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Desejo Sexual Uma investigação filosófica Roger Scruton Resumo

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Desejo Sexual: Uma investigação filosófica - Roger Scruton - Resumo 
 
Parei na página 221 
 
Prefácio: O desejo sexual foi, depois de alguns autores como Freud, 
cientificado demais. De tal forma que perdemos o elemento humano na 
analise do mesmo. O sexo para o autor, tem uma decência, mas para 
entende-la necessitamos entender a indecência. 
 
Capítulo 1 - O Problema 
Autores como Platão e posteriores como São Thomas de Aquino acreditavam 
que o desejo sexual era apenas um impulso, que fugia do amor racional e, 
para eles correto. Dai surge o amor platônico que é apenas a sensação 
erótica mas não instintiva. Para o autor isto não esta certo, e ele irá 
argumentar o que desejo sexual e fruto da intelectualidade humana, e por 
isso deve ter uma ética. Sexo normalmente é visto como algo "bom por si 
só", as coisas ruins que o envolvem não estão diretamente ligados a ele, 
como a violência sexual que é negativa por ser violenta e não sexual. 
Porém, ao analisar questões sexuais como masturbação, fornicação etc, ele 
tende a ir contra indivíduos como Freud e dizer que estão erradas, por 
mais que não seja judicialmente errado. O que será feito aqui será uma 
investigação filosófica, e tendo em vista isso precisamos entender alguns 
conceitos como transcendentais e empíricos. O primeiro da conta de 
explicar a experiência humana e o segundo o estudo da analise cientifica. 
Na analise cientifica por vezes não temos a dimensão que realmente nos 
afeta e que moldou determinada ação na sociedade ou individualmente. Como 
por exemplo as constelações, que são criações humanas devido as nossas 
contingências, mas que não tem padrão cientifico algum. Ou seja, ficar se 
atendo a questões cientificas por vezes nos fazem deixar de dar a real 
importância ao que nos afeta. Neste ponto, chamaremos essa nossa 
consciência do mundo externo (baseado em ideias como crença, percepção, 
imaginação) de "lebenswelt". O autor então tenta descrever o desejo 
sexual nesse Lebenswelt e assim percebe que uma descrição cientifica do 
mesmo não explica o fenômeno humano que o caracteriza. Considere se 
relacionar com alguém apenas se preocupando com sua dimensão química e 
molecular, seria impossível ter sentimentos como raiva ou alegria em 
relação a algo assim. Coisa e ser humano estão divididos filosoficamente 
a tempos, e Kant foi um expoente nesse ponto de vista. Ao fim desse 
capítulo o autor expõe que irá tratar de vários assuntos envolvendo 
sexualidade por vezes a luz da religião, mas não como fonte de 
conhecimento própria mas sim dos efeitos na sociedade, esses efeitos 
fazendo parte do Lebenswelt irão ser importantes para entender a dimensão 
ética desse desejo. 
 
Capítulo 2 - Excitação 
O fenômeno para seres racionais tem camadas de significado totalmente 
diferentes dos outros animais. Não podemos entendê-la apenas como um 
processo mecânico hormonal e reprodutivo. Podemos começar percebendo 
essas camadas no ato do beijo. Ele induz excitação mas não pelo seu 
processo físico, afinal de contas na boca não temos a mesma quantidade 
de promotores dessas sensações como em zonas erógenas. E, se o simples 
ato de beijar causasse esse tipo de professor, beijar um parente ou mesmo 
numa peça de teatro teriam os mesmos efeitos que o beijo de um casal 
apaixonado. O que transformar o prazer do beijo não prazer sexual é a 
excitação, ela muda o conteúdo intencional das ações. Para compreender 
melhor esses conceitos devemos entender prazeres intencionais dos não-
intencionais. Um exemplo de não intencional é o prazer que se tem num 
banho quente, não há controle sobre esse prazer, a menos que uma 
racionalidade intencional, como descobrir que a água na verdade é ácido, 
muda o conteúdo da nossa sensação, por mais que a ação do banho seja a 
mesma. O autor cita o exemplo de uma condessa que sentia prazer em sentir 
as bicadas de uns patos nas suas coxas, nesse ponto ele argumenta que não 
era exatamente a sensação física que a deixava excitada, e sim o fato 
dela estar "se rebaixando" a ação dos patos sobre ela. A bestialização é 
sempre algo horripilante, a menos que se veja os animais como caricaturas 
humanas, e se sentir associada com uma delas, ou seja, se rebaixando e 
cortando o elemento de responsabilidade humana da relação, é isso que da 
o prazer. Ai temos o surgimento da fantasia, que são pensamentos 
ordenados para dar sentido a ações mecânicas. A excitação verdadeira é 
uma tendencia para o outro, ações como o carinho nos permitem entender 
melhor esse conceito. O carinho acaba por ser a "linguagem" que comunica 
que você está em função da outra pessoa e a outra pessoa em sua função 
(elementos de linguagens estão normalmente fora de fantasias, 
principalmente as bestiais). Claro, não podemos resumir todo o ato de 
desejo sexual como uma linguagem, algumas ações não podem ser 
"traduzidas". O desejo permite umas cadeias de pensamentos ad eternum, 
como Sartre dizia, a reciprocidade é uma delas (estou com desejo porque o 
outro esta com desejo, que esta com desejo porque eu estou com desejo 
etc.) e dentro desse contexto existe também a linguagem. Por exemplo, 
quando uma mulher demonstra traços de ninfomania, ela não está preocupada 
com a mensagem que um instrumento fálico a passa, pois, em geral, ele não 
pode corresponder a seu apetite. Da mesma forma que olhar por vários 
horas um desenho mal feito não vence o apetite olhar belas obras de arte. 
A excitação sexual tem uma intencionalidade epistêmica, ou seja, ela 
depende do conhecimento e descoberta do outro, e isso não tem como ser 
substituído por "outra pessoa" além daquela que você deseja. Essa 
excitação, por consequência, necessita de privacidade, essa entrega não 
pode ser completa aos olhos do outro. Por isso numa obra citada pelo 
autor, a figura das duas pessoas se olhando no espelho durante o ato toma 
tons cômicos. Para concluir o capítulo, o autor afirma que esses são 
elementos iniciais para a negação da teoria de Platão que desejo e 
excitação estão desvinculados. 
 
Capítulo 3 - Pessoas 
Para poder argumentar que o desejo sexual é algo presente apenas em 
pessoas o autor precisa definir o que é pessoa. Para ele um animal não é 
uma pessoa, por consequência ele não tem desejo. Mas o animal é um ser 
paradigmático, onde pode nos servir de laboratório para a compreensão de 
conceito de pessoa. Por exemplo, os animais podem ser definidor como uma 
Unidade Real, onde o todo vale mais que a soma das suas partes. Uma pedra 
continua sendo uma pedra quando repartida, mas um animal não. Porém, 
diferente de um animal, uma pessoa tem consciência de si mesma, e só um 
ser consciente pode sentir desejo, projetar coisas no futuro, presumir 
responsabilidades, todos conceitos presentes apenas em pessoas. A 
linguagem é ponto importante nesse conceito, pois com ela nos 
diferenciamos de animais ao interpretar eventos externos. Quando um 
cavalo se fere ele não consegue construir uma argumentação para não 
passar naquele lugar ou naquela situação que o feriu. Mesmo se existissem 
seres inteligentes sem linguagens, nós que a temos teríamos que criar uma 
linguagem para eles, caso eles a tivessem (parecido com o que fazemos com 
bebes). Neste ponto, podemos argumentar que um animal se distingue de 
outros como individuo, mas a sua individualidade é igual a qualquer 
outro. Aqui temos então o que chamamos de "caso em primeira pessoa" onde 
o individuo toma suas responsabilidades e pode arguir sobre coisas que o 
afetam, como dor por exemplo. Algo diferente de uma pessoa não teria 
como, mesmo um animal com dor não tem capacidade intelectual de se 
perceber como um individuo por ter dores. Um bebe, por mais queseja um 
ser humano, ainda não tem capacidade intelectual para dizer que está com 
dor, e quando criança pode suar essa frase sem realmente estar, não como 
uma mentira, mas por não estar a par das responsabilidades e intenções 
que este evento pode lhe causar. A ideia de intenção é bem ilustrativa 
para compreendermos o que é ser uma pessoa pois, quando uma pessoa não 
cumpre com uma intenção, não sendo por ter mudado de ideia ou por 
impossibilidade temporal, temos situações bem delicadas de insanidade ou 
irracionalidade. Agentes que tem desejos sexual tem em algum nível essas 
características. Então, o autor cita que tudo que se refere a pessoas 
está no espaço da interpessoalidade, e que: 
1 - Não pode haver uso verdadeiro da linguagem sem os privilégios do 
“caso em primeira pessoa”; 
2 - Com esses privilégios, ele se torna um ser racional; 
3 - Então ele pode “dar e receber” razões de outros seres racionais. 
Para concluir, o autor diz que as ideias Kantianas de Eu transcendental, 
que é aquele que se percebe acima da natureza e não sofre os efeitos dela 
não existe, porque o único ambiente que este pode exercer sua 
individualidade é no mundo empírico. Conceitos como esse são apenas 
sobras da identidade atômica e real "eu". 
 
Capítulo 4 - Desejo 
Como já argumentado, animais tem muitas diferenças em relação aos humanos 
no que comete a individualidade. Uma pessoa, diferente de um animal, não 
está sujeita a erro quando algo que lhe caracteriza como ser único (por 
exemplo a dor) lhe ocorre. Questões como a "perspectiva em primeira 
pessoa" são importantes aqui para entendermos o desejo. Um ponto nesse 
estudo a a dependência da visão do outro sobre mim. Não nos excitamos 
apenas pelo outro como individuo, mas pela visão que ele tem de mim. 
Levando em conta que ele como humano racional sabe que também tenho essas 
competências, temos a mistura que inicia o processo. Como no exemplo 
citado pelo autor onde dois homens que não podiam se tocar e se comunicar 
conseguem ter seu momento de êxtase a distância apenas com mimica. Logo, 
o outro acaba se tornando parte de mim por ser em parte responsável pelo 
meu desejo involuntário. Este conceito de involuntariedade é importante 
na excitação, pois elementos como sorriso e rubor, que são totalmente 
involuntários, induzem muitas reações sexuais. Quando vemos uma pessoa 
sorrir ou ficar ruborizada, sem duvida temos a conclusão de que ela está 
devido a alguém ou algo. Por mais que esteja sozinha, em seus pensamentos 
existem coisas que a competem. Para compreender a diferença entre os 
desejos humanos em relação ao desejo sexual a compreensão da encarnação é 
importante. Alguns autores acham que o corpo é apenas um instrumento para 
a ação do eu, porém é mais valido, até mesmo por questões cientificas, 
associar o corpo ao individuo, eu sou meu corpo. E é justamente por eu 
ser meu corpo, que ações involuntárias destes são tão importantes no 
âmbito sexual: sorriso, choro, rubor etc comunicam vontades, pensamentos 
e desejos que nos caracterizam. Por é absurdo imaginar alguém que se 
apaixona apenas por órgãos sexuais, por mais que sejam eles que para 
alguns autores, tem toda a função sexual. O comum é nos apaixonarmos pelo 
resto, que é o ponto principal de toda demonstração involuntária. Existe 
o conceito de pessoas desencarnadas, estes podem ser instituições como 
empresas, o estado, ou até mesmo o próprio deus. Por mais que tenham 
alguns sentimentos humanos em relação a esses "indivíduos", não é 
possível que tenhamos desejos sexuais pelos mesmos, de tal forma que 
percebemos ai um vinculo entre desejo e encarnação. Enquanto alguns 
estudiosos como Freud e aqueles do Relatório Kinsey dizem, o desejo 
sexual está apenas associado a modificações nas glândulas e o orgasmo é o 
objetivo final de todas essas alterações no corpo. Porém, se olharmos a 
situação no ponto de vista humanos, percebemos que na verdade o desejo 
esta fora de si. Quando queremos nos relacionar com alguém, dizem que 
"queremos ela/ele". O desenvolvimento da linguagem nesse âmbito é muito 
revelador, porque normalmente nunca podemos substituir o "quero ela" por 
"quero fazer sexo com ela", não é o ato que se busca, e sim o individuo. 
Se fosse o ato, a substituição de ela por "outra" ela, ou simplesmente um 
animal ou objeto seria o suficiente. O pensamento individualizante está 
tão presente no âmbito do desejo sexual que por vezes na literatura, como 
em Romeu e Julieta, é necessário que exista a desvinculação da pessoa com 
seu nome para que o desejo da mocinha da obra seja concretizado. Dessa 
forma, observamos o fenômeno de que, ao imaginarmos que estamos diante do 
objeto do nosso desejo sentimos prazer mesmo que este não o seja, e a 
repulsa vem quando isso se descobre. Novamente, podemos desmistificar a 
associação de desejo sexual e fome, em enquanto a fome não denota a 
necessidade de individualização (posso comer um prato de cenoura, 
independente de ser "este" prato ou "aquele") o ato de sentir desejo por 
uma pessoa não lhe imbui de sentir por todas as outras. A ética kantiana, 
tão usada em nossa sociedade, não é muito feliz ao tentar explicar o 
desejo sexual, pois ela erroneamente associa desejo com apetite, mas 
diferente da fome, que necessita de fontes animais e vegetais, o desejo 
sexual necessitaria de seres humanos. Esta visão do "imperativo 
categórico" não leva em conta a "intencionalidade individualizante" e seu 
"foco na encarnação". Levemos em conta também a importância da 
curiosidade no desejo sexual, enquanto seres racionais temos essa 
necessidade e prazer pelas respostas de nossas duvidas, em geral isso é 
levado ao sexo, porém, para o autor, ele se dissolve na hora que o amante 
começa seus atos, sai a curiosidade entra a preocupação pessoal. De tal 
forma que vem a pergunta: qual o objetivo do desejo? Ao fazermos uma 
analogia com o jogo de futebol, por vezes podemos nos confundir que nesse 
jogo o objetivo é o gol, o que não é o caso. Podemos perceber 4 tipos de 
objetivos para este: o imediato (pontuar), o longínquo (vencer), o motivo 
(diversão) e a satisfação (experiencia significativa). A essa altura do 
livro ainda não temos todas essas respostas, mas temos a imediata que é a 
"união com o outro", o contato físico do tipo que é causa e objeto da 
excitação. De tal forma que quando alguém está sedento por sexo, ele não 
está com desejo por alguém, mas com desejo pelo desejo, este só se 
configura como desejo sexual quando a mulher (que no caso do exemplo do 
marinho a longos dias apenas vendo homens) é a primeira mulher que se 
apresenta. O prazer sexual mutuo também é um dos objetivos, quando um dos 
lados não se preocupada com o prazer de outrem, surgem as chamadas 
perversões. Nos casos mais graves pode chegar a perversões de necrofilia 
ou ao usar a imagem de outrem sem a sua permissão, em casos de justiça. 
Este ultimo caso curiosamente ocorre quando o outro é objeto de desejo e 
não o quer ser. O fenômeno de sê-lo é importante neste contexto pois, o 
mesmo ato sexual que causa desgosto em alguém pode não causá-lo caso seja 
desinteressado (esbarrações num ônibus), estes mesmos atos quando 
imbuídos de desejo de um só dos lados são criminosos, como já citado. 
Para concluir, o autor diz que orgasmo não é objetivo do prazer pois ele 
pode ser objetivo mecanicamente e mesmo assim não satisfaz todos os 
nossos interesses sexuais e que existem duas etapas importantes no 
caminho do desejo que irão ser comentadas, intimidade e a realização do 
desejo no amor erótico. 
 
Capítulo 5 - O Objetivo Individual 
Para definir a individualidade, o autor tem seis ideias: 
 – O universal e o particular:para que você despreze alguém, é 
necessário que ele tenha algum elemento para isso, se outro individuo 
tiver o mesmo elemento, também será odiado. 
 – O fundado em razões: algo que uma pessoa tem como qualidade pode ser 
motivo para ser amada, porém surge a discussão: você ama a pessoa se ela 
deixar de ter isso. Em geral, é um conjunto de razões que vai definir o 
"ele" que eu amo. 
 – Atenção e desatenção: aqui o autor introduz o conceito kantiano de 
"interesse desinteressado" que surge de elementos que você não busca mas 
te encanta esteticamente. 
 – O propósito e o despropositado: nem sempre um relacionamento tem 
objetivos, má amizade, por exemplo, é um tipo de relação interpessoal sem 
um objetivo a ser seguido, mas é um fim em si só. 
- O transferível e o intransferível: aqui o conceito fica mais claro, 
quando estamos gostando de alguém não podemos simplesmente transferir 
esse sentimento para outra pessoa. Ser tão bom quanto não vale, não é 
possível. 
 – Mediato e imediato: Posso gostar de alguém sem conhecer simplesmente 
por alguma característica que sei que a pessoa tem, esse é o caráter 
imediato da individualidade. 
Aqui já podemos fazer uma distinção de amor e desejo, pois o amor tem 
objetivos e razões. Porém o desejo é muito forte também, o que 
normalmente o faz ter atitudes que não consegue estimar. O conceito de eu 
toma conta do capítulo, onde ele define que se relacionar com alguém é se 
relacionar com o "eu" dele. Mas ele não é tão individual ao ponto de não 
termos uma concepção clara do que ele experimentam, apenas por ser um ser 
individual, suas experiencias podem ser universais. Quando nos 
relacionamos com ele, levamos em conta o nosso eu, e de tal forma, ao eu 
único do próximo. O autor começa então a falar sobre o paradoxo de 
Sartre, que não explica a importância do "outro" na fenomenologia do 
prazer sexual. Para ele tem duas formas de consumar a união de duas 
pessoas, o desejo sexual normal e o sadomasoquismo. Para Sartre a 
primeira desaba na segunda, pois o objetivo é sempre se apropriar da 
encarnação do outro. Alguns autores como Hegel dizem que não é o desejo 
sexual que tem essas contradições, mas sim a luxúria, que é a 
bestialidade humana que em linhas mais pesadas chega ao estupro. Para o 
autor o desejo não tem contradições, pois ele leva ao trabalho mutuo, que 
é diferente das conclusões paradoxais de Sartre. Discorrendo sobre o 
objetivo do desejo, o autor conclui que este é entrar o outro em seu 
corpo. No qual nós acabamos por ter essa busca pelo corpo do outro, pois 
é lá que ele demonstra a sua individualidade, no sorriso que percebo que 
o estou afetando sem o seu controle. Por tanto, quando eu beijo, se não 
estou sendo perverso, estou beijando o sorriso e não a boca, o eu que se 
revela em ações involuntárias e não a ferramenta corpo. Então o autor 
propõe sobre o desejo as seguintes afirmações: 
 – A intransferibilidade tem fundamento no objetivo do desejo 
 – o objetivo do desejo é individualizante 
 – Esses pensamentos individualizantes definem na individualidade 
ilusória (perspectiva de primeira pessoa) e da verdadeira (corpo humano). 
 – O desejo tenta unir esses dois padrões. 
Alguns elementos de contato estão em outros tipos de relação, por exemplo 
com crianças, mas eles não denotam excitação, justamente porque a criança 
ainda não tem uma perspectiva em primeira pessoa formada para que 
tenhamos esses vínculos e buscas. Esta busca do perspectiva em primeira 
pessoa é extremamente importante no entendimento do desejo, devemos levar 
em conta que, por mais que busquemos este eu verdadeiro, nunca estaremos 
"na pele" da pessoa para vivenciá-lo. Esta vontade é tão forte, de ver o 
que o outro está vendo, que alguns cometem o erro de fazer sexo se 
olhando no espelho. Claro, algumas autores moralistas cristãos como 
Agostinho demonizavam totalmente o sentimento sexual, dizendo que ele 
era o reflexo da queda. Vale a pena destacar ao final do capitulo que por 
vezes os humanos empreendem para se amarem como animais, tirando o 
elemento individualizante da jogada, como por exemplo no poliamor. A 
experiencia mostra que esse tipo de desenvolvimento só destrói o desejo. 
Apenas quando acreditamos fielmente (por mais que cientistas digam o 
contrário) que cada individuo é único para nós no que compete a desejo 
sexual, é que nos livramos de ansiedades, sentimentos falsos e luxuria. 
 
Capítulo 6 - Fenômenos Sexuais 
Neste capítulo o autor refletirá sobre experiências sexuais fora da 
normalidade. 
- Obscenidade: quando algo se torna obsceno sexualmente falando isto 
ocorre quando vemos a relação sexual em terceira pessoa. Obras artísticas 
que observam o sexo em primeira pessoa normalmente não usam de elementos 
como órgãos sexuais para explicá-los. Diferente da pornografia que foca 
nisso. Neste âmbito, a curiosidade toma papel importantes, pois por vezes 
ela supera o desejo, e quando ocorre o fim da relação sexual, esses 
elementos nos envergonham. Como dizia os romanos, "animal post coitum 
triste". Dizendo que essa tristeza vem da nossa alma animal. De acordo 
com o autor isto é meio errado pois nosso desejo não surge disso. 
- Modéstia e vergonha: São sensações difíceis de lidar. A vergonha por 
exemplo é perigosa para o individuo que a sofre pois normalmente é fruto 
de uma evidencia que é impossível de ser contradita. O autor promove a 
ideia, baseado no estudo de Havelock Ellis, que a vergonha sexual é um 
tipo diferente deste fenômeno. E que possivelmente está associado com o 
lado escatológico dos órgãos sexuais. Podemos evidenciar isso até nas 
palavras utilizadas para se entender alguns conceitos sexuais (como puro 
e impuro). Levando em conta que seios também são fruto da vergonha 
sexual, esse estudo não está completamente certo. Essas teorias não 
explicam, então, a vergonha sexual. Podemos observar outros elementos 
interessantes,c omo por exemplo a vergonha no pós-sexo. Este desprezo por 
si mesma surge pois (a mulher em especifico) percebe que aquele que lhe 
fez mostrar sua nudez não o deseja mais. Percebemos então que essa 
"vergonha sexual" é fruto de uma questão maior, a vergonha do corpo, que 
em outras palavras tem medo de demonstrar a encarnação do eu no corpo 
para os outros. 
- Significado dos órgãos sexuais: O autor mostra que esses órgãos, como o 
corpo, indicam individualidades que não controlamos. Somos escravos 
desses órgãos, não os controlamos, como um sorriso ou choro. Os elementos 
escatológicos que esses órgãos permeiam demonstram a nossa dependência do 
corpo. Na arte, alguns homens demonstram ódio a seu pênis quando o mesmo 
não funciona, querendo que o mesmo pare de funcionar para aquilo que 
também serve, urinar. 
- Prostituição: Vencer o próprio corpo é endurecer a alma, pois é 
impossível desvincular sua individualidade do seu corpo. Tentar reduzir 
uma relação sexual a um custo monetário tende a minimizar a personalidade 
da pessoa, apoiando-se na perversão da transferibilidade sexual já 
discutida aqui. No fim, o homem que busca isso usa o corpo da mulher como 
uma ferramenta, transformando a mulher num meio. Numa sociedade de 
consumo como a nossa, a beleza da mulher acaba se "bonecalizando", por 
isso que as prostitutas e modelos de passarela tem esse aspecto. E assim, 
a mulher prostituta por sua vez, busca seu prazer no dinheiro, mas isso 
não é possível, pois o dinheiro não tem nem um aspecto individual 
admirável. No máximo, ela teria prazer sobre o poder do homem, mas esse 
elemento não se mostra potencializado numa relação de prostituição. 
 – Enamoramento: Aqui o autor mostra a distinção entre a pessoa que ama 
(esta vê todos os atos e gestos dequem ama e fica encantada por eles) e 
a apaixonada, que faz a assimilação inversa (os gestos de outrem 
despertam seu desejo, e após o surgimento desse desejo, busca outros 
elementos importantes). 
- Ciúme: Para o autor, o ciúme é uma tirania, uma dependência ontológica 
(ou seja que detêm a natureza da realidade e da existência). Em suas 
palavras: Quanto maior o amor, maior será a inveja. O ciúme é uma 
catástrofe sofrida apenas por aqueles que entraram na condição de 
"dependência ontológica" que existe no amor erótico - a dependência de 
quem procurou, dentro e através do desejos sexual, as consolações de uma 
intimidade perfeita." Ele associa o ciume por completo ao desejo sexual 
mal estabelecido. Os elementos individualizante tomam papel principal 
aqui, pois é quando a individualidade um é humilhada e renegada por 
outro. Na sexo, em geral temos uma necessidade que além de nossa 
individualidade, a pessoa nos ame por sermos "o melhor membro do grupo", 
só que dessa forma outros membros do grupo podem tomar esse posto, dai 
surge o medo da traição. A teoria escatológica é um elemento a ser 
analisado em algumas obras clássicas, como em Espinosa que ele cita que 
essa raiva do ciúme pode surgir de sua mulher em contato com partes que 
produzem escatologias de outra pessoa. Obviamente isso perdeu força com o 
passar dos anos, mas o elemento sexual, que para o autor é o mais 
importante no ciúme, se mantêm. 
- Dom-juanismo: A busca desenfreada por sedução de pessoas. Não 
necessariamente com o ato sexual, mas que a pessoa seja sua. Nisto, o 
dom-juan lhe dá toda a atenção possível, tratando cada uma com uma 
atenção máxima. Pode parecer que este está buscando o "eu" de cada uma, 
mas na verdade a transferibilidade desse fenômeno sexual mostra que o 
individuo não importa. Este é um dos fenômenos mais perigosos pois lhe 
demanda muito tempo e trabalho para desenvolve, pois a demanda de novas 
pessoas é infinita. 
- Tristanismo: a pessoa se sente tão apaixonada por alguém, que só 
consegue se livrar desse sentimento esmador com a morte. Neste ponto, o 
suicida na verdade está procurando ter o controle sobre sua amada, 
destruindo seu corpo, o único elemento que os une. Saber como a sociedade 
leva em cota os mortos (os mantendo vivos em sua memória) faz parte da 
atitude do tristão, pois assim ele estará para sempre como um novo "ego" 
na cabeça da sua amada. 
- Sadomasoquismo: este nem sempre é pervertido, pois atos de amor como 
mordidas levam a dor mas são completamente aceitos. Atos assim refletem a 
vontade de se "entrelaçar" com a pessoa que ama, de buscar infundir-se 
nele. Também temos o elemento involuntário no sadomasoquismo, onde a 
pessoa demonstra ações que obviamente estamos causando nela, superando a 
vergonha (já citada aqui). Porém tudo isso é diferente da tortura, onde o 
sadista machuca o outro e tem prazer na consciência de que o outro tem de 
que esta sofrendo. O vê como uma ferramenta, não como alguém a alcançar 
uma individualidade. Para Sartre, o torturador busca o momento em que a 
vitima se trai e se humilha, em suas palavras: "Na abjuração, a liberdade 
opta por ser inteiramente identificada com este corpo; este corpo 
distorcido e decadente é a imagem mesma de uma liberdade quebrada e 
escravizada". 
 
Capítulo 7 - Ciência do Sexo 
 No decorrer dos capítulos anteriores, o autor não se preocupou no 
aprofundamento de ideias cientificas associadas ao sexo. Neste, ele irá, 
analisando mais precisamente questões de Sociobiologia e psicologia 
freudiana. 
 Como seres humanos, temos nossas atitudes racionais, mas levamos 
alguns pontos em comum com animais, como o instinto sexual. Para 
Montaigne, essa dicotomia entre o lado racional e bestial é uma questão 
sem resposta. No decorrer do desenvolvimento de nossa ciência, observamos 
comportamentos sexuais de alguns animais e fizemos as analogias com os 
nossos, colocando-os todos num mesmo caldeirão chamado sociobiologia, que 
tenta nos provar que todos estes comportamentos ocorreram por sua questão 
utilitarista ao desenvolvimento e evolução da espécie. Aqui encontramos o 
primeiro problema em reduzir tudo a ciência: o desejo sexual e seus 
fenômenos concomitantes, apesar de estarem em importantemente enraizados 
em nossa condição biológica enquanto seres que se reproduzem sexualmente, 
não são irredutiveis a nenhum aspecto da conduta humana que seja 
compartilhado com animais. Reduzir tudo a ciência nos afasta da relação 
fenomenal que temos com determinada ação interpessoal. No caso do sexo em 
específico, chegamos até a perder seu real efeito ao reduzi-lo a uma 
questão genética e química. Os cientistas, como os marxistas, não dão 
importância a questão fenomenal, reduzindo a "verdade real" biológica da 
condição humana, da mesma forma que os seguidores de Marx o fazem sobre a 
essência oculta social do materialismo. Aqui podemos fazer uma analogia 
com o pensamento matemático para entender porque a sociobiologia não está 
certa. Quando compreendemos que 2 mais 2 é quatro, sabemos isso não 
devido a ao surgimento da matemática e sua necessidade para a construção 
da espécie humana, mas antes de construirmos a matematica como entendemos 
hoje, essa ideia e que 2 mais 2 é quatro já estava posta. De tal forma 
que se descobrirmos o porque que a matemática é útil a espécie humana, 
isso não faria qualquer diferença ao conhecimento matemático e suas 
teorias em si. Trocando matemática por comportamentos sexuais, a analogia 
está feita. Um dos seus grandes defensores, E. O. Wilson, defende que o 
comportamento sexual humano, baseado na sociobiologia, é intrinsecamente 
poligâmico e não preocupado com a reprodução, apenas com a união entre 
indivíduos. Se assim o fosse, ele não seria poligâmico, pois a moralidade 
liberal não da valor a fidelidade, modestia e contenção, que são 
elementos importantes nas relações interpessoais. Alguns outros autores 
como Schopenhauer também analisaram o fenômeno do desejo sob a luz da 
sociobiologia, diferentemente de seus colegas cientificistas, 
Schopenhauer fez uma analise metafísica também, dizendo que este desejo 
surge não por um elemento genético, apenas, mas sim pelo fruto das duas 
individualidades que se encontram no ato, ou seja, outra individualidade 
que é o filho. Então, para ele, este desejo nos faz submeter a tirania do 
outro, e por consequência da criança. Tudo isso é fruto, claro, de 
instintos selvagens também. Porém aqui nossa situação biológica alimenta 
nossa compreensão intencional, que a coisa que nos supera em desejo 
funciona através do outro, mas não provém inteiramente dele. Isto vai de 
encontro a ideia de Aristófanes de que nós e nossos amados somos duas 
almas separadas. De elementos como este Hartmann deriva a conclusão de 
que essa busca desenfreada pela pessoa que nos deixa apaixonado é, 
novamente em termos genética, o projeto de construir um individuo que 
mais completamente represente a ideia de raça, ideia que surge do nosso 
subconsciente. Eventualmente estes elementos são sintetizados por Freud. 
 Freud trata a mente em termos hidráulicos, onde fortes sentimentos 
são presos por barreiras e forças, estes sentimentos então barrados 
acabam causando outras reações. Ações mentais automáticas do ego na 
infância acabam levando a construções complexas na vida adulta. Três 
elementos dinâmicos que fazem a analise das informações que devem ou não 
chegar ao consciente são o ego,que é o "eu" dentro de cada um, pois é o 
"observador interno" dos estados mentais. Este nos protege da "id" nosso 
lado animal. E o "superego" é mestre e criação desse ego ao qual ele 
atormenta. Estes elementos metafóricos são base paratodas as explicações 
"cientificas" de Freud, mas por si só não são propriedades que realmente 
são observáveis. Freud diria que eles são fruto de realidades 
neurológicas, que curiosamente até hoje não foram observadas. Aqui temos 
uma primeira incongruência, pois se o "ego" não for uma espécie de 
homenzinho que vai nos protegendo de pensamentos que ele mesmo não 
observa (pois este é o "eu dentro da nossa mente) e sim uma região do 
espaço mental, por que então animais não tem ego e todas as suas 
consequências individualizantes? Agora analisemos apenas a questão sexual 
em Freud. Ele define como "libido" a força que nos leva a ter instinto 
sexual e a busca por objetos que nos satisfação sexualmente. Elementos 
que ele "catexisa" como os órgãos sexuais são chamado por ele de zona 
erógena, ao fim de seu desenvolvimento qualquer parte do corpo pode ser 
uma dessas zonas. Ele divide o desenvolvimento sexual em duas partes: a 
ocorrida na infância, onde ocorre a "repressão" (analogia hidráulica) e a 
segunda na adulta, onde "forças" mantêm. determinados desejos escondidos. 
Freud tenta se manter cientifico em sua analise, mas a transição da 
primeira fase para a segunda não é nem um pouco explicada em qualquer 
conceito cientifico que seja. Elementos como "ego", "id" e "superego" 
também não tem local nessa transição. Na crítica a libido freudiana, 
podemos observar elementos já discorridos no livro como suas analogias ao 
desejo sexual e fome. Ele diz, grosso modo, que os processos são os 
mesmos. No caso, podemos fazer a analogia freudiana com um amigo 
conversando à mesa conosco sendo o objeto de nosso desejo e a matar a 
fome o ato de se satisfazer sexualmente. Diferente do que Freud propõe na 
sua analogia alimentícia, não podemos inferir que estar sentado a mesa 
com o amigo vai matar nossa fome, e nem comer vai nos dar o prazer da 
amizade se o amigo está longe. Nestes termos, Freud também não leva em 
conta a transferibilidade de sentimentos. Assim, "o fato de a minha 
libido estar "engarrafada" não tem mais relevância para a questão se é 
certo fazer amor com esta mulher diante de mim do que o fato da minha 
adrenalina estar "engarrafada" para a questão de saber se eu deveria 
estar zangado com ela". Na crítica a "zona erógena" temos o mais baixo da 
estrutura de pensamento de Freud. Para ele o prazer da zona erógena tem a 
mesma estrutura superficial de se coçar, a mais da intencionalidade 
interpessoal. Nas palavras dele, os trejeitos de satisfação de um bebê 
apos ser amamenta-lo indicam que o prazer sexual já está no bebe, e mais 
propriamente dizendo, nos lábios dele, onde agora esta parte do corpo 
também é uma zona erógena. Ele desconhece o fato (talvez por falta de 
tato) que determinados órgãos não são zonas de prazer, mas canais de 
comunicação do mesmo (levemos em conta aqui o rubor, já citado 
anteriormente). O atual "funcionamento" das teorias de Freud é, para o 
autor, fruto de sua boa retórica. Esta aplicada na hora do tratamento de 
um paciente com determinados problemas de afirmação vem ao momento em que 
o psiquiatra induz ao seu paciente de que o problema está "realmente 
dentro dele", e assim, lhe dá respostas associadas a teoria freudiana que 
correspondem aos anseios de seu paciente como se estas respostas 
estivessem "na ponta da língua" do doente. Levando em conta que as 
teorias freudianas normalmente tiram do paciente a carga das 
responsabilidades (como por exemplo citando que seus sentimentos estão 
presos numa represa criada pela "sociedade ou pais opressores", assim, 
não sendo culpa dele quando esses sentimentos "vazam" e causam problemas) 
estas correspondem e são bem vistas pelos pacientes em seus tratamentos. 
A proibição do incesto é um bom exemplo para finalizarmos este capitulo: 
na visão da sociobiologia, esta ogerize ocorre porque a manutenção de 
mesmos genes na prole pode causar sérios problemas físicos e mentais. 
Para Freud, em contraste, está preocupada inteiramente com o conteúdo 
intencional da repulsa, mas onde está o pensamento que nos afasta desse 
ato e porque? No fim, percebemos que a teoria de Freud é na verdade um 
"revisionismo intencional", onde busca nas consequências os motivos de 
seus meios. Para o autor, o desejo sexual não é impedido pela moralidade, 
mas criado por ela. A vergonha só impede as expressões perversas do 
desejo. Sem vergonha, nossos desejos se reduzem a coceiras infantis. 
 
Capítulo 8 - Amor

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