PARA A AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO -No estado alimentado o paciente está exposto a níveis de lipídeos que representa mais eficazmente o potencial impacto na saúde cardiovascular; - pacientes que anteriormente apresentaram uma falsa redução nos níveis de CT e TG, teriam o risco cardiovascular subestimado; - as coletas pós-prandiais são mais práticas e mais seguras (medicamentos); - avanços tecnológicos nas metodologias diagnósticas; FLEXIBILIZAÇÃO DO JEJUM PARA A AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO - As determinações de colesterol total, HDL, não-HDL e LDL não diferem significativamente se realizadas no estado pós-prandial ou no jejum; - Há aumento de triglicerídeos no estado alimentado → pouco relevante- Há aumento de triglicerídeos no estado alimentado → pouco relevante desde que se considere uma refeição usual não sobrecarregada de gordura → ajustar os valores de referência. - A elevação de TG no estado pós-prandial é indicativa de maior risco cardiovascular. - cabe ao médico especificar em qual estado metabólico deseja que o exame de seu cliente seja realizado; -O laboratório deve incluir no laudo o tempo de jejum que transcorreu até a coleta; - Qm, VLDL. - HIPERTRIGLICERIDEMIA: Triglicerídeos Síndromes genéticas • Hiperlipidemia exógena ou Hiperquilomicronemia (Tipo I): • Deficiência familiar de lipase lipoprotéica (LPL) (ou) Deficiência de Apo C-II. • Sintomas: dor abdominal, pancreatite aguda, xantomas (TG>2000 mg/dL), • Sintomas: dor abdominal, pancreatite aguda, xantomas (TG>2000 mg/dL), hepatomegalia. • Achados laboratoriais: HIPERTRIGLICERIDEMIA • Camada leitosa e infranadante límpido. • ↑QM (>1000 mg/dL) • ↑ TG (> 2.000 mg/dL) • ↓ HDL Arco senil (lipemia retinalis) Xantomas eruptivos - Qm, VLDL. - HIPERTRIGLICERIDEMIA: Triglicerídeos Síndromes genéticas • Hiperlipemia endógena (tipo -IV): • Hipertrigliceridemia Familiar: Deficiência familiar de lipase lipoprotéica (LPL) ou Deficiência de Apo C-II. • Achados laboratoriais: HIPERTRIGLICERIDEMIA • ↑ VLDL = TG (160 – 1000 mg/dL) • CT normal • Amostra uniformemente turva. - Qm, VLDL. - HIPERTRIGLICERIDEMIA: Triglicerídeos Síndromes genéticas • Hiperlipidemia mista (tipo V): • Hiperlipidemia Familiar Combinada: Deficiência lipase lipoprotéica (LPL) → Mecanismos de depuração das lipoproteínas ricas em TG (LPL) → Mecanismos de depuração das lipoproteínas ricas em TG inadequados. • Achados laboratoriais: HIPERTRIGLICERIDEMIA • TG LDL normal • VLDL COL normal ou elevado • Qm Soro: 2 camadas - cremosa superficial e turva abaixo Síndromes genéticas • Hiperlipidemia combinada (tipo IIb) • Aumento das LDL e das VLDL. • Elevação de teores de COL T e TG. • Difícil distinção do tipo III - Hiperlipidemia remanescente (rara). • Maior prevalência com a idade e obesidade. • Causas: • Superprodução de apo-B e de lipoproteínas que a contém. • Superprodução de apo-B e de lipoproteínas que a contém. • Superprodução de VLDL; • Aumento da conversão de VLDL para LDL; • Achados laboratoriais: HIPERCOLESTEROLEMIA E HIPERTRIGLICERIDEMIA • ↑ LDL Hipercolesterolemia severa: CT (240-500 mg/dL) • ↑ TG (200 – 500 mg/dL) • ↓ ou Normal de HDL Xantomas de tendão Xantelasmas (lesões na região da palpebra por acumulo de lipídios) é uma espécie de tumor benigno de pele composto de lipídios Síndromes genéticas • Hiperlipidemia remanescente (tipo III): Disbetalipoproteinemia • Associada com enfermidades cardiovascular periférica; • Rara - 1:10.000 pessoas • Formas mutantes de Apo E. • Causas: • Defeitos na captação dos Qm e VLDL remanescentes ;• Defeitos na captação dos Qm e VLDL remanescentes ; • Bloqueio da transformação da VLDL para LDL: degradação das IDL. • Achados laboratoriais – plasma pode ser turvo! • Colesterol • TG • IDL Níveis baixos ou normais de LDL pois a conversão VLDL – LDL é prejudicada. Xantoma estriado das palmas. -Qm, VLDL. - HIPERTRIGLICERIDEMIA: Triglicerídeos Causas metabólicas • Diabetes • Sobrepeso e Obesidade• Sobrepeso e Obesidade • Hipotireoidismo • Síndrome nefrótica • Alcoolismo • Ingesta excessiva de carboidratos • Gravidez • Lipodistrofia COLESTEROL Colesterol total: HDL(20-35%), VLDL (5-12%), LDL (60-70%) Hipercolesterolemia poliênica: - Hipercolesterolemia moderada (240 a 350 mg/dL) e TRI normal. - Decorre de complexa interação de fatores ambientais e genéticos: responsividade à dieta, à regulação da síntese de colesterol e ácidos biliares, metabolismo intravascular de lipoproteínas ricas em apo-B e regulação da atividade do receptor de LDL.regulação da atividade do receptor de LDL. - Superprodução de VLDL, aumento da conversão de VLDL para LDL. Hipercolesterolemia Familiar (HF) -Desordem autossômica dominante que provoca elevação do CT e do LDL. -Ausência ou disfunção dos receptores de LDL (apo B e E) (o LDL não é captado na célula e não limita a síntese de colesterol). -A função do receptor varia entre AUSENTE a 25% da atividade (Classe 1 a 5). - Maior propriedade aterogênica Cálculo: Através da equação de Friedewald (1972): Colesterol VLDL: TG / 5 Colesterol LDL: col. total – (HDL + VLDL) COLESTEROL LDL Condições para que os resultados sejam confiáveis: A concentração dos triglicerídeos deve ser< 400 mg/dL; A amostra não deve conter Qm; A amostra não deve conter beta-VLDL (hiperlipoproteinemia remanescente (tipo III)). Na coleta de amostra pós-prandial a avaliação do LDL pode ser feita pela dosagem direta ou Fórmula de Martin LDL = CT – HDL – TG/XLDL = CT – HDL – TG/X X = correlaciona-se com níveis de não-HDL e TG, podendo se situar entre 3,1 a 11,9. Equação de Friedewald considera a relação Tg:VLDL = 5, mas essa relação pode variar entre 3,1 a 11,9. Fórmula de Martin LDL = CT – HDL – TG/XLDL = CT – HDL – TG/X -Recomenda-se incluir o cálculo do Colesterol Não-HDL junto com os demais resultados do perfil lipídico pois essa não leva em consideração os TG. - Melhorar a quantificação de lipoproteínas aterogências circulantes no plasma (IDL e VLDL); COLESTEROL NÃO - HDL circulantes no plasma (IDL e VLDL); - Especialmente em pacientes com hipertrigliceridemia, estima melhor o volume total de lipoproteínas aterogênicas que o LDL-C. -Alvo de controle terapêutico. Apolipoproteínas Lipoproteína (A) – Lp (A) -É uma partícula de LDL com uma Apo adicional, a Apo (a), ligada à ApoB. - É uma variante genética da LDL plasmática. - Valores aumentados de Lp (A) constituemfatores de risco independentes para doenças ateroscleróticas e intensificam o risco de outros fatores. - Lp(a) = ↑ conteúdo lipídico, propriedades pró-trombóticas e pró-- Lp(a) = ↑ conteúdo lipídico, propriedades pró-trombóticas e pró- inflamatórias (estrutura similar ao plasminogênio, contribuindo para a coagulação); -Sua análise não é recomendada de rotina para avaliação do risco de DCV na população geral, mas sua determinação deve ser considerada na estratificação de risco em indivíduos com história familiar de doença aterosclerótica de caráter prematuro e na HF. Lp(a) > 50 mg/dL ↔ elevado HIPOPROTEINEMIAS PRIMÁRIAS Abetalipoproteinemia - Ausência total de apo-B. - VLDL, Qm, LDL são ausentes no plasma. - Níveis de COL T e TG muito baixos. HipobetalipoproteinemiaHipobetalipoproteinemia - Redução da síntese de Apo B - VLDL e LDL, apesar de baixos níveis, não estão ausentes. - Colesterol e TG baixos. HIPOPROTEINEMIAS PRIMÁRIAS Hipoalfalipoproteinemia Familiar - defeitos na ApoA-I, C-III, ou A-IV - Baixos níveis de HDL Doença de Tangier - Aumento do catabolismo da apo-AI. - Somente traços de HDL são detectados no plasma;- Somente traços de HDL são detectados no plasma; - Acúmulo de ésteres de colesterol devido à fagocitose excessiva de Qm e VLDL anormais → nível de LDL está reduzido. - Hiperlipidemia endógena (tipo IV): HIPERTRIGLICERIDEMIA. - Achados laboratoriais: ↑ TG COL normal ou pouco aumentado. ↓LDL ↓HDL HIPOPROTEINEMIAS SECUNDÁRIAS Reduções no colesterol: síntese hepática diminuída (desnutrição, má absorção, hepatopatias) Redução no HDL: - Hipoalfalipoproteinemia Familiar - Estilo de vida - ApoA-I variantes- ApoA-I variantes - 2° à ação esteróides, beta-bloqueadores, progestogênios; - Deficiência de LCAT Estudo de caso Uma menina de 12 anos de idade tem uma história clínica de hipertrigliceridemia. Quando ela foi examinada inicialmente, a concentração de triglicerídios plasmáticos estava na faixa de 500 até 1200 mg/dl. Uma análise das lipoproteínas revelou níveis reduzidos de HDL e uma elevação nos níveis dos quilomicrons e VLDL. Análise das apoproteínas indicaram um conteúdo anormal de Apo-C-II que ainda era defeituosa, e um diagnóstico de deficiência de apo-C-II foi feito. Adefeituosa, e um diagnóstico de deficiência de apo-C-II foi feito. A paciente foi tratada com uma dieta com baixo teor de gordura, e a concentração de triglicerídio plasmático foi mantida em nível aceitável. 1) Qual a função da apo-C-II? 2) Por que uma deficiência de apo-C-II causaria uma hipertrigliceridemia? 3) Qual a razão para o tratamento com baixo teor de gordura na dieta?
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