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UNIVERSIDADE CEUMA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO COORDENADORIA DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MARCELLO RESENDE LEITE RENATA MAGALHÃES SODRÉ RONILSON GIRLONE OLIVEIRA TAYNARA SANTOS FONSECA FUNDAÇÕES INDIRETAS SÃO LUIS 2017 MARCELLO RESENDE LEITE RENATA MAGALHÃES SODRÉ RONILSON GIRLONE OLIVEIRA TAYNARA SANTOS FONSECA FUNDAÇÕES INDIRETAS Trabalho apresentado ao Pofº Marcelo Duarte para complemento de nota do primeiro bimestre da disciplina Construção Civil I. SÃO LUIS 2017 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Efeito produzido no solo 4 Tabela 2: Quantidade de provas de carga 4 Tabela 3: Tipos usuais de estacas e suas cargas de trabalho (do ponto de vista estrutural) 4 Tabela 4: Cargas usuais e máximas para estacas tipo Strauss (Hachich et al., 1998) 4 Tabela 5: Espessura de compensação de corrosão 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fundação profunda 4 Figura 2: Estaca Strauss processo executivo 4 Figura 3: Execução da Estaca tipo Franki 4 Figura 4: Pilão de 400 Kg 4 Figura 5: Execução da Estaca Escavada, Velloso e Lopes ed. única 2012 4 Figura 6: Estaca Escavada de Grande Diâmetro 4 Figura 7: Execução Estaca Escavada - Geofix 4 Figura 8: Execução da Hélice Contínua, Velloso e Lopes ed. única 2012 4 Figura 9: Execução Hélice Contínua - Geofix 4 Figura 10: Controle de execução Hélice Contínua Monitorada – A. Lopes Sondagens 4 Figura 11: Execução Estaca Raiz - Geofix 4 Figura 12: Emenda de estaca metálica. 4 Figura 13: Emenda e proteção de estaca de madeira 4 Figura 14: Estacas de Madeiras 4 Figura 15: Maquinário e tipo de estacas pré-moldadas de concreto 4 Figura 16: Transporte de estaca de concreto 4 Figura 17: Emenda de estaca pré-moldada de concreto 4 Figura 18: Sondagem e localização das estacas escavadas 4 Figura 19: Cravação de camisa metálica e escavação com fluído estabilizante 4 Figura 20: Cravação de camisa metálica com 23 m e escavação com polímero 4 LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS NBR Norma Brasileira; ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas; Ø Diâmetro; kN Kilo Newton; atm Atmosférico; Mpa Mega pascal; cm Centímetro; m Metro; mm Milímetro; SPT Standart Penetration Test (Teste de Penetração Padrão); CPT Cone Penetration Test (Teste de Penetração de Cone); kN/m² Kilo Newton por metro quadrado; m² Metro quadrado; ϕ Ângulo de atrito interno; tf Tonelada força; NSPT Número de golpes do SPT; (N) K Coeficiente de conversão da resistência de ponta do cone para NSPT; α Ângulo alfa. daN/m³ Deca Newton por metro cúbico; Kg Kilo grama Kg/m³ Kilo grama por metro cúbico; Kgf/mm² Kilo grama força por milímetro quadrado; kN/cm² Kilo Newton por centímetro quadrado; ˚C Graus centígrados; GPa Giga pascal; σ Tensão 𝑓𝑦𝑘 Valor característico da resistência de escoamento; 𝛾𝑓 Coeficiente de segurança = 1,4 (conforme NBR 6118/2114); 𝑓𝑐𝑘 Resistencia do concreto σ′sd Tensão da armadura para uma deformação de 0,2%. = 42kN/cm² para CA-50; θ Ângulo teta; Σ Somatório; ρ Taxa de armadura; R$ Real; MN Mega Newton; Introdução Com o avanço da tecnologia tem se obtido resultados importantes na área da engenharia civil como a construção de grandes edifícios, pontes quilométricas e diversas outras que serão realizadas em diferentes tipos de solos. Para se obter uma fundação solida e bem dimensionada há necessidade de se fazer estudos para escolher o tipo de fundação. No mercado se encontra diversas opções de fundação profunda, como Tubulões, Estacas Franki e Raiz, Estaca de Hélice Continua, Estaca Metálica... e seus métodos de execução, diversidade de fundações que será o escopo do presente trabalho. Para escolha de qual fundação será mais apropriada é necessário que alguns fatores sejam levados em consideração, carga, solo, arquitetura, vizinhança, econômico, segurança entre outros. O responsável técnico precisa utilizar essas informações a seu favor e analisar qual será a melhor fundação para o empreendimento assim podendo apresentar o projeto baseado em estudos técnicos. Breve Histórico Com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, é que são fundadas escolas de ensino superior, além de bibliotecas, museus e jardins botânicos. Com isso tem início a formação no país de profissionais, cuja instrução é baseada em ciências. A engenharia civil com ela, as técnicas de construção e fundações de estruturas são ensinadas na Academia Militar. Somente em 1845 é que aparece o ensino específico de Engenharia Civil, na Escola Central, separada da Militar. Essa separação torna-se total com a criação, em 1874, da Escola Politécnica, do Rio de Janeiro; e da Escola de Minas em Ouro Preto, em 1876. Os primeiros interesses pelos estudos geológicos surgiram no século XIX referente a mineração de ferro, fato comprovado em Paris na publicação do livro “Viagem Mineralógica na província de São Paulo”. Mas só com a obra de Charles Frederick Hartt, "Geologia e Geografia Física do Brasil", publicada em Boston em 1874, é que aparece a primeira Geologia do Brasil. Um dos primeiros testemunhos de que havia conhecimento de tecnologia de solo foi no Reservatório do Pedregulho no Rio de Janeiro em 1880 onde o engenheiro Honório Bicalho já mencionava recalque diferencial produzido por falta de homogeneidade do terreno, proveniente da decomposição da rocha primitiva. Fundação Segundo Azeredo (1988), “Fundações são os elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas da estrutura ao terreno onde ela se apoia”. O solo deve ter resistência e rigidez apropriada para não sofrer ruptura e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais. Sua função é suportar com segurança as cargas provenientes do edifício. Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de fundação as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação. Confrontando essas informações com as características do solo onde será edificado, o projetista de fundações calcula o deslocamento desses elementos e compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro elabora-se o projeto estrutural e depois o projeto de fundação. Quando o projeto estrutural é elaborado em separado do projeto de fundação, considera-se, durante o dimensionamento das estruturas, que a fundação terá um comportamento rígido, indeslocável. Na realidade, tais apoios são deslocáveis e esse fator tem uma grande contribuição para uma redistribuição de esforços nos elementos da estrutura. Essa redistribuição ou nova configuração de esforços nos elementos estruturais, em especial nos pilares, provoca uma transferência das cargas dos pilares mais carregados para os pilares menos carregados. Geralmente, os pilares centrais são os mais carregados que os da periferia. Ao considerarmos a interação solo-estrutura no dimensionamento da fundação, os pilares que estão mais próximos do centro terão uma carga menor do que a calculada, havendo uma redistribuição das tensões. Fundação Direta As fundações rasas ou diretas são assim denominadas por se apoiarem sobre o solo a uma pequena profundidade, em relação ao solo circundante. De acordo com essa definição, uma fundação direta para um prédio com dois subsolos será considerada rasa, mesmo se apoiando a 7m abaixo do nível da rua. Segundo a NBR 6122/2010 define como elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Fundação Indireta Conforme a NBR 6122/2010, fundação profunda elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assenteem profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0 m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.Figura 1: Fundação profunda O tipo de fundação a ser utilizada em uma edificação ou obra especial é definido através do estudo do solo por meio de uma sondagem do terreno. As fundações profundas se dividem em estacas e tubulões. A grandeza fundamental para o projeto de fundações profundas por estacas é a carga admissível (se o projeto for feito em termos de valores característicos) ou carga resistente de projeto (quando for feito em termos de valores de projeto). O projeto de fundações consta de memorial de cálculo e dos respectivos desenhos executivos, com as informações técnicas necessárias para o perfeito entendimento e execução da obra. A elaboração do memorial de cálculo é obrigatória, devendo estar disponível quando solicitado. Análise para escolha do Tipo de Fundação Segundo Hachich et al., (1998), para a escolha do tipo de estaca a ser utilizada em uma determinada obra devem ser observados os seguintes aspectos: Esforços nas fundações: Nível de cargas nos pilares; Outros esforços (tração e flexão). Características do subsolo: Argilas muito moles dificultam a execução de estacas de concreto moldadas in loco; Solos muito resistentes são difíceis de serem atravessados por estacas pré-moldadas executadas por cravação Solos com matacões dificultam a execução de qualquer tipo de estaca; Solos com nível de água elevado dificultam a execução de estacas de concreto moldadas in loco; Aterros executados sobre camadas de solo mole, ainda em adensamento, fazem com que seja desenvolvido atrito negativo nas estacas executadas nesta camada; Características da obra: Acesso de equipamentos em terrenos acidentados; Limitação de altura para instalação do equipamento; Obras muito distantes dos grandes centros, oneram o custo dos equipamentos; Características de construções vizinhas: Tipo e profundidade das fundações; Existência de subsolos; Sensibilidade a vibrações; Danos já existentes. Estacas Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas. Os materiais empregados podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco ou pela combinação dos anteriores. As fundações em estacas podem ser classificadas segundo diferentes critérios. De acordo com os materiais conforme citados a cima ou de acordo com o processo executivo. As estacas podem ser separadas segundo o efeito no solo (ou tipo de deslocamento) que provocam ao serem executadas. Efeito produzido no solo: Grande deslocamento – Aquelas introduzidas no solo sem a retirada do material provocam assim um grande deslocamento do solo adjacente à estaca. Temos como principais exemplos as estacas pré-moldadas de concreto, de madeira, estacas Franki, entre outras. Pequeno deslocamento; Sem deslocamento; Substituição Tabela 1: Efeito produzido no solo EFEITO PRODUZIDO NO SOLO ESTACAS DESLOCAMENTO Grande Madeira Pré moldado Tubos de aço de ponta fechada Tipo Franki Microestacas Pequeno Perfis de aço Tubos de aço de ponta aberta Pequeno Estacas de hélice especiais(hélice de deslocamento) SEM DESLOCAMENTO Escavadas com revestimento metálico perdido que avança à frente da escavação Estaca Raiz SUBSTITUIÇÃO Escavadas sem revestimento com uso de fluído estabilizante Tipo Strauss Hélice contínua em geral Processo de execução: Estacas moldadas in loco: Estacas tipo Franki; Estacas sem fluído estabilizante: estacas tipo Strauss, estacas escavadas mecanicamente com trado helicoidal, estacas tipo broca, etc; Estacas tipo hélice contínua; Estacas escavadas com fluído estabilizante (lama bentonítica ou polímero); Estacas injetadas: Microestacas e estacas Raiz; Estacas pré-moldadas: Estacas de concreto; Estacas de madeira; Estacas metálicas, prova de carga p.i.t. provas de carga dinâmica Prova de Carga estática É obrigatória a execução de provas de carga estática em obras que tiverem um número de estacas superior ao valor especificado na coluna (B) da Tabela 2, sempre no início da obra. Quando o número total de estacas for superior ao valor da coluna (B) da Tabela 2, deve ser executado um número de provas de carga igual a no mínimo 1% da quantidade total de estacas, arredondando-se sempre para mais. É necessária a execução de prova de carga, qualquer que seja o número de estacas da obra, se elas forem empregadas para tensões médias (em termos de valores admissíveis) superiores aos indicados na coluna (A). Tabela 2: Quantidade de provas de carga Tipo de estaca A Tensão (admissível) máxima abaixo da qual não serão obrigatórias provas de carga, desde que o número de estacas da obra seja inferior à coluna (B), em MPa B Número total de estacas da obra a partir do qual serão obrigatórias provas de carga Pré-moldada 7,0 100 Madeira - 100 Aço 0,5 fyk 100 Hélice e hélice de deslocamento (monitoradas) 5,0 100 Estacas escavadas com ou sem fluido Φ < 70 cm 5,0 75 Raiz 15,5 75 Microestaca 15,5 75 Trado segmentado 5,0 50 Franki 7,0 100 Escavadas sem fluido Φ >70 cm 4,0 100 Strauss 4,0 100 Tabela 3: Tipos usuais de estacas e suas cargas de trabalho (do ponto de vista estrutural) Tipo de Estaca Dimensões Carga Carga Obs. (cm) Usual (kN) Máx. (kN) Pré-moldada vibrada, de concreto armado, quadrada maciça σ= 6 a 10MPa 20 X 20 250* 400 Disponíveis até 8m. 25 X 25 400* 600 30 X 30 550* 900 35 X 35 750* 1200 Pré-moldada vibrada, de concreto armado, circular com furo central σ= 9 a 12 MPa Ø22 300 400 Disponíveis até 10 m. Furo central a partir do ϕ 29 cm . Ø25 450 550 Ø29 600 750 Ø33 700 800 Pré-moldada a vibrada, de concreto Protendido σ=10a14MPa Ø20 300 350 Disponíveis até 12 m. Podem ter furo central. Ø25 500 600 Ø33 800 900 Pré-moldada centrifugada, de concreto armado σ = 10 a 14MPa Ø20 250 300 Disponíveis até 12 m. Com furo central (ocas)e paredes de 6 a 12 cm. Ø26 400 500 Ø33 600 750 Ø42 900 1150 Ø50 1300 1600 Ø60 1700 2100 Notas: σ = tensão de trabalho no concreto; *obras sem controle de cravação por ensaios estáticos ou dinâmicos Estaca Strauss A estaca Strauss é uma estaca de concreto moldada in loco, executada através da escavação, mediante emprego de uma sonda (também denominada piteira), com a simultânea introdução e revestimento metálico em segmentos rosqueados, até que se atinja a profundidade projetada. É uma metodologia para execução de fundações indicada para estruturas de pequenas dimensões. Por empregar equipamentos de médio porte, tem um campo de aplicação importante quando há limitação de acesso para grandes máquinas no canteiro. A Strauss também pode ser utilizada quando é preciso executar estacas próximas às divisas do terreno e em locais com restrições a vibrações. A concretagem é realizada lançando-se o concreto e retirando-se gradativamente o revestimento com o simultâneo apiloamento do concreto. O revestimento integral assegura a estabilidade da perfuração e garante as condições para que não ocorra a mistura do concreto com o solo. Para situações em que se tenha a necessidade de se executar a escavação abaixo do nível d’água em solos arenosos, ou no caso de argilas moles saturadas, não é recomendável o emprego desse tipo de estaca por causa do risco de estrangulamento do fuste durante a concretagem A ponta da estaca deve estar em material de baixa permeabilidade para permitir as condições necessárias para limpeza e concretagem.Figura 2: EstacaStrauss processo executivo Tabela 4: Cargas usuais e máximas para estacas tipo Strauss (Hachich et al., 1998) Diâmetro (cm) Tensão (MPa) Carga usual (kN) 25 4,0 200 32 300 - 350 38 450 45 650 Estaca Franki As estacas Franki são executadas através da cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes de um pilão em uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo. Atingida a cota de apoio, procede-se à expulsão da bucha, execução de base alargada, instalação da armadura e execução do fuste de concreto apiloado com a simultânea retirada do revestimento. A execução da estaca pode apresentar alternativas executivas em relação aos procedimentos da estaca padrão como, por exemplo: perfuração interna (denominada “cravação à tração”), fuste pré-moldado, fuste encamisado com tubo metálico perdido, fuste executado com concreto plástico vibrado ou sem execução de base alargada. No caso de execução de uma estaca tipo Franki, é necessário que todas as demais estacas situadas em um círculo igual a cinco vezes o diâmetro da estaca estejam cravadas e concretadas há pelo menos12 h. Pelo menos 1 % das estacas, e no mínimo uma por obra, deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e, se possível, até o nível d'água, para verificação da sua integridade e qualidade do fuste. Figura 3: Execução da Estaca tipo Franki Figura 4: Pilão de 400 Kg Estaca escavada com Fluído Estabilizante São estacas escavadas com uso de fluido estabilizante, que pode ser lama bentonítica ou polímero sintético para sustentação das paredes da escavação. A concretagem é submersa, com o concreto deslocando o fluido estabilizante em direção ascendente para fora do furo. As estacas podem ter seções circulares (também denominadas estações), retangulares (também denominadas barretes) ou parede-diafragma, quando contínuas. Figura 5: Execução da Estaca Escavada, Velloso e Lopes ed. única 2012 Figura 6: Estaca Escavada de Grande Diâmetro Figura 7: Execução Estaca Escavada - Geofix Estaca Hélice Contínua É uma estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal contínuo. A injeção de concreto é feita pela haste central do trado simultaneamente à sua retirada. A armadura é sempre colocada após a concretagem da estaca. O equipamento de escavação deve ser posicionado e nivelado para assegurar a centralização e verticalidade da estaca, o diâmetro do trado deve ser verificado para assegurar as premissas de projeto. A haste é dotada de ponta fechada por uma tampa metálica recuperável e a perfuração se dá de forma contínua por rotação, até a cota prevista em projeto. Figura 8: Execução da Hélice Contínua, Velloso e Lopes ed. única 2012 Figura 9: Execução Hélice Contínua - Geofix A execução dessas estacas pode ser monitorada eletronicamente, por meio de um computador ligado a sensores instalados na máquina (um desses equipamentos, de origem francesa, é denominado Taracord CE). Como resultados da monitoração, são obtidos os seguintes elementos: • comprimento da estaca; • inclinação; • torque; • velocidades de rotação; • velocidade de penetração do trado; • pressão no concreto; • velocidade de extração do trado; • volume de concreto (apresentado em geral corno perfil da estaca); • sobre consumo de concreto (relação percentual entre o volume consumido e o teórico calculado com base no diâmetro informado). A análise e a interpretação desses dados permite uma avaliação da estaca executada, a figura 10 reproduz uma folha de controle. Figura 10: Controle de execução Hélice Contínua Monitorada – A. Lopes Sondagens Estaca Raiz A estaca raiz é uma estaca moldada in loco, em que a perfuração é revestida integralmente, em solo, por meio de segmentos de tubos metálicos (revestimento) que vão sendo rosqueados à medida que a perfuração é executada. O revestimento é recuperado. A estaca raiz é armada em todo o seu comprimento e a perfuração é preenchida por uma argamassa de cimento e areia. Figura 11: Execução Estaca Raiz - Geofix Estaca Injetadas EsTACA PRÉ MOLDADA Estaca Metálica ou de Aço Elemento estrutural produzido industrialmente, podendo ser constituído por perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos (com ou sem costura) e trilhos. As estacas de aço que estiverem total e permanentemente enterradas, independentemente da situação do lençol d'água, dispensam tratamento especial, desde que seja descontada a espessura indicada na Tabela 5. Nas estacas em que a parte superior ficar desenterrada, é obrigatória a proteção com camisa de concreto ou outro recurso de proteção do aço, ou aumento de espessura de sacrifício definida em projeto. As emendas das estacas de aço, realizadas por meio de talas soldadas ou parafusadas, devem resistir às solicitações que possam ocorrer durante o manuseio, a cravação e o trabalho do componente estrutural. As emendas devem obedecer ao disposto na Tabela 5. Figura 12: Emenda de estaca metálica. Tabela 5: Espessura de compensação de corrosão Classe Espessura mínima de sacrifício mm Solos em estado natural e aterros controlados 1,0 Argila orgânica; solos porosos não saturados 1,5 Turfa 3,0 Aterros não controlados 2,0 Solos contaminados a 3,2 a Casos de solos agressivos devem ser estudados especificamente. Estaca de Madeira As estacas de madeira são constituídas por troncos de árvores, razoavelmente retilíneos, que tem uma preparação das extremidades (topo e ponta) para cravação, limpeza da superfície lateral e, caso sejam utilizadas em obras permanentes, um tratamento com produtos preservativos. A ponta e o topo devem ter diâmetros maiores que 15 cm e 25 cm, respectivamente, e o segmento de reta que une os centros das seções da ponta e do topo deve estar compreendido integralmente no interior do perímetro da estaca. O topo das estacas deve ser protegido por cepos ou capacetes menos rígidos para minimizar danos durante a cravação. Entretanto, quando, durante a cravação, ocorrer algum dano na cabeça da estaca, a parte afetada deve ser cortada. Quando se tiver que penetrar ou atravessar camadas resistentes, as pontas devem ser protegidas por ponteiras de aço. Figura 13: Emenda e proteção de estaca de madeira Figura 14: Estacas de Madeiras Estaca de Concreto As estacas podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado, com qualquer forma geométrica da seção transversal, devendo apresentar resistência compatível com os esforços de projeto e decorrentes do transporte, manuseio, cravação e eventuais solos agressivos. O maquinário pode ser de queda-livre, hidráulico ou pneumático (diesel), sobre rolo ou sobre esteira, e é definido em função das cargas, dimensões das estacas, acessos, capacidade de suporte do solo na cota de cravação etc. Em geral, equipamentos dotados de martelos do tipo queda- livre proporcionam eficiência (relação entre a energia disponível e aquela efetivamente transferida às estacas) situada entre 40% e 60% e eficácia (número de golpes por minuto desferido sobre as estacas) entre 30 e 40. Já os equipamentos dotados de martelos hidráulicos proporcionam eficiência de 75% a 90% e eficácia entre 60 e 100, além de possibilitarem maior velocidade de manobras e, por consequência, redução de tempo nas operações de cravação. Antes de iniciar a cravação, a fiscalização deverá aprovar o equipamento a ser utilizado pela construtora. Para tanto, deverá checar: a altura da torre, incluindo-se aí a altura máxima de queda do martelo; tipo e peso do martelo; além de equipamentos auxiliares. Figura 15: Maquinário e tipo de estacas pré-moldadas de concreto Figura 16: Transporte de estaca de concreto Figura 17: Emenda de estaca pré-moldada de concreto Registro da execução Deve ser preenchida a ficha de controle diariamente para cada estaca, devendo constar as seguintes informações: Identificaçãoda obra e local, nome do contratante e executor; Data da cravação; Identificação ou número da estaca, com as datas e horário de início e término da cravação; Dimensões da seção e comprimento útil; Cota do terreno; Suplemento utilizado, tipo e comprimento; Especificação dos materiais e insumos utilizados; Desaprumo e desvio de locação; Características e identificação do equipamento (cravação, trado, etc.); Negas ou repiques no final de cravação e na recravação, quando houver; Especificação dos materiais; Consumo de materiais por estaca; Deslocamento e levantamento de estacas por efeito de cravação de estacas vizinhas; Inclinação do trado; Volume de concreto real e teórico; Torque durante perfuração; Rotação do trado; Velocidade de avanço do trado; Pressão de injeção do concreto; Velocidade de extração do trado; Observações e anormalidades de execução. projeto de PONTE SOBRE RIO PERICUMÃ Projeto de ponte rodoviária sobre a travessia do rio Pericumã, interligando os municípios de Central do Maranhão e Bequimão, no Estado do Maranhão, elaborado pela PROGEN. O sistema de fundações fica caracterizado por um conjunto de 03(três) composições de elementos estruturais: Estacas, Blocos e Vigas de Travamento. Para as fundações principais serão utilizadas estacas escavadas de grande diâmetro com a utilização de fluido estabilizante. Os fustes das estacas serão confeccionados em concreto armado moldado in loco por processo submerso executado logo após a conclusão das escavações. Nestas estacas serão usados revestimentos parciais do fuste em camisas metálicas perdidas instaladas por processo de cravação. Para a execução das escavações dos fustes destas estacas será necessário o uso de fluido estabilizante – polímero sintético - que servirá de contenção provisória das respectivas paredes laterais. Eixos E-1 a E-7 e E-12 a E-15 foram dimensionadas com seção circular diâmetro nominal do fuste 1,20m e o seu revestimento em camisas metálicas perdidas com diâmetro interno de 1,30m e espessura de chapa 8mm. Eixos E-8 a E-11 Estacas escavadas com fustes seção circular diâmetro nominal de 1,60m. Revestimento do fuste com camisas metálicas perdidas com diâmetro interno de 1,70m e chapa com espessura de 9,5mm. Os revestimentos metálicos dos fustes serão confeccionados a partir de chapas de aço calandradas e costuradas por processo de solda. É recomendável que os fustes metálicos sejam fornecidos e fabricados em segmentos com comprimentos de 12,00m ou com 6,00m. As emendas dos fustes ou complementações necessárias serão feitas por solda na própria obra. Em geral no local de posicionamento de execução de cravação das camisas. A escavação do fuste e cravação de camisa metálica no trecho sobre lamina d`água será executado por processo mecanizado com a utilização de perfuratriz acoplada a um guindaste instalado sobre um flutuante ou balsa. Serão utilizadas estacas metálicas do tipo cravadas, e de pequeno porte de capacidade de carga, para servirem de apoio nas extremidades das alas dos encontros dos eixos E-1 e E-15 e também fundações das lajes inferiores. As estacas metálicas cravadas serão em perfil de aço laminado W 150 x 37,1 Figura 18: Sondagem e localização das estacas escavadas Figura 19: Cravação de camisa metálica e escavação com fluído estabilizante Figura 20: Cravação de camisa metálica com 23 m e escavação com polímero CONCLUSÃO O melhor tipo de fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura com segurança e se adequa aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos técnicos e econômicos, sem afetar a integridade das construções vizinhas. É importante a união entre os projetos estrutural e o projeto de fundações num grande e único projeto, uma vez que mudanças em um provocam reações imediatas no outro, resultando obras mais seguras e otimizadas. Referências ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010, 91p. AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício até sua cobertura – Prática da construção civil. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1977. 182 p. HACHICH, Waldemar et al. Fundações - Teoria e Prática. In: NÁPOLES NETO, Antonio D. F. Historia das Fundações – Uma breve história das fundações. 2 ed. São Paulo: PINI, 1998. 751p. VELLOSO, Dirceu de A.; LOPES, Francisco de R. Fundações - Fundações Profundas. Nova ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. 342 p. http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/120/artigo299509-1.aspx http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/GF05-Funda%C3%A7%C3%B5es-Profundas-Estacas-Sem-Desloc.pdf http://www.portaldosequipamentos.com.br/equipanews/cont/m/estaca-strauss-e-alternativa-para-estruturas-de-pequeno-porte_15614_39 http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/13/artigo254361-1.aspx
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