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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA DA CONQUISTA /BA Geraldo Silva, brasileiro, solteiro, empresário , portadora do documento de identidade RG nº XXX e inscrita no CPF/MF sob o nº XXX, titular do e-m ail xxx@xxx.com , por intermédio de seu advogado, vem , muito respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS Em face de Inácio Guerra ,brasileiro, casado, empresário , inscrito no CPF/MF sob nº xxxxxx-, domicili ado na Rua xxxxx CEP: xxxxx,titular do e-m ail xxx@xxx.com , pelos fatos e fundamentos que passa a expor: I. DOS FATOS Ocorreu que Geraldo Silva e Inácio Guerra firmaram uma Promessa de Compra e Venda referente a um maquinário na qual o valor negociado foi R$ 200,00,00 ( duzentos m il reais). O contrato foi assinado por ambas partes no dia 10/ 07/2017 e o promissário comprador Sr Geraldo efetuou um pagamento no valor de R$ 90.0 00,00 (noventa mil reais) a fim de amortização para Sr Inácio e demonstrando assim boa- fé e lealdade por parte do requerente. Segue anexado junto a lide o comprovante de pagamento referente ao valor inicial acordado, bem com o e-m ails que com provam a negociação bem como a existência dos fatos. Ambos ajustaram que a máquina seria entregue no dia 10/01/2018,entretanto,no dia 10/11/2017 Geraldo começou a enfrentar uma crise devastadora no setor na qual atua e pleiteou o distrato da prom essa decompra e venda e solicitou que o requerido realizasse a devolução da quantia paga, porém Inácio não concordou e afir m ou que não faria a devolução do dinheiro. Ocorre Excelência! Que o Requerente, por motivo econômico, não mais teve condições de dar continuidade ao contrato. Assim , com intuito de reincidir o contrato de compra e venda e ver seus direitos assegurados, o Requerente bate às portas do Poder Judiciário e submete a questão à elevada apreciação deste D. Juízo sua contenda. No caso em tela, os requerente pretende a rescisão do contrato firmado com o requerido, diante dos fatos narrados acima, com a retenção de, no máximo, 10% do v alor pago. É sabido por todos que há a possibilidade de ocorrer imprevistos e por isso a Teoria da Imprevisão vem com o intuito de proteger o contratante no que tange a eventos supervenientes e formados por questão alheia a vontade do próprio adquirente. Institui o Código Civ il. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida , se a prestação de uma das partes se tornar excessivam ente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. II.DO DIREITO A relação jurídica existente deve ser entendida como de consumo, prevista na Lei nº 8.078/90, envolvendo de um lado, o adquirente promovente e de outro, o fornecedor promovido. “Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública o u privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.” DAÍ DECORRE QUE A RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE AS PARTES CARACTERIZA RELAÇÃO DE CONSUMO, DEVENDO SER APLICADOS OS DITAMES PROTETIVOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR , MORMENTE OS RELATIVOS À INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA E O PARADIGMA DE HIPOSSUFICIÊNCIA DO CONSUMIDOR. Portanto, aplique- se ao postulante todos os preceitos insculpidos no Diploma Consum erista. Segundo o disposto no artigo 51, II e IV do C ódigo de Defesa do Consumidor combinados com o artigo 53 do mesm o diploma legal: "Artigo 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - ... (omissis) ; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos pr evistos neste Código; III - ... (om issis); IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam, incompatíveis com a boa- fé e a eqüidade;" Ademais, a narrativa enumerada torna claro o direito do postulante em reaver o que foi pago (prova inequívoca). O petitum tem amparo na Lei, na doutrina e no Direito Sumulado pátrio. Pelo exposto, verif ica- se que o autor encontra- se em incontestável desvantagem contratual, o que vem lhe acarretando a impossibilidade de continuar adimplindo o Contrato que tomou outras proporções que as inicialmente pactuadas, com o comprovado documentalmente, desvantagem e desequilíbrio estes que lhe autorizam a pleitear a rescisão do Contrato, por abusivo que é, com a proteção legal estabelecida n o Código do Consumidor, aliadas às disposições aplicáveis da nossa Lei Substantiva Civil. Por outro lado, o art. 421 o art. 422 do Código Civil preveem: Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Art. 422. Os contratantes são obrigados aguardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa- fé. E, finalmente, o art. 413 do m esmo Codex: Art. 413. A penalidade deve ser reduzida e quitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo em vista a natureza e a finalidade do negócio. Assim , é direito do consum idor ter revistas III.Dos Pedidos 1) A citação dos Requeridos para qu e, se assim quiserem, apresentarem suas defesas no prazo legal, sob pena de incorrer nos efeitos da rev elia; 2) Reconhecimento da relação de consumo 3)Seja a ação julgada procedente para rescindir o contrato de promessa de compra e venda 4)condenar os Requeridos a dev olver o percentual de 90% [noventa por c ento] dos valores pagos corrigidos e atualizados, ou sej a, o montante de R$___________________em parcela Única; 4) Que os Requeridos sejam condenados ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios arbitrados sobre o valor da condenação; Termos em que, Pede deferimento, XXXX-XX OAB-BA
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