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Não com um Estrondo, mas com um Gemido Theodore Dalrymple Resumo

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Não com um Estrondo, mas com um Gemido - Theodore Dalrymple 
 
Prefácio: Nenhuma época é dourada para aqueles que vivem nela, no 
entanto, os últimos anos da Inglaterra estão sendo difíceis. As pessoas 
estão se declarando cada vez mais infelizes, independente de ser a era 
mais livre da história da humanidade. As pessoas vivem em função do 
estado de bem-estar social e estão cada vez mais distantes uma das 
outras, dado exemplificado pela quantidade de televisão no quarto de 
crianças, que não mais se interessam em interagir com adultos e outras 
crianças. 
 
Parte 1: Artistas e Ideólogos 
 
Capítulo 1 - O Dom da Linguagem 
Durante seus vários anos como médico, Dalrymple conviveu com tipos 
distintos de pessoas. Observou que, em sua época como médico 
penitenciário, a linguagem era uma característica importante na 
categorização de pessoas neste ambiente. Percebeu que os presos que não 
sabiam se comunicar direito tinham muita dificuldade de garantir a 
assistência social para seus parentes. É de conhecimento dos 
neurologistas que a linguagem está "programada" para se desenvolver nos 
primeiros anos, de tal forma que, para alguns intelectuais, ela é uma 
característica natural, então não existiria uma forma melhor ou pior de 
se comunicar. Esta tese é defendida no livro "O Instinto da Linguagem" de 
Steven Pinker. Para ele a linguagem, se desenvolvendo naturalmente, é o 
que realmente importa, e não todos os detalhes gramáticas que acabam 
criando "castas" sociais e diminuindo a autoestima das pessoas. O que 
passa despercebido para Pinker é que existem ideias mais complexas que 
dificilmente seriam possíveis de ser expostas em linguagens de "gueto" ou 
tribais. Seu argumento também não leva em conta que a comunicação é 
desenvolvida com base na imitação, afinal, é de se esperar que filhos de 
pais chineses falem chinês. Em sua experiência de vida, Dalrymple reparou 
que os indivíduos que não conseguiam se expressar direito limitavam seu 
nível intelectual, pois não conseguiam esboçar o que pensavam, além de 
deixar essas pessoas reclusas em suas comunidades de baixo nível 
intelectual, onde pelo menos se fariam entendidos. A falta de uma 
educação de qualidade, que usa a correção como processo didático se 
mostrou fundamental na existência desse problema. Quando uma faculdade 
humana não é usada para o bem, normalmente é usada para o meu, ele 
demonstra isso no exemplo de uma garota que, por não conseguir se 
comunicar bem com as pessoas, acabou se tornando mãe precocemente, de um 
bebe que não precisava de comunicação para amá-la e necessitar dela. 
 
Capítulo 2 - O que torna grande o doutor Johnson 
Samuel Johnson foi para o Dalrymple, um dos grandes autores da história 
inglesa, na sua área foi tão grande quanto Shakespeare, por mais que não 
seja conhecido mundialmente, e mesmo na Inglaterra está se tornando um 
desses autores que todos sabem que é bom, mas que só são lidos quando há 
alguma obrigação (como Machado de Assis no Brasil, por exemplo). Foi um 
biografo tão bom que sua obra se tornou maior que o biografado. Ele era 
um homem que entendia a limitação humana e sabia que fazia parte dos 
limitados. Foi integro em todas as passagens que lhe são atribuídas. 
Alguns de seus trechos são memoráveis como aquele que ele cita, 
poeticamente, que a necessidade do autoexame honesto para evitarmos o 
sofrimento evitável dificilmente poderia ser expressa com mais 
eloquência. Era conservador mas não reacionário, aceitava bem as 
evoluções científicas, mas tinha um pé atrás com comportamentos que não 
passaram pelo crivo do tempo. Quando comparamos sua obra com um de seus 
eminentes contemporâneos, Voltaire, percebemos que Johnson era muito mais 
"humano" em suas analises, principalmente no Terremoto de Lisboa, 
catástrofe de 1775. Diferente de Voltaire, ele não acreditava que 
vivianos no melhor mundo possível, tentando entender o motivo de crianças 
terem sido mortas neste evento. Uma das suas maiores obras foi "Rasselas" 
que conta a história de um princípio em procura de sabedoria, e nas suas 
desventuras se depara com a dimensão trágica da vida. Em sua conversa com 
um filosofo sábio no Cairo, o príncipe descobre que, mesmo que este 
filosofo saiba muito sobre a vida e a realidade, quando cita que o que 
realmente importa são as coisas trabalhosas e virtuosas, que a busca por 
desejos normalmente se torna um circulo vicioso. Quando este mesmo 
filosofo perde sua única filha, cita que a racionalidade não irá ajudá-lo 
a superar a perda. Rasselas em discussão com sua irmã nota que existem 
buscas que são impossíveis de se obter ao mesmo tempo. Quando discutem os 
pontos positivos e negativos do casamento cedo ou tardio, percebe que é 
impossível separar só o que tem de bom nos dois. "É impossível tomar a 
água das duas margens do rio Nilo ao mesmo tempo". Uma frase que resume o 
efeito de Samuel Johnson em seus leitores é: "Poucos deram atenção mais 
rigorosa a introspecção do que o doutor Johnson, que a tratou não como 
forma de autocomplacência, e sim como algo necessário ao aprimoramento 
moral e ao entendimento da natureza humana. "Todos conheceríamos nosso 
estado", afirma alhures, "se fossemos induzidos a examiná-lo". É objetivo 
do doutor Johnson fazer-nos voltar a nós mesmo, e talvez isso explique 
por que lê-lo é uma experiencia desconcertante. 
 
Capítulo 3 - Verdade versus Teoria 
É conhecida a ideia de que Shakespeare na verdade, não existiu como 
individuo, era sim um pseudônimo de outros grandes autores da época como 
Francis Bacon, por exemplo. Alguns indícios para isso era sua vida 
levemente devassa e suas aptidões não usuais para um escritor, como 
teoria de investimentos. Outra justificativa é que não era um acadêmico 
(um argumento que à visão de muitos é mais um indício da real existência 
de Shakespeare). Mas um dos maiores era o fato de que Shakespeare por 
vezes citava passagens médicas contemporâneas da época. Seu cunhado era 
médico, então deste fato surgem muitas teorias. Como médico seu cunhado 
era limitado, seguia as linhas médicas normais e falhas da época. Estas 
eram de conhecimento publico, de tal forma que Shakespeare as usava, da 
mesma forma que um escritor normal hoje em dia usaria dados sobre 
microbiologia. Tentar reduzir Shakespeare a um pseudônimo só mostra o 
quão protecionista é a visão da academia 
 
Capítulo 4 - Um bebedor do Infinito 
Arthur Koestler é um importante autor húngaro do século XX, porém por 
vezes é reduzido a um estuprador. Em algumas obras suas, que 
aparentemente são alusões a ele mesmo, ele realmente cita passagens de 
sexo não consentido, um dos trechos chama atenção: "A questão e´que, se 
você agrede uma mulher por tempo suficiente, deixando-a irritada e 
exausta, ela acaba por perceber que são inúteis toda aquela resistência e 
todos aqueles pontapés, que tudo é muito barulho por nada, [...] você 
provavelmente está se achando um sedutor irresistível, quando na verdade 
tudo o que fez foi levá-la àquele ponto em que ela diz: Bem, por que 
não?"". Por muito tempo esse autor foi comunistas, chegando a citar em 
suas obras que Alemanha e URSS eram "apenas os precursores da era pós-
individualista e pós-liberal" como se o socialismo fosse uma consequência 
obvia do passar da história. Por mais que tenha tido obras importantes, 
no fim de sua vida sua reputação já estava manchada, independentemente 
das acusações de estupro. Se tornou datado para a intelligentsia da 
época, e acabou sua vida com preocupações estranhas como misticismo e 
parapsicologia, finalizando por completo sua vida, de forma impopular, 
suicidando-se com sua mulher 20 anos mais nova. Reduzi-lo a essas 
situações é raso, afinal de contas ele foi um homem com uma vida recheada 
da histórias: se filio ao partido russo por ter pais judeus, foi viver na 
França e escreveu muitas obras. Uma de suas obras famosas foi "O Deus que 
fracassou"que conta como mudou sua mentalidade para o anticomunismo, 
junto com outros autores. Outro livro importante foi "Diálogo com a 
Morte", onde conta histórias que escutou no corredor da morte quando foi 
preso, percebia a limitação da ideologia na mente do ser humano quando 
este se depara com a morte. Citava também que ao estar de cara com a 
morte, se sentia mais livre, mais humano, que era a experiencia de 
liberdade mais plena que um homem pode ter. "É precisamente por que sua 
vida e obra exemplificam tão bem os dilemas existências de nossa época 
que Koestler é fascinante, injustamente negligenciado e muitas vezes 
reduzido a um psicopata sexual. A razão é escrava das paixões, e ele era 
um homem muito apaixonado 
 
Capítulo 5 - Ibsen e seus descontentamentos 
Este é um autor extremamente contemporâneo, mesmo tendo escrito no fim do 
século XIX. De todo esse capítulo o que chama mais atenção é um trecho 
que não trata de Ibsen, e sim de Johnson: “Johnson via a existência 
humana como algo que não pode ser dissociado do desgosto. É da natureza 
do homem padecer simultaneamente de desejos incompatíveis - do desejo da 
tranquilidade e da excitação, por exemplo. Quando tem um anseia pelo 
outro, de modo que o contentamento raramente é puro e jamais é duradouro. 
Para a maioria das pessoas, porém, é mais reconfortante acreditar na 
perfectibilidade do que na imperfectibilidade - um exemplo daquilo que o 
doutor Johnson chamou de triunfo da esperança sobre a experiência. A 
noção de imperfectibilidade não somente apaziguá as angustias existências 
mas também nos impõe, ao eliminar soluções simples para todos os 
problemas humanos, existências intelectuais muito mais duras que a 
utopia.” 
 
Capítulo 6 - Os fantasmas que assombram Dresden 
Os alemães ainda se sentem muito mal pelos ocorridos contra os Nazistas 
na Segunda Guerra Mundial (2WW), por mais que toda a geração viva não 
tenha feito nenhuma ação na Guerra. Toda questão de orgulho é um tabu 
para os alemães, como se nada feito antes ou depois de Hitler tivesse 
tido algum valor para eles. Claro que esse medo está relacionado com a 
visão que podem ter deles de nazistas. Dresden é um contraexemplo na hora 
que dizem que a Alemanha foi unicamente uma vila na 2WW. Essa cidade, 
antes um polo, foi então destruída pelos ingleses, tendo toda sua 
arquitetura barroca aniquilada. Depois da separação da Alemanha, esta 
cidade ficou com a URSS, que a transformou numa gulag, com arquitetura 
ridícula e toda aquele estado policial soviético que conhecemos. Mesmo 
assim nenhum alemão se coloca como possível vitima, com medo das 
"represálias sociais". Por mais que Hitler nunca tenha ganhado uma 
eleição democrática e não se tenha dado nenhum sobre a aprovação do povo 
alemão ao regimes nazistas, estes descendentes ainda se martirizam pelos 
problemas do passado. 
 
Capítulo 7 - O que os neoateus não percebem 
A intelligentsia hoje é em parte formada por neoateus, pessoas que em 
geral desprezam tudo que envolva religião e reduzem toda a existência 
humana a evolução das especieis. Esquece que as pessoas precisam de 
buscas transcendentais para ter algum sentido em sua vida, e isso é uma 
atitude observada até mesmo em neoateus, pois, a afirmação de que a 
evolução das espécies é menos metafísica que a criação é no mínimo 
discutível. Em geral, os livros neoateus têm argumentos tão fracos quanto 
qualquer garoto de 9 anos possa fazer para seus respectivos pastores. 
Para Dennet, um autor ateísta, a existência da religião tem motivações 
evolutivas, e por isso não pode ser levada a sério. Essa afirmação 
poderia ter sido feita por qualquer teoria atual pois, foi necessário uma 
grande memética para que fossem vistas como certas. Dawkins usa uma 
linguagem bem infantil em alguns trechos de seus livros, quando ele cita 
que um dos mandamentos (Conceito religioso) dos ateus é "questionar tudo" 
esquece que se levado ao pé da letra, perde-se o sentido do direito 
abstrato de questionar tudo com o real exercício desse direito em todas 
as ocasiões possíveis. Em geral seus argumentos são bem marxistas, como 
em Harris, quando cita: "devemos abrir caminho para uma época em que a fé 
sem evidências desonre todo aquele que a defenda. Dado o estado atual do 
mundo, parece não haver outro futuro digno de ser desejado". Na melhor 
das hipóteses isso seria uma proposta legislativa, na pior, uma 
inevitabilidade história marxista. Em geral esses autores dizem que 
qualquer coisa que envolva religião fica "pior", neste ponto esquecem que 
grandes obras da humanidade foram feitas em função da religião. Se a 
religião gerou violência, o mesmo poderia ser dito pelos estados ateus, 
ou mesmo pela tecnologia que criou aviões, armas, etc. Quando comparamos 
essas obras com um autor religioso um tanto desconhecido como Joseph 
Hall, percebemos em alguns trechos que este último é muito mais humano 
que seus contemporâneos neoateus. Quando escreve sobre Ezequias, descreve 
com humanidade uma situação divida, perguntando-se se os problemas que 
ocorreram com ele foi porque este ficou "inflado pela glória recebida" ou 
não "grato o suficiente", situações corriqueiras na existência humana. 
Descreve muito bem em Characters of Virtues and Vices o que um homem 
precisa para ser feliz. Em como as pessoas, ao criticar alguém, se 
reduzem a moscas que voam e vivem em função da carne mais podre de um 
cavalo. Em "A prostituta na Carruagem" descreve com perfeição a 
hipocrisia de quem a maltrata e mostra como um ser humano deve agir: 
"[...] Que os outros rejubilem nessas execuções públicas; a mim caiba ter 
piedade dos pecados alheios e humilhar-me sob a consciência dos meus". 
 
Capítulo 8 - O casamento da razão e do pesadelo 
Na atual Inglaterra a prosperidade financeira é reinante, mas nem por 
isso as pessoas são mais felizes, mais ética ou mais comprometidas com a 
própria vida. Um autor que conseguiu capturar bem essa sensação foi J.B. 
Ballard. Na sua obra "O Império do Sol", uma autobiografia, conta a 
história de um garoto rico com muitos criados, morando em Xangaia. Este, 
naturalmente por imitação, tratava seus criados como se fossem objetos 
animados que estavam ali para servi-los. Quando a frota japonesa derrubou 
e capturou navios ocidentais na 2WW, este garoto sofreu violência de 
alguns dos seus criados, como um reflexo do ressentimento de adultos que 
são ordenados por crianças. Sua situação só ia piorando no decorrer da 
guerra, então pela primeira vez na vida saiu de sua bolha de segurança e 
foi capaz de observar, além de todas as dificuldades que a pobreza lhe 
permite conhecer, de acordo com o autor: "que a conduta civilizada não 
passa de um verniz que as dificuldades fazem descansar, que pessoas de 
destaque podem se tornar insignificantes em novas circunstancias, que o 
orgulho da raça, da nação e do próprio prestígio não oferece proteção 
contra a desmoralização ,e que a crueldade é comum, e o autossacrifício 
raro. Em suma, ele descobre que tudo o que supunha acerca do mundo estava 
errado". Este autor sempre teve uma via de "profeta", em obras como "O 
Mundo Submerso" adiantou que um dos problemas do futuro seria o 
aquecimento das calotas polares. Mas é em Arranha-céu, Terroristas do 
Milênio e O Reino do Amanhã que ele faz previsões de como seria a 
personalidade das pessoas no futuro. Tendo em vista o mundo de 
facilidades que a prosperidade impôs, criou pessoas que buscavam se 
comportar como proletariado nos momentos de excitação (cuspindo, xingando 
etc) sem perder as bonanças financeiras e também começavam a manifestar 
pelos motivos mais quixotescos possíveis. 
 
Parte 2 - Política e Cultura 
 
Capítulo 9 - Os caminhos da servidão 
Certas pessoas que viveram no período da 2WW, ao serem perguntadas sobre 
como era sua vida na época, citam que esta foi o melhor de seus períodos. 
Isso pode estar associado ao senso de unidadee objetivo que existia 
naquela época, condição que não existe mais, na Inglaterra, por muitos 
motivos: estado de bem-estar social, perda de valores tradicionais, etc. 
Logo após a 2WW, devido ao crescimento econômico, algumas propostas 
coletivistas foram feitas. Algumas pessoas achavam que a economia devia 
ser planificada pois o homem testava criando um total controle das 
situações a partir da tecnologia, queriam o análogo na economia, Hayek 
percebeu que a moral das pessoas mudavam quando o estado dava propostas 
de controle de salário independente do trabalho da pessoa ter repercussão 
alta ou baixa na economia. Estas politicas não foram plenamente 
sovietizadas, mas permitiram a existência do estado de bem-estar social, 
e teve por conclusão a uniformidade como consequência da falta de 
valores, objetivos e senso de ironia. Talvez a o efeito mais duro (porém 
mais confortável) para a sociedade foi a falta de independência. Graças 
aos benesses que o estado pode fornecer para algumas pessoas conseguirem 
se manter vivas e habitadas, muitas pessoas perderam o estimulo de 
trabalhar, se tornando por opção própria, escravas do estado. Isso vai ao 
encontro do que Max Weber escreveu em seu livro "Espirito do Capitalismo" 
ao notar que as pessoas, quando podem escolher ganhar mais trabalhando a 
mesma quantidade de tempo que trabalham ou continuar ganhando o que já 
ganham trabalhando menos, escolhem a segunda opção. Esta visão se 
encaixou muito bem aqueles que previamente consideravam os empresários 
como vilões que só usavam a força de trabalho para enriquecer, afinal de 
contas podemos ver que essa é uma situação politica pré-comunismo. Uma 
das consequências do Partido dos Trabalhadores tomar conta do governo 
depois da 2WW foi, por sinal, a estatização de "setores estratégicos da 
economia". Para o autor: "As pessoas perdem "a tradição da [...] 
liberdade, tornando-se assaz inclinadas a aceitar [sua condição servil] 
em virtude dos benefícios que ela confere". Por consequência o estado se 
tornou uma espécie de deus que a todos cuida, e os que dele dependem se 
tornaram passivos, devido as lamurias ou até mesmo, nas camadas mais 
baixas da sociedade, por um ressentimento rabugento, motivado pela 
sensação de que o suficiente ainda não foi nem está sendo feito em favor 
deles. 
 
Capítulo 10 - Como não agir 
O sistema educacional e politico na Inglaterra está tão corrompido que 
por vezes parece ser um sistema organizado. O autor discorre sobre os 
motivos dessa "conspiração". Analise começa com uma obra que trata da 
burocracia da policia inglesa. Enquanto crimes realmente problemáticos 
ocorrem, a Scotland Yard se preocupa com diversidade e burocracias. Sendo 
a efetividade da policia contabilizada por casos "resolvidos", quanto 
mais burocracia colocar para as pessoas fazerem sua denuncia e continuar 
em um eventual julgamento, mais fácil fica desses mesmos indivíduos 
desistirem da situação, cancelarem a denuncia e assim ela contabilizará 
como "concluída". Enquanto pessoas morrem e são assaltadas, a policia se 
preocupa em excesso com "antirracismo". Processo semelhante ocorre no 
sistema educação. Mais de 5 mil libras são gastas anualmente pelo estado 
em cada aluno do sistema público, e mesmo assim boa parte dos alunos sai 
completamente analfabetos dos seus 11 anos de vida escolar obrigatória. 
Os professores não podem mais corrigir os alunos, isso diminuiria a 
autoestima dos mesmos. Também não podem nivelar a turma por cima, pois 
isso seria uma exclusão com os alunos mais fracos. Ou seja, os alunos 
maus controlam as aulas, e os bons são corrompidos pois o conteúdo é 
muito simples. Ao mesmo tempo que esses problemas educacionais surgem, 
cargos novos são criados, como psicólogos educacionais, com o intuito de 
corrigir o "problema psicológico" que essa nova forma de ensinar está 
causando. De alguma forma o governo está criando cargos inúteis para 
corrigir a própria inutilidade da sua estrutura. Fracassos assim, por 
mais que numa primeira vista aparentam ser negativos para a popularidade 
do governo, não o são, pois é justamente com uma população imbecilizada 
que se torna mais simples controlar os votos. Um exemplo disso é o 
ocorrido na Tanzânia, um país muito pobre, com um governo a 25 anos no 
poder. Controlar a população da Tanzânia foi fácil pois, pequenos 
serviços feitos em momentos estratégicas a uma comunidade pobre faz obter 
votos fáceis. Na Inglaterra a ação é voltada a dependência do individuo 
pelo estado e o medo de seus benefícios serem cortados caso o partido 
saia do poder. 
 
Capítulo 11 - Uma obra-prima profética e violenta 
Laranja Mecânica é uma daquelas obras que de tão impressionante, acaba 
sendo replicada na vida real, casos de violência "bizarra" ocorreram 
depois da publicação do filme. Consequentemente o autor da história, 
Burges, não gostou que sua obra fosse mais conhecida pelo filme do que 
pelo livro. Esta história se passa na narração de Alex, um jovem de 15 
anos extremamente violento que, depois de um assassinato, passa por um 
processo para moldar seus pensamentos e assim para de cometer crimes. 
Esta história tem dois finais, na versão inglesa Alex muda seu 
comportamento naturalmente, este final feliz não esta na versão americana 
do livro nem no filme. Muitos os exageros de Burges em seu livro acabaram 
por se tornar realidades cotidianas na Inglaterra, isso talvez se deva ao 
fato dele ser um professor infantil, do cerne da sua profissão sabia que, 
devido as mudanças educacionais da Inglaterra um efeito catastrófico 
surgiria. Da mesma forma que os adolescentes e bandidos, os jovens 
violentos no livro criaram uma linguagem própria, o que mostra a 
necessidade de uma comunicação única em quem promove esse tipo de mal. 
Essa violência acaba por intimidar os mais velhos, ao mesmo tempo que 
coloca os jovens num patamar de superioridade física, que acaba fazendo 
os mais velhos não saírem nas ruas, permitindo assim o "reinado" da 
juventude. Outra previsão impressionante é como a sexualidade se tornaria 
precoce, nos estupros de adolescentes, feito por outro adolescente, e por 
consequência a compactação de idades devido à infantilidade dos adultos, 
afinal, se a sexualidade é permitida tão precocemente e ser velho é um 
problema, comecemos a vida adulta cedo e não evoluiremos a partir de 
então. Essa imaturidade em relação aos outros se observa também em como a 
violência, para Alex, só é algo ruim quando voltada a ele, da mesma forma 
que bandidos em julgamentos no mundo real. Todo o processo de cura 
induzida do protagonista se deve ao "Método Ludovico". Este processo é o 
análogo ao behaviorismo, método que não se mostrou muito útil para 
entender os meandros da mente humana, afinal, para Skinner, o seu 
"profeta", a mente não importava, ela era "apenas ficção explicativa, 
pensamentos não importavam, só as ações relativas a eles". Curiosamente 
Kubrik e Burges acreditavam na bondade intrínseca do ser humano, por mais 
que suas previsões contradigam essa perspectiva, que realmente está 
errada. 
 
Capítulo 12 - É ruim assim 
Hoje na Inglaterra, crimes pesados são tratados com leveza, e 
superficialidades tomam tons de seriedade. Dalrymple dá três exemplos 
disso. Na primeira situação um casal foi agredido gratuitamente por 
jovens que causaram danos cerebrais no homem do casal. Este ficará 
afligido pelo resto da vida pelo problema, mas os jovens ficaram apenas 
18 meses na prisão, sendo que apenas 9 obrigatoriamente. A vítima acabou 
tendo uma sentença vitalicia, enquanto os bandidos acabaram por perceber 
que o estado lhes permite fazer o que quiser sem um julgamento correto. 
Por fim, o estado agora paga um tratamento para a vítima "perder a raiva" 
dos bandidos. Estaremos nós precisando do mesmo tratamento por termos 
raiva desses criminosos? No segundo caso um engenheiro foi espancado por 
uma ganguede 30 pessoas simplesmente por não aceitar que arruaceiros 
fizessem confusão na frente de sua casa. Este engenheiro também sofreu 
dando vitalícios e os jovens uma breve prisão. Ou seja, o estado 
demonstra que não está minimamente preocupado com a única ação que 
realmente deveria se preocupar: manter a paz nas ruas para que as pessoas 
possam fazer suas ações tranquilamente. Neste segundo caso o agressor era 
de uma família abastada, ou seja, os argumentos normais da esquerda para 
a violência (pobreza, desigualdade, educação ruim) não servem. No outro 
lado do espectro da incompetência da polícia, um jovem disse a um policia 
que seu cavalo era gay. Por este observação estranha o mesmo foi preso 
por "homofobia". Este é um reflexo do politicamente correto, pois, caso 
não fosse uma brincadeira, os presentes no evento não veriam qualquer 
razão para não prender o jovem. Enquanto isso, cartazes dizendo "degolem 
os que insultam o islã" são expostos livremente na Inglaterra. Afinal, o 
multiculturalismo não permite qualquer crítica a outras culturas. Num 
episódio que ocorreu com a esposa de Dalrymple, a policia agiu de má-fé, 
criticando-a por exigir a atuação dos mesmos numa tentativa de incêndio. 
Esta ação potencialmente assassina não tem tanta força ideológica quanto 
homofobia, até mesmo porque uma denuncia como essa não ajuda nas 
estatísticas da policia por não ser um crime facilmente resolvível. Para 
concluir, ele crítica a proibição de cigarro que foi proposta na Grã-
Bretanha, um totalitarismo suave e estável que vem acompanhado de 
promessas de vantagens e garantias de intenções puras. Essa intromissão 
do governo que acaba agindo como um pai e faz de conta que não vê os 
reais problemas das crianças. 
 
Capítulo 13 - Crime Verdadeiro, justiça falsa 
O crime na Inglaterra nas últimas décadas é visto como moeda politica, ao 
controlar quando as pessoas podem ou não ser presas, dá ao estado o poder 
de diminuir a paz e assim moldar o voto da população. Porém, além desse 
controle, algumas propostas foram postas em prática, uma delas foi a 
teoria contrária de Fraser, que garantia que quanto menos presos na 
cadeia, menos crime ocorreria. Porém, com estatísticas moldadas para 
promover sua teoria, a criminalidade real na Inglaterra só aumentou. Os 
dispositivos que permitiam um habeas corpus perpetuo não os fez deixar de 
cometer crime, por exemplo. Outra de suas medidas foi o que os bandidos 
chamados de LEC's: quando pegos por um crime e sentenciados, os outros 
crimes anteriores eram também pagos, ou seja, 10 crimes pelo preço de 1. 
Um livro que trata de temas interessantes como esse não conseguiu 
publicação em sessenta editoras na Inglaterra, sem duvida pela patrulha 
que ocorre na mídia. 
 
Capítulo 14 - Ilusões da honestidade 
Um capitulo que trata do governo de Toni Blair, um homem que tinha um 
problema de acreditar que era mais honesto do que poderia ser. Fez o 
mesmo que os pobres no Brasil fazem quando saem da casa de alguém: me 
desculpe qualquer coisa. Combateu a criminalidade com confusão, dando 
carta branca para juízes dar a pena que quisesse, o que na verdade 
diminuiu as penas. Diminui o desemprego aposentando mais pessoas por 
invalidez. Usou votos de muçulmanos sendo antissemita. Um político 
asqueroso para um povo que caminha a mesma asquerosidade. 
 
Capítulo 15 - Os terroristas entre nós 
O terrorismo é tratado com muito cuidado pela mídia para que aqueles que 
o fazem não sejam taxados de preconceituosos. Por vezes se esconde o 
óbvio: que eles são todos muçulmanos. Mesmo em países que o 
multiculturalismo é totalmente aceito, esses assassinos continuando 
agindo. Em geral os indivíduos extremistas não são pobres, ou seja, não 
existe o argumento da pobreza para minimizar sua violência. Um romance 
chamado Terrorista foi escrito nos Estados Unidos perto da data de um 
ataque terrorista que não deu certo no Canadá. Este livre tem uma 
história mal escrita, porém a categorização dos motivos do personagem 
principal deixar de ser um garoto normal e virar um terrorista são muito 
mais próximos do que os que a mídia tenta propor. O protagonista é filho 
de uma mãe solteira, seu pai era árabe. Ele era um bom aluno mas não se 
socializava bem, entrou para uma mesquita e acabou virando caminheiro, ou 
seja, uma fuga da sociedade podre que era pregada a ele. Em geral, essas 
e outras obras mostram que o terrorismo é fruto do ócio, ou ao menos da 
impaciência. Seus extremistas não se preocupam com qualquer tipo e 
trabalho conhecido, no livro o protagonista, sendo um bom aluno, preferiu 
não fazer faculdade. Afinal o caminho certo é tedioso e possivelmente 
falho, essas duas opções não existe para um assassino terrorista. Abrir 
mão de uma ideologia pesada também é dolorosa, pois ninguém aceita 
facilmente que sua ideologia é completamente errada e ultrapassada. Os 
elementos da cultura que irritam os extremistas muçulmanos são 
trivialidades, quando comparadas a atitudes realmente más como as de 
Hitler e Stalin, mas justamente em cima desses pontos eles levantam suas 
bandeiras, curiosamente pontos que claramente estão associados ao 
ressentimento, querer, por exemplo, beber e fazer sexo 
descompromissadamente, sabendo que não podem ou dificilmente poderão ter 
essas mesmas atitudes secularizadas, promovem todo o seu ódio para os que 
o fazem. 
 
Capítulo 16 - Homens-bomba 
Terroristas se consideram indivíduos "fora da sociedade", pois está é 
podre e totalmente contra o que consideram certo, estes não percebem a 
contradição que vivem, e quando percebem, pode ser fatal. A jihad no islã 
pode ter dois significados, a primeira é uma guerra interna contra o que 
há de errado, seus pecados, a segunda é levar essa luta para o externo, 
alterando a forma como as outras pessoas vivem, no radicalismo é essa 
segunda vertente que causa os problemas. Estes problemas podem começar 
quando reparamos que jovens muçulmanos e secularizados são iguais 
culturalmente, suas buscas de prazer e os conhecimento que chegam aos 
seus ouvidos são os mesmos, independente de questões econômicas pois 
também o são iguais. Por vezes os jovens muçulmanos são até mais inclusos 
na cultura pop, o que os torna mais propensos a violências e "pecados". 
Claro, tudo isso sem a participação de suas irmãs muçulmanos, que quando 
expostas a isso rapidamente são enviadas para seus países de origem, 
casar com um muçulmano caipira e troglodita. Como todas essas questões 
religiosas difíceis de serem aceitas pelo povo secularizado tomam conta, 
eles tentam esconder, assim "isolando" parte do seu ser. Como sua 
teologia é fraca principalmente num ambiente secularizado, dá espaço pra 
todo tipo de lixo cultural e ideológico tomar conta de suas mentes e 
ações. Neste ponto a intelligentsia diz que essa violência. é fruto da 
desigualdade econômica, e que por sinal os muçulmanos são pobres apenas 
por ser muçulmanos. Isso é uma falha intelectual pois, boa parte dos 
médicos na Inglaterra são formados por descendentes de indianos e hindus, 
que por vezes são confundidos com islâmicos, tem uma condição financeira 
muito superior. Toda essa fraqueza cultural e mental acaba se tornando 
uma mistura explosiva, afinal, os mesmos que criticam e se explodem 
matando os "infiéis" consomem cultural e tecnologia, todo o dinheiro que 
usam para sua Guerra Santa sai de investimentos ocidentais. Sua 
secularização destrói a consciência, se sentem culpados por isso, acabam 
se explodindo para compensar o pecado. 
 
 
Capítulo 17 - O multiculturalismo começa a perder o brilho 
Multiculturalismo é a ideia de que todas as culturas são iguais e podem 
viver em comunhão, que todas estão "certas", o que obviamente é um erro, 
uma breve comparação da atitude dos seculares num estado democrático com 
governos monárquicos assassinos já é o suficientes, mas continuemos. Um 
congressista inglês chamadoBlunke propôs, de forma meio rude, que os 
imigrantes aprendessem a falar inglês. Essa é uma proposta não muito 
inteligente porque a maioria deles fala mesmo, mas o que ele quis dizer, 
em outras palavras, é que o imigrante deve se moldar a cultura inglesa, e 
não a Inglaterra se moldar as várias outras culturas não-seculares. 
Alguns desses imigrantes agem como se estivessem em seus estados rurais e 
arcaicos ainda, por vezes com atitudes criminosas para a versão 
secularizada de mundo, o multiculturalismo apoia esse tipo de 
manifestação, por mais incoerente que isso seja. O governo promove esse 
tipo de atitude com medidas populistas como colocar em aeroportos placas 
com as línguas menos faladas do mundo, entre outros exemplos. Quando 
esse tipo de atitude é feita, automaticamente se menospreza toda a 
história e tradição da cultura local, que foi a precursora de bonanssas a 
o estado que a tem, no caso a Inglaterra. Esta cultura inglesa de 
caridade e esforço intelectual foi extremamente bem-vinda para uma série 
de imigrantes no passado, muitos que a internalizaram melhoraram de vida. 
Porém percebe-se o declino dessa tradição na Inglaterra, e por 
consequência quase que física, o vácuo não pode ser mantido onde há 
matéria a ser carregada pela pressão do espaço, então o lixo cultural 
promovido pela mídia toma conta da mente das pessoas, o que acabou por 
promover desrespeito e violência. No passado, os imigrantes iam a 
Inglaterra queriam ser britânicos porque essa cultura era forte e humana, 
agora isso mudou e um dos principais motivo e a educação fraca que é 
exposta neste país. A situação educação em conjuntura com a vilanização 
do conservadorismo são uma mistura perfeita à destruição da tradição. 
Suas consequências negativas (violência., ressentimento, falta de 
produtividade) não são associadas ao multiculturalismo, da mesma forma 
como instituições fortes para preservar a paz e a ordem. Porém aqueles 
que saíram de estados policiais e vão morar na Inglaterra a percebem a 
benesse que é um estado de direito, sabem que este não cai do céu, é sim 
fruto de anos de tradição e cultura arraigados no dia a dia das pessoas. 
 
Capítulo 18 - No manicômio 
Este capítulo resume como a visão de Foucoult e Lagin atrapalharam o 
tratamento de pacientes com problemas mentais. Os manicômios sempre foram 
lugares com uma bela arquitetura e paisagem e onde havia um senso de 
comunidade, algo que se perdeu com o tempo nos países secularizados. Por 
vezes esses lugares não eram bem vistos pela sociedade, talvez por falhas 
de alguns de seus servidores. Dentro dessa conjuntura surge Foucault com 
seu livro "História da Loucura", que propõe que os manicômios nada mais 
são que uma relação de poder de pessoas sobre outras pessoas, num 
contexto de classe social. Este queria uma vida mais "livre", talvez para 
suprir seus desejos sexuais estranhos, que o fizeram morrer de AIDS. Para 
ele era um erro ideológico médicos tratarem os loucos, esqueceu-se que 
problemas como sífilis e hipertireoidismo são condições físicas que se 
não tratadas causam loucura. Outro autor também causou problemas ao 
tratamentos de loucos, este foi Langin, que dizia que a loucura nada mais 
era que outra forma valida de interpretar o mundo, e que era uma 
injustiça essa visão ser tolhida pela sociedade, família, etc. Estes 
intelectuais ganharam força politica, o que concatenou na 
desinstitucionalização dos manicômios. Com esse ocorrido, vários doentes 
deixam manicômios e começaram a perambular pelas ruas, causando um sem-
número de problemas. Num caso muito curioso que autor viveu em sua época 
de médico de prisão, um desses malucos foi preso por atacar uma mulher na 
rua, ele claramente tinha problemas mentais, estes o faziam pintar sua 
cela com fezes. Poderia Lagin dizer que pessoas que fazem esses tipo de 
atitude tem uma conduta significativa e esclarecida a sua terrível 
condição social, e de todos os 400 prisoneiros, este, o mais perturbado, 
era o que se comportava de forma mais propicia à situação. Focault talvez 
diria qualquer ação que não permitisse esse comportamento era uma forma 
intolerante de ver a expressão desse louco com suas fezes e a preocupação 
dos parentes era uma relação de poder "burguesa". Aprendemos de forma 
categórica nesse capítulo que é impossível levar a sério esses dois 
autores (Lagin e Foucault) no tocante a psicologia e claramente os 
insanos devem ficar num lugar apropriado para que suas loucuras não 
causem danos aos outros e a si mesmos. 
 
Capítulo 19 - História de uma Assassina 
Erros extremos que custam vidas de pessoas acontecem o tempo todo, devem 
ser punidos, mas por vezes existe uma estrutura tão pesada por trás deles 
que, mesmo por um momento, sentimos pena dos que o comentem. Segue um 
exemplo disso vivido pelo autor. Uma garota de 18 anos, após uma briga 
com sua namorada de 16 a matou. Dalrymple foi convidado para ser juri 
desse caso e a primeira indagação era se ela merecia prisão perpetua por 
ser um crime feito conscientemente. Tendo em vista que ninguém mais é 
responsável pela personalidade que tem, esses crimes serem considerados 
que ocorreram devido a transtornos de personalidade estão cada vez mais 
em voga, mesmo tendo em vista que as duas estavam alcoolizadas e drogadas 
na hora, para o autor não seria o caso. Por sinal essa era uma condição 
rotineira na vida da assassina, que desde nova fazia uso dessas 
substancias, provavelmente para se esquecer de uma vida péssima: irmã de 
5 filhos, todos de país diferentes, tinha relações com seu irmão mais 
velho desde os 8 anos, na primeira oportunidade que teve, saiu de casa, 
foi para um orfanato, foi onde conheceu sua namorada, saiu do local e foi 
morar sozinha, mesmo não trabalhando, graças ao sistema de benesses do 
estado de bem estar social inglês. Ganhando tudo do estado e sem 
perspectivas ou limites próprios, vivia uma vida de drogas e álcool, onde 
as brigas com sua namorada eram o ponto máximo do drama emocional e moral 
da sua vida. Até ocorrer o assassinato. Ao ser presa conheceu pela 
primeira vez algum limite, o que a fez refletir sobre a vida e pela 
primeira vez ser genuinamente grata e feliz. Nas palavras do autor: Por 
mais manifestamente excepcionais que tenham sido algumas de suas 
características, esse assassinato se deu num universo social forjado 
pelos progressistas, um universo cujas realidades, Trata-se de um 
universo em que inexiste espaço para as crianças e para a infância. Não 
obstante a crença de que o homem é produto de seu meio, eles se 
empenharam e criar um ambiente do qual é verdadeiramente difícil fugir, 
fechando cada avenida e cada fenda ao máximo, eles destruíram a família e 
toda noção de progresso ou aprimoramento, criaram um mundo em que a única 
liberdade é a autocomplacência, um mundo do qual - o que é de tudo o mais 
terrível - a prisão as vezes pode ser uma libertação.

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