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Artigo Arbitragem NCPC

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2017	-	01	-	27
Revista	de	Arbitragem	e	Mediação
2016
RARB	VOL.	49	(ABRIL	-	JUNHO2016)
ARBITRAGEM	E	NOVO	CPC
Arbitragem	e	Novo	CPC
1.	O	impacto	do	novo	código	de	processo	civil	na	arbitragem
The	impact	of	the	new	code	of	civil	procedure	in	the
arbitration
(Autor)
LEONARDO	DE	FARIA	BERALDO
Mestre	em	Direito	Privado	pela	PUC-Minas.	Especialista	em	Processo	Civil.	Professor	em	cursos	de	graduação	e	pós-
graduação	de	Processo	Civil,	Arbitragem,	Direito	Civil	e	Societário.	Ex-Diretor	da	Escola	Superior	de	Advocacia	da
OAB/MG.	Ex-Diretor	do	Instituto	dos	Advogados	de	Minas	Gerais.	Ex-Presidente	da	Comissão	Especial	da	OAB/MG
encarregada	do	estudo	do	projeto	de	lei	de	novo	Código	de	Processo	Civil	(2010-2014).	Ex-Diretor	e	Membro	do
Conselho	Deliberativo	da	Câmara	de	Arbitragem	Empresarial	Brasil		Camarb.	Autor	do	livro	Curso	de	arbitragem,
publicado	pela	Editora	Atlas,	no	ano	de	2014.	Advogado.
Sumário:
1	Considerações	iniciais
2	Da	diferença	entre	regras	de	natureza	processual	e	procedimental	no	Código	de	Processo	Civil
3	Os	princípios	da	boa-fé	objetiva	processual	e	do	contraditório	(arts.	5.º,	9.º	e	10)
4	Novas	hipóteses	de	impedimento	e	de	suspeição	(arts.	144	e	145)
5	Segredo	de	Justiça	(art.	189,	IV)
6	Negócios	jurídicos	processuais	(arts.	190	e	191)
7	Prazos	em	dias	úteis	(art.	219)
8	Carta	arbitral	(art.	260	e	seu	§	3.º)
9	Tutela	provisória	(art.	294)
10	Procedimento	especial	do	art.	7.º	da	Lei	9.307/1996	e	a	audiência	de	conciliação	ou	mediação	(art.
334)
11	Preliminar	na	contestação	de	convenção	de	arbitragem	(art.	337,	X)	e	a	forma	de	se	atacar	a	decisão
do	juiz	sobre	ela	(arts.	1.009	e	1.015,	III)
12	Sentença	arbitral	estrangeira	parcial	e	a	sua	forma	de	homologação	(arts.	356,	§	5.º,	515,	IX	e	960,
caput	e	§	1.º)
13	Direito	probatório	(arts.	369	a	484)
14	Sentença	sem	resolução	de	mérito	(arts.	485,	VII	e	486,	§	1.º)
15	Dever	de	fundamentação	das	decisões	(art.	489,	§	1.º)
16	Coisa	julgada	e	prejudicial	(art.	503,	§	1.º)
17	Os	precedentes	vincularão	os	árbitros?	(arts.	926	a	928)
18	Efeito	suspensivo	na	apelação	que	julga	procedente	o	pedido	de	instituição	de	arbitragem	(art.	1.012,
§	3.º)
19	Considerações	finais
Referências	bibliográficas
Área	do	Direito:	Processual
Resumo:
A	partir	 do	dia	 18/03/2016	passará	 a	 vigorar	no	Brasil	 o	novo	Código	de	Processo	Civil	 (Lei	n.	 13.105/2015).
Como	 essa	 lei	 não	 é	 fonte	 supletiva	 da	 Lei	 n.	 9.307/96	 (lei	 de	 arbitragem),	 tende-se	 a	 acreditar	 que	 nada
mudará	 nas	 arbitragens.	 Como	 isso	 não	 é	 totalmente	 verdade,	 certamente	 será	 preciso	 esclarecer	 alguns
pontos	nessa	seara.	Assim,	o	escopo	do	presente	artigo	científico	é	justamente	o	de	mostrar	quais	regras	são
aplicáveis	às	arbitragens	e	quais	não	serão.
Abstract:
From	day	03/18/2016	will	be	effective	in	Brazil	the	new	Civil	Procedure	Code	(Law	no.	13.105/2015).	As	this	law
is	not	supplementary	source	of	Law.	9.307/96	(Arbitration	Act),	we	tend	to	believe	that	nothing	will	change	in
arbitrations.	Since	this	is	not	entirely	true,	it	will	certainly	need	to	clarify	some	points	in	this	harvest.	Thus,	the
scope	of	this	scientific	paper	is	just	to	show	what	rules	apply	to	arbitrations	and	which	will	not.
Palavra	Chave:	novo	Código	de	Processo	Civil		-	novo	CPC		-	impacto		-	reflexo		-	efeitos		-	arbitragem		-
procedimento	arbitral.
Keywords:	new	Code	of	Civil	Procedure		-	new	CPC		-	impact		-	reflex		-	effects		-	arbitration		-	arbitral
procedure
1.	Considerações	iniciais
Conforme	já	previamente	explanado	no	resumo	deste	artigo	científico, 1	pretendemos	demonstrar	qual	será	o
impacto	 do	 novo	 Código	 de	 Processo	 Civil	 ( CPC)	 no	 processo	 arbitral.	 Isso	 porque,	 se	 por	 um	 lado	 é
consenso	que	o	Código	de	Processo	Civil	não	é	 fonte	subsidiária	da	Lei	9.307/1996	 (LA), 2	por	outro	é	sabido
que	há	algumas	regras	do	Código	de	Processo	Civil	devem	ser	utilizadas	pelo	árbitro	ao	exercer	a	sua	função, 3
sendo	incorreta	a	assertiva	de	que	o	Código	de	Processo	Civil	nunca	é	aplicado	nos	procedimentos	arbitrais.
Infelizmente,	não	poderemos	nos	deter	o	tanto	que	gostaríamos	e	achamos	ser	preciso,	em	cada	um	dos	itens
que	escolhemos	para	constar	desse	trabalho,	haja	vista	o	grande	número	de	temas	e	o	curto	espaço	de	linhas.
No	entanto,	o	objetivo	de	um	artigo	não	é	o	de	esgotar	um	assunto,	mas,	sim,	de	lançar	uma	ideia	e	esperar
que	 ela	 seja	 difundida	 entre	 as	 pessoas	 interessadas	 e	 possa	 ser	 objeto	 de	 um	 debate	mais	 amplo.	 É	 isso,
portanto,	que	esperamos	que	ocorra	com	as	propostas	aqui	apresentadas.
2.	Da	diferença	entre	regras	de	natureza	processual	e	procedimental	no	Código	de	Processo
Civil
Para	 que	 possamos	 seguir	 adiante	 e	 compreendermos	 quais	 dispositivos	 do	 novo	 Código	 de	 Processo	 Civil
deverão	ser	empregados	nas	arbitragens,	bem	como	aqueles	que	não	serão,	é	imprescindível	que	entendamos
a	natureza	jurídica	das	regras	constantes	do	novo	Código	de	Processo	Civil.	Algumas	tem	natureza	processual	e
outras	 natureza	 procedimental.	 Essas	 não	 precisam	 ser	 aplicadas	 nas	 arbitragens,	 já,	 aquelas,	 devem	 ser
aproveitadas	sempre	que	possível	e	compatível	com	o	sistema	arbitral.
Dito	 isso,	 o	 que	 certamente	 precisa	 ser	 esclarecido	 é	 o	 critério	 para	 se	 distinguir	 as	 normas	 de	 cunho
processual	das	de	natureza	procedimental.	Para	tanto,	vamos	ver	o	que	é	que	diz	a	doutrina.
Fernando	da	Fonseca	Gajardoni	ensina	que,	"em	síntese,	tem-se	que	enquanto	o	processo	é	um	instrumento	de
atuação	da	Jurisdição,	para	o	exercício	do	direito	de	ação	e	de	defesa,	composto,	como	regra,	de	inúmeros	atos
processuais	que	o	 levam	do	pedido	 inicial	 ao	 final	provimento,	 o	procedimento	é	o	modo,	 a	maneira	 como
estes	 diversos	 atos	 processuais	 se	 combinam	 em	 contraditório	 (sua	 ordem,	 forma,	 prazo	 e	 tempo)". 4	 Esse
autor	cita	como	exemplos	de	atos	procedimentais:	(i)	as	normas	que	regulamentam	os	procedimentos	comum
e	especiais;	(ii)	as	que	ordenam	a	sequência	dos	atos	que	devem	ser	praticados	pelo	juiz	em	audiência;	(iii)	a
ordem	 de	 produção	 de	 provas	 na	 audiência;	 (iv)	 a	 forma	 como	 deve	 ser	 apresentada	 a	 petição	 inicial,	 as
espécies	de	resposta	do	réu	e	os	recursos;	(v)	os	prazos	para	a	prática	dos	atos	processuais,	dentre	outros.
Segundo	 Gustavo	 Dall'ollio,	 "se	 a	 norma	 legal	 versar	 algum	 aspecto,	 direto	 ou	 indireto,	 dos	 institutos
fundamentais	 do	 direito	 processual	 (ação,	 defesa,	 jurisdição	 e	 processo),	 estar-se-ia	 diante	 de	 norma	 de
processo,	 composta	 de	 elementos	 abstratos,	 insensíveis	 e	 interiores	 do	 contraditório,	 inserida,
conseguintemente,	 no	 âmbito	de	 competência	privativa	da	União	 (art.	 22,	 I,	da	 CF/1988).	 A	 norma	 de
procedimento,	composta	por	elementos	sensíveis,	palpáveis	e	exteriores	do	contraditório,	deve	ser	enfocada
de	 duas	 maneiras.	 A	 primeira	 	 de	 fácil	 percepção	 	 corresponde	 àquilo	 que	 se	 denomina	 rito,	 marcha	 ou
sucessão	ordenada	e	coordenada	de	atos	tendentes	à	preparação	e	formatação	do	ato	decisório	do	Estado-juiz.
A	segunda		de	difícil	percepção		corresponde	à	movimentação	de	atos	de	natureza	processual,	que	adquirem
forma	por	circunstâncias	de	três	ordens:	(a)	lugar;	(b)	tempo;	e	(c)	modo". 5
Outra	pessoa	que	escreveu	sobre	esse	árduo	tema	foi	Maria	Carolina	Silveira	Beraldo.	A	autora	considera	que
"a	norma	processual	diz	com	os	preceitos	 jurídicos	reguladores	do	exercício	da	 jurisdição	pelo	Estado,	dado
que	o	processo	é	o	meio	pelo	qual	o	Estado	atua	no	exercício	da	 jurisdição.	Não	são	as	normas	processuais,
entretanto,	que	disciplinam	ação	e	defesa,	atividades	estas	desenvolvidas	no	processo,	mas	reguladas	por	meio
de	 normas	 próprias,	 as	 procedimentais.	 As	 normas	 procedimentais	 são	 tributárias	 do	 provimento	 final	 e
regulamentam	todos	os	atos	a	serem	exercidos	até	a	sua	concretização". 6	Dando	seguimento	ao	seu	trabalho,
escritora	traz	vários	exemplos	de	normasprocessuais	constitucionais 7	e	infraconstitucionais. 8	Retoma	o	tema
e	 o	 finaliza	 no	 seguinte	 sentido:	 "e	 quais	 seriam,	 então,	 os	 institutos	 procedimentais?	 Partindo-se	 das
premissas	 fixadas	 na	 segunda	 parte	 deste	 trabalho,	 em	 que	 se	 identificaram	 o	 processo	 como	 método	 de
atuação	estatal	e	as	normas	processuais	como	conformadoras	do	exercício	do	poder	estatal	em	abstrato,	têm-
se	como	procedimentais:	a	ação	e	a	forma	como	apresentadas	a	petição	inicial	e	a	reconvenção	em	juízo;	as
citações	 e	 intimações	 (em	 suas	 previsões	 na	 condição	 de	 institutos	 e	 forma);	 a	 defesa	 e	 as	 formas	 como
apresentadas	 a	 contestação,	 as	 exceções	 e	 a	 impugnação	 ao	 valor	 da	 causa,	 os	 recursos,	 a	 capacidade	 e
legitimação	 das	 partes	 (aqui	 incluída	 a	 intervenção	 de	 terceiros);	 a	 disciplina	 da	 prova	 e	 sua	 forma;	 das
audiências	e	sua	forma,	dos	prazos	e	sua	forma". 9
Por	 fim,	 é	 preciso	 registrar	 o	 ponto	 de	 vista	 dissidente	 de	 Paula	 Sarno	 Braga:	 "mas	 essa	 norma	 processual
assim	definida	não	 foi	 considerada	 suscetível	de	 classificação	útil	 e	 tecnicamente	 justificável.	 Isso	porque	a
norma	de	organização	judiciária	não	é	processual,	mas,	sim,	administrativa,	sendo	responsável	pela	disciplina
da	 estrutura,	 organização	 e	 administração	 da	 justiça.	 E	 as	 normas	 ditas	 processuais	 em	 sentido	 estrito	 e
procedimentais	 são	 indissociáveis	 entre	 si.	Normas	 processuais	 e	 procedimentais	 têm	o	mesmo	 conteúdo	 e
papel,	 acima	 já	 expostos,	 que	 é	 a	 disciplina	 do	 exercício	 procedimental	 da	 jurisdição	 em	 contraditório,
abrangendo	todos	os	seus	atos	e	fatos,	em	sua	existência,	validade	e	eficácia.	Assim,	ambas	compõem	o	"direito
processual"	(art.	 22,	I,	da	 CF/1988)	e	pertencem	ao	fenômeno	do	"procedimento	em	matéria	processual"
(art.	 24,	 XI,	 da	 CF/1988),	 não	 havendo	 distinção	 entre	 elas	 que	 sirva	 de	 critério	 para	 repartir	 a
competência	legislativa". 10
Consideramos	que	seja	até	possível,	em	alguns	casos,	que	haja	uma	zona	acinzentada	e,	por	isso,	não	seja	tão
simples	afirmar	se	se	trata	de	norma	processual	ou	procedimental,	contudo,	na	maioria	dos	casos	é	possível
distingui-las,	 como	assim	o	 fizeram	 	e	muito	bem	 	 os	 doutrinadores	 supra	 citados.	Além	disso,	 é	 fato	que	 a
Constituição	Federal	de	1988	deixou	bem	nítida	a	existência	das	duas	espécies, 11	logo,	cabe	à	doutrina	o	papel
de	distingui-las,	de	modo	a	permitir	um	trabalho	legislativo	de	qualidade,	e,	no	nosso	caso,	que	saibamos	o	que
deve	ou	não	ser	aplicado	nas	arbitragens;	sempre	que	possível	e	compatível,	claro.
Enfim,	feitas	essas	considerações,	passemos	à	análise	dos	dispositivos	legais	do	novo	Código	de	Processo	Civil
que	mais	nos	chamaram	a	atenção.
3.	Os	princípios	da	boa-fé	objetiva	processual	e	do	contraditório	(arts.	5.º,	9.º	e	10)
O	novo	Código	de	Processo	Civil	 enalteceu	 sobremaneira	os	princípios	da	boa-fé	 objetiva	processual 12	 e	 do
contraditório. 13	Esse	consta	expressamente	no	§	2.º	do	art.	21	da	LA;	aquele	sempre	foi	aplicado	na	prática	e	já
chegou	até	a	ser	chamado	por	alguns	como	sendo	um	dos	pilares	da	arbitragem. 14
Quanto	ao	princípio	da	boa-fé	objetiva	processual,	da	 forma	como	foi	colocado	no	novo	Código	de	Processo
Civil,	não	há	a	menor	dúvida	de	que	os	árbitros	e	as	partes	deverão	continuar	a	observá-lo	no	dia	a	dia.	Um
exemplo	muito	 interessante	 sobre	 a	 sua	 aplicação	 no	 processo	 judicial	 pode	 ser	 encontrado	 na	 doutrina. 15
Trata-se	de	um	juiz	que	indeferiu	a	produção	de	uma	determinada	prova	pelo	demandante	ao	argumento	de
que	aquilo	que	se	pretendia	provar	com	a	referida	prova	 já	se	encontrava	devidamente	provado	nos	autos,
graças	a	um	documento.	Ocorre	que,	ao	sentenciar,	o	 juiz	 julgou	o	pedido	 improcedente,	ao	fundamento	de
que	o	 já	mencionado	fato	não	estava	provado.	Essa	conduta	contraditória	é	vedada	pelo	princípio	da	boa-fé
objetiva:	isso	é	claro	exemplo	de	venire	contra	factum	proprium.
É	importante,	antes	de	seguirmos	adiante,	tecermos	breves	palavras	sobre	o	dever	de	cooperação	trazido,	de
forma	expressa,	pelo	art.	6.º	do	novo	 CPC. 16	Como	é	sabido,	o	princípio	da	boa-fé	objetiva	é	dividido	pela
doutrina	em	 três	 funções:	 interpretativa,	 integradora	e	 limitadora.	A	 teoria	dos	atos	próprios,	por	exemplo,
encontra-se	dentro	dessa	última.	Já	a	segunda	é	aquela	que	cria	os	deveres	anexos	de	conduta	para	as	partes,
tais	como	o	da	lealdade,	o	de	informação	e	o	da	cooperação.	Em	livro	de	coautoria,	os	autores	elencam	vários
deveres	 que	 decorrem	 do	 modelo	 cooperativo	 de	 processo,	 tais	 como	 o	 dever	 de	 prevenção,	 o	 dever	 de
esclarecimento,	o	dever	de	assistência	e	o	dever	de	consulta	às	partes. 17	O	interessante	é	que	eles	traçam,	para
cada	um	desses	deveres,	 exemplos	de	como	devem	ser	aplicados	na	prática.	Esses	deveres,	no	nosso	 sentir,
devem	ser	igualmente	cumpridos	pelos	árbitros.
Outro	importante	destaque	que	cabe	nessa	parte	diz	respeito	a	uma	classificação	oriunda	do	direito	português
acerca	 do	 lá	 denominado	 princípio	 da	 cooperação:	 o	 seu	 sentido	 formal	 e	 o	 sentido	 material. 18	 Esse	 está
ligado,	primordialmente,	à	descoberta	da	verdade	no	processo.	Aquele	gera	no	 juiz	um	dever	de	auxiliar	as
partes	a	obter	uma	informação	ou	documento	para	a	eventual	necessidade	de	se	praticar	algum	ato	processual
naquele	momento	ou	no	futuro.	Com	isso	reiteramos	a	necessidade	para	que	os	árbitros	cumpram,	conforme
explica	a	melhor	doutrina,	esse	dever	de	cooperação.
Passando	 a	 régua	 para	mudar	 de	 assunto,	 é	 preciso	 discorrermos	 brevemente	 sobre	 a	 nova	 exigência,	 do
ponto	de	vista	do	direito	positivo	infraconstitucional,	ao	princípio	do	contraditório.	O	novo	Código	de	Processo
Civil	simplesmente	positivou	aquilo	que	já	estava	assentado	nos	bancos	das	faculdades	de	direito,	entretanto,	é
bastante	perceptível	a	resistência	que	alguns	ainda	têm	em	relação	a	esse	contraditório	mais	efetivo.
Nas	arbitragens	já	era	mais	fácil	verificar	a	incidência	mais	moderna	e	correta	do	princípio	do	contraditório,	e
que,	ratificamos,	é	a	que	deverá	prevalecer	no	processo	arbitral.	O	verdadeiro	sentido	do	contraditório	é	esse
do	novo	Código	 de	 Processo	 Civil,	 e,	 não,	 aquele,	 de	 visão	 antiga	 e	 ultrapassada,	 que	 coloca	 as	 partes	 num
segundo	e	nada	importante	plano	de	participação	no	processo.	E	qual	é	a	importância	disso?	É	justamente	a	de
se	permitir	que	as	partes	possam,	de	 fato,	participar	 (não	decidir	ou	determinar)	da	construção	de	 todas	as
decisões	arbitrais,	 e,	 ao	mesmo	 tempo,	nunca	 serem	surpreendidas	 com	algo	novo,	pois,	 afinal	de	 contas,	o
processo	é	das	partes	e	o	árbitro	é	apenas	o	gestor	qualificado	desse	processo.
4.	Novas	hipóteses	de	impedimento	e	de	suspeição	(arts.	144	e	145)
Nos	 termos	do	 art.	 14	 da	LA,	 "estão	 impedidos	 de	 funcionar	 como	árbitros	 as	 pessoas	 que	 tenham,	 com	as
partes	 ou	 com	 o	 litígio	 que	 lhes	 for	 submetido,	 algumas	 das	 relações	 que	 caracterizam	 os	 casos	 de
impedimento	 ou	 suspeição	 de	 juízes,	 aplicando-se-lhes,	 no	 que	 couber,	 os	 mesmos	 deveres	 e
responsabilidades,	conforme	previsto	no	Código	de	Processo	Civil".
Como	o	que	nos	interessa	são	as	novidades	do	novo	Código	de	Processo	Civil	nessa	seara,	cumpri-nos	informar
que	há	novas	espécies	de	impedimento	e	de	suspeição.
As	hipóteses	 de	 impedimento	 estão	 elencadas	 no	 art.	 144	 do	 novo	 CPC. 19	 Boa	 parte	 dessas	 hipóteses	 são
iguais	àquelas	do	art.	 134	do	 CPC/1973.	Algumas	poucas	foram	criadas.	Uma	delas	deixou	de	existir,	haja
vista	a	sua	obviedade.	Nos	termos	do	inc.	I	do	art.	 134	do	 CPC/1973,	o	 juiz	era	impedido	de	exercer	as
suas	funções	no	processo	em	que	fosse	parte.	Esse	inciso	não	foi	repetido	no	novo	Código	de	Processo	Civil.
Quais	são	as	novidades?	Elas	estão	nos	incs.	VI	a	IX,	sendo	que	a	do	inc.	VI	era	hipótese	de	suspeição	no	
CPC/1973	(art.	135,	III),	e,	agora,	passaa	ser	causa	de	impedimento.	Todas	as	inovações	são	bem	simples	e	não
justifica	a	interpretação	de	uma	a	uma.
Dentre	as	novidades,	certamente,	para	a	arbitragem,	o	inciso	mais	importante	é	o	VIII, 20	na	medida	em	que	a
situação	da	pessoa	indicada	a	ser	árbitro	ficará	muito	complicada	e	difícil.	Imaginem	essa	pessoa,	ao	cumprir
o	seu	dever	de	revelação	e	ao	preencher	o	questionário	da	instituição	de	arbitragem,	de	modo	a	se	verificar	a
existência	 de	 conflito	 de	 interesses?	 Como	 é	 que	 ela	 vai	 saber	 quem	 são	 os	 clientes	 do	 escritório	 em	 que
trabalha	o	seu	sobrinho?	Entendemos	ser	necessário	que	a	pessoa	indicada,	por	intermédio	de	seu	sobrinho,
indague	o	escritório	de	advocacia,	por	escrito,	sobre	a	possibilidade	de	qualquer	uma	das	partes	ser	ou	já	ter
sido	cliente	da	banca.	E	é	prudente	que	a	resposta	seja,	igualmente,	por	escrito. 21	Enfim,	já	imaginaram	se	a
pessoa	 indicada	 a	 árbitro	 tiver	 três	 filhos,	 seis	 netos,	 10	 irmãos	 e	 30	 sobrinhos?	 Certamente,	 em	 casos
extremos,	 necessitará	 de	 pedir	 à	 instituição	 de	 arbitragem	 dilação	 de	 prazo	 para	 responder	 a	 todos	 os
questionamentos	de	praxe.
Não	 bastasse	 toda	 essa	 dificuldade,	 imaginem	 se	 uma	 das	 partes	 da	 arbitragem,	 durante	 o	 processo	 em
questão,	passa	a	ter	uma	ou	mais	causas	no	escritório	de	advocacia	de	uma	das	pessoas	elencadas	no	inc.	VIII.
Quid	 iuris?	 Talvez,	 repita-se,	 talvez,	 a	 resposta	 esteja	 no	 §	 2.º	 do	 art.	 144:	 "é	 vedada	 a	 criação	 de	 fato
superveniente	a	fim	de	caracterizar	impedimento	do	juiz".	Enfim,	são	problemas	que	poderão	surgir	e	que	a
comunidade	arbitral,	bem	como	o	próprio	Judiciário,	terão	de	encontrar	a	melhor	solução.
Com	efeito,	gostaríamos	de	esclarecer	que,	para	os	 fins	do	 inc.	VIII	do	art.	144,	pouco	 importa	se	o	cônjuge,
companheiro	 ou	 parente	 é	 sócio,	 associado,	 empregado	 ou	 estagiário	 do	 escritório.	 Em	 qualquer	 uma	 das
quatro	hipóteses	haverá	o	impedimento,	uma	vez	ser	vedada	a	interpretação	restritiva	para	algo	tão	sério.
As	hipóteses	de	suspeição	estão	elencadas	no	art.	145	do	novo	 CPC. 22	Todas	as	hipóteses	de	suspeição	que
existiam	no	art.	 135	do	 CPC/1973	foram	repetidas,	com	exceção	de	uma	delas	(inc.	III	do	art.	 135	do	
CPC/1973)	que,	conforme	já	informado	anteriormente,	passa	a	ser	causa	de	impedimento	do	magistrado	(inc.
VI	do	art.	144	do	novo	 CPC).
Merece	destaque	apenas	o	fato	de	que	houve	uma	importante	alteração	em	face	da	antiga	realidade.	Na	era	do
Código	de	Processo	Civil	de	1973,	o	magistrado	que	fosse	amigo	íntimo	ou	inimigo	do	advogado	de	uma	das
partes	 não	 era	 considerado	 impedido	 e	 nem	 suspeito.	 Doutrina	 e	 jurisprudência	 sempre	 defenderam	 esse
posicionamento.	No	entanto,	o	novo	Código	de	Processo	Civil	alterou	essa	diretriz	no	inc.	I	do	art.	145.	Agora,
esse	tipo	de	sentimento	dá	azo	à	suspeição	do	julgador.	Diante	disso,	o	advogado	amigo	íntimo	ou	inimigo	do
magistrado	que	já	atua	na	causa	não	pode	pretender	ingressar	no	feito,	nem	mesmo	o	escritório	do	qual	faz
parte,	pois	isso	causaria	a	suspeição	do	juiz.	Aplica-se,	aqui,	o	disposto	no	inc.	I	do	§	2.º	do	art.	145,	ou,	ainda,
os	§§	1.º	a	3.º	do	art.	144.
Destarte,	 não	 poderá	 ser	 árbitro	 pessoa	 que	 seja	 amiga	 íntima	 ou	 inimiga	 de	 qualquer	 das	 partes,	 ou	 seja,
pouco	importando,	para	esse	fim,	se	ele	foi	indicado	pelo	amigo	íntimo,	pela	parte	contrária	ou	mesmo	para
ser	o	árbitro	presidente	do	Tribunal	Arbitral.	Ele,	simplesmente,	não	poderá	prestar	seus	serviços	de	árbitro	se
estiver	presente,	no	feito,	parte	ou	advogado	que	se	enquadre	nos	ditames	do	inc.	I	do	art.	145	(e	dos	outros
incisos	também,	claro).
Finalmente,	 queremos	 enfatizar	 que,	 tanto	 para	 os	 casos	 de	 impedimento,	 como	 de	 suspeição,	 podem	 as
partes,	de	comum	acordo,	anuir	com	a	permanência	da	pessoa	indicada	a	ser	árbitro	que	esteja	impedida	ou
suspeita	para	laborar.
5.	Segredo	de	Justiça	(art.	189,	IV)
Como	é	cediço,	os	processos	judiciais	são	públicos,	por	força	do	art.	 93,	IX,	da	 CF/1988	e	do	art.	189	do
novo	 CPC.	 Sob	a	 éxide	do	Código	de	Processo	Civil	 de	 1973,	 e	 antes	da	 reforma	da	Lei	 da	Arbitragem,	 a
doutrina	 brasileira	 sustentava	 a	 impossibilidade	 de	 haver	 sigilo	 nas	 ações	 judiciais	 que	 versavam	 ou
guardavam	relação	com	arbitragens,	ao	argumento	de	que	estaria	havendo	transferência	"para	as	partes,	sem
base	legal,	o	poder	de	determinar	o	alcance	da	publicidade	externa". 23
Segundo	o	parágrafo	único	do	art.	22-C	da	LA,	"no	cumprimento	da	carta	arbitral	será	observado	o	segredo	de
Justiça,	desde	que	comprovada	a	confidencialidade	estipulada	na	arbitragem".	Mais	 completo	ainda	é	o	art.
189,	IV,	do	novo	 CPC,	ao	elencar	uma	preciosa	exceção	à	regra	geral	de	publicidade	do	processo:	"os	atos
processuais	são	públicos,	todavia	tramitam	em	segredo	de	Justiça	os	processos	que	versem	sobre	arbitragem,
inclusive	sobre	cumprimento	de	carta	arbitral,	desde	que	a	confidencialidade	estipulada	na	arbitragem	seja
comprovada	perante	o	juízo".
Desse	modo,	nos	parece	estar	bastante	claro	que	as	ações	que	versem	sobre	arbitragem	deverão	tramitar	sob
segredo	 de	 Justiça,	 mas	 desde	 que	 uma	 das	 partes	 comprove	 a	 existência	 de	 estipulação	 prevendo	 a
confidencialidade	da	arbitragem.	Sabendo-se	disso,	o	ideal	é	que	seja	inserida,	no	momento	da	celebração	do
contrato,	 cláusula	 prevendo	 que	 a	 arbitragem	 deverá	 ser	 sigilosa	 ou	 confidencial. 24	 Isso,	 por	 si	 só,	 já	 será
suficiente	para	que	o	art.	189,	IV,	do	novo	 CPC	possa	incidir	no	caso	concreto.	Não	existindo	tal	cláusula,	e
sabendo	as	partes	que	o	ajuizamento	de	ação	de	instituição	de	arbitragem	será	inevitável,	podem,	pelo	menos,
de	comum	acordo,	assinarem	algum	aditivo	contratual	no	sentido	de	que	a	arbitragem	deverá	ser	sigilosa	ou
confidencial.
Outra	hipótese	que	dará	azo	à	concessão	de	segredo	de	Justiça	será	se	na	convenção	de	arbitragem	já	houver	o
nome	 da	 instituição	 arbitral,	 e,	 no	 regulamento	 desse	 órgão,	 existir	 previsão	 expressa	 quanto	 ao	 dever	 de
sigilo. 25	Nesse	caso,	presumir-se-á	que	esse	é	o	desejo	das	partes,	salvo	se	elas	tiverem	acordado,	por	escrito,
em	sentido	contrário.
6.	Negócios	jurídicos	processuais	(arts.	190	e	191)
O	novo	Código	de	Processo	Civil	positivou	a	 já	existente 26	 figura	dos	negócios	 jurídicos	processuais. 27	O	art.
190 28	é	verdadeira	cláusula	geral	enquanto	que	o	art.	191	regula	apenas	a	possibilidade	de	se	calendarizar	a
prática	 e	 realização	 dos	 atos	 processuais	 até	 o	 fim	 do	 processo.	 Existem	 os	 negócios	 jurídicos	 processuais
típicos	e	os	atípicos.	Esses	são	aqueles	que	não	têm	previsão	legal	expressa;	aqueles	possuem	menção	dentro
da	lei,	v.g.,	a	calendarização	procedimental	(art.	191),	o	saneamento	compartilhado	(art.	357,	§	2.º)	e	escolha	do
perito	(art.	474).
Para	aqueles	que	trabalham	com	arbitragem,	não	há	a	menor	novidade	nesse	ponto,	tendo	em	vista	que,	no
procedimento	arbitral,	sempre	foram	celebrados	numerosos	negócios	jurídicos	processuais,	inclusive	aqueles
três	típicos	supra	mencionados.
Sendo	bastante	pragmático,	o	que	 importa	aclarar	nesse	ponto	é	que,	 independentemente	da	aplicabilidade
cogente	ou	não	do	art.	190	às	arbitragens,	em	especial	o	seu	parágrafo	único,	temos	que	o	árbitro,	diante	de
seu	dever	 legal	de	agir	 com	competência	 e	diligência,	bem	como	de	 zelar	pela	preservação	do	princípio	da
igualdade	das	partes,	deverá	exercer	o	controle	das	convenções	processuais	celebradas	no	curso	do	processo
arbitral. 29	Ora,	se	o	árbitro	tem	como	dever	primordial	prolatar	uma	sentença	exequível	e	sem	vícios,	deverá
ficar	 atento	 para	 que	 não	 haja	 violação	 a	 qualquer	 dos	 princípios	 da	 Lei	 de	 Arbitragem	 (explícitos	 e
implícitos),	e,	claro,	para	que	não	haja	violação	à	ordem	pública.
7.	Prazos	em	dias	úteis	(art.	219)
O	 novo	 Código	 de	 Processo	 Civil,	 felizmente,	 inovou	 ao	 determinar	 que	 os	 prazos	 processuaisdeverão	 ser
computados	em	dias	úteis. 30	Atenção	porque	essa	regra	vale	apenas	para	os	prazos	fixados	em	dias	e	desde
que	seja	para	a	prática	de	atos	processuais.	Em	outras	palavras,	não	se	aplica	o	art.	219	do	novo	 CPC,	por
exemplo,	 na	 contagem	 do	 prazo	 decadencial	 para	 a	 propositura	 de	 ação	 rescisória, 31	 de	 prescrição
intercorrente	no	processo	de	 execução 32	 ou	 no	 incidente	 de	 resolução	 de	 demandas	 repetitivas, 33	 que	 têm
sido	chamados	pela	doutrina	de	prazos	materiais.
O	dispositivo	legal	em	comento,	sem	dúvida,	tem	natureza	procedimental	e,	por	isso,	não	se	aplica	ao	processo
arbitral.	Aliás,	os	regulamentos	das	instituições	de	arbitragem	já	possuem	regramento	específico	sobre	o	tema
e,	 em	 todos	 aqueles	 que	 consultamos, 34	 os	 prazos	 são	 contínuos,	 ou	 seja,	 conforme	 era	 à	 luz	 do	 Código	 de
Processo	 Civil	 de	 1973.	 A	 contagem	 dos	 prazos	 em	 dias	 úteis	 é	 salutar	 e,	 a	 nosso	 ver,	 não	 faz	 com	 que	 o
procedimento	 arbitral	 fique	 muito	 mais	 longo.	 Desse	 modo,	 se	 for	 do	 interesse	 das	 partes,	 podem	 elas
requerer	aos	árbitros	que	os	prazos,	no	caso	concreto,	sejam	contados	em	dias	úteis.
8.	Carta	arbitral	(art.	260	e	seu	§	3.º)
A	 ausência	 da	 carta	 arbitral	 no	 nosso	 ordenamento	 jurídico	 é	 uma	 omissão	 que	 foi	 suprida,	 quase	 que	 ao
mesmo	tempo,	por	duas	leis	distintas:	com	a	reforma	da	Lei	de	Arbitragem	(art.	22-C)	e	com	o	novo	Código	de
Processo	Civil.	Extrai-se	do	art.	237,	IV,	dessa	Lei,	que:	"será	expedida	carta	arbitral,	para	que	órgão	do	Poder
Judiciário	 pratique	 ou	 determine	 o	 cumprimento,	 na	 área	 de	 sua	 competência	 territorial,	 de	 ato	 objeto	 de
pedido	de	cooperação	judiciária	formulado	por	juízo	arbitral,	inclusive	os	que	importem	efetivação	de	tutela
provisória".
A	 participação	 do	 Judiciário	 é	 importante	 no	 decorrer	 da	 arbitragem	 porque	 o	 árbitro	 não	 tem	 poder	 de
império,	 logo,	 há	 atos	 que	 ele,	 simplesmente,	 não	 pode	 concretizar,	 tais	 como:	 a	 intimação	 de	 pessoa	 para
testemunhar	sobre	 fatos	perante	o	árbitro,	a	efetivação	de	 tutela	de	urgência	ou	de	evidência	deferida	pelo
árbitro	e	a	determinação	para	que	um	terceiro	entregue	documento	ou	coisa	ao	árbitro.	O	juiz	deve	cumprir
aquilo	que	consta	da	carta	arbitral,	não	podendo	reapreciar	aquilo	já	decidido	e/ou	definido	pelo	árbitro,	uma
vez	que	ele	não	tem	poderes	jurisdicionais	para	tanto.
9.	Tutela	provisória	(art.	294)
O	art.	294	do	novo	 CPC 35	disciplina	a	 tutela	provisória,	que	é	gênero,	e	do	qual	 são	espécies,	a	 tutela	de
evidência	e	a	 tutela	de	urgência.	Essa,	por	sua	vez,	pode	 ter	natureza	antecipatória	 (satisfativa)	ou	cautelar
(garantia),	podendo	ser	concedida	liminarmente	ou	após	justificação	prévia. 36
A	Lei	de	Arbitragem,	por	sua	vez,	fala,	em	seus	arts.	22-A	e	22-B,	em	"medida	cautelar	e	de	urgência".
Não	 há	 nenhum	 mistério	 e	 basta	 que	 os	 profissionais	 do	 direito	 continuem	 a	 trabalhar	 normalmente.	 A
medida	 cautelar,	 obviamente,	 é	 aquela	 que	 tem	 por	 finalidade	 garantir	 o	 sucesso	 do	 processo	 arbitral	 por
meio	 de	medidas	 conservativas,	 tais	 como	 o	 arresto,	 o	 sequestro	 e	 o	 arrolamento	 de	 bens.	 Já	 a	medida	 de
urgência	ou,	simplesmente,	tutela	antecipada,	é	a	que	tem	por	objeto	a	satisfatividade	de	um	direito	que,	em
princípio,	somente	poderia	ser	concedido	na	sentença	arbitral.
Como	 se	 pôde	 ver,	 os	 dois	 dispositivos	 da	 Lei	 de	 Arbitragem	 tratam	 expressamente	 daquilo	 que,	 no	 novo
Código	de	Processo	Civil,	recebe	a	roupagem	da	tutela	de	urgência,	conforme	se	extrai	do	parágrafo	único	do
art.	294.
Os	 requisitos	 para	 a	 sua	 concessão	 estão	 elencados	 no	 art.	 300	 do	 novo	 CPC:	 "a	 tutela	 de	 urgência	 será
concedida	quando	houver	elementos	que	evidenciem	a	probabilidade	do	direito	e	o	perigo	de	dano	ou	o	risco
ao	resultado	útil	do	processo".	Podemos	traduzir	isso,	simplesmente,	em	fumus	boni	iuris	e	periculum	in	mora.
Ressalte-se	que,	em	caso	de	tutela	antecipatória,	além	desses	dois	requisitos,	há	ainda	um	terceiro,	de	cunho
negativo:	 "a	 tutela	 de	 urgência	 de	 natureza	 antecipada	 não	 será	 concedida	 quando	 houver	 perigo	 de
irreversibilidade	dos	efeitos	da	decisão". 37	Como	na	Lei	de	Arbitragem	nunca	houve	e	continua	não	havendo
qualquer	 menção	 aos	 pressupostos	 autorizadores	 para	 o	 deferimento	 de	 tutela	 de	 urgência,	 os	 árbitros	 e
advogados	sempre	se	valeram	daqueles	existentes	na	lei	processual.
A	tutela	da	evidência	poderá	ser	utilizada	na	arbitragem?	Como	se	pode	vislumbrar	do	art.	311	do	novo	
CPC, 38	ela	nada	mais	é	do	que	uma	tutela	antecipada	sem	a	necessidade	de	se	ter	de	demonstrar	o	periculum
in	mora,	porém,	desde	que	o	pedido	para	a	sua	concessão	esteja	lastreado	em	um	dos	incs.	do	art.	311.	Sendo
assim,	 não	 vemos	 qualquer	 óbice	 para	 a	 sua	 utilização,	 todavia,	 é	 prudente	 que	 isso	 seja	 previamente
informado	às	partes,	de	modo	a	não	surpreenda-las.
Por	 fim,	em	relação	à	chamada	estabilização	da	 tutela	antecipada,	regulamentada	pelo	art.	304	do	novo	
CPC,	não	obstante	se	tratar	de	antecipação	qualificada	dos	efeitos	da	sentença,	o	que	já	vimos	ser	plenamente
aplicável	ao	processo	arbitral,	 temos	que	essa	particularidade	existente	na	regra	em	questão	pode	ser	vista
como	 incompatível	à	arbitragem.	Mesmo	que	não	 fosse,	a	 sua	concretização	 seria	extremamente	 rara,	uma
vez	que	a	parte	requerida	quase	sempre	se	opõe	ao	pedido	formulado	pelo	requerente,	sendo	isso	o	suficiente
para	afastar	a	estabilização.
10.	Procedimento	especial	do	art.	7.º	da	Lei	9.307/1996	e	a	audiência	de	conciliação	ou
mediação	(art.	334)
O	novo	Código	de	Processo	Civil	alterou	o	momento	da	realização	da	audiência	de	conciliação	ou	mediação,
não	 sendo	mais	 após	 a	 apresentação	 da	 impugnação	 à	 contestação	 pelo	 autor	 (na	 fase	 de	 saneamento	 do
processo),	nos	termos	do	art.	 331	do	 CPC/1973,	mas,	sim,	logo	após	a	citação	do	réu	(art.	334	do	novo	
CPC).	Trata-se	de	audiência	obrigatória	e	que	somente	não	será	realizada	se	ambas	as	partes	manifestarem,
expressamente,	 desinteresse	 na	 composição	 consensual,	 ou	 quando	 não	 se	 admitir	 a	 autocomposição,
conforme	 se	 apreende	do	 §	 4.º	 do	art.	 334.	As	partes	devem	estar	 acompanhadas	de	advogado	ou	defensor
público	(§	9.º	do	art.	334)	e	o	não	comparecimento	injustificado	será	considerado	ato	atentatório	à	dignidade
da	Justiça,	com	aplicação	de	multa	de	até	dois	por	cento	(§	8.º	do	art.	334).
Feita	essa	introdução,	pergunta-se:	na	ação	para	a	instituição	de	arbitragem	do	art.	7.º	da	LA	será	obrigatória	a
realização	de	audiência	de	conciliação	ou	mediação?	Não,	pois	o	rito	dessa	ação	é	especial,	na	medida	em	que
não	se	enquadra	no	comum	do	novo	Código	de	Processo	Civil,	e	nem	no	ordinário	ou	no	sumário	do	Código	de
Processo	Civil	 de	 1973.	Uma	 leitura	perfunctória	 do	 art.	 7.º,	 e	 seus	 parágrafos,	 da	LA,	 nos	 permite	 concluir
dessa	maneira.	Ademais,	a	demora	que	isso	geraria	é,	sem	dúvida,	incompatível	com	a	urgência	das	partes	em
relação	ao	desfecho	almejado.	Sem	falar	que	não	teria	qualquer	sentido	em	se	ter	duas	audiências	(a	do	art.	7.º
da	LA	e	a	do	art.	334)	com	o	propósito	quase	igual.
Desse	modo,	 concluímos	 essa	 parte	 procedimental	 com	 arrimo	 em	 Carlos	 Alberto	 Carmona,	 para	 quem	 "a
brevidade	do	procedimento	previsto	no	art.	7.º	da	Lei	é	a	chave	do	seu	sucesso,	não	há	dúvida.	Mas	caberá	ao
juiz	 temperar	 o	 desejo	 de	 celeridade	manifestado	 claramente	 pelo	 legislador	 com	 os	 princípios	 do	 devido
processo	legal,	a	fim	de	evitar-se	flagrante	injustiça". 39
11.	Preliminar	na	contestação	de	convenção	de	arbitragem	(art.	337,	X)	e	a	forma	de	se
atacar	a	decisão	do	juiz	sobre	ela	(arts.	1.009	e	1.015,	III)
O	art.	337	do	novo	 CPC	elenca	as	matérias	que	devem	ser	objeto	de	preliminar	na	contestação,	e,	no	seu	inc.
X,	consta	o	seguinte:	"convenção	de	arbitragem".	E,	assim	como	ocorria	no	Código	de	ProcessoCivil	de	1973,
não	 pode	 o	 juiz,	 ex	officio,	 arguir	 a	 existência	 de	 convenção	 de	 arbitragem,	 haja	 vista	 a	 vedação	 expressa
constante	do	§	5.º	do	art.	337.
A	nossa	preocupação	 	e	 foi	 isso	que	 justificou	a	elaboração	desse	 item	do	presente	artigo	científico	 	é	que	o
momento	 processual	 para	 a	 apresentação	 da	 contestação	 será,	 como	 regra	 geral,	 após	 a	 audiência	 de
conciliação	 ou	 mediação	 (art.	 335,	 I,	 do	 novo	 CPC).	 Desse	 modo,	 para	 que	 o	 réu	 possa	 obter	 sentença
terminativa	o	mais	rápido	possível	em	seu	favor,	seria	prudente	que	fosse	possível	a	apresentação	de	simples
petição	ao	juiz,	demonstrando-se	a	existência	de	convenção	de	arbitragem,	e,	com	isso,	ocorresse	a	extinção	do
processo	sem	resolução	do	mérito	imediatamente,	nos	termos	do	art.	485,	VII,	do	novo	 CPC.
Todos	 sabemos	 que	 o	 ajuizamento	 de	 uma	 ação	 judicial	 por	 uma	 das	 partes	 contratantes,	 ignorando	 a
existência	de	convenção	de	arbitragem,	não	impede	que	a	outra	requeira	o	 início	do	procedimento	arbitral,
todavia,	é	possível	que	essa	lide	no	Judiciário	atrapalhe	o	bom	andamento	do	feito	extrajudicial.	É	por	isso	que
a	 extinção	 do	 processo	 judicial,	 o	 quanto	 antes,	 é	 importante	 para	 as	 partes,	 em	 especial	 o	 réu	 da	 ação
(requerente	da	arbitragem).
Essa	simples	petição	não	poderá	ser	enquadrada	como	contestação	pelo	magistrado,	no	entanto,	se	se	tratar	de
um	 juiz	um	pouco	mais	 formalista,	a	 ignorará	em	razão	da	obrigatoriedade	da	audiência	de	conciliação	ou
mediação	 (art.	 334	 do	 novo	 CPC).	 Caso	 a	 parte	 tenha	 receio	 de	 que	 isso	 poderá	 gerar	 preclusão
consumativa,	nada	impede	que	o	réu	apresente	a	sua	contestação	logo	após	a	citação,	não	obstante	o	termo
inicial	do	prazo	seja	aquele	do	art.	335	do	novo	 CPC,	uma	vez	que,	nos	termos	do	§	4.º	do	art.	218	do	novo	
CPC,	"será	considerado	tempestivo	o	ato	praticado	antes	do	termo	inicial	do	prazo".
É	óbvio	que	tudo	isso	que	escrevemos	nesse	item	parte	da	premissa	de	que	o	autor	demonstrou	o	seu	interesse
na	 realização	 da	 dita	 audiência,	 pois,	 do	 contrário	 (art.	 319,	 VII,	 do	 novo	 CPC),	 bastaria	 que	 o	 réu
protocolasse	petição	requerendo	o	cancelamento	da	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	para	configurar
a	hipótese	de	não	realização	do	inc.	I	do	art.	334	do	novo	 CPC.
Há	também	a	possibilidade	de	as	partes	celebrarem	negócio	jurídico	processual	visando	estabelecer	prazos	e
formas	 distintas	 daquelas	 previstas	 no	 novo	 Código	 de	 Processo	 Civil	 para	 a	 alegação	 e	 apreciação	 da
convenção	de	arbitragem	pelo	juiz,	bem	como	pela	não	obrigatoriedade	da	audiência	do	art.	334	do	novo	
CPC,	com	o	intuito	de	imprimir	maior	celeridade	e	efetividade	à	lide. 40
Com	efeito,	cumpre-nos	recordar	que	o	entendimento	majoritário	da	doutrina	e	da	jurisprudência,	em	caso	de
não	 alegação	 desse	 vício	 na	 preliminar,	 é	 o	 da	 preclusão,	 mais	 ou	 menos	 como	 ocorre	 em	 casos	 de
incompetência	relativa.	Presumir-se-á,	assim,	que	ambas	as	partes	desistiram	de	levar	o	litígio	à	arbitragem,
uma	vez	que	o	autor	ajuizou	a	ação	e	o	réu	não	se	opôs.
Por	 fim,	 lembremo-nos	 de	 que	 a	 decisão	 interlocutória	 do	 juiz	 que	 rejeita	 a	 alegação	 de	 convenção	 de
arbitragem	deve	ser	atacada	por	meio	de	agravo	de	instrumento,	conforme	se	extrai	do	inc.	III	do	art.	1.015	do
novo	 CPC.	 Por	 certo	 haverá	 discussões	 doutrinárias	 e	 jurisprudenciais	 acerca	 da	 possível	 ocorrência	 de
preclusão	temporal	se	tal	decisão	judicial	não	for	atacada,	imediatamente,	por	meio	de	agravo	de	instrumento.
Em	outras	palavras,	se	a	parte	interessada	não	agravar	no	momento	oportuno,	poderá	ser	pedida	a	reforma,
quanto	 a	 essa	 parte,	 num	 eventual	 recurso	 de	 apelação?	 A	 nosso	 ver,	 a	 resposta	 só	 pode	 ser	 negativa,
justamente	por	ter	ocorrido	a	preclusão	temporal.	Mesmo	se	existisse	um	argumento	novo,	não	utilizado	na
preliminar	da	contestação,	ainda	assim	acreditamos	que	não	seria	o	caso	de	não	se	permitir,	ao	fundamento
de	 ter	 ocorrido	 a	 preclusão	 consumativa. 41	 Por	 outro	 lado,	 caso	 a	 convenção	 de	 arbitragem	 seja	 acolhida,
teremos	sentença	terminativa,	logo,	desafia	recurso	de	apelação,	na	forma	do	art.	1.009	do	novo	 CPC.
12.	Sentença	arbitral	estrangeira	parcial	e	a	sua	forma	de	homologação	(arts.	356,	§	5.º,	515,
IX	e	960,	caput	e	§	1.º)
Antes	de	discorrermos	sobre	uma	singela	dúvida	que	poderá	surgir,	vamos	estatuir	algumas	premissas	básicas
sobre	alguns	dispositivos	legais	do	novo	Código	de	Processo	Civil:
"1.	 Foi	 consagrada	 a	 ideia	 da	 sentença	 parcial 42	 no	 art.	 356, 43	 e	 o	 seu	 §	 5.º 44	 informa	 que	 deverá	 ser
impugnada	por	meio	de	agravo	de	instrumento.
2.	De	acordo	com	os	 incs.	VIII	 e	 IX	do	art.	 515,	 são	 títulos	executivos	 judiciais,	 respectivamente,	 'a	 sentença
estrangeira	homologada	pelo	STJ'	e	'a	decisão	interlocutória	estrangeira,	após	a	concessão	do	exequatur	à	carta
rogatória	pelo	STJ'.
3.	 Conforme	 se	 extrai	 do	 art.	 960,	 'a	 homologação	 de	 decisão	 estrangeira	 será	 requerida	 por	 ação	 de
homologação	de	decisão	estrangeira,	salvo	disposição	especial	em	sentido	contrário	prevista	em	tratado',	e	o
seu	§	1.º	estabelece	que	'a	decisão	interlocutória	estrangeira	poderá	ser	executada	no	Brasil	por	meio	de	carta
rogatória'".
Dito	isso,	o	que	deverá	a	parte	interessada	fazer	se	tiver	em	mãos	uma	sentença	arbitral	estrangeira	parcial?
Diante	da	alteração	redacional	do	art.	960	do	novo	 CPC, 45	que	fala	em	homologação	de	decisão	estrangeira,
parece-nos	que	deverá	ser	formulado	requerimento	de	homologação	da	sentença	arbitral	estrangeira	parcial,
ou	seja,	não	deverá	ser	feito	pedido	de	concessão	de	exequatur	à	carta	rogatória. 46	Pouco	importa,	portanto,
que	o	julgamento	antecipado	parcial	de	mérito	tenha,	no	Brasil,	natureza	de	decisão	interlocutória,	até	porque
o	§	1.º	do	art.	960	faculta	a	execução	da	interlocutória	estrangeira	por	meio	de	rogatória,	isto	é,	não	obriga. 47
13.	Direito	probatório	(arts.	369	a	484)
O	novo	Código	de	Processo	Civil	 inovou	em	diversos	 aspectos	no	 tocante	 ao	direito	probatório,	 tais	 como	a
possibilidade	de	se	inverter	o	ônus	da	prova	em	alguns	casos	(§	1.º	do	art.	373),	a	possibilidade	de	as	partes
escolherem	quem	será	o	perito	do	juízo	no	caso	concreto	(art.	474),	o	modo	de	inquirição	das	testemunhas	(art.
459),	a	positivação	da	ata	notarial	(art.	384)	e	assegurou	o	direito	à	prova	(art.	381,	II	e	III).
A	 parte	 do	 novo	 Código	 de	 Processo	 Civil	 que	 diz	 respeito	 às	 provas	 é,	 basicamente,	 toda	 de	 natureza
procedimental,	 logo,	 tem	 a	 sua	 aplicabilidade	 como	mera	 faculdade	 do	 árbitro.	 Os	 regramentos	 específicos
sobre	provas	variam	de	caso	a	caso,	de	árbitro	para	árbitro	e	de	câmara	a	câmara.	Nada	impede,	porém,	que	o
árbitro	possa	aproveitar	uma	ou	outra	regra	da	nossa	lei	processual	e	aplicá-la	no	processo	arbitral.	Mas	isso
ocorrerá	porque	o	árbitro	achou	melhor,	e,	não,	porque	se	 trata	do	Código	de	Processo	Civil,	pois,	repita-se,
não	se	trata	de	norma	supletiva	à	Lei	de	Arbitragem.
Não	custa	reforçar	que	na	Lei	de	Arbitragem	apenas	os	arts.	21	e	22	tratam	dessa	matéria.	Salientamos,	ainda,
que	algumas	disposições	sobre	provas	estão	previstas	nos	regulamentos	das	instituições	de	arbitragem,	que,
assim	como	o	 faz	a	Lei	de	Arbitragem,	outorgam	poderes	ao	árbitro, 48	 que	 sempre	 conversa	 com	as	partes
previamente,	para	a	fixação	do	procedimento	probatório.
14.	Sentença	sem	resolução	de	mérito	(arts.	485,	VII	e	486,	§	1.º)
Reza	o	art.	485,	VII,	do	novo	 CPC,	"o	juiz	não	resolverá	o	mérito	quando	acolher	a	alegação	de	existência	de
convenção	 de	 arbitragem	ou	quando	 o	 juízo	 arbitral	 reconhecer	 sua	 competência".	Observem	que	há	 duas
situações	distintas.
Na	 primeira,	 ainda	 sem	 a	 instituição 49	 propriamente	 dita	 do	 processo	 arbitral,	 o	 juiz	 deixa	 de	 resolver	 o
mérito	porque	reconhece	a	existência	de	convenção	dearbitragem.	O	juiz	não	precisa	e	nem	deve	manifestar-
se	sobre	a	validade	e	a	eficácia	da	convenção	arbitral,	 sob	pena	de	violação	do	art.	20,	caput	e	§	2.º,	da	LA,
salvo	se	se	tratar	de	alguma	nulidade	prima	facie.
Na	segunda,	pode	até	ser	que	não	tenha	sido	apresentada	pelo	réu	a	convenção	de	arbitragem	por	escrito, 50
no	 entanto,	 a	 arbitragem	 já	 foi	 instituída	 e	 o	 árbitro	 já	 se	 deu	 por	 competente.	 Isso	 insinua	 que	 não	 será
possível	 existir	 conflito	 de	 competência	 entre	 juízo	 arbitral	 e	 juízo	 togado,	 pois	 este	 deverá	 respeitar	 a
competência	auto	declarada	por	aquele.	Outra	conclusão	que	é	possível	 tecer	 seria	a	da	possibilidade	de	 se
iniciar	uma	arbitragem	sem	convenção	arbitral	 escrita,	bastando	que	exista,	por	exemplo,	 troca	de	e-mails,
cartas	ou	mensagens.	Finalmente,	também	é	possível	concluir	que,	caso	o	juízo	arbitral	já	tenha	reconhecido	a
sua	 competência,	 o	 juiz	 togado	 deverá	 extinguir	 o	 processo	 imediatamente,	 mesmo	 se	 as	 partes	 ainda
estiverem	 aguardando	 a	 realização	 da	 audiência	 do	 art.	 334	 do	 novo	 CPC,	 salvo,	 claro,	 se	 ambas	 se
manifestarem	em	sentido	contrário.	Esse	 fato	pode	 ser	 comunicado	por	uma	das	partes	ou	até	mesmo	pelo
próprio	árbitro	por	meio	de	carta	arbitral.
De	 todo	modo,	havendo	 sentença	 sem	resolução	de	mérito,	 com	 fulcro	no	art.	 485,	VII,	 ainda	assim	a	parte
autora	 poderá	 intentar	 novamente	 a	 ação,	 haja	 vista	 a	 inexistência	 de	 coisa	 julgada	material.	 Porém,	 nos
termos	do	§	1.º	do	art.	486	do	novo	 CPC,	"no	caso	de	extinção	em	razão	de	litispendência	e	nos	casos	dos
incs.	I,	IV,	VI	e	VII	do	art.	485,	a	propositura	da	nova	ação	depende	da	correção	do	vício	que	levou	à	sentença
sem	resolução	do	mérito".
15.	Dever	de	fundamentação	das	decisões	(art.	489,	§	1.º)
Um	dos	dispositivos	mais	polêmicos	do	novo	Código	de	Processo	Civil	é	o	§	1.º	do	art.	489, 51	que	disciplina,	a
contrario	sensu	e	com	detalhes,	como	é	que	o	magistrado	deve	fundamentar	a	sua	decisão	judicial.
Apesar	 de	 Maria	 Carolina	 Silveira	 Beraldo	 considerar	 os	 requisitos	 da	 sentença	 como	 regras	 de	 natureza
processual, 52	 entendemos	 que	 a	 aplicabilidade	 obrigatória	 dessa	 regra	 deva	 ser	 exigida	 apenas	 dos
magistrados,	e,	não,	dos	árbitros.	Por	que?	Porque	o	destinatário	da	regra	é	o	juiz	estatal.
Dito	isso,	cabe	aqui	uma	indagação:	se	a	sentença	é	ato	processual,	e	a	própria	autora	acima	afirma	isso,	e	a
doutrina	majoritária	parece	entender	que	a	forma	ou	o	modo	de	se	praticar	o	ato	processual	é	regra	de	cunho
procedimental, 53	 por	 que	 é	 que	 os	 requisitos	 da	 sentença	 judicial	 devem	 ser	 classificados	 como	 regra	 de
natureza	processual?
Com	efeito,	é	importante	salientar	que,	ao	pensarmos	sobre	certas	premissas	básicas	do	sistema	judicial,	à	luz
da	 arbitragem,	 temos	 sempre	 que	 nos	 lembrarmos	 de	 um	 componente	 elementar	 dela,	 que	 é	 a	 autonomia
privada	das	partes.	 Senão,	vejamos:	 (i)	diz	a	Constituição	Federal	de	1988	que	nenhuma	 lesão	ou	ameaça	a
direito	 será	 excluída	 da	 apreciação	 do	 Judiciário,	 porém,	 as	 partes	 capazes	 podem	 levar	 seus	 litígios	 que
versem	 sobre	 direitos	 patrimoniais	 disponíveis	 para	 serem	dirimidos	 por	meio	 de	 arbitragem;	 (ii)	 também
reza	a	Constituição	Federal	de	1988	que	todos	os	processos	judiciais	e	julgamentos,	como	regra,	serão	públicos,
contudo,	sabemos	que	o	processo	arbitral,	em	decorrência	da	vontade	das	partes	(não	da	Lei	de	Arbitragem)	é
sigiloso;	e,	(iii)	por	fim,	a	Constituição	Federal	de	1988	exige	que	todas	as	decisões	judiciais	sejam	motivadas,
no	 entanto,	 enquanto	 o	 STF	 detinha	 competência	 para	 a	 homologação	 de	 sentenças	 arbitrais	 estrangeiras,
homologava-se	 sentenças	 sem	motivação,	desde	que	as	partes	 tenham	concordado	 com	 isso,	 por	 escrito,	na
origem.
Com	 base	 nas	 premissas	 acima,	 vê-se	 que	 não	 é	 possível	 dar	 tratamento	 idêntico	 aos	 processos	 judicial	 e
arbitral,	mesmo	se	estivermos	diante	de	uma	regra	que	tenha	natureza	processual.	De	todo	modo,	fica	a	nossa
advertência	 de	 que	 a	 observância	 dos	 seus	 incisos	 denota	 que	 o	 árbitro	 está	 agindo	 com	 competência	 e
diligência,	deveres	esses	que	constam	expressamente	do	§	6.º	do	art.	13	da	LA.	E	mais.	Não	custa	recordar	que
a	sentença	sem	a	observância	dos	requisitos	do	art.	26	da	LA	(a	fundamentação	é	um	deles)	pode	ser	objeto	de
ação	anulatória,	com	fulcro	no	art.	32,	III,	da	LA.
Desse	modo,	apesar	de	o	§	1.º	do	art.	489	do	novo	 CPC	não	se	tratar,	no	nosso	sentir,	de	norma	cogente	para
a	arbitragem,	é	altamente	recomendável	que	ele	seja	observado	à	risca	pelo	árbitro,	de	modo	a	evitar	futuras
alegações	de	sentença	arbitral	imotivada	ou	com	fundamentação	opaca.
16.	Coisa	julgada	e	prejudicial	(art.	503,	§	1.º)
A	coisa	julgada,	sem	dúvida,	é	regra	de	natureza	processual	e	por	isso	deve	(já	vem	sendo)	ser	sempre	aplicada
às	 arbitragens.	 É	 claro	 que	 os	 seus	 limites	 subjetivos	 e	 objetivos	 também.	 Seria	 inimaginável	 que	 pudesse
existir	uma	sentença	arbitral	que	não	fizesse	coisa	julgada.
O	novo	Código	de	Processo	Civil	alterou	uma	sistemática	que	existia	no	Código	de	Processo	Civil	de	1973	que
deve	ser	objeto	de	análise.	Nos	 termos	do	§	1.º	do	art.	503	do	novo	 CPC, 54	a	questão	prejudicial	decidida
expressa	 e	 incidentalmente	 no	 processo	 poderá	 ser	 afetada	 pela	 res	 iudicata,	 desde	 que	 observadas	 as
condições	para	tanto.
E	como	será	isso	na	arbitragem?
A	 nosso	 ver,	 como	 os	 poderes	 jurisdicionais	 do	 árbitro	 advêm	 da	 convenção	 de	 arbitragem,	 ele	 está
terminantemente	proibido	de	decidir	fora	dos	limites	dela.	Diante	de	seu	dever	legal	de	agir	com	competência
e	diligência,	pode	até	sugerir	às	partes	que	o	autorizem	a	decidir	questão	prejudicial	que	surja	no	decorrer	do
processo.	 Um	 pouco	mais	 complicado	 para	 responder	 seria	 se	 a	 prejudicial	 estivesse	 dentro	 do	 escopo	 da
arbitragem,	 no	 entanto,	 mesmo	 nesse	 caso,	 consideramos	 que	 o	 árbitro	 deveria	 ater-se	 àquilo	 que	 foi
expressamente	pedido	 pelas	partes.	Ademais,	 lembremo-nos	de	que	o	 §	 1.º	 do	art.	 503	 é	uma	determinação
para	o	juiz,	e,	não,	para	o	árbitro.
17.	Os	precedentes	vincularão	os	árbitros?	(arts.	926	a	928)
Esse	 tema	é	 tão	 tormentoso	que	poderia	ser	objeto	de	dissertação	de	mestrado. 55	Respondendo	à	 indagação
lançada,	acreditamos	que	os	árbitros	não	estarão	vinculados	às	súmulas	vinculantes	e	nem	às	teses	fixadas	em
recursos	sob	o	regime	de	repetitivos,	em	incidentes	de	resolução	de	demandas	repetitivas	e	em	incidentes	de
assunção	de	competência.	O	tema,	todavia,	é	controvertido,	conforme	já	demonstramos	no	passado. 56
O	precedente	vinculará	o	juiz,	e,	não,	o	árbitro,	uma	vez	que	o	destinatário	do	precedente	é	o	magistrado,	e,
não,	o	árbitro.	Vejam,	até	acho	que	os	arts.	926	a	928	do	novo	 CPC	possam	ser	classificados	como	regras	de
processo	(não	de	procedimento),	pois	estão	diretamente	ligadas	ao	exercício	da	jurisdição,	contudo,	só	isso	não
pode	 implicar	 numa	 aplicabilidade	 cogente	 da	 norma	 ao	 processo	 arbitral,	 que,	 por	 óbvio,	 tem	 as	 suas
nuances	e	particularidades.
No	 fundo,	 há	 bons	 argumentos	 para	 sustentar	 as	 duas	 posições, 57	 e,	 para	 não	 dar	 substratos	 para	 a	 parte
perdedora	da	demanda	arbitral	poder	questionar	a	 sua	validade	em	 juízo	 (não	que	acreditemos	no	sucesso
dessa	lide),	recomendamos	que	já	se	estabeleça	isso	na	convenção	de	arbitragem, 58	 isto	é,	se	os	precedentes
serão	de	aplicabilidade	obrigatória	ou	facultativa	pelo	árbitro.
18.	Efeito	suspensivo	na	apelação	que	julga	procedente	o	pedido	de	instituição	de
arbitragem	(art.	1.012,	§	3.º)
Assim	como	já	ocorria	no	Código	de	Processo	Civil	de	1973,	no	novo	Código	de	Processo	Civil	a	apelação	contra
a	 sentença	 que	 julga	 procedente	 o	 pedido	 de	 instituição	 de	 arbitragem	 será	 recebida	 apenas	 no	 seu	 efeito
devolutivo,	ex	vi	do	disposto	no	art.	1.012,§	1.º,	IV.
Será	possível,	ao	apelante,	requerer	a	concessão	do	efeito	suspensivo	ao	recurso	de	apelação.	Nos	termos	do	§
3.º	do	art.	1.012	do	novo	 CPC,	 esse	pedido	deverá	 ser	dirigido	ao:	 "I	 	 tribunal,	 no	período	 compreendido
entre	a	interposição	da	apelação	e	sua	distribuição,	ficando	o	relator	designado	para	seu	exame	prevento	para
julgá-la;	II		relator,	se	já	distribuída	a	apelação".
E,	nos	termos	do	§	4.º	do	art.	1.012,	"(...)	a	eficácia	da	sentença	poderá	ser	suspensa	pelo	relator	se	o	apelante
demonstrar	a	probabilidade	de	provimento	do	recurso	ou	se,	sendo	relevante	a	fundamentação,	houver	risco
de	dano	grave	ou	de	difícil	reparação".
Observem	 que	 há	 dois	 requisitos,	 alternativos,	 para	 a	 concessão	 do	 efeito	 suspensivo.	 O	 primeiro	 é	 a
"demonstração	da	probabilidade	de	provimento	do	recurso".	Assim,	 se	o	apelante	conseguir	comprovar	nas
suas	razões	recursais	que	a	jurisprudência	majoritária	é	em	sentido	contrário	àquele	exposado	na	sentença,
deverá	 obter	 o	 efeito	 suspensivo.	 O	 segundo	 é	 composto,	 pois	 exige	 do	 apelante,	 ao	 mesmo	 tempo,	 a
demonstração	 da	 "relevância	 a	 fundamentação"	 mais	 a	 existência	 de	 "risco	 de	 dano	 grave	 ou	 de	 difícil
reparação".	 Em	 outras	 palavras,	 é	 preciso	 que	 sejam	 apresentados	 no	 recurso	 argumentos	 substanciosos	 e
convincentes	sobre	o	mérito	e,	ainda,	que	se	prove	o	risco	de	dano	grave	ou	de	difícil	reparação.
A	 alteração	 legislativa	 é	 boa	 e	 guarda	 coerência	 com	 o	 novo	 sistema	 de	 admissibilidade	 do	 recurso	 de
apelação,	que,	de	acordo	com	o	§	3.º	do	art.	1.010	do	novo	 CPC, 59	será	realizado	apenas	pelo	tribunal.
Maiores	 detalhes	 sobre	 o	 processamento	 desse	 pedido	 de	 efeito	 suspensivo	 ou	 ativo	 deverá	 ser	 feito	 pelos
regimentos	 internos	 dos	 tribunais, 60	 devendo	 sempre	 serem	 respeitados	 os	 princípios	 processuais	 do
ordenamento	jurídico	brasileiro,	bem	como	a	essência	do	novo	Código	de	Processo	Civil,	em	especial,	o	dever
de	cooperação,	celeridade,	efetividade	e	primazia	do	mérito.
19.	Considerações	finais
As	nossas	considerações	finais	são	no	sentido	de	que	é	preciso	haver	coerência	para	aplicar	o	novo	Código	de
Processo	Civil	no	processo	arbitral.	Não	se	pode	manter	um	discurso	raso	e	horizontal	de	que	essa	Lei	não	é
aplicável	à	arbitragem	tão	somente	porque	não	consta,	da	Lei	de	Arbitragem,	que	o	Código	de	Processo	Civil	é
sua	fonte	subsidiária	ou	norma	supletiva.
De	 fato,	 não	 é	mesmo,	 contudo,	 por	 que	 é	 que,	 no	 nosso	 dia	 a	 dia	 como	 profissionais	 da	 arbitragem,	 nos
valemos	de	alguns	institutos	regulamentados	apenas	pela	lei	processual,	e	não	nos	valemos	de	outros?	Por	que
é	que	a	lei	processual	é	sempre	lembrada,	por	exemplo,	quando	se	pensa	nos	requisitos	para	a	concessão	de
tutela	de	urgência	e	na	coisa	julgada,	e,	não,	para	outros	aspectos?
Ora,	 não	 seria	 mais	 harmonioso	 que	 sempre	 fossem	 aplicadas	 as	 normas	 de	 natureza	 processual	 (e,	 não,
procedimental)	do	Código	de	Processo	Civil,	desde	que	não	houvesse	qualquer	ofensa	às	particularidades	da
arbitragem?	Vejam,	não	estamos	afirmando,	de	forma	alguma,	que	a	incoerência	tem	prevalecido	atualmente.
Não	é	isso.	Trata-se	apenas	de	uma	ideia	lançada	para	a	reflexão	geral	daqueles	que	gostam	e	trabalham	com
arbitragem;	nada	além	disso.
Tanto	 o	 novo	 Código	 de	 Processo	 Civil,	 como	 o	 já	 revogado,	 são	 boas	 leis	 e	 não	 há	 nada	 de	 errado	 em	 se
pretender	utilizar	 esse	ou	aquele	expediente	da	 lei	processual.	É	 claro	que	a	 flexibilidade	do	procedimento
arbitral	é	melhor,	sendo	essa,	aliás,	uma	das	razões	pelas	quais	a	arbitragem	é	tão	interessante.
Portanto,	 concluindo,	 podemos	 afirmar	 que	 a	 lei	 processual	não	 é	 fonte	 supletiva	 ou	 subsidiária	 da	 Lei	 de
Arbitragem,	 entretanto,	 as	 regras	 de	 natureza	 processual	 do	 novo	 Código	 de	 Processo	 Civil,	 na	medida	 do
possível,	 devem	 ser	 aplicadas	 ao	 processo	 arbitral.	 Evidentemente	 que	 se	 ficar	 constatada	 a	 existência	 de
alguma	particularidade	da	arbitragem	que	impeça	de	ser	utilizado	o	novo	Código	de	Processo	Civil,	deverá	o
árbitro,	 por	meio	 de	 decisão	 fundamentada,	 explicitar	 as	 razões	 do	 seu	 convencimento.	 Por	 fim,	 é	 preciso
aclarar	que	essa	decisão	do	árbitro	é	soberana	e	não	poderá,	como	regra,	ser	contestada	no	Poder	Judiciário.
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O	NOVO	CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL	E	A	ARBITRAGEM	INTERNACIONAL,	de	Nadia	de	Araujo	-
RArb	46/2015/277
ARBITRAGEM	E	A	TUTELA	PROVISÓRIA	NO	CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL	DE	2015,	de	Eduardo
Talamini	-	RArb	46/2015/287
ARBITRAGEM	NO	NOVO	CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL:	ASPECTOS	PRÁTICOS,	de	Bruno
Guimarães	Bianchi	-	RePro	255/2016/413

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