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Capitulo 1 Políticas de Saúde Pública no Brasil Do Período Colonial à Era Vargas (1)

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Capítulo 1: Políticas de Saúde Pública no 
Brasil: do Período Colonial à Era Vargas 
(1500 a 1944). 
 
Autores: Anamaria Cavalcante e Silva; Sócrates Belém Gomes; Lisiani Maria Verri 
Alexandre; Fábio Augusto Portela Oliveira. 
 
PERÍODO COLONIAL -1500-1822 
 
CONTEXTO HISTÓRICO, ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL 
 
 A nação Portuguesa nos primeiros anos após o descobrimento tinha pouco 
interesse no processo de colonização brasileira. Por esse motivo, adotou o Sistema de 
Feitorias e a extração de pau-brasil por meio de escambo com os índios da região. No 
decorrer do tempo, observou-se a ineficiência do sistema e a crescente ameaça de 
invasões. 
 
 Para sanar essas dificuldades, implantou-se o modelo de Capitanias Hereditárias; 
mas, devido à falta de suporte financeiro e a uma regulação bem definida as capitanias 
não funcionaram, com exceção das capitanias de São Vicente e Pernambuco. Em 1549, 
numa tentativa de centralização político-administrativa instituiu-se o Governo Geral. 
Com a crise dos negócios com a Índia, aumenta o interesse de Portugal pela Colônia, 
monta-se então, uma economia baseada na grande propriedade e na monocultura de 
exportação açucareira. 
 
 Em meados do século XVIII, ocorreram transformações de ordem mundial, que 
culminaram com revoluções que clamavam por independência e liberdade. Entre esses 
fatos históricos são emblemáticos: a proclamação da independência dos Estados Unidos 
da América do Norte em 1776, a Revolução Francesa em 1789 e o início da Revolução 
Industrial. 
 
 Em 1808, a Família Real Portuguesa transfere a sede do governo para o Brasil e 
desencadeia uma revolução socioeconômica e cultural. Entre as primeiras medidas 
administrativas destaca-se a abertura dos portos para nações amigas. Em 1821, D. João 
VI retorna para Portugal deixando no Brasil seu filho D. Pedro I, que se torna o Príncipe 
Regente, proclamando, em 1822, a Independência do Brasil às margens do Riacho 
Ipiranga em São Paulo. 
 
PRIMEIROS ATORES DA ATENÇÃO À SAÚDE DOS BRASILEIROS 
 
 Esse período é caracterizado pela presença de aventureiros e renegados da 
sociedade portuguesa. O Brasil não dispunha de um modelo de atenção à saúde da 
população, porque não havia interesse de Portugal em criar um sistema de saúde. Desse 
modo, os recursos na área da saúde se limitavam aos recursos da terra, ervas e chás, e 
aos conhecimentos empíricos dos pajés e curandeiros. 
 
 Em 1521, a Metrópole atribuía à Colônia as duas maiores autoridades da área da 
saúde: um Físico-mor (encarregado do controle da medicina) e um Cirurgião-mor (mesma 
função em relação à cirurgia), sendo que esses cargos eram personalizados e vitalícios. 
 
 O governo limitava-se a fiscalizar, legislar e punir os profissionais que praticavam a 
“arte de curar”, fornecendo licenças para essas pessoas. Com a baixa fiscalização, havia 
um número elevado de relatos de abusos de todas as ordens, tanto que a mortalidade em 
cirurgias era muito elevada, fazendo que esses profissionais fossem associados a 
homicidas. 
 
 O ensino médico não era permitido em sua plenitude, pois o sistema de governo 
adotado por Portugal não permitia a implantação de instituições de ensino superior no 
Brasil. Quase a totalidade dos profissionais da saúde vinham de Portugal, sendo que os 
médicos portugueses, em sua maioria, se recusavam a vir para a colônia gerando uma 
escassez de profissionais, deixando a população à mercê de práticas empíricas e 
místicas. 
 
A MEDICINA INDÍGENA: A ARTE DOS PAJÉS 
 
 O choque cultural dos indígenas com o povo colonizador fez que houvesse 
preconceito com diversas práticas de ambos os lados. Muitas vezes, a arte de curar dos 
índios era vista como demoníaca pelos jesuítas e pelos portugueses, gerando aversão a 
esse tipo de prática. 
 
 As práticas médicas dos índios, exercida pelos Pajés, eram limitadas aos recursos 
da terra, como ervas e chás, e os rituais religiosos, que buscavam a cura do corpo e da 
alma. O contato com o povo português trouxe para os nativos a disseminação de diversas 
doenças que mostraram a ineficiência para curar os novos males; com isso, grande parte 
da população indígena acabou morrendo em decorrência dessas infecções. 
 
OS JESUÍTAS PADRES, EDUCADORES E BOTICÁRIOS 
 
 A Companhia de Jesus, formada pelos jesuítas, tinha como objetivo disseminar o 
cristianismo pelo mundo. Os jesuítas assumiram a função de educar e tratar os problemas 
de saúde dos povos colonizados, porque essa prática facilitava o processo de 
evangelização. 
 
 Os jesuítas chegaram ao Brasil com Mem de Sá em 1544. Os estudos das cartas 
enviados do Brasil aos jesuítas europeus revelaram as principais doenças no primeiro 
século de colonização. Foram bem descritas as epidemias de varíola, sarampo, sífilis e 
tuberculose entre outras doenças infecciosas trazidas pelos colonizadores portugueses. 
Os padres jesuítas ocuparam bem os espaços com a desmoralização dos pajés que não 
conseguiram enfrentar as novas enfermidades trazidas pelos europeus. 
 
 A atuação desse grupo na área da saúde era bem ampla, dedicando-se ao 
tratamento de doenças e de epidemias, da fundação das Santas Casas e de estudos de 
recursos da terra na cura de doenças. 
 
 A maioria dos jesuítas exercia a medicina de maneira informal, porém alguns eram 
formados nas artes médicas. Outros, por meio de cartas, começaram a escrever as 
primeiras escritas da farmacologia brasileira por meio do estudo das propriedades 
curativas de plantas e antídotos para o veneno de alguns animais peçonhentos. 
 
 Com o intuito de tratar os enfermos que chegavam das viagens, com doenças 
como escorbuto, febres e beribéri, e as classes desprovidas e recursos econômicos, os 
jesuítas foram responsáveis pela fundação e reforma de várias instituições da área da 
Saúde. 
 
O INÍCIO DA ATENÇÃO HOSPITALAR NO BRASIL 
 
 Em 1539, é inaugurado, na vila de Olinda, a primeira Santa Casa de Misericórdia 
do Brasil, sendo seguida da Santa Casa da Vila de Santos, em 1543. Porém, o espaço 
não era concebido como terapêutico e o conceito de “cura” era algo praticamente 
impossível, devido à ausência de recursos técnicos e humanos. Nessa época, os 
hospitais eram destinados às classes econômicas menos favorecidas e vistos como uma 
forma de fazer caridade, sendo regulados pelas instituições eclesiásticas. 
 
 Desse modo, o espaço hospitalar era malvisto pela sociedade, gerando diversos 
mitos e receios da população. A ideia de hospital como espaço terapêutico surge apenas 
dois séculos depois, com o início da assistência médica no País. 
 
 Em 1768, foi fundado no Rio de Janeiro, o primeiro Hospital Militar, pois havia 
necessidade de conservação do estado de saúde das tropas, evitando exposição às 
diversas infecções que predominavam entre os pacientes internados nas Santas Casas. 
 
 Em 1808, com a chegada da Família Real Portuguesa, o crescimento da burguesia 
e o aumento da necessidade dos serviços de saúde, os hospitais adquirem a função de 
formar médicos. Desse modo, surgem a Escola de Cirurgia, na Bahia e, no mesmo ano, 
no Rio de Janeiro, a cátedra de Anatomia do Hospital Militar. Assim, ampliou-se a 
fiscalização e a punição aos profissionais da “arte de curar”. 
 
 A medicina era predominantemente voltada para a doença e tinha função apenas 
curativa, visando a ação do processo patológico no corpo do doente. Como ações de 
prevenção surgem os leprosários que isolavam os pacientes portadores de hanseníase 
para comunidades distantes das cidades, iniciando uma medicina de exclusão. 
 
AS PRIMEIRAS FACULDADES DE MEDICINA 
 
 O fato que marcou o início do ensino médico no Brasil foi a criação da primeira 
Faculdade de Medicina, em 1808, na cidade de Salvador, como consequência da 
chegada da Família Real. No mesmo ano, foi criada por decreto a segunda Faculdade de 
Medicina no Rio de Janeiro. 
 
 Em 1812, o cursode medicina passou de quatro para cinco anos ficando 
caracterizada como a primeira reforma do ensino médico. Quatorze anos depois, em 
1826, foi conferido às instituições de ensino médico o direito de expedir cartas e diplomas 
nacionais. E, em 1832, o curso de medicina passou de 5 para 6 anos, como se mantém 
até os dias atuais. 
 
PERÍODO DO BRASIL IMPÉRIO -1822-1889 
 
CONTEXTO HISTÓRICO, ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL 
 
 O processo de independência do Brasil ocorreu em poucos anos e sem que 
houvesse conflitos militares graves. O primeiro imperador do Brasil, D. Pedro I, governou 
de 1822 a 1831, sendo esse período conhecido como Primeiro Império. 
 
 Nos primeiros meses após a Independência, a prioridade foi a promulgação da 
constituição que se deu em 1824, quando foi instituída a 1a Constituição Brasileira. O 
período foi marcado pela queda do preço de vários produtos (algodão, cacau, fumo) e 
uma alta na inflação que levou a um aumento nas exportações e uma queda nas 
importações. 
 
 Após a abdicação do D. Pedro I, assumiu um Governo Provisório até que o filho do 
imperador atingisse a maioridade. Esse período, conhecido como Período Regencial, 
durou de 1831 a 1840 e foi marcado por debates políticos acerca da centralização do 
poder, da autonomia das províncias e da organização das Forças Armadas. 
 
 Em Julho de 1840, assumiu o trono, aos quatorze anos, D. Pedro II. A grande 
atividade econômica da época se torna a exportação do café, fundamentada no formato 
de fazendas no sistema de plantation e o uso de mão de obra escrava. Porém com o 
processo abolicionista, há uma substituição desse trabalho por uma força emigrante 
europeia. 
 
 Com o surgimento do Movimento Republicano, o atrito do Estado com o Exército e 
a Igreja, o fim da escravidão e as transformações socioeconômicas, o sistema imperial 
entra em crise. E em 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a República. 
 
AS PRIMEIRAS MEDIDAS NA ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA 
 
 No Brasil Império, as Políticas de Saúde Pública começam de fato a serem 
implantadas, ainda que restritas aos principais aglomerados urbanos com atendimento, 
quase exclusivo, para as classes economicamente altas ou aos portadores de doenças 
infecciosas com repercussões no setor econômico. 
 
 Os problemas de saúde não se relacionam apenas com a medicina, é quando se 
começa a pensar na problemática da higiene pública e a relacioná-la com o processo 
saúde-doença. O número de profissionais da “arte de curar” continua escasso, assim 
como observado no Brasil Colônia, sendo que a medicina oficial tem pequeno alcance e a 
população ficava entregue à medicina erudita e aos falsos profissionais. 
 
 O período é caracterizado pelo surgimento de diversas crises de caráter sanitário. 
Observando-se a explosão de várias epidemias ao longo do País, sendo as doenças mais 
comuns a febre amarela e a varíola. 
 
 Com o processo de independência, as ações de saúde pública e de 
regulamentação deixam de ser ligadas à Coroa portuguesa. Desse modo, em 1828, é 
promulgada a lei de Municipalização dos Serviços de Saúde Pública, que conferiu às 
Juntas Municipais as funções anteriormente exercidas pela Metrópole, gerando o primeiro 
modelo de saúde descentralizado. 
 
 As ações de saúde pública se limitavam à vacinação antivariólica em épocas de 
epidemias, isolamento de indivíduos acometidos por doenças infecciosas dos centros 
urbanos, controle da entrada de escravos doentes e algumas medidas básicas de higiene, 
como a cremação de ervas e destruição do lixo. 
 
 Para atender às lutas contra as epidemias, a Junta Vacínica da Corte se torna o 
Instituto Vacínico do Império. Essa nova entidade tem como principais funções proceder a 
vacinação antivariólica na Corte e fiscalizar os serviços de vacinação das câmaras 
municipais. 
 Desse modo, observa-se um modelo de medicina mais centralizado na tentativa de 
resolver os problemas sanitários apresentados, sendo o Governo Central responsável 
pela normatização dos serviços e os serviços municipais ficando responsáveis apenas 
pela ação das políticas elaboradas. 
 
 Esse modelo, por sua vez, mostrou-se ineficiente e não vigorou como deveria. O 
Governo Central mostrou incapacidade de executar uma ação conjunta com as 
províncias, sendo enviados poucos recursos inclusive em épocas de epidemias. Os 
recursos se concentravam nas províncias próximos da Corte. 
 
 Entre os anos de 1849 e 1851, criou-se a Junta Central de Hygiene Pública que 
tinha como função coordenar a polícia sanitária, aplicar a vacinação contra a varíola e 
fiscalizar o exercício da medicina. 
 
 Em 1886, na tentativa de organizar os serviços de saúde, ocorreu a extinção da 
Junta Central de Hygiene e do Instituto Vacínico para que houvesse a criação do 
Conselho Superior de Saúde Pública. Esse Conselho era constituído pela Inspetoria Geral 
de Higiene e pela Inspetoria de Saúde dos Portos. 
 
PERÍODO DA PRIMEIRA REPÚBLICA -1889-1930 
 
CONTEXTO HISTÓRICO, ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL 
 
 A proclamação da República, diferentemente do que se esperava, continuou a 
assegurar apenas as condições formais da representação burguesa clássica, pois a 
tradição de controle político pelos grandes proprietários foi mantida dessa forma, o 
menosprezo às camadas populares também. Presidido por Deodoro da Fonseca, o 
Governo Provisório passou a organizar o novo regime. Governou por decretos-lei, atos 
legislativos do Poder Executivo, até que fosse promulgada a nova Constituição. 
 
 No campo da economia, a expansão industrial dos países europeus e dos Estados 
Unidos, decorrente desse mesmo processo, fez que eles, cada vez mais, passassem a 
explorar capitais e serviços para a formação social da América e da África em troca de 
produtos agrícolas. Além disso, a riqueza proveniente da comercialização do café 
favorecia o surgimento de formas de vida mais cosmopolitas nas áreas mais urbanizadas 
da região Sudeste. 
 
 Com o fortalecimento das oligarquias estatais, um novo grupo se consolidou no 
poder por meio do coronelismo. Com a atuação destacada no processo abolicionista, e 
tendo como objetivo a assim chamada modernização do País, esse grupo, com a 
República, tomaria as rédeas do poder nacional, consolidando seu domínio por meio da 
política que ficaria conhecida como a política “Café-com-Leite”, em que se revezavam na 
presidência da República os políticos de São Paulo, o maior produtor de café, e os de 
Minas Gerais, o maior produtor de leite. 
 
 No Brasil, passou-se a exigir a adaptação aos novos tempos. Parcelas da 
população até então excluídas começaram a pressionar para influir nos destinos do País. 
Intensificaram-se os movimentos operários, em geral, reprimidos à força. A burguesia 
urbana, nascida com a industrialização, e setores jovens das forças armadas passaram a 
combater a situação vigente, configurada no Coronelismo e na política do “Café-com-
Leite”. O cenário foi de várias revoltas, que culminaram com a queda do presidente e a 
ascensão de Getúlio Vargas ao poder, em 1930. 
 
PRIMEIRO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE, O SANITARISMO CAMPANHISTA 
 
 O Sanitarismo Campanhista foi um modelo de inspiração militar que consistiu no 
emprego do estilo repressivo de intervenção médica com ações especializadas no 
controle de determinadas doenças. As campanhas sanitárias se caracterizaram pela 
autonomia frente as práticas rotineiras de saúde, por sua curta duração e pelo objetivo de 
sanear os espaços de circulação de mercadoria e controlar as doenças que 
prejudicassem as exportações. Por seu caráter autoritário, além de não atingir os efeitos 
desejados, apresentava baixa aceitação entre a população que se encontrava sem 
esclarecimentos e sujeita às arbitrariedades políticas. 
 
 Em virtude de sua ação específica frente a um problema pontual e ao curto tempo 
de atuação, as campanhas são ainda, nosdias atuais, alvo de controvérsias entre 
profissionais de saúde, que as contrapõem aos serviços regulares de saúde, por 
considerarem que a atividades de prevenção e vigilância epidemiológica devem ser 
realizadas rotineiramente pelas unidades de saúde, sem interrupção e universalmente. 
 
 Com base neste sistema, houve o estabelecimento da vacinação obrigatória, 
primeiramente contra a varíola, em todo o território nacional e a criação de um rol de 
doenças de notificação compulsória, que passou a englobar a febre amarela, a cólera, a 
peste, a difteria, a escarlatina e o sarampo. 
 
 É fato, porém, que com a promulgação da Constituição de 1891 transferiu-se, mais 
uma vez, para os estados e municípios as atribuições relacionadas à saúde. Com o 
modelo republicano, as medidas relacionadas aos cuidados com a saúde da população 
foram divididas entre os poderes federais e municipais. O Governo Central ficava 
responsável pelas medidas de defesa da cidade contra doenças epidêmicas e os 
municípios, pelos serviços de política sanitária, remoção de doentes e desinfecção. 
 
 Em 1896, houve uma reforma na saúde pública brasileira. Com o objetivo de 
assumir as responsabilidades que escapavam aos estados, foi criada a Diretoria Geral de 
Saúde Pública (DGSP). Essa diretoria vinculou-se diretamente ao Ministério da Justiça e 
Negócios Interiores para assumir, entre outros deveres, serviços sanitários dos portos 
marítimos e fluviais, a fiscalização do exercício da farmácia e da medicina e o auxílio aos 
estados. 
 
 É fato, porém, que apesar de vários políticos terem insistido junto ao Governo 
Federal a transformação da DGSP em um órgão permanente, a convicção de alguns 
governantes sobre o caráter excepcional dos serviços de saúde fez que, durante este 
período, a Saúde Pública não lograsse obter uma estrutura permanente. Nesse período, 
reforçando o Modelo Campanhista, as atividades de Saúde Pública se voltavam quase 
exclusivamente para as epidemias que eram combatidas, principalmente pela segregação 
dos acometidos. 
 
O PIONEIRISMO DO ESTADO DE SÃO PAULO NA SAÚDE PÚBLICA 
 
 O Estado de São Paulo caracterizou-se pela implantação de diversas políticas de 
saúde que estavam à frente do contexto sócio-político do resto do País. Naquele estado 
inauguraram-se institutos de desenvolvimento em saúde, que hoje, são referências para 
América Latina, como o Instituto Butantã e o Hospital Emílio Ribas. Além do mais, houve, 
sob a liderança de Oswaldo Cruz, uma reforma sanitária na tentativa de evitar epidemias. 
 
 O Instituto Butantã foi criado em 1900, com o nome de Laboratório do Butantã. A 
sua criação foi estimulada frente ao aparecimento da peste bubônica na cidade de 
Santos, em 1899 e a dificuldade enfrentada pelos sanitaristas Oswaldo Cruz e Adolpho 
Lutz na obtenção do soro contra a doença, somente produzido na Europa. Inaugurado, 
primeiramente como dependência do instituto bacteriológico foi desmembrado no ano 
1901, transformando-se em um Instituto autônomo do Serviço Sanitário. 
 
 O Hospital Emílio Ribas foi criado com o nome de Instituto de Infectologia Emilio 
Ribas, em 1880. O Hospital, que inicialmente atendia apenas os casos de varíola, foi 
ampliado em 1894, para enfrentar as epidemias de doenças infecciosas que estavam 
ocorrendo na época (febre amarela, tifo, peste, difteria), passando a se chamar Hospital 
de Isolamento de São Paulo. Em junho de 1991 o Hospital foi transformado em Instituto 
de Infectologia Emílio Ribas, tendo como principais atribuições, prestar assistência 
médico-hospitalar, promover o ensino e a pesquisa, absorver o impacto das epidemias e 
colaborar com quaisquer instituições em sua detecção e enfrentamento. 
 
 Devido ao intenso deslocamento de emigrantes, as epidemias marcavam a 
situação sanitária dessa cidade no início da República. Somado a isso, a falta de repasse 
de recursos por parte do Governo Central para o Estado de São Paulo em momentos de 
crise sanitária, criava nas oligarquias existentes, um sentimento de repulsa pelas medidas 
de saúde realizadas pela União. 
 
 No entanto, essa tendência de centralização dos serviços de saúde foi revertida na 
Constituição promulgada em 1891, com tendências descentralizadoras, que mais uma vez 
transferiu para os estados e municípios as atribuições relacionadas à saúde. 
 
 Nesse contexto de carência de serviços de saúde e visando à integridade 
econômica foi criado, no Estado de São Paulo, logo após a adoção do princípio de 
descentralização em relação às medidas de higiene, um vasto sistema de saúde. 
 
 Em 7 de outubro de 1891, a primeira lei paulista da Era Republicana voltada para o 
tema reafirmou a obrigatoriedade da vacina antivariólica, que o Código de Posturas 
Municipais já previra em 1886. Com a nova lei, a obrigatoriedade da vacinação passou a 
vigorar em todo o Estado de São Paulo, ampliando, também, a repressão aos que a ela 
se opusessem, por meio de multas. 
 
 Em junho de 1892, Cerqueira César, então presidente do Estado de São Paulo, 
reestruturou os serviços de saúde, criando o Serviço Sanitário do Estado de São Paulo. 
Essa instituição tinha como principal instância a Diretoria de Higiene, que ficou 
responsável pelas normas sanitárias e pelo cumprimento das posturas. 
 
OSWALDO CRUZ E A REVOLTA DA VACINA 
 
 Osvaldo Gonçalves Cruz nasceu em São Luiz do Paraitinga (SP) no dia 5 de 
agosto de 1872 e morreu em Petrópolis em 11 de fevereiro de 1917. Foi cientista, médico, 
bacteriologista, epidemiologista e sanitarista. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio 
de Janeiro em 1887, formando-se em 1892. Em 1896 especializou-se em Bacteriologia no 
Instituto Pasteur de Paris, que, na época, reunia grandes nomes da ciência mundial. 
 
 Em 1899, organizou o combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos 
(SP) e em outras cidades portuárias. Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o 
emprego do soro adequado. Com base nisso, o governo republicando criou o Instituto 
Soroterápico Federal- posteriormente denominado Instituto Oswaldo Cruz-, que deveria 
produzir vacinas e soros contra doenças epidêmicas. 
 
 Em 1903, Oswaldo Cruz assume a Direção Geral do Conselho de Saúde Pública, 
atualmente Ministério da Saúde, com o objetivo de eliminar as mais graves epidemias que 
se agravavam no Rio de Janeiro à época: febre amarela, peste bubônica, e varíola. Seu 
objetivo não era somente eliminar as doenças, mas realizar um saneamento que incluísse 
os aspectos técnico e social correspondendo a uma reforma completa cujo objetivo era 
uma mudança que atingisse a nação em diferentes aspectos: físicos, no que tangia à 
higiene, mas também, intelectuais, morais, sociais e políticos. A grande aliada, nessa 
árdua tarefa, seria a ciência produzida nos países civilizados, sobretudo os da Europa do 
norte. 
 
 Para o combate das epidemias, Oswaldo Cruz, implantou, no Rio de Janeiro, 
medidas urgentes para combater a febre amarela e usou o método profilático 
desenvolvido pelos americanos em Cuba. Mais do que ordenar a retirada de diversos 
tipos de lixo, limpar depósitos de água e remover tudo o que pudesse servir de 
reservatório para os mosquitos, a Polícia Sanitária interveio no espaço urbano com a 
demolição de casas e de inúmeros cortiços. Isso deflagrou grande resistência por parte 
das camadas populares. 
 
 Não obstante a oposição que encontrou, a campanha de Oswaldo Cruz 
proporcionou resultados positivos, e o número de casos de febre amarela reduziu-se. Os 
mil óbitos de 1902 caíram para 548 no ano seguinte. 
 
 Logo após ser alvo das mais variadas críticas, o Médico Sanitarista deu início ao 
combate à peste bubônica. Basicamente, consistia no isolamento de doentes e na 
desinfecção de zonas empestadas, com a extinção de ratos e pulgas transmissoras. Por 
vezes, demolições e modificações no espaço urbano foram necessárias. 
 
 Todo o descontentamento geradonessas duas campanhas sanitaristas foi 
acumulado e culminou com a Revolta da Vacina. Durante a campanha contra a varíola 
essa revolta teve como cenário o Rio de Janeiro que ocorreu no ano 1904; esta Revolta 
não esteve circunscrita à vacina em si, mas a um novo projeto de sociedade que alguns 
setores da elite queria implementar na capital, integrando-se à modernidade que vinha 
dos Estados Unidos e da Europa. A lei que instituía a vacinação obrigatória contra a 
varíola, aplicando multas a quem resistisse, foi aprovada e regulamentada em 1904, e 
trouxe reação violenta por parte de alguns parlamentares, militares, segmentos da 
imprensa e de setores da sociedade civil. 
 
CARLOS CHAGAS: PESQUISADOR E GESTOR 
 
 Formado pela Escola Médica do Rio de janeiro, Chagas se destacou com o seu 
trabalho de Conclusão de Curso sobre a malária e, em 1919, assumiu a diretoria do 
Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), que veio substituir a antiga DGSP. O 
novo órgão abrangia algumas proposições do movimento pelo saneamento rural e 
expandia as atribuições estatais no campo da saúde. 
 
 Sua primeira atitude como diretor do DNSP, exposta na Biblioteca Nacional em 
fevereiro de 1921, foi a centralização das atividades. Até então, o DNSP vinha 
trabalhando com a descentralização, em que os estados e os municípios brasileiros 
tinham maior liberdade de organizar seus sistemas sanitários. Acordos com eles foram 
essenciais para a segunda ação – a interiorização, em busca da erradicação das 
epidemias rurais, principalmente malária, ancilostomose e tripanossomíase americana. 
Em paralelo a esse projeto, criou um minucioso plano de medidas referentes à higiene 
pública. 
 
 Em 1907, Chagas instalou sua casa, e laboratório, em um vagão de trem em 
Lassance, às margens do Rio São Francisco, visando reduzir a incidência de malária que 
acometia os trabalhadores da Estação Férrea Central do Brasil. Com sua vivência na 
região, começou a perceber a presença de insetos hematófagos que se alojavam nas 
casas de pau-a-pique, logo esses insetos se tornaram o centro dos estudos de Carlos 
Chagas. Esse trabalho acabou se tornando ímpar para a história da medicina, pois 
descobriu-se o agente etiológico Trypanosoma cruzi no sangue de um ser humano, a 
criança Berenice de 3 anos. Por fim, o estudo de Chagas conseguiu descrever as 
alterações patológicas envolvidas no processo de acometimento da doença. O mais 
impressionante de tudo é que esses estudos foram realizados apenas por um único 
pesquisador e teve repercussão internacional. 
 
POLÍTICAS DE SAÚDE NO INTERIOR DO BRASIL 
 
 As ações de saúde pública, até a primeira década do século XX, estiveram 
voltadas para as grandes cidades. Com isso, o interior do Brasil foi excluído de qualquer 
processo de melhoria nas condições sanitárias. Tal situação foi agravada pelo fato de que 
as condições de saúde eram, na maioria das vezes, piores do que as condições das 
grandes cidades, com a prevalência de diversos problemas, como a desnutrição, as 
verminoses e a malária. Somente na segunda metade da década de 1910, 
acompanhando um processo de transformação das formas de pensar o Brasil, esse 
quadro passou a se modificar. 
 
 A partir do ano de 1916, houve uma inquietação cultural e ideológica nos meios 
médicos e sanitários do País no que concerne as políticas aplicadas no campo, que até 
aquela data sofria e agonizava sem uma cobertura médica que os pudesse atender. Isso 
se deu, principalmente, com a publicação do Relatório da expedição Neiva-Pena ao 
interior do país, em 1902. Tal relatório possibilitou à elite urbana tomar conhecimento da 
situação social e médico-sanitária nos sertões. A principal preocupação do relatório é a 
denúncia das condições sociais injustas no campo, bem como a crítica à visão difundida 
pelas oligarquias de que a causa da pobreza no Nordeste era o clima. 
 
 Todo esse movimento culminou na criação, em 1918, do Serviço de Profilaxia 
Rural, através do convênio entre o Estado e a Fundação Rockfeller, com o propósito de 
controlar as três grandes endemias das regiões agrarias do país: a ancilostomose, a 
malária e a Doença de Chagas. 
 
 Para cuidar da saúde das populações urbanas, foram criadas no Rio de Janeiro, as 
inspetorias de Higiene Industrial e Alimentar e de Profilaxia da Tuberculose. Além da 
expansão dos serviços, o DNSP passou a legislar sobre diversos aspectos que, até então, 
não tinham a atenção do Estado. 
 
O SURGIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
 
 A Previdência Social no Brasil é criada em um contexto de mudança da atitude 
liberal do Estado frente as causas trabalhistas e sociais do movimento operário sindical, 
que assumia postura contrária a essa posição. É nesse período, também, que é criada a 
legislação trabalhista. O marco que consolida a base do sistema previdenciário brasileiro 
é a lei Eloy Chaves, criada em 1923, que propiciou a criação das Caixas de 
Aposentadoria e Pensões -CAPs- inicialmente limitando-se aos ferroviários. As CAPs 
eram organizadas por empresas de natureza civil e privada, responsáveis pelos 
benefícios salariais e serviços de saúde para os empregados de empresas específicas. 
 
 Nesse sistema, os recursos eram financiados por empregados e empregadores. 
Cabia ao Estado apenas a resolução de conflitos. Em 1930, já existiam 47 CAP’s e 
142.464 beneficiários. São características marcantes desse sistema o elevado custo e o 
fato de a assistência médica ser vista como atribuição fundamental do sistema, levando a 
criação de serviços próprios de saúde. 
 
A ERA VARGAS (1930-1945) 
 
CONTEXTO HISTÓRICO, ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL 
 
 As críticas e as insatisfações com o regime da Primeira República levaram vários 
setores políticos e sociais do País a unir-se ao movimento político-militar que, com apoios 
populares, levou Getúlio Vargas ao poder. 
 
 O regime instaurado após a Revolução de 1930 prometeu uma República Nova em 
um País renovado. Centrada na prerrogativa de organizar as relações entre capital e 
trabalho, o primeiro ato foi a criação, em 1930, do Ministério do Trabalho que visava a 
harmonia das relações entre empregadores e empregados, respaldando-se na 
Constituição de 1934. Essa Constituição vigorou até 1937 quando Getúlio Vargas 
implantou o Estado Novo e uma nova constituição imposta, a polaca, que assegurava os 
direitos de amparo tanto à infância quanto à adolescência, promoção dos ensinos pré-
vocacional e educacional destinados às classes menos favorecidas enquanto prioridade 
do Estado. 
 
 O salário-mínimo foi regulamentado em 1940 a fim de manter o empregado nas 
condições de sobrevivência. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) foi criada em 
1943 e reúne toda legislação social da área desde o início do governo de Vargas em 
1930, criando a Carteira de Trabalho, a área de segurança do trabalho e instituindo o 
salário-maternidade e as férias remuneradas. Foram criadas também grandes 
companhias, como a companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942) e 
a Hidrelétrica do São Francisco. 
 
A CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE PÚBLICA- MESP 
 
 Mesmo com avanços do poder público e do conhecimento médico, continuava 
sendo dramático, em 1930, o quadro sanitário com doenças tropicais como a febre 
amarela, que ainda ameaçava a capital e os portos litorâneos, a malária, que se 
propagava pelo interior do país, a hanseníase e a tuberculose, que continuava sendo o 
mais grave problema sanitário das cidades. 
 
 Com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), ainda em 
novembro de 1930, parte dos anseios do movimento sanitarista na Primeira República, foi 
alcançado. 
 
 Inicialmente, a criação do MESP não trouxe nenhuma alteração para a saúde 
pública, significando apenas a incorporação do já existente Departamento Nacional de 
Saúde Pública (DNSP), criado em 1920. Por meio de uma legislaçãofragmentada e que 
atendia somente às necessidades conjunturais, foram realizadas modificações 
provisórias, e no final do ano de 1930, já havia sido delineadas algumas das diretrizes que 
orientariam a reforma administrativa implementada por Vargas, que idealizava fortalecer a 
organização administrativa federal e introduzir medidas de racionalização administrativa. 
 
 Esse período foi marcado pela instabilidade política e por sucessivas mudanças no 
comando do Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), entre eles Francisco 
Campos, Belisário Penna e Washington Pires, até a posse de Gustavo Capanema em 26 
de julho de 1934. 
 
 O marco mais definitivo no processo de construção institucional da saúde pública 
enquanto política estatal foi a gestão do Gustavo Capanema no Ministério da Educação e 
Saúde Pública (1934-45), a mais longa permanência de um ministro nas pastas de 
Educação e Saúde. Foi a reforma do Ministério que, proposta em 1935 e implementada 
por Capanema a partir de janeiro de 1937, definiu rumos para a política de saúde pública, 
reformulando e consolidando a estrutura administrativa e adequando-a aos princípios 
básicos que haviam definido a política social do Estado Novo. Foi a partir dessa reforma 
que o Ministério passou a se denominar Ministério da Educação e Saúde – MES. 
 
PRIMEIRA GRANDE REFORMA DA SAÚDE PÚBLICA- 1935(37) - GESTÃO GUSTAVO 
CAPANEMA 
 
 Gustavo Capanema Filho formou-se pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, 
em 1923, participou de várias atividades intelectuais em sua vida acadêmica, foi bolsista 
da Fundação Rockefeller entre 1924-1925 e, em 1927, iniciou sua vida política ao eleger-
se vereador em sua cidade natal. Capanema foi, em 1934, designado por Vargas para 
dirigir o Ministério da Educação e Saúde, compensando a não nomeação ao cargo de 
Ministro da Fazenda. Sua gestão no Ministério foi marcada pela centralização, em nível 
federal, das iniciativas no campo da Educação e Saúde Pública no Brasil. 
 
 A reforma proposta em 1935 buscou, a esse respeito, nacionalizar o Ministério de 
Educação e Saúde, no sentido de ampliar a atuação federal, quanto aos problemas de 
saúde, de modo que ela deixasse de considerar preferentemente o Distrito Federal para 
abranger, de maneira sistemática, todo o território nacional. O projeto proposto à época 
procurava assentar as bases de solidificação dos trabalhos desenvolvidos, dando ao 
Departamento Nacional de Saúde um sistema de órgãos adequados não só a manter, 
mas ainda a desenvolver os empreendimentos iniciados de caráter nacional. 
 
 Essa reforma reafirmava que a Saúde Pública deveria atuar privilegiando as 
doenças infectocontagiosas, que atingiam a totalidade da comunidade nacional e não 
grupos específicos. Os Serviços Nacionais, tendo cada um deles um diretor, seriam 
supervisionados pelo DNS, que acompanhava o trabalho desenvolvido nas diferentes 
regiões do país. Eram os seguintes os serviços nacionais: da Peste; de Tuberculose; de 
Febre Amarela; do Câncer, de Lepra, de Malária, de Doenças Mentais, de Educação 
Sanitária, de Fiscalização da Medicina, de Saúde dos Portos, Serviço Federal de Bio-
Estatística e Serviço Federal de Águas e Esgotos. O Serviço de Febre Amarela e o 
Serviço de Malária do Nordeste, vinculados às ações da Fundação Rockefeller, 
antecederam a criação dos respectivos serviços nacionais. 
 
 Inicialmente, com a aprovação da Reforma em 1937, o território brasileiro foi 
dividido em oito regiões, contando cada uma delas com uma Delegacia Federal de Saúde. 
As Delegacias tinham como função supervisionar as atividades necessárias à 
colaboração da União com os serviços locais de saúde pública e assistência médico-
social e com instituições privadas, além da inspeção dos serviços federais de saúde. 
 
 Estavam assim distribuídas: (1) Distrito Federal e Estado do Rio de Janeiro; (2) 
Território do Acre e Estados do Amazonas e Pará; (3) Estados do Maranhão, Piauí e 
Ceará; (4) Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas; (5) Estados 
de Sergipe, Bahia e Espírito Santo; (6) Estados de São Paulo e Mato Grosso; (7) Estados 
do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (8) Estados de Minas Gerais e Goiás. 
 
 Com as sedes estabelecidas nas cidades do Rio de Janeiro, de Belém, de 
Fortaleza, de Recife, de Salvador, de São Paulo, de Porto Alegre e de Belo Horizonte, o 
Governo Federal pretendia ampliar a sua presença nas diversas regiões do país, 
implementando e supervisionando as ações de saúde pública. Cada Delegacia Federal de 
Saúde significava um braço do Ministério em uma determinada região ao estabelecer uma 
relação íntima com os serviços sanitários estaduais, inclusive com a nomeação dos seus 
chefes. A instauração da ditadura em 10 de novembro de 1937 facilitou a implementação 
de uma reforma que pretendia aumentar a presença dos serviços sanitários federais nos 
estados, reformulando a relação entre eles e a União. Essa preocupação parecia ser uma 
resposta aos que indicavam que os serviços sanitários, a despeito de seus objetivos 
nacionais, concentravam-se, na prática, no Distrito Federal. 
 
 Além das Delegacias Federais de Saúde, a reforma de 1937 instituiu as 
Conferências Nacionais de Saúde (CNS), que deveriam reunir periodicamente delegações 
de todos os estados em um fórum nacional e de caráter oficial para discutir os temas de 
saúde pública, no intuito de poder ainda a União coordenar a execução dos planos 
nacionais estabelecidos. 
 
 A criação das Conferências complementava as propostas institucionais anteriores e 
seguia os princípios gerais que as orientaram, calçados na preocupação em estabelecer 
parâmetros mais precisos nas relações e atribuições da União com os estados e os 
municípios. Utilizando-se recursos financeiros e prestação de assistência técnica, os 
problemas dos estados deveriam ser tratados, conjunta e sistematicamente, sem 
privilégios. Esse objetivo ficou claramente indicado na Lei que aprovou o novo formato do 
Ministério, contendo um capítulo específico relativo às formas de ação da União. Nele, o 
Governo indicava que as CNS, assim como as Conferências Nacionais de Educação 
criadas pela mesma legislação, estavam destinadas a facilitar ao Governo Federal o 
conhecimento das atividades concernentes à Educação e à Saúde, orientando a 
execução dos serviços estaduais e locais e a concessão de auxílios e subvenções 
federais. 
 
 Com a reforma de 1937, foi criada a Divisão de Amparo à Maternidade e a Infância. 
Pouco depois, em fevereiro de 1940, ela seria extinta com a criação do Departamento 
Nacional da Criança, desvinculado do DNS. Ambos estiveram sob a direção de Olinto de 
Oliveira, que, em suas atividades e textos, acentuava a necessidade de que os problemas 
relacionados à infância não deveriam estar subordinados à área da Saúde Pública, mas a 
um órgão autônomo dentro do MES. 
 
A SEGUNDA GRANDE REFORMA E A CRIAÇÃO DO SESP 
 
 Ocorreu em 1941 a Segunda Grande Reforma com a criação dos Serviços 
Nacionais, que verticalizaram as campanhas de combate a doenças específicas e às 
grandes endemias. Portanto, serão essas duas reformas empreendidas por Capanema − 
uma mais geral da estrutura do MESP e outra mais específica nas ações de saúde − que 
definirão e consolidarão a estrutura administrativa e institucional da saúde pública, que 
permaneceu quase inalterada até a criação do Ministério da Saúde em 1953, e de certo 
modo até o final dos anos 80. 
 
 Um marco importante foi a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) 
em 1942, por meio de um acordo com o governo norte-americano, durante a IIa Guerra 
Mundial. 
 
 O foco das ações principais da Saúde Pública recaiu sobre o combate à malária e à 
tuberculose, nesse caso uma novidade em relação ao período pré-Era Vargas, além da 
formulação de um plano nacional de combate à lepra. A febre amarela, tradicional alvo da 
Saúde Pública,e que retornara à capital federal em 1928, depois de duas décadas de 
ausência, continuou a merecer a atenção do Governo Federal e a parceria da Fundação 
Rockefeller, em especial nos anos 40, para a fabricação da vacina. 
 
 Interiorizar a Saúde Pública − agenda clássica do sanitarismo − parecia ser 
possível com o incremento da presença do MES nos Estados, e o formato institucional 
escolhido foi verticalizar essas ações que seriam especializadas por enfermidade a ser 
enfrentada, coordenadas por um núcleo central que residiria no Ministério e 
implementadas de modo hierárquico nos estados e nos municípios. 
 
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NA ERA VARGAS 
 
 As Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP´s) instituídas pela chamada Lei Elói 
Chaves, de janeiro de 1923, beneficiavam poucas categorias profissionais. Esse quadro 
mudou significativamente a partir dos anos 30, uma vez que, a demanda dos associados 
crescera vertiginosamente, fazendo que surgissem, em 1933, os Institutos de 
Aposentadoria e Pensão (IAP’s) que abrangiam categorias de trabalhadores. O novo 
Ministério do Trabalho incorporou ideais das CAP´s e passou a tomar providências para 
que essa garantia trabalhista fosse estendida a um número significativo de trabalhadores. 
Dessa forma, foi criado o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) em 
junho de 1933, ao qual se seguiram o dos Comerciários (IAPC) em maio de 1934, o dos 
Bancários (IAPB) em julho de 1934, o dos Industriários (IAPI) em dezembro de 1936, e os 
de outras categorias profissionais nos anos seguintes. Em fevereiro de 1938, foi criado o 
Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado (IPASE). A presidência 
desses institutos era exercida por pessoas livremente nomeadas pelo Presidente da 
República. 
 
 Após 1945, os Institutos de Aposentadoria e Pensões expandiram suas áreas de 
atuação, que passaram a incluir serviços na área de alimentação, habitação e saúde. 
Essa ampliação de funções, porém, não foi acompanhada da necessária reformulação da 
sua gestão financeira, o que acarretou sérios problemas posteriormente. A falta de um 
planejamento central foi também responsável por graves disparidades na qualidade do 
atendimento oferecido às diversas categorias profissionais. 
 
A PRIMEIRA CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
 
 Esta Conferência foi realizada entre 10 e 16 de novembro de 1941, no Rio de 
Janeiro, logo após a realização da Conferência Nacional de Educação. Algumas 
proposições aprovadas revelam a combinação da histórica agenda dos sanitaristas e das 
características da Política Varguista. De certo modo, as CNS deveriam substituir os 
congressos da Sociedade Brasileira de Higiene que, com cinco edições até serem 
interrompidos em 1930, eram os espaços de reunião científica e política dos profissionais 
do campo da Saúde Pública. Esses congressos só puderam ser retomados em 1947 e 
mantiveram a sua importância técnica e política até o final dos anos 50. 
 
 
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