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Direito Processual Penal

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Aula 1
____________________________________________________________
Direito Processual Penal – Renato Brasileiro 
Bibliografia: Eugênio de Oliveira ou Guilherme de Souza Nucci (Manual de processo penal)
Site: www.injur.com.br
Inquérito Policial:
Conceito: é o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade de policia judiciária, consistente em um conjunto de diligencias realizadas para apuração da materialidade e da autoria da infração penal a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
Natureza jurídica: o inquérito policial não é um processo judicial e nem administrativo. É um procedimento administrativo. Baseando – se nisso pode – se dizer que caso ocorra eventuais vícios constantes do inquérito policial, esses vícios não contaminaram o processo a que deram origem. Por exemplo: uma prova pericial mal produzida;
OBS: as provas ilícitas produzidas no inquérito policial contaminaram os autos, tendo em vista a ilicitude da prova. Por exemplo: tortura para que haja uma confissão;
O inquérito policial não serve para aplicação de sanção direta, como visto, ele é um procedimento administrativo que normalmente dá origem a um processo judicial. Resumindo, do inquérito policial não se resulta uma sanção direta, pois tal sanção somente vem com a sentença dos autos;
Finalidade: é a colheita de elementos de informações quanto à autoria e materialidade do fato delituoso
Observa – se que aqui a palavra utilizada foi elementos de informação e não elementos probatórios. Essas palavras contêm as seguintes diferenças:
 Elementos – art. 155, CP
	Elementos de informação 
	Elementos probatórios 
	Fase investigatória 
	Em regra são produzidos na fase judicial. Lembrando que as provas cautelares antecipadas e não repetíveis podem ser produzidas na fase investigatória e judicial
	Não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa
	É obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa
	São produzidas sem a presença do juiz, salvo quando houver a necessidade de intervenção do poder judiciário. Ex: para mandar fazer uma busca e apreensão 
	Deve ser produzida na presença do juiz. Nos dias atuais essa presença não precisa ser somente física ela pode ser dar mediante vídeo conferência, que é o que chamamos de presença remota;
Direta (fisicamente)
Remota (vídeo conferência)
	Tem como finalidade a decretação de medidas cautelares e auxiliam na formação da convicção do titular da ação penal => “opinio delicti”
	Nos elementos probatórios deve se preservar o princípio da identidade física do juiz, onde o juiz que presidiu a instrução deve proferir a sentença. O art. 339, §2º, CPP;
Contudo a doutrina penal tem entendido que se aplica subsidiariamente a doutrina cível nas questões não disciplinadas pela doutrina penal. Art. 132, CPC 
	Exclusivamente (155) – elementos informativos isoladamente considerados não podem fundamentar uma sentença condenatória. Porém não devem ser desprezados, podendo se somar a prova produzida em juízo para formar a convicção do magistrado
	
Atribuição para presidir o inquérito policial:
Crime militar – no crime militar a competência divide – se em duas:
Competência da Justiça Militar da União
Competência da Justiça Militar dos Estados
Quem investiga é a policia judiciária militar (IPM: inquérito policial militar) – forças armadas ou corpo de bombeiros – quem preside é o encarregado (é como se fosse o delegado no inquérito policial)
Crime de competência da Justiça Federal – art. 144, §1º: quem investiga é a Policia Federal;
Crime de competência da Justiça Eleitoral – quem investiga é a Policia Federal. Se na comarca na houver policia federal, a Polícia Civil pode realizar as investigações;
Crime de competência da Justiça Estadual: -> Polícia Civil e Polícia Federal (a Policia Federal investiga os crimes de, por exemplo, crime praticado pela internet; receptação de carga, pois esses crimes vão além do território estadual) – VER lei 10.446/02;
Características do inquérito policial:
Procedimento escrito – art. 9º, CP: 
Questão: pode gravar atos do inquérito policial? Ou até mesmo suas diligencias? R - art. 405, §1º, CPP – sim. A doutrina tem entendido que o art. 405, §1º, CPP pode ser aplicado subsidiariamente ao inquérito policial;
Procedimento dispensável: se o titular da ação penal com elementos de informação oriundos de procedimento investigatório diverso, o inquérito policial será dispensável – art. 27 e 39,§5º, CP
Procedimento sigiloso: o inquérito policial é um procedimento administrativo em relação ao qual a surpresa é fundamental para a sua eficácia 
Art. 93, IX, CF – publicidade aos atos processuais
Art. 20, CPP
*A quem não se opõe o sigilo do inquérito policial?
R – ao juiz, ao Ministério Público e ao advogado (art. 5º, LXIII e art. 7º, XIV EOAB)
De acordo com o Supremo o advogado tem acesso aos autos do inquérito policial caso a diligencia já tenha sido documentada. Porém se a diligencia ainda não foi realizada ou está em andamento o advogado não tem direito de ser comunicado.
Em regra, o advogado não precisa de procuração, contudo se houver informações sigilosas no inquérito policial, o advogado tem que ter procuração – Súmula nº 14
*Negado o acesso ao inquérito policial, quais os instrumentos que o advogado tem para liberar o inquérito policial?
Mandado de Segurança em nome do advogado
Reclamação perante o Supremo
Habeas Corpus quando o agente estiver preso ou solto, mesmo com relação ao usuário de drogas. Havendo risco potencial a liberdade de locomoção do investigado será cabível a impetração de Habeas Corpus, desde que seja cominada pena privativa de liberdade para o delito.
Procedimento inquisitorial: não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa. No caso do inquérito para expulsão do estrangeiro vai haver o contraditório e a ampla defesa – lei 6.815.
Procedimento discricionário: a fase preliminar de investigações é conduzida de maneira discricionária pela autoridade policial, que deve determinar o rumo das diligências de acordo com as peculiaridades do caso concreto.
Discricionariedade significa liberdade para atuar conforme a lei.
Art. 14: essa discricionariedade não tem caráter absoluto. Para os Tribunais há diligências que devem ser obrigatórias e realizadas. Ex: exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios e a oitiva do investigado
STJ (HC 69405/08)
Procedimento oficioso: tratando – se de crime de Ação Penal Pública Incondicionada a autoridade policial é obrigada a agir de oficio, independentemente de provocação da vítima.
Nos demais casos (Ação Penal Pública Condicionada e Ação Penal Privada) é necessário prévio requerimento da vítima ou de seu representante legal.
Procedimento indispensável: o delegado não pode arquivar o inquérito policial;
Procedimento temporário: em se tratando de investigado solto a doutrina entende que o prazo para conclusão do inquérito policial pode ser sucessivamente prorrogado. STJ (HC 96666)
Formas de instauração do inquérito policial:
Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada:
De oficio: o nome da peça é portaria do delegado
Requisição do juiz ou do MP: de acordo com a doutrina, de modo a se preservar a imparcialidade do juiz, ele não pode diretamente requisitar a instauração do inquérito policial – o nome da peça é requisição do juiz ou do MP.
Requerimento do ofendido ou de seu representante legal: antes de instaurar o inquérito policial o delegado deve verificar a procedência das informações. O delegado pode indeferir o requerimento, caso isso ocorra, cabe recurso para o Secretario de Segurança Pública, ou para o Delegado Geral da Polícia Civil ou para o Superintendente da Polícia Federal ou requerer diretamente para o MP – o nome da peça é portaria.
Notícia oferecida porqualquer do povo: deve verificar aqui a procedência das informações – o nome da peça é portaria.
Auto de prisão em flagrante: no Código de Processo Penal Militar o auto de prisão em flagrante pode dispensar o inquérito policial – art. 27, do CPPM.
Crimes de Ação Penal Pública Condicionada e Ação Penal Privada: a instauração do inquérito policial depende do requerimento do ofendido ou do seu representante legal.
Se o inquérito policial for instaurado através de portaria do delegado, eventual Habeas Corpus deve ser apreciado por juiz de 1ª instância; se houve a requisição do MP, a autoridade coatora será o Promotor de Justiça.
Notita Criminis: é o conhecimento espontâneo ou provocado por parte da autoridade policial a cerca de um fato delituoso.
De cognição imediata: é quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras.
De cognição mediata: é quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de um expediente escrito. Por exemplo: requerimento da vítima; ou requisição do Promotor de Justiça.
De cognição coercitiva: é quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através da apresentação do individuo preso em flagrante.
Aula 2
____________________________________________________________
02.02.2011
Delatio Criminis = é uma espécie de notitia criminis, caracterizada pela comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo.
*Notitia Criminis inqualificada = vulgarmente conhecida por denúncia anônima – art. 5º, IV, CF “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Para o Supremo uma denúncia anônima por si só não serve para fundamentar a instauração de inquérito policial. Porém a partir dela a polícia pode realizar diligências preliminares para apurar a veracidade das informações e então instaurar o inquérito policial (HC nº 95244)
Identificação Criminal: a identificação criminal é feita de duas formas:
Identificação fotográfica: fotografia essa que é importante, mas não infalível.
Identificação datiloscópica: impressão digital. Tem a vantagem porque não existe impressão digital igual e é mais fácil comparar a impressão digital do que a fotografia. 
A identificação criminal é um procedimento feito por um técnico, ou seja, é um procedimento de caráter científico.
Não confundir identificação criminal com reconhecimento de pessoas e coisas. O reconhecimento é feito por uma pessoa leiga e não tem os mesmo efeitos probatórios do que a impressão digital.
*Identificação criminal pode ser feita em toda e qualquer pessoa?
R – cuidado – antes da CF/88 a identificação criminal era a regra, ou seja, todo e qualquer acusado mesmo que se identificado civilmente seria identificado criminalmente (Súmula 568 STF – está ultrapassada diante da CF/88). Com a vinda da CF/88 houve uma modificação quanto ao entendimento acima exposto – art. 5º, LVIII, CF “não será submetido à identificação criminal se já identificado civilmente, salvo nas hipóteses previstas em lei”.
*Quais são as leis que tratam sobre a identificação criminal?
R – 
- Estatuto da Criança e do Adolescente – art. 109 da lei 8.069/90
- Lei das Organizações Criminosas – art. 5º da lei 9.034/95
- Art. 3º, I da lei 10.054/00. Como o art. 3º, I não citou sobre as organizações criminosas, o STF tem entendido que essa lei revogou o art. 5º da lei 9.034/95.
- Art. 9º da lei 12.037/09: “revoga – se a lei 10.054”. Art. 1º: “o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta lei”. Essa lei veio para revogar as demais leis (leis anteriores). 
Incomunicabilidade do indiciado preso – art. 21, CPP: 
“A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir”. “Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil”.
O art. 21 do CPP não foi recepcionado pela CF – art. 136, §3º, IV: “é vedada a incomunicabilidade do indiciado preso”.
A partir da Lei 10.792/03 além de mudar o interrogatório criou o RDD, que está na LEP. 
*Quem está no RDD fica incomunicável?
R – art. 52, III da LEP: “visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas”. Apesar de o RDD ser um regime mais rigoroso ele não estabelece a incomunicabilidade do preso (HC nº 40300).
Indiciamento: indiciar é apontar alguém como provável autor de um delito. 
*O que é necessário para indiciar alguma pessoa?
R - Prova da existência do crime e indícios de autoria.
*De quem é a atribuição para o indiciamento?
R – a atribuição é privativa da autoridade policial. 
Para os Tribunais não havendo elementos probatórios é possível a impetração de Habeas Corpus buscando – se o desindiciamento. 
*Quem é que pode ser indiciado? Qualquer pessoa pode ser indiciada?
R – pelo menos em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada.
*Quem é que não pode ser indiciado?
R – Membros do Ministério Público (art. 41, II, §único da lei 8.605); Juiz; 
Para o Supremo a partir do momento em que titular de foro por prerrogativa de função passa a figurar como suspeito em procedimento investigatório é necessária autorização do Tribunal para o prosseguimento das investigações, autorização esta que também é necessária para o indiciamento. (Inquérito nº 2411)
Conclusão do Inquérito Policial:
Prazo para conclusão do IP:
	 Agente preso 
	Agente solto 
	CPP 10 dias
	30 dias
	Just. Federal 15 dias + 15 dias
	30 dias
	IPM 20 dias
	40 dias
	Lei de Drogas 30 dias + 30 dias
	90 dias + 90 dias
	Economia Pop. 10 dias
	10 dias
	Prisão temporária 30 dias + 30 dias
Em crimes hedi-
ondos e equipara. 
	Não tem prazo, porque é temporária 
“Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela”.
A maioria da doutrina entende que esse prazo de 10 dias não pode ser prorrogado, no CPP.
No caso do indivíduo solto o prazo pode ser prorrogado, no CPP.
Quando o indivíduo está solto o prazo dele é processual penal (não conta o dia do início, só o do fim). No caso do indivíduo preso temos divergências doutrinárias (uns dizem que é penal, outros processual).
Relatório da autoridade policial: deve ter caráter descritivo, ou seja, deve descrever quais as diligências realizadas. E, eventualmente apontar as que não foram feitas e o porquê não foram feitas.
O relatório da autoridade policial não deve fazer juízo de valor. 
CUIDADO: com base na lei de drogas o delegado deve opinar no sentido da tipificação da conduta. Se tal conduta se caracteriza como tráfico ou uso próprio. Art. 52 da lei de drogas.
O relatório não se trata de peça obrigatória. Se o delegado não o fizer pode ocorrer sanção contra o mesmo. 
Destinatário dos autos do Inquérito Policial: de acordo com o CPP os autos do IP são remetidos ao poder judiciário. 
Resolução nº 63 do Conselho da Justiça Federal – estabelece a tramitação direta dos autos do IP da delegacia para o MP, salvo se houver necessidade de medidas cautelares;
Providências a serem adotadas após a remessa do Inquérito Policial: 
- Se a Ação Penal for de Iniciativa Privada: o juiz determinará a permanência dos autos em cartório, aguardando – se a iniciativa do querelante;
“Art. 19.  Nos crimes em que não couber ação pública,os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado”.
- Se a Ação Penal for Pública: o juiz determinará vistas ao MP;
*Quais as providências que se toma a partir daí?
R – 
Oferecimento de denúncia; 
Arquivamento do IP; 
Requisição de diligências, desde que indispensáveis ao oferecimento da denúncia. Essas diligências devem ser requisitadas diretamente ao delegado. Se o juiz indefere o retorno dos autos cabe correição parcial; art. 16, CPP
Pedido de declinação de competência: se o Promotor entender que o juízo não é dotado de competência deve requerer a remessa dos autos ao juiz natural.
Pode suscitar conflito de competências: se já havia prévia manifestação de outro juízo quanto à competência deve ser suscitado um conflito.
Pode suscitar conflito de atribuições: é um conflito entre autoridades administrativas, ou seja, conflito entre órgãos do MP
“Art. 16: o Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia”.
*Quem é que decide conflito de competências?
R- Súmula n° 348 STJ foi cancelada pelo RE 590409. Súmula 428: “compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre Juizado Especial Federal e Juízo Federal da mesma seção judiciária”. 
*Quem é que decide um conflito de atribuições?
R – o Supremo entende que se o conflito é apenas entre os Promotores é um conflito de atribuições e quem decide é o Supremo Tribunal Federal. Art. 102, CF
*Arquivamento do Inquérito Policial: o arquivamento do IP é uma decisão judicial, apesar de o CPP falar em despacho. É uma decisão judicial por causa dos efeitos que o arquivamento produz. Ele faz coisa julgada formal e material. 
O arquivamento parte do Promotor de Justiça, fala – se em promoção de arquivamento que deverá ser encaminhado ao juiz que decide se homologa ou não o arquivamento.
*Quais são os fundamentos do arquivamento?
Ausência de pressupostos processuais ou condições da ação. Faz coisa julgada formal: removido o defeito ou vício será possível o oferecimento de denúncia. 
Falta de justa causa (lastro probatório quanto à prática do delito). Faz coisa julgada formal
Atipicidade formal ou material da conduta delituosa. Ex: princípio da insignificância. Faz coisa julgada formal e material (HC 84156)
Existência manifesta excludente da ilicitude. Faz coisa julgada formal e material
Manifesta causa excludente da culpabilidade, salvo na hipótese de inimputabilidade do art. 26, caput, CP. No caso do inimputável do art. 26, ele deve ser denunciado com base na medida de segurança. É denunciado já sendo absolvido impropriamente. Faz coisa julgada formal e material
Causa extintiva da punibilidade. Faz coisa julgada formal e material
Coisa julgada na decisão de arquivamento: coisa julgada é a decisão judicial da qual não cabe mais recurso.
- coisa julgada formal: é a imutabilidade da decisão no processo em que foi proferida;
- coisa julgada material: é a imutabilidade da decisão fora do processo em que foi proferida. A coisa julgada material pressupõe a coisa julgada formal, isto é, a coisa julgada material não existe sem a coisa julgada formal.
*A decisão que determina o arquivamento do IP faz coisa julgada formal ou coisa julgada material? 
R – depende das hipóteses acima descritas. (resposta acima)
ATENÇÃO: HC 95211 o Supremo entendeu que seria possível o oferecimento de denúncia com base em provas novas.
HC 87395 o Supremo tem entendido que o arquivamento baseado em excludente de ilicitude faz coisa julgada formal e material. Esse HC ainda não terminou de ser julgado.
Causa extintiva de punibilidade: certidão de óbito falsa. Tanto o Supremo tanto o STJ entendem que se o juiz julgou extinta a punibilidade com base de certidão de óbito falsa, essa decisão poderá ser revogada / é inexistente.
Desarquivamento e oferecimento de denúncia: súmula 524 do STF. No desarquivamento é necessária a notícia de provas novas, consistindo o desarquivamento numa decisão de natureza administrativa pro meio da qual as investigações são reabertas. Uma vez desarquivado o IP caso surjam provas novas, capazes de alterar o contexto probatório dentro do qual foi proferida a decisão de arquivamento, será possível o oferecimento de denúncia (Súmula 524 do STF). Para o oferecimento da denúncia é necessário apenas provas novas.
Procedimento do arquivamento:
14. 1. Na Justiça Estadual – art. 28, CPP: “se o órgão do MP, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do IP ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender”.
Se o juiz concorda com o arquivamento – arquiva. Se o juiz não concorda, manda o IP para o Procurador Geral de Justiça.
O Procurador Geral de Justiça pode oferecer denúncia; ou requisitar diligências; ou insistir no arquivamento (nesse caso o juiz está obrigado a atender); ou designar outro órgão do MP para atuar no caso.
(a maioria da doutrina entende que esse outro Promotor (art. 28, CPP) age por delegação, então ele fica obrigado a oferecer a denúncia). Alguns doutrinadores, minoria, alegam não subordinação.
Aula 3
____________________________________________________________
14.02.11
14. 2. Procedimento do arquivamento na Justiça Federal: Também válido na justiça comum do DF (MPDFT) e na Justiça Militar da União (MPM).
LC 75/93 – art. 62
MPF – promoção de arquivamento – juiz federal não concorda – Câmara de Coordenação e revisão/MPF 2º CCR (ela se pronuncia apenas de maneira opinativa) – envia-se ao PGR (compete a ele a decisão final).
14. 3. Procedimento do arquivamento nas hipóteses de atribuição originária do Procurador Geral da República ou do Procurador Geral de Justiça: em regra, o procedimento do arquivamento ocorre mediante decisão judicial. Porém, quando se tratar de atribuição originária do Procurador Geral da República ou do Procurador Geral de Justiça não é necessário que a decisão do MP seja submetida à análise do Poder Judiciário, salvo na hipótese em que a decisão de arquivamento for capaz de fazer coisa julgada material.
Inquérito nº 2054
Inquérito nº 2341
Arquivamento implícito: ocorre quando o MP deixa de incluir na denúncia algum corréu ou algum fato delituoso, não se manifestando quanto ao arquivamento. Nessa hipótese caso o juiz não aplicasse o art. 28, CPP teria havido o arquivamento implícito. Esse arquivamento implícito não é admitido pela jurisprudência, que também não admite o oferecimento de Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.
Ex: 
Entende – se, no caso de arquivamento implícito, que Mévio teve seu inquérito arquivado implicitamente.
Arquivamento indireto: se o órgão do MP ao invés de oferecer denúncia requer a declinação de competência e o juiz não concorda, essa manifestação deve ser entendida como um pedido indireto de arquivamento, aplicando – se por analogia, o art. 28, CPP.
Recorribilidade da decisão de arquivamento: em regra, a decisão de arquivamento é irrecorrível, não cabendo se quer Ação Penal Privada Subsidiária da Pública. 
Exceções:
Crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública (há previsão de recurso de oficio);
No caso das contravenções do jogo do bicho e corrida de cavalos fora do hipódromo há previsão legal de recurso em sentido estrito;
Na hipótese de arquivamento de investigação por parte do Procurador Geral de Justiça, caberá pedido de revisão ao Colégio de Procuradores;
Se o juiz arquivar o inquérito policial de oficio caberá correição parcial;
Trancamento do inquéritopolicial: trata – se de medida de natureza excepcional que só é possível nas seguintes hipóteses:
Manifesta atipicidade formal ou material da conduta delituosa;
Presença de causa extintiva da punibilidade;
Instauração de inquérito em crime de Ação Penal Privada ou crime de Ação Penal Pública Condicionada à Representação sem prévio requerimento do ofendido ou de seu representante legal
O instrumento a ser utilizado, em regra, é o Habeas Corpus (deve verificar se há risco, mesmo que de modo potencial, a liberdade de locomoção. Ex: a pena prevê a privativa de liberdade cabe HC, se a pena prevê somente multa não cabe HC). Se não houver esse risco, o instrumento será o Mandado de Segurança.
Investigação pelo Ministério Público: 
Argumentos contra a investigação pelo Ministério Público:
Atenta contra o sistema acusatório, pois cria – se um desequilíbrio entre acusação e defesa;
A Constituição Federal dotou o Ministério Público do poder de requisitar diligências ou a instauração de inquérito policial, mas não a atribuição para presidir as investigações (Ministro Marco Aurélio);
Falta de previsão legal e instrumento para as investigações;
Argumentos favoráveis à investigação pelo Ministério Público:
Teoria dos poderes implícitos (Mc Culloch vs. Maryland, 1819) – a CF/88 ao conceder uma atividade fim a determinado órgão ou instituição implícita e simultaneamente também concede a ele todos os meios necessários para atingir esse objetivo. Logo, se Ministério Público é o titular da Ação Penal Pública, deve se outorgar a ele os meios necessários para formar o seu conhecimento;
Não há violação ao sistema acusatório, pois os elementos colhidos pelo Ministério Público terão o mesmo valor do que aqueles produzidos em um inquérito policial;
Procedimento investigatório criminal (PIC): é o instrumento de natureza administrativa e inquisitorial instaurado e presidido pelo órgão do Ministério Público com a finalidade de apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, fornecendo elementos para o oferecimento ou não da denúncia – resolução nº 13 do Conselho Nacional do Ministério Público;
Posição jurisprudencial a cerca do assunto:
O STJ tem entendido que o Ministério Público pode investigar. Súmula nº 234, STJ.
O STF em um primeiro momento manifestava – se contrariamente a investigação. Hoje essa posição está modificada. O STF é favorável à investigação (Inquérito nº 1968); (HC nº 91661); (HC nº 89837).
 Controle externo da atividade policial – art. 129, VII, CF: é o conjunto de normas que regulam a fiscalização exercida pelo Ministério Público em relação a policia, na prevenção, apuração e investigação de fatos delituosos, na preservação dos direitos e garantias dos presos e na fiscalização do cumprimento das determinações judiciais. 
Esse controle externo decorre do sistema de freios e contrapesos previsto na CF/88.
Esse controle externo dele não resulta relação de subordinação ou hierarquia.
Pode ser exercido de duas formas:
Controle difuso: é aquele exercido por todos os membros do Ministério Público com atribuição criminal. 
O controle difuso pode e vai se dar através:
Do controle de ocorrências policiais; 
Verificação de prazos de inquérito policial, 
Qualidade do inquérito policial; 
Em relação aos bens apreendidos; 
Propositura de medidas cautelares.
Controle concentrado: é aquele exercido através de membros do Ministério Público com atribuição específica para o controle externo da atividade policial. 
Medidas que podem ser adotadas:
Ações de improbidade administrativa;
Procedimento de investigação criminal;
Requisições, recomendações e termo de ajustamento de conduta;
Visitas às unidades prisionais;
Controle de comunicações de prisão em flagrante;
Esse controle externo está regulamentado pela resolução nº 20 do Conselho Nacional do Ministério Público.
Ação Penal:
Conceito: ação penal é o direito público subjetivo de se pedir ao Estado – juiz a tutela jurisdicional relacionada ao caso concreto.
Condições da ação penal: apesar do direito de ação ser um direito autônomo, abstrato é necessário o preenchimento de certas condições (devem ser preenchidas para que haja o exercício regular do direito de ação):
Condições genéricas da ação penal:
- possibilidade jurídica do pedido: o pedido formulado deve se referir a uma providência admitida pelo direito objetivo. No âmbito do processo penal, deve ser analisado se a imputação formulada na peça acusatória refere – se a fato típico, ilícito e culpável praticado por cidadão com 18 anos completos ou mais. Ex: suponha – se que uma denúncia seja oferecida contra menor de 18 anos pela prática de crime pedindo a imposição de pena privativa de liberdade. O juiz nesse caso pode: rejeitar a peça acusatória (art. 395, II, CP); ou pode extinguir o processo sem julgamento do mérito (art. 267, VI, CPC).
- legitimidade para agir: é a pertinência subjetiva da ação. 
Legitimação ativa: nos crimes de Ação Penal Pública a legitimidade é do Ministério Público, nos crimes de Ação Penal Privada a legitimidade será do ofendido ou de seu representante legal. Ex: durante a propaganda eleitoral Tício pratica crime de calúnia contra Mévio, o qual oferece queixa - crime dentro do prazo decadencial. Analise o caso concreto. Esse problema tem a seguinte resolução: o crime de calúnia é um crime contra honra e esses crimes dependem de oferecimento da denúncia por parte do ofendido. Contudo, como esse crime ocorreu durante propaganda eleitoral ele deixa de ser privado e torna – se público, isto é, quem tem legitimidade é o Ministério Público e a peça não é a queixa - crime e sim a denúncia.
Ex: Tício praticou crime de injuria racial contra Mévio no dia 30 de agosto de 2009. No dia 30 de outubro de 2009 Mévio ajuizou queixa - crime contra Tício. Mévio tem legitimidade para ocupar o polo ativo? Sim (ação penal privada)
Lei 12.033/09 - lei de injúria racial
R – o crime ocorreu antes da lei, ou seja, a ação é penal privada. Contudo o oferecimento da queixa – crime ocorreu após a lei, ação penal pública condicionada à representação. Essa mudança é prejudicial aplicando – se o critério da irretroatividade da lei mais gravosa.
A alteração produzida pela lei 12.033/09 tem reflexos no direito material, pois priva o acusado de três possíveis causas extintivas da punibilidade aplicáveis apenas aos crimes de ação penal privada: renúncia, perdão e perempção.
	Antes da lei 12.033/09
Ação penal privada;
	Depois da lei 12.033/09
Ação penal pública condicionada à representação;
Legitimação passiva: legitimado passivo é o provável autor do fato delituoso com mais de 18 anos.
Alguns doutrinadores entendem que a legitimação passiva só pode ser analisada ao final do processo.
Ex. de ilegitimidade passiva: homônimo (pessoas com o mesmo nome) (HC nº 72451, STF); denúncia oferecida contra a testemunha;
Legitimidade da pessoa jurídica no processo penal: 
*Pessoa jurídica tem legitimidade ativa no processo penal?
R – sim. Ex: crime de difamação.
*Pessoa jurídica tem legitimação passiva no processo penal? Será que uma pessoa jurídica pode ser colocada no banco do réu?
R – teoria da dupla imputação (os Tribunais têm admitido o oferecimento de denúncia contra pessoa jurídica pela prática de crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou benefício). Pode oferecer denúncia se se tratar de crimes ambientais, mas tem que oferecer a denúncia tanto a pessoa jurídica quanto a pessoa física (HC nº 92921). 
- interesse de agir: 
Aula 4
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01.03.11 cont...
Necessidade: no Processo Penal a necessidade é presumida, pois não há pena sem processo, salvo nos caso dos juizados.
Adequação: em se tratando de ação penal condenatória a adequação é irrelevante, pois não há diferentes espéciesde ações penas condenatórias.
Ações penais não condenatórias. Ex: Habeas Corpus.
Utilidade: a utilidade consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor.
* Prescrição em perspectiva (também conhecida como virtual ou hipotética): é o reconhecimento antecipado da prescrição. Em virtude da constatação de que, no caso de possível condenação, eventual penal que venha a ser imposta ao acusado será inevitavelmente atingida pela prescrição da pretensão punitiva retroativa, tornando inútil a instauração do processo penal. Para a doutrina, ao invés de oferecer denúncia, deveria o Promotor requerer o arquivamento por causa da ausência do interesse de agir. Para os Tribunais, não se admite o reconhecimento da prescrição virtual, pois não há previsão legal regulamentando – a e ela é incompatível com a presunção de inocência do acusado. Súmula n° 438,STJ: “É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal”.
Art. 109. VI, CP: prescrição: 
* CUIDADO: Lei 12.234/10 (entrou em vigor no dia 06 de maio de 2010 – lei mais gravosa): essa lei pôs fim a prescrição da pretensão punitiva retroativa entre a data do fato delituoso e o recebimento da peça acusatória.
2.2 Condições específicas da ação penal:
São necessárias a certos delitos. Ex: representação do ofendido; requisição do Ministro da Justiça (crime contra honra do Presidente da República); laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial que deixarem vestígios; qualidade de militar no crime de deserção.
* CUIDADO: com a sentença declaratória da falência nos crimes falimentares. Na antiga lei de falências a sentença declaratória era condição especifica da ação penal. Na nova lei cuida – se de condição objetiva de punibilidade – art. 180 da lei.
As condições específicas não se confundem com as condições de prosseguibilidade e nem com as condições de procedibilidade. Alguns doutrinadores entendem que a condição de procedibilidade é sinônimo de condição da ação e essas são as condições necessárias para o início do processo, ou seja, o processo ainda não teve início e essa condição deve ser implementada para que o processo possa começar. Já a condição de prosseguibilidade é uma condição necessária para o prosseguimento do processo, ou seja, o processo já está em andamento e uma condição deve ser implementada para que o processo possa seguir seu curso normal. Quanto aos processos penais que ainda não tinham tido início quando da entrada em vigor da lei 9.099/95, a representação funcionou como condição de procedibilidade em relação aos crimes de lesão leve e lesão culposa, quanto aos processos que já estavam em andamento a representação funcionou como condição de prosseguibilidade.
Classificação das ações penais condenatórias:
3.1 Ação Penal Pública:
- titular: Ministério Público
- peça: denúncia
- Subespécies de ação penal pública:
a. ação penal pública incondicionada: a atuação do Ministério Público independe do implemento de qualquer condição (regra).
b. ação penal pública condicionada: a atuação do Ministério Público está subordinada ao implemento de uma condição. Nesse caso o Ministério Público fica dependendo de representação do ofendido ou da requisição do Ministro da Justiça.
c. ação penal pública subsidiaria da pública: são três as espécies apontadas:
Ex: decreto lei n° 201/67 – art. 2°, §2º: se o Ministério Público Estadual não fizer nada, você pode solicitar providencias do Ministério Público da União. A maioria da doutrina entende que o §2° não foi recepcionado pela CF porque atenta contra a autonomia dos Ministérios Públicos Estaduais.
Ex: Código Eleitoral (lei 4.737/65 – art. 357, §§3° e 4°): Ministério Público Estadual atua como Promotor Eleitoral. Se o Promotor Eleitoral nada fizer, você pode recorrer ao Procurador Regional Eleitoral. Em síntese, sai do Ministério Público Estadual e vai para o Ministério Público da União.
Ex: incidente de deslocamento de competência (CF art. 109, V – A e º5°)
3.2 Ação Penal de Iniciativa Privada:
- titular: em regra, o ofendido ou o seu representante legal
- peça: queixa – crime
- espécies de ação penal de iniciativa privada:
a. ação penal exclusivamente privada: é possível a sucessão processual
b. ação penal privada personalíssima: não é possível a sucessão processual
* A morte da vítima extingue a punibilidade?
R – se a ação for penal privada personalíssima sim. Art. 236, CP
c. ação penal privada subsidiaria da pública: somente é cabível diante da inércia do Ministério Público. 
Princípios da Ação Penal:
	Princípios da Ação Penal Pública
	Princípios da Ação Penal Privada
	- Ne procedat iudex ex officio (princípio da inércia da jurisdição): ao juiz não é dado iniciar processo penal condenatório de ofício.
* Processo judicialiforme ou ação penal ex officio -> antes da CF era possível que o juiz desse início a um processo penal condenatório de oficio nos crimes culposos de lesão corporal, homicídio e contravenções (art. 26 – não foi recepcionado pela CF) – art. 129, I.
* CUIDADO: em se tratando de processo penal não condenatório o juiz pode agir de oficio. Ex: Habeas Corpus.
	- Ne procedat iudex ex officio (princípio da inércia da jurisdição): ao juiz não é dado iniciar processo penal condenatório de ofício.
* Processo judicialiforme ou ação penal ex officio -> antes da CF era possível que o juiz desse início a um processo penal condenatório de oficio nos crimes culposos de lesão corporal, homicídio e contravenções (art. 26 – não foi recepcionado pela CF) – art. 129, I.
* CUIDADO: em se tratando de processo penal não condenatório o juiz pode agir de oficio. Ex: Habeas Corpus.
	- Ne Bis in idem processual: ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação (Convenção Americana de Direitos Humanos – art. 8° - 4).
* E se você foi processado e absolvido por um juiz incompetente?
R – você não mais poderá ser processado. Essa sentença transita em julgado e produz efeitos (HC n° 86.606).
	- Ne Bis in idem processual: ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação (Convenção Americana de Direitos Humanos – art. 8° - 4).
* E se você foi processado e absolvido por um juiz incompetente?
R – você não mais poderá ser processado. Essa sentença transita em julgado e produz efeitos (HC n° 86.606).
	- Princípio da intranscendência: a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o suposto autor do fato delituoso. 
	- Princípio da intranscendência: a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o suposto autor do fato delituoso.
	- Princípio da obrigatoriedade (legalidade processual): presentes as condições da ação penal e havendo justa causa, o Ministério Público é obrigado a oferecer denúncia.
Exceções ao princípio da obrigatoriedade:
Transação penal: princípio da discricionariedade regrada ou obrigatória mitigada.
Acordo de leniência: é uma delação premiada nos crimes contra ordem econômica (art. 35 – C da lei 8.884/94).
Termo de ajustamento de conduta: OBS: a celebração deste termo não impede o oferecimento de denúncia na hipótese de reiteração da conduta delituosa (STF HC 92.921).
Parcelamento do debito tributário (art. 9° da lei 10.684/03). 
	- princípio da oportunidade ou conveniência: cabe ao ofendido ou ao seu representante legal o juízo de oportunidade acerca do oferecimento ou não da queixa – crime.
OBS: caso o ofendido não queira oferecer o seu direito de queixa há duas possibilidades:
a. Decadência: consiste na perda do direito de queixa ou de representação pelo seu não exercício dentro do prazo legal (06 meses a contar do conhecimento da autoria).
b. Renúncia: ocorre quando o ofendido abre mão do seu direito de queixa.
	- Principio da indisponibilidade: se o Ministério Público é obrigado a oferecer denúncia também não pode desistir do processo em andamento (art. 42e %&¨, CPP)
Esse princípio é conhecido por Mirabete como princípio da indesistibilidade.
Exceções ao princípio da indisponibilidade:
a. suspensão condicional do processo.
	- Princípio da disponibilidade: em crimes de ação penal exclusivamente privada ou personalíssima, o querelante pode dispor do processo em andamento:
Formas de disposição:
Perdão do ofendido
Perempção
Conciliação e desistência da ação no procedimento dos crimes contra a honra de competência do juiz singular. 
	- Princípio da (in) divisibilidade: alguns doutrinadores entendem que há o princípio da indivisibilidade. 
* Para o STF, o Ministério Público pode oferecer denúncia contra alguns autores, sem prejuízo do prosseguimento das investigações quanto aos demais (STJ Resp 388.473). 
	- Princípio da indivisibilidade: o processo penal de um obriga o processo penal de todos (art. 48, CPP)
Conclusões:
Renúncia concedida a um dos autores do delito estende – se aos demais.
Perdão concedido a um dos querelados estende – se aos demais, desde que haja aceitação.
Quem é o fiscal desse princípio?
R – é o Ministério Público
OBS: se a omissão do querelante foi voluntária terá havido renúncia tácita, beneficiando todos os envolvidos no crime; 
Se a omissão foi involuntária, o querelante deverá ser intimado para aditar a queixa – crime para incluir os coautores, sob pena de renúncia tácita (o Ministério Público não pode aditar a queixa). 
Aula 5
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22.03.11
5. Ação Penal Pública Condicionada: a atuação do MP depende de representação do ofendido ou de requisição do ministro da justiça.
5.1. Representação do ofendido: é a manifestação ou de seu representante legal, no sentido de que possui interesse na percepção penal do autor do fato delituoso. Em relação à representação do ofendido vigora o principio da oportunidade ou conveniência.
Não há necessidade de formalismo quanto à representação (HC nº86122).
Natureza jurídica da representação: em regra, a representação funciona como uma condição especifica da ação penal. Para os processos que ainda não tiveram inicio.
Em regra, uma condição especifica da ação penal. Se, no entanto, o processo já estava em andamento e a lei passou a exigir representação, trata-se de condição de prosseguibilidade. Ex: art. 91 da lei dos juizados especiais criminais.
Destinatário da representação: art. 39 CPP – juiz; Ministério Público e autoridade policial.
Titularidade para o oferecimento da representação/queixa-crime: 
- ofendido com 18 anos ou mais: art. 5º, CC
OBS: quando o ofendido completa 18 anos já é plenamente capaz, não sendo possível que seu direito seja exercido por representante legal. Está tacitamente cancelada a súmula nº 594 do STF.
OBS: O CC/02 não produziu alterações no âmbito do código penal.
- ofendido com menos de 18 anos, mentalmente enfermo ou retardado mental: seu direito será exercido por seu representante legal. Para os Tribunais qualquer pessoa que seja responsável pelo menor pode oferecer a representação.
* Inércia do representante legal e decadência do direito de representação, existe duas correntes:
A - cuidando-se de incapaz o prazo decadencial não flui enquanto não cessar a incapacidade, já que não se pode falar em decadência de um direito que não pode ser exercido (Nucci, Capez e Mirabete).
B - o representante legal exerce na plenitude o direito de queixa ou de representação. Portanto, havendo decadência para ele estará extinta a punibilidade, ainda que o menor não tenha completado 18 anos (Luis Flavio Gomes).
- ofendido com menos de 18 anos, mentalmente enfermo ou retardado mental, que não tem representante legal ou quando houver colisão de interesses: deve ser nomeado curador especial pelo juiz. Art. 33 CPP. 
OBS: O curador especial não é obrigado a oferecer a representação ou queixa.
- pessoa jurídica: deverão ser representados por quem os contratos ou estatutos designarem e no silêncio, por seus diretores ou sócios gerentes.
- ofendido maior de 16 e menor de 18 anos casado: esse cidadão não é dotado de capacidade para oferecer representação ou queixa-crime, por mais que tenha havido a emancipação. Soluções:
a) nomeação de curador especial junto ao juiz
b) aguarda-se que a vitima complete 18 anos, quando então poderá exercer o seu direito.
- morte da vitima: acontece a sucessão processual, o direito da vitima será transmitido aos seus sucessores. Art. 24,§1, CPP. O direito de oferecer representação ou queixa será transferido ao CCADI (cônjuge, companheiro, ascendente, descendente e irmão), a maioria da doutrina acrescenta uma letra C que será o companheiro.
OBS: Há uma ordem preferencial no CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão), art. 36 CPP.
- havendo divergência entre os sucessores prevalece a vontade daquele que deseja dar inicio a persecução penal.
- o sucessor terá direito ao prazo decadencial restante, sendo que seu prazo só começa a fluir a partir do momento que tomar conhecimento da autoria.
Prazo Decadencial para o oferecimento da representação/queixa: art. 38 CPP. 
Prazo decadencial de 06 meses. A decadência é uma causa extintiva da punibilidade. A contagem desse prazo decadencial de 06 meses deve ser feita incluindo o dia do começo, é prazo de direito material, art. 10 CP.
Ex: 22/03/2011 – 21/09/2011 até as 23:59 hrs.
Esse prazo decadencial não está sujeito a interrupções ou suspensões. É prazo fatal e improrrogável.
A instauração do inquérito policial não interrompe o prazo para oferecer a queixa – crime.
Em regra, o prazo decadencial começa a fluir a partir do conhecimento da autoria. Salvo no caso do art. 236 CP: ação penal só pode ser ajuizada a partir do transito em julgado da sentença que anulou o casamento.
Atenção para a Lei de Imprensa (5.840): ADPF 130, a lei de imprensa não foi recepcionada. Art. 41, o prazo decadencial era de 03 meses, este prazo decadencial estava sujeito a suspensão.
Retratação da representação: retratar – se significa voltar atrás, arrepender – se, pressupondo o prévio exercício de m direito. A retratação pode ocorrer até o oferecimento da denúncia – art. 25, CPP.
* Lei Maria da Penha (11.340 – art. 16): a lei usa a expressão renúncia de maneira equivocada, pois não se pode renunciar a um direito que foi exercido (onde falar renúncia leia – se retratação). A retratação pode acontecer até o recebimento da denúncia.
OBS: retratação da retratação da representação: é o oferecimento de uma nova representação, desde que dentro do prazo decadencial.
Eficácia objetiva da representação: feita a representação contra apenas um dos co – autores, esta se estende aos demais agentes. Por outro lado, feita a representação em relação a um delito, o Ministério Público não pode oferecer denúncia em relação a outros delitos cuja representação não tenha sido especifica.
Requisição do Ministro da Justiça: requisição é a manifestação de vontade do Ministro da Justiça no sentido de que possui interesse na persecução penal do fato delituoso.
Também funciona como condição especifica da ação penal.
Requisição não é sinônimo de ordem.
Quem analisa se é caso ou não de oferecer denúncia é o Ministério Público.
A doutrina entende que a requisição não está sujeita a prazo decadencial. Contudo, o delito fica sujeito ao prazo prescricional.
- Retratação da requisição: 2 correntes:
a. não cabe
b. cabe, até o oferecimento da denúncia.
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: = Ação Penal Acidentalmente Privada ou Supletiva: art. 5º, LIX, CF
Só é cabível diante a inércia do Ministério Público.
Só se pode falar em Ação Penal Privada Subsidiária da Pública se o delito conta com um ofendido individualizado.
- Exceções:
Lei 8.078/90 – CDC – art. 82
Lei 11.101/05 – lei de falência – art. 184, § único
6.1. Prazo decadencial: também está sujeita ao prazo decadencial de 06 meses,contados do dia em que se esgotar o prazo do Ministério Público.
OBS: como o crime é de ação penal pública a decadência não irá acarretar a extinção da punibilidade (decadência imprópria).
Ex: agente solto
Vista ao MP Inércia do MP
02.05.11 --------------( 17.05.11 -----------------( 18.05.11 -------------( 17.11.11
(2ª feira) 15 dias (3ª feira) --------------------( (5ª feira)
 06 meses
6.2. Poderes do Ministério Público na Ação Penal Privada Subsidiária da Pública – art. 29, CPP:
Opinar pela rejeição da peça acusatória, caso presente uma das hipóteses do art. 395.
Aditar a queixa – crime tanto para incluir coautores como também para incluir outros fatos delituosos.
Pode o Ministério Público repudiar a queixa – crime, hipótese em que é obrigado a oferecer denúncia substitutiva.
Intervir em todos os termos do processo.
Verificando – se a inércia ou negligencia do querelante deve o Ministério Público retomar o processo como parte principal (é a chamada ação penal indireta).
Espécies de Ação Penal: 
7.1. Ação Penal Popular: ação penal ajuizada por qualquer do povo.
* Habeas Corpus – pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, independentemente de capacidade – art. 654, CPP.
* Faculdade de qualquer cidadão oferecer denúncia (notitia criminis) em relação a crimes de responsabilidade (infrações político – administrativas) – lei 1.079/50 – art. 14.
7.2. Ação Penal Adesiva: ocorre no Direito Alemão. Em crimes de ação penal privada é possível que o Ministério Público promova a ação penal desde que visualize um interesse público. Nesse caso o ofendido ou o seu representante legal pode intervir como assistente.
7.3. Ação de Prevenção Penal: é aquela ajuizada com o objetivo de aplicação de medida de segurança ao inimputável do art. 26, caput, CPP.
7.4. Ação Penal Secundária: ocorre na hipótese em que a lei estabelece uma espécie de Ação Penal para determinado crime, porém passa a prever secundariamente uma nova espécie de ação penal se presentes determinadas circunstancias especiais.
Ação Penal nos Crimes de Lesão Corporal Leve praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher:
( Art. 129, caput, CP ( lei 9.099/95 – art. 88 ( depende de representação
( Lei 11.340/06 – lei Maria da Penha ( art. 41 X art. 16?
A 3ª seção do STJ entende que trata - se de crime de Ação Penal Pública Condicionada à Representação (Resp 1097042).
Aula 6
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29.03.11
Ação Penal nos crimes contra honra: em regra, são crimes de ação penal de iniciativa privada.
- Exceções:
Presidente da República ou Chefe do Governo Estrangeiro: Ação Penal Pública Condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
Durante a propaganda eleitoral: Ação Penal Pública Incondicionada.
Funcionário público em razão das funções: * Súmula nº714, STF
OBS: Para o Supremo uma vez oferecida a representação pelo ofendido, autorizando o Ministério Público a agir não será mais possível o oferecimento de queixa – crime. Portanto, não se trata de legitimação concorrente, mas sim de legitimação alternativa.
Injuria real: é aquela praticada através de vias de fato / lesão corporal:
- se praticada mediante vias de fato: Ação Penal Privada.
- se resultar lesão corporal leve: Ação Penal Pública Condicionada à Representação.
- se resultar lesão grave ou gravíssima: Ação Penal Pública Incondicionada.
* Existe ação penal privada no Código Militar?
R – existe uma Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.
* Injuria racial: Ação Penal Pública Condicionada à Representação. Quanto a esse delito de injuria racial antes da lei 12.033/09 – art. 140, §3º: Ação Penal Privada. Com a lei 12.033/09 – art. 140, §3º: Ação Penal Pública Condicionada à Representação.
A injúria racial ao se confunde com o delito de racismo (lei 7.716/89).
Ação Penal nos Crimes Ambientais: pessoa jurídica (Teoria da Dupla Imputação( para os Tribunais é possível o oferecimento de denúncia em face de pessoa jurídica pela prática de crimes ambientais, desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu beneficio.
Ação Penal nos Crimes Contra a Dignidade Sexual:
( Lei 12.015/09 – entrou em vigor no dia 10.08.09
	Antes da lei 12.015/09:
	Depois da lei 12.015/09:
	- Em regra, eram crimes de ação penal privada.
* Com violência presumida: ação penal privada.
	- Em regra, passam a ser crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação.
	- Exceção:
* Vítima pobre: Ação Penal Pública Condicionada à Representação, ainda que houvesse defensoria pública na comarca.
* Abuso do poder familiar: Ação Penal Pública Incondicionada.
* Qualificado pela lesão grave ou morte: Ação Penal Pública Incondicionada.
* Emprego de violência real: Ação Penal Pública Incondicionada, ainda que resulte apenas de lesão corporal leve.
	- Exceção:
* Menor de 18 anos: Ação Penal Pública Incondicionada.
* Pessoa vulnerável: Ação Penal Pública Incondicionada.
* Vítima pobre: Ação Penal Pública Condicionada à Representação (regra).
* Abuso do poder familiar: Ação Penal Pública Condicionada à Representação (regra) – tem que ver se não se enquadra nas exceções acima.
* Qualificado pela lesão grave ou morte: Ação Penal Pública Incondicionada (doutrina) – ADI nº 4301.
* Emprego de violência real: Ação Penal Pública Condicionada à Representação (regra).
Hoje a Súmula nº 608 – está ultrapassada.
	Violência real: é o emprego de força física sobre o corpo da vítima como forma de constrangimento. *Súmula nº 608, STF
	Vulnerável: art. 217, “a” – menor de 14 anos, enfermo mental, etc.
Peça Acusatória: é chamada de denúncia nos crimes de Ação Penal Pública. E, nos crimes de AÇÃO Penal Privada é chamada de queixa – crime.
12.1: Requisitos do art. 41:
12.1.1: Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias: no processo penal prevalece o entendimento de que o acusado defende – se dos fatos que lhes são imputados.
Elementos essenciais: são aqueles necessários para identificar a conduta como fato típico, cuja ausência é causa de nulidade absoluta.
Elementos acidentais: são importantes para individualizar o fato histórico, ou seja, são aqueles ligados a circunstancia de tempo e espaço. Se esses elementos acidentais são conhecidos deverão constar da peça acusatória. Porém, caso tais elementos não sejam conhecidos, isso não impede o oferecimento da denúncia ou queixa.
OBS: denúncia genérica em crimes societários (crimes de gabinete): são crimes praticados sob o manto protetor de uma pessoa jurídica. Para o Supremo entendia – se possível o oferecimento de denúncia genérica, desde que demonstrado que os acusados eram de algum modo, responsáveis pela condução da sociedade (HC nº 85579). Hoje, prevalece o entendimento de que não é cabível denúncia genérica em relação a crimes societários: a denúncia deve estabelecer o vínculo do administrador ao ato ilícito que lhe está sendo imputável (STJ HC n º 171976).
	Acusação Geral:
	Acusação Genérica:
	Ocorre quando o mesmo fato delituoso é imputado a todos os acusados, independentemente das funções por eles exercidas na empresa ou na sociedade.
	Ocorre quando vários fatos típicos são imputados a todos os acusados integrantes da sociedade, sem que se possa saber quem praticou o que. 
	Não há prejuízo a defesa
	Há violação a ampla defesa
OBS: Inércia da peça acusatória: é o não preenchimento de seus requisitos obrigatórios, tais como a exposição do fato delituoso e a qualificação do acusado. É uma causa de rejeição da peça acusatória – art. 395, CPP. E só pode ser argüida até o momento da sentença.
Cripto imputação: é uma denúncia ou queixa contaminada por gravedeficiência na narrativa do fato delituoso, como ocorre com a simples menção dos elementos do tipo abstrato.
Art. 385, CPP: o juiz pode reconhecer agravantes mesmo que ela não tenha constado da peça acusatória – o juiz pode reconhecer de ofício (HC nº 93211).
12.1.2. Qualificação do Acusado ou Esclarecimentos pelos quais se possa identificá – lo – art. 259:
12.1.3. Classificação do Crime: não é requisito indispensável, pois o acusado defende – se dos fatos que lhes soa imputados, independentemente da classificação.
Emendatio libelli: ocorre quando o juiz sem modificar a descrição do fato contida na peça acusatória atribui a ele atribuição diversa. Emendatio libelli pode ocorrer no momento do recebimento da denúncia.
* Pode fazer emendatio libelli no recebimento da denúncia?
R – prevalece o entendimento de que ao juiz não é dado fazer a emendatio libelli no momento do recebimento da denúncia.
Mutatio libelli - art. 384, CPP: ocorre quando durante a instrução processual surge prova de elementares ou circusntancias não ocntidas na peça acusatória. Deve o 
Ministério Público adittar a denúncia dando oportunidade para o acusado se defender. 
12.1.4 Rol de testemunhas: se necessário deve ser apresentado, sob pena de preclusão.
- número de testemunhas:
Procedimento comum ordinário: 8 testemunhas
Procedimento comum sumário: 5 testemunhas
Procedimento comum sumaríssimo: 3 ou 5 testemunhas (divergência)
1ª fase do júri: 8 testemunhas
2ª fase do júri (plenário): 5 testemunhas
Lei de drogas: 5 testemunhas
O número de testemunhas varia de acordo com o número de fatos delituosos.
12.1.5. Redação em vernáculo: deve ser redigida em português (simples).
12.1.6. Subscrita pelo Promotor ou pelo advogado do querelante (assinatura).
* Procuração na queixa – crime – art. 44, CPP: procuração com poderes especiais onde haja menção ao fato delituoso (basta citar o art. da lei). Para o Supremo, eventuais irregularidades da procuração podem ser supridas a qualquer momento, mesmo após o decurso do prazo decadencial.
Prazo para o oferecimento da peça acusatória
Art. 46 CPP
	Preso
	Solto
	Prazo denuncia: 05 dias
	Prazo denuncia: 15 dias
	Prazo queixa: 05 dias (doutrina)
	Prazo queixa: 06 meses (decadencial, contados a partir do conhecimento da autoria)
	Lei de drogas: 10 dias
	10 dias
	CPPM: 05 dias
	15 dias
	Economia popular: 02 dias
	02 dias
	Abuso de autoridade: 48 horas
	48 horas
	Código eleitoral: 10 dias
	10 dias
	Lei de imprensa (5.250/60): 20 dias
	20 dias
Aula 7
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19.04.11
Consequências da inércia do MP:
Cabimento via ação penal privada subsidiaria da pública:
Perda de subsidio – art. 801, CPP. Doutrina diz que o art. 801 não foi recepcionado pela CF.
Se o acusado estiver preso e o excesso for abusivo a prisão deve ser relaxada, sem prejuízo da continuidade do processo. 
Rejeição da peça acusatória (rejeição é = a não recebimento)
Causas de rejeição da peça acusatória – art. 395, CPP
I – inépcia da peça acusatória: a peça não preenche os seus requisitos obrigatórios. Essa inépcia deve ser argüida até o momento da sentença, sob pena de preclusão.
II – ausência dos pressupostos processuais ou das condições da ação.
Pressupostos:
a. Existência de uma demanda veiculada de uma peça acusatória
b. Existência de um órgão investido de jurisdição
c. Presença de partes que possam estar em juízo
( De validade: dizem respeito a originalidade da demanda e ausência de vícios processuais.
III – Ausência de justa causa (lastro probatório mínimo para a instauração de um processo) para o exercício da ação penal.
Recurso cabível contra a rejeição: art. 581, I, CPP – recurso em sentido estrito (é a obrigatória a intimação do acusado para representação de contrarrazões). Súmula nº 709, STF
( Lei 9.099/95- recurso de apelação – art. 82
( Lei de imprensa – recurso de apelação
Coisa julgada – a decisão que rejeita a peça acusatória, em regra, só fará coisa julgada formal.
Recebimento da peça acusatória (interrompe a prescrição)
Qual é o momento do recebimento da peça acusatória? Art. 396, CPP – logo após o oferecimento da peça acusatória (STJ).
Art. 399, CPP:
- oferecimento de denúncia
- notificação do acusado
- resposta preliminar
- absolvição sumária
- recebimento da peça
Há (des) necessidade de fundamentação?
( Doutrina: deve ser fundamentada, porque é uma decisão judicial, sob pena de nulidade.
( Jurisprudência: o recebimento não precisa ser fundamentado, salvo nos procedimentos em que houver previsão de defesa preliminar.
Recurso cabível contra o recebimento, em regra, a decisão é irrecorrível. Os Tribunais têm admitido Habeas Corpus. Esse trancamento do processo por meio de Habeas Corpus é medida de natureza excepcional que só pode ser usado nas seguintes hipóteses:
Manifesta atipicidade da conduta
Presença de causa extintiva da punibilidade
Ausência de justa causa para o exercício da ação penal
Renúncia ao direito de queixa
Perdão do ofendido:
	Renúncia 
	Perdão 
	Causas extintivas da punibilidade – Ação Penal Exclusivamente Privada ou Ação Penal Privada Personalíssima
Art. 107, V, CPP 
	Causa extintiva da punibilidade – Ação Penal Exclusivamente Privada ou Ação Penal Privada Personalíssima
Art. 107, V, CPP
	Princípio da oportunidade ou conveniência 
	Princípio da disponibilidade 
	Antes do inicio do processo 
	Pode ser concedido durante o curso do processo, porém até o Transito em Julgado de Sentença Condenatória (art. 106, §2º)
	A renúncia é tida como um ato unilateral (não depende de aceitação)
	O perdão é ato bilateral (depende de aceitação)
	Renúncia expressa (declaração inequívoca) ou tácita (é a prática de ato incompatível com a vontade de processar)
	A aceitação pode ser expressa ou tácita (art. 58, CPP)
OBS: o recebimento de indenização não implica em renúncia tácita, salvo na hipótese de composição civil dos danos nos juizados.
	Princípio da divisibilidade 
	Princípio da indivisibilidade
	A renúncia concedida a um dos coautores estende – se aos demais
	O perdão concedido a um dos acusados estende – se aos demais, mas desde que haja aceitação 
Perempção – é a perda do direito de prosseguir no exercício da Ação Penal Privada em virtude da negligencia do querelante. É uma causa extintiva da punibilidade, mas só em caso de Ação Penal Exclusivamente Privada ou Ação Penal Privada Personalíssima
	Perempção 
	Decadência 
	É a perda do direito de prosseguir com o processo
	É a perda do direito de dar inicia ao processo
Causas de perempção – art. 60, CPP:
I – prevalece o entendimento de que o querelante deve ser intimado
II – não é necessária a intimação dos sucessores
III – a ausência do querelante a audiência de conciliação em crimes contra honra não é causa de perempção. Consequência da ausência de advogado do querelante a audiência uma de instrução e julgamento = perempção – art. 60, III, CPP.
Jurisdição e Competência Criminal
Mecanismos de solução de conflito
Autotutela: caracteriza – se pelo emprego da força bruta para satisfação de interesses em regra, não é admitida no ordenamento jurídico.
OBS: prisão em flagrante, exceção. 
Autocomposição: caracteriza – se pela busca do consenso entre as partes.
- possibilidade de transação penal – art. 98, I, CF
Jurisdição (juris – direito e dictio – dizer): é uma das funções do Estado mediante a qual o Estado – juiz se substitui aos titulares dos interesses em conflito para que de modo imparcial aplicar o direito objetivo ao caso concreto.
Princípio do juiz natural: é o direito que cada cidadão tem de saber antecipadamente autoridade jurisdicional que irá julgá – lo caso venha praticar um delito – art. 5º, XXXVII, CF e art. 5º, LIII, CF.
Tribunal de exceção é um órgãojurisdicional criado após a prática do delito especificamente para julgá – lo. 
Justiças especiais não é Tribunal de exceção.
OBS: lei processual que altera a competência e sua aplicação aos processos em andamento. Ex: de crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra vida civil.
	 Lei 9.299/96
	1994
	1996
	Justiça Militar
	Justiça Comum
	1ª instância ( 45 proc. -------------------(
	Júri ( 45
	2ª instância ( 38 proc.
	
	TJM/SP
	TJ/SP
Lei processual: tem aplicação imediata, salvo se já houver sentença relativa ao mérito, quando o processo deve permanecer na Justiça originária. Exemplo novo: o tráfico internacional de drogas praticado em Município que não seja sede de Vara Federal.
Convocação de juízes de 1º grau para substituírem desembargadores. Existe previsão legal no art. 118, da LC 35/79. Art. 4, lei 9788/99. 
OBS: É plenamente válido o julgamento feito por maioria de juízes convocados, mas desde que esta convocação não tenha sido feita por um sistema de voluntariado. 
Para o STJ nos casos de competência originária dos tribunais, deve se dispensar especial atenção a exigência de numero mínimo de desembargadores (HC 88739).
COMPETÊNCIA
Conceito: é a medida e o limita da jurisdição dentro dos quais o órgão jurisdicional pode aplicar o direito objetivo ao caso concreto. 
Espécies de competência: 
Competência ratione materie: é aquela estabelecida em razão da natureza do delito. 
Competência ratione personae (funcionae): foro por prerrogativa de função, determinadas pessoas por exercer determinada função faz jus ao foro por prerrogativa. 
Competência ratione loci: competência territorial, determinada em razão do local do delito. 
Aula 8
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25.04.11 cont. ...
Competência funcional: é aquela fixada de acordo com a função que cada um dos órgãos jurisdicionais exerce no processo.
d.1. Fase do processo: é fixada de acordo com a fase em que o processo se encontra.
	 Júri 
	Judicium Acussationes (juiz sumariante)
	Judicium Causae (2ª fase) – juiz presidente + 7 jurados
	Oferecimento da denúncia 
	Preparação do processo
	Pronúncia 
	
	Impronúncia 
	
	Absolvição Sumária 
	
	Desclassificação do crime 
	Julgamento em plenário 
d.2. Por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a competência sobre determinadas questões a serem decididas no processo.
d.3. Por grau de jurisdição: é aquela que divide a competência entre órgãos jurisdicionais superiores e inferiores. Também chamada de competência recursal.
A competência funcional se subdivide em:
Horizontal: quando não há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais.
Vertical: quando há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais.
Competência absoluta X Competência relativa:
	Competência absoluta 
	Competência relativa
	Interesse tutelado: interesse público 
	Interesse tutelado: interesse preponderante das partes
	Imodificável: não admite modificações 
	Modificável: competência derrogável; admite modificações 
	Violação: gera nulidade absoluta 
Pode ser argüida a qualquer momento
OBS: em se tratando de sentença condenatória ou absolutória imprópria uma nulidade pode ser argüida mesmo após o Trânsito em Julgado, seja por meio de revisão criminal seja por meio de Habeas Corpus.
O prejuízo é presumido
	Violação: gera nulidade relativa
Deve ser argüida em momento oportuno, sob pena de preclusão.
O prejuízo deve ser comprovado.
	A incompetência absoluta pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Enquanto o magistrado exercer jurisdição no processo, ou seja, até a sentença ser publicada.
	* Incompetência relativa pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, até o inicio da instrução processual.
Súmula nº 33, STJ é válida para o processo civil
	Exemplos:
- ratione materiae
- ratione funcionae 
- competência funcional
	Exemplos:
- competência territorial
- competência por distribuição
- competência por prevenção. Súmula nº 706, STF
- conexão e continência 
Guia de fixação de competência:
( Competência de Justiça. Qual é a Justiça Competente?
( Competência originária. O acusado é titular de foro por prerrogativa de função?
( Competência territorial. Qual é a Comarca competente?
( Competência de juízo. Qual é a Vara competente?
( Competência interna. Qual é o juiz competente?
( Competência recursal. Pra onde vai o recurso?
Competência de Justiça:
Justiça Especial:
Justiça Militar
Justiça Eleitoral
Justiça do Trabalho*
Justiça Política ou Extraordinária* 
Justiça Comum:
Justiça Federal
Justiça Estadual: competência residual
Competência da Justiça Militar: se divide em Justiça Militar da União e Justiça Militar dos Estados:
	Justiça Militar da União – art. 124
	Justiça Militar dos Estados – art. 125
	Crimes militares (CPM)
	Crimes militares
	Crimes previstos no estatuto do desarmamento e abuso de autoridade não são crimes militares
	Ações judiciais contra atos disciplinares militares (competência cível)
	Súmula nº 47, STJ – ultrapassada
	Ação de improbidade contra policial militar é da Justiça Comum Estadual
	Súmula nº 75, STJ – se o estabelecimento for de natureza penal comum, a competência será da Justiça Comum (Federal ou Estadual). Se for militar, o crime será o do art. 178, COM, competência da Justiça Militar
	Acusados: só podem ser os militares dos estados (bombeiro, policial militar, policial rodoviário estadual) ( a época do delito.
	*Súmula nº 172, STJ
	Súmula nº 78, STJ
	Crime militar conexo a crime comum. Quem julga?
- o crime militar -> Justiça Militar
- o crime comum -> Justiça Comum
Súmula nº 90 STJ
	
	Não tem competência cível 
	
	Acusado pode ser tanto o militar quanto o civil
OBS: o Supremo tem interpretação restritiva quanto a competência da Justiça Militar da União para julgar civis.
	
Competência criminal da Justiça Eleitoral: julga os crimes eleitorais e conexos de competência da Justiça Estadual:
( Crimes eleitorais: são aqueles previstos no Código eleitoral e os que a lei defina como eleitorais.
( Crime eleitoral conexo a crime doloso contra a vida. O crime eleitoral será julgado pela Justiça eleitoral. Enquanto que o crime doloso contra a vida será julgado pelo Tribunal do Júri.
 
Competência “criminal” da Justiça do Trabalho: EC nº 45/2004
( Habeas Corpus só será julgado pela Justiça do Trabalho quando o ato questionado envolver matéria sujeita à jurisdição trabalhista.
* Justiça do Trabalho julga crimes?
R – ADI 368 – Supremo entendeu que a EC nº 45/2004 não atribuiu competência criminal genérica a Justiça do Trabalho.
Justiça Política ou Extraordinária: corresponde a atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos, alheios ao poder judiciário, com o objeto de afastar o agente público que cometeu crimes de responsabilidade. Art. 52, CF
( Crimes de responsabilidade:
Em sentido amplo: são aqueles em que a qualidade de funcionário público é uma elementar do delito.
Em sentido estrito: são aqueles que somente determinados agentes políticos podem praticar. Não tem natureza jurídica de infração penal, mas sim de infração político – administrativa (art. 52, I, CF).
OBS: não é competência criminal e sim uma infração político – administrativa.
Competência criminal da Justiça Federal – art. 109, IV, CF:
Atribuições investigatórias da Polícia Federal – as atribuições investigatórias são mais amplas que a competência criminal da Justiça Federal. Lei 10.446/02
Art. 109, IV, CF
Crimes políticos. Antes da CF/88 eram julgados pela Justiça Militar.
Lei 7.170/83 – art. 30 (não foi recepcionado) + motivação política – art. 102, II, “b”, CF
Aula 9
____________________________________________________________1.05.11
Crimes praticados em detrimento de bens serviços ou interesses da União, Autarquias Federais ou Empresas Públicas Federais.
Bens: correspondem ao patrimônio de cada uma dessas entidades.
Serviços: correspondem ao serviço público prestado por cada uma dessas entidades.
Interesses: para que a competência seja da Justiça Federal o interesse deve ser direto e imediato. Quando se tratar de interesse genérico ou remoto a competência será da Justiça Estadual.
Autarquias Federais: INSS, INCRA, BACEN, IBAMA, DENIT
Súmula nº 107, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
Empresas Públicas Federais: a empresa brasileira de correios e telégrafos, BNDS, Caixa Econômica Federal
- Assalto a casa lotérica: quem julga? R – casa lotérica é uma pessoa jurídica de direito privado permissionária de serviço público. Logo, competência da Justiça Estadual.
- Crime contra bens do Presidente da República: quem julga? R – Justiça Estadual
- Crime contra consulado estrangeiro: quem julga? R – Justiça Estadual
- Bens tombados: quem julga? R – se o bem for tombado pela União (IPHAN) competência da Justiça Federal; se o bem foi tombado por um Estado - membro ou por um município competência da Justiça Estadual.
- Desvio de verbas oriundas de convênios federais: quem julga? R – se a verba estiver sujeita a prestação de contas perante órgão federal competência da Justiça Federal; se a verba já estiver incorporada ao patrimônio municipal a competência será da Justiça Estadual.
- Contrabando ou descaminho: quem julga? R – crime de contrabando ou descaminho competência é do juízo Federal do local da apreensão dos bens. Súmula nº 151, STJ
- Emissão de moeda falsa: quem julga? R - Justiça Federal
- Moeda falsa estrangeira: quem julga? R – compete ao Banco Central fiscalizar a circulação de moeda estrangeira no território nacional. Súmula nº 73 STJ
- Desenvolvimento clandestino de telecomunicações (radio pirata – art. 183): quem julga? R – Justiça Federal, porque compete a União explorar os serviços de telecomunicações.
- Recepção clandestina de sinal de TV a cabo: quem julga? R – Justiça Estadual 
- Crime praticado em programa de televisão: quem julga? R – Justiça Estadual
- Crime previsto no Estatuto do Desarmamento: quem julga? R – Justiça Estadual, mesmo que a arma de fogo seja de uso restrito das forças armadas.
Crimes praticados contra Fundações Públicas Federais e Sociedade de Economia Mista: Crimes contra as Fundações Públicas serão julgados pela Justiça Federal (ex: FUNASA). Eventuais crimes praticados contra a sociedade de economia mista serão julgados pela Justiça Estadual (ex: Banco do Brasil; PETROBRÁS). Súmula nº 42, STJ
Crimes Contra Entidades de Fiscalização Profissional e Contra a OAB (ADI 3.026): Justiça Federal
Crimes Contra a Administração da Justiça Federal, do Trabalho, Eleitoral: Justiça Federal. Sumula nº 165, STJ
Crime Praticado Por ou Contra Funcionário Público Federal: se o crime tem nexo funcional a competência será da Justiça Federal. Se não tem nexo funcional a competência será da Justiça Estadual. Súmula nº 98 do Tribunal Federal de Recursos. Súmula nº 147, STJ. Sumula nº 254, do Tribunal Federal de Recursos. 
- Crime praticado contra dirigente sindical: quem julga? R – Justiça Estadual
- Crime praticado contra servidor do TJ do DF: quem julga? R – Justiça Comum do DF
- Erro na execução: quem julga? R – a competência é fixada com base em critérios objetivos. Portanto, deve ser considerada a pessoa sobre a qual recaiu a conduta delituosa, independentemente da chamada vitima virtual (STJ 27368).
Crimes Praticados Contra o Meio Ambiente: súmula nº 91, STJ (cancelada). Em regra, são julgados pela Justiça Estadual, salvo se praticados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, Autarquias Federais ou empresas públicas Federais. 
- Ex: manutenção em cativeiro de animais da fauna exótica sem autorização legal: Justiça Federal, pois compete ao IBAMA conceder essa autorização. 
- Ex: pesca do camarão no período do defeso no mar territorial: Justiça Federal
- Ex: extração ilegal de recursos minerais em propriedade particular: Justiça Federal
- Ex: crime ambiental relacionado a organismos geneticamente modificados (plantio da soja transgênica): Justiça Federal
- *Ex: extração ilegal de palmito na Mata Atlântica – art. 225, §4º, CF: Justiça Estadual (Re 349189).
Crimes Contra a Fé Pública: 
Em se tratando de crime de falsificação, em qualquer uma de suas modalidades, a competência será determinada em virtude do órgão responsável pelo documento: Justiça Estadual. CPF: Justiça Federal. Arrais – Amador: Justiça Federal
Em se tratando de uso de documento falso por terceiro que não tenha sido o responsável pela confecção do documento, a competência será determinada em virtude da pessoa física ou jurídica prejudicada pelo uso, pouco importando a origem do documento.
Em se tratando de falsificação ou uso de documento falso cometidos como meio para prática de estelionato, sendo por este absorvidos, a competência será determinada em virtude do sujeito passivo do crime patrimonial.
Súmula nº 31 do Tribunal Regional de Recursos.
Súmula nº 104, STJ
Súmula nº 62, STJ: Se a falsa anotação tiver sido produzida com o objetivo de gerar efeitos perante a previdência social, à Justiça Federal caberá o julgamento do crime do art. 297, §3º, II; caso contrário a competência será da Justiça Estadual (STJ cc 58443).
Execução Penal: a competência do juízo das execuções é determinada em virtude da natureza do estabelecimento prisional.
Contravenções Penais e Atos Infracionais: Contravenções são julgadas pela Justiça Estadual, mesmo que praticados contra União ou em conexão com crimes federais. Súmula nº 38, STJ
Análise do art. 109, V, CF:
Requisitos: 
- crime previsto em tratado ou convenção internacional
- internacionalidade territorial do resultado em relação à conduta delituosa. 
Ex: tráfico internacional de drogas
OBS: o tráfico internacional pressupõe o intuito de transferência da droga envolvendo mais de um país, não sendo necessária e obrigatória a efetiva ocorrência do resultado.
OBS: o simples fato de a droga não ser produzida no Brasil ou de o agente ter sido preso em cidade próxima a fronteira não caracterizam obrigatoriamente tráfico internacional de drogas.
OBS: para que se possa falar em tráfico internacional de drogas é indispensável que a droga apreendida no Brasil seja também considerada ilícita no país de origem.
OBS: tráfico internacional de drogas praticado por militares em avião da FAB: Justiça Federal.
- Desclassificação de tráfico internacional para tráfico doméstico: para o STJ e para o Supremo havendo a desclassificação para tráfico doméstico, os altos deverão ser encaminhados a Justiça Estadual.
- Tráfico internacional de armas: art. 18 lei 10.826/03
- Tráfico internacional de pessoas: art. 231, CP
- Transferência ilegal de criança ou adolescente para o exterior: ECA – art. 239
- Crime de pedofilia pela internet (rede mundial de computadores): Justiça Estadual – art. 241 – A do ECA: a competência será da Justiça Federal quando evidenciado que o acesso ao material se deu além das fronteiras nacionais. Quanto a competência territorial, a consumação desse delito ocorre no local de onde emanaram as imagens, pouco importando a localização do provedor. 
Incidente de deslocamento da competência da Justiça Estadual para a Justiça Federal (IDC – EC nº 45/04) – art. 109, V – A e art. 109, §5º: 
Requisitos cumulativos:
Crime praticado com grave violação aos direitos humanos
Risco concreto de descumprimento de tratados internacionais firmados pelo Brasil em virtude da inércia do Estado - Membro em proceder a persecução penal.

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