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1 ABC do Câncer

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SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS............................................................................................................................03
PREFÁCIO...........................................................................................................................................05
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................07
LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................................................................13
UNIDADE I: O QUE É O CÂNCER........................................................................................................15 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................16
 2. O QUE É O CÂNCER......................................................................................................................17 
 2.1 - Câncer e crescimento celular.........................................................................................17
 2.2 - Câncer: tipos de crescimento celular..............................................................................18
 2.3 - Classificação das neoplasias...........................................................................................19
 2.4 - Câncer in situ e câncer invasivo......................................................................................20
 3. A FORMAÇÃO DO CÂNCER..........................................................................................................21
 3.1 - Oncogênese....................................................................................................................22
 3.2 - Agentes cancerígenos.....................................................................................................23
 4. A EVOLUÇÃO DOS TUMORES.......................................................................................................23
 4.1 - Estadiamento clínico......................................................................................................24
 5. A NOMENCLATURA DOS TUMORES.............................................................................................29
 6. OS PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER................................................................................................30
 7. PENSE NISSO................................................................................................................................34
UNIDADE II: MAGNITUDE DO PROBLEMA.....................................................................................35
 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................................36 
 2. TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA....................................................................................................37
 2.1 - A mudança do perfil epidemiológico ocorrida no Brasil................................................37 
 3. O NÚMERO DE CASOS NOVOS DE CÂNCER NO BRASIL...............................................................38 
 3.1 - Representação espacial..................................................................................................41 
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Unidade I
O que é o câncer
O que é o câncer
1. INTRODUÇÃO
Você sabe o que é o câncer e como ele se desenvolve em nosso corpo?
 Nesta unidade, você verá que o termo câncer refere-se a uma variedade de doenças, com localiza-
ções e aspectos biológicos múltiplos.
 Você vai conhecer ainda os principais termos utilizados no estudo do câncer e os aspectos mais rele-
vantes dos tipos de câncer mais comuns.
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2. O QUE É O CÂNCER
 A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer caranguejo (Figura 1), e foi utilizada pela pri-
meira vez por Hipócrates, o pai da medicina (Figura 2), que viveu entre 460 e 377 a.C. 
 O câncer não é uma doença nova. O fato de ter sido detectado em múmias egípcias comprova que 
ele já comprometia o homem há mais de 3 mil anos antes de Cristo. 
 Atualmente, câncer é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum 
o crescimento desordenado de células (Figura 3), que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. 
2.1 Câncer e crescimento celular
 As células normais que formam os tecidos do corpo humano são capazes de se multiplicar por meio 
de um processo contínuo que é natural. A maioria das células normais cresce, multiplica-se e morre de ma-
neira ordenada, porém, nem todas as células normais são iguais: algumas nunca se dividem, como os neurô-
nios; outras – as células do tecido epitelial – dividem-se de forma rápida e contínua. 
 Dessa forma, a proliferação celular não implica necessariamente presença de malignidade, podendo 
simplesmente responder a necessidades específicas do corpo.
Figura 1 - Caranguejo
Fonte: Stock.xchng
Figura 2 - Hipócrates 
Fonte: U.S. National Library of Medicine, 
 History of Medicine Division
Figura 3 - Células cancerosas
Fonte: Science Photo Library
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O que se entende por crescimento desordenado de células?
 O crescimento das células cancerosas é diferente do crescimento das células normais. As células 
cancerosas, em vez de morrerem, continuam crescendo incontrolavelmente, formando outras novas células 
anormais. Diversos organismos vivos podem apresentar, em algum momento da vida, anormalidade no cres-
cimento celular – as células se dividem de forma rápida, agressiva e incontrolável, espalhando-se para outras 
regiões do corpo – acarretando transtornos funcionais. O câncer é um desses transtornos. 
 O câncer se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir 
outras estruturas orgânicas. 
2.2 Câncer: tipos de crescimento celular
 A proliferação celular pode ser controlada ou não controlada. 
 No crescimento controlado, tem-se um aumento localizado e autolimitado do número de células de 
tecidos normais que formam o organismo, causado por estímulos fisiológicos ou patológicos. Nele, as células 
são normais ou com pequenas alterações na sua forma e função, podendo ser iguais ou diferentes do tecido 
onde se instalam. O efeito é reversível após o término dos estímulos que o provocaram. 
A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos desse tipo de 
crescimento celular (Figura 4). 
Figura 4 - Tipos de crescimento celular
Fonte: Ilustração de Mariana F. Teles
Hiperplasia Displasia Câncer in situ Câncer invasivo
Célula geneticamente 
alterada
Vaso 
sanguíneo
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 No crescimento não controlado, tem-se uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é quase au-
tônomo, persistindo dessa maneira excessiva após o término dos estímulos que o provocaram. As neoplasias 
(câncer in situ e câncer invasivo) correspondem a essa forma não controlada de crescimento celular e, na 
prática, são denominadas tumores. 
2.3 Classificação das neoplasias
 Como se viu no item 2.2, a neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou total-
mente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o homem. 
 Neoplasias podem ser benignas ou malignas (Figura 5).
 As neoplasias benignas ou tumores benignos têm seu crescimento de forma organizada, geralmen-
te lento, expansivo e apresentam limites bem nítidos. Apesar de não invadirem os tecidos vizinhos, podem 
comprimir os órgãos e tecidos adjacentes. O lipoma (que tem origem no tecido gorduroso), o mioma (que 
tem
origem no tecido muscular liso) e o adenoma (tumor benigno das glândulas) são exemplos de tumores 
benignos. 
 As neoplasias malignas ou tumores malignos manifestam um maior grau de autonomia e são capazes 
de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e causar a morte 
do hospedeiro. 
Tumor benigno Tumor maligno
Figura 5 - Diferenças entre tipos de tumores
Fonte: Ilustração de Mariana F. Teles
 O câncer é uma neoplasia maligna.
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Quadro 1 - Principais diferenças entre tumores benignos e malignos
Tumor benigno Tumor maligno
Formado por células bem diferenciadas (semelhantes às 
do tecido normal); estrutura típica do tecido de origem
Formado por células anaplásicas (diferentes das do 
tecido normal); atípico; falta diferenciação
Crescimento progressivo; pode regredir; mitoses normais 
e raras
Crescimento rápido; mitoses anormais e numerosas
Massa bem delimitada, expansiva; não invade nem 
infiltra tecidos adjacentes
Massa pouco delimitada, localmente invasivo; infiltra 
tecidos adjacentes
Não ocorre metástase Metástase frequentemente presente
2.4 Câncer in situ e câncer invasivo
 O câncer não invasivo ou carcinoma in situ é o primeiro estágio em que o câncer pode ser classificado 
(essa classificação não se aplica aos cânceres do sistema sanguíneo). Nesse estágio (in situ), as células cance-
rosas estão somente na camada de tecido na qual se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras 
camadas do órgão de origem. A maioria dos cânceres in situ é curável se for tratada antes de progredir para a 
fase de câncer invasivo. 
Tumor
original
Célula tumoral Capilares
Tecido
normal
MetástaseCélula imune
Eliminação da
célula tumoral
Vasos tumorais
 No câncer invasivo, as células cancerosas 
invadem outras camadas celulares do órgão, ganham 
a corrente sanguínea ou linfática e têm a capaci- 
dade de se disseminar para outras partes do corpo. 
Essa capacidade de invasão e disseminação que os 
tumores malignos apresentam de produzir outros 
tumores, em outras partes do corpo, a partir de um 
já existente, é a principal característica do câncer. 
Esses novos focos de doença são chamados de 
metástases (Figura 6). 
Figura 6 - Metástase
Fonte: Adaptado da ilustração de Alexandre Giannini
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 A capacidade invasiva das neoplasias malignas é a principal responsável pela dificuldade da erradi-
cação cirúrgica das mesmas. 
3. A FORMAÇÃO DO CÂNCER
 Uma célula normal pode sofrer uma mutação genética, ou seja, alterações no DNA dos genes. 
As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades 
(Figura 7). 
 Independentemente da exposição a agentes cancerígenos ou carcinógenos, as células sofrem proces-
sos de mutação espontânea, que não alteram seu desenvolvimento normal. 
 As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que, a princípio, são 
inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes transformam-se em oncogenes, responsá-
veis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.
Célula normal
1ª mutação 2ª mutação 3ª mutação 4ª mutação
Células neoplásicas
Figura 7 - Mutação e câncer
Fonte: Ilustração de Mariana F. Teles
SAIBA MAIS
Acesse o vídeo “A Sabedoria e a Inteligência do Câncer” (http://www.youtube.com/watch?v=-aaTkr6Nyaw&feature=youtu.be) 
e saiba como as células se proliferam no interior do organismo humano.
SAIBA MAIS
Leia sobre “como surge o câncer” em: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322 
Leia sobre “como se comportam as células cancerosas” em: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=318r
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r 3.1 Oncogênese
 O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese e, em geral, aconte-
ce lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor 
visível. Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou carcinógenos são os responsáveis pelo 
início, promoção, progressão e inibição do tumor. A carcinogênese é determinada pela exposição a esses 
agentes, em uma dada frequência e período de tempo, e pela interação entre eles. Devem ser consideradas, 
no entanto, as características individuais, que facilitam ou dificultam a instalação do dano celular. 
 Esse processo é composto por três estágios:
 • Estágio de iniciação, no qual os genes sofrem ação dos agentes cancerígenos.
 • Estágio de promoção, no qual os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada. 
 • Estágio de progressão, caracterizado pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula. 
Estágio de iniciação:
Os genes sofrem ação
dos agentes cancerígenos
Estágio de promoção:
Os agentes oncopromotores
atuam na célula já alterada
Estágio de progressão:
Caracterizado pela multiplicação
descontrolada e irreversível da célula
Figura 8 - Passo a passo do processo de carcinogênese
Fonte: Ilustração de Mariana F. Teles
 O período de latência varia com a intensidade do estímulo carcinogênico, com a presença ou 
ausência dos agentes oncoiniciadores, oncopromotores e oncoaceleradores, e com o tipo e localização 
primária do câncer. 
SAIBA MAIS
Passo a passo do processo de carcinogênese: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=319
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3.2 Agentes cancerígenos
 A presença dos agentes cancerígenos, por si só, não pode ser responsabilizada pelo desenvolvimen-
to dos tumores. Há, porém, casos em que isso acontece. Sabe-se que a exposição prolongada à substância 
química benzina pode aumentar o risco de produzir câncer na bexiga (principal tipo de câncer encontrado 
em trabalhadores das antigas indústrias de tintas, couros, borracha e papel que utilizavam benzina na sua 
fabricação), e o câncer de pulmão, que ocorre entre fumantes, em mais de 90% dos casos é consequência do 
tabagismo crônico. 
 Esses dois exemplos remetem a dois conceitos utilizados na epidemiologia: causa necessária e causa 
suficiente, em que, para que um indivíduo desenvolva uma doença, não basta a presença do agente especí- 
fico da doença em seu organismo. É necessário que, sobre o indivíduo, atuem outras forças (ou causas) capa-
zes de, em conjunto com o agente específico, provocar a doença específica. 
 O agente específico é a causa necessária. As outras forças são ditas causas predisponentes. Causa ne-
cessária e causas predisponentes formam a causa suficiente. Assim, as doenças multicausais, como o câncer, 
podem ter distintas causas suficientes. 
4. A EVOLUÇÃO DOS TUMORES
 O conhecimento da forma como evoluem ou crescem alguns tumores permite que eles sejam previs-
tos ou identificados quando a lesão ainda está na fase pré-neoplásica, ou seja, em uma fase em que a doença 
ainda não se desenvolveu. 
 A evolução do tumor maligno depende:
 • Da velocidade do crescimento tumoral. 
 • Do órgão onde o tumor está localizado. 
 • De fatores constitucionais de cada pessoa. 
 • De fatores ambientais etc. 
 Frente a essas características, os tumores podem ser detectados em 
diferentes fases: 
 • Fase pré-neoplásica (antes de a doença se desenvolver). 
 • Fase pré-clínica ou microscópica (quando ainda não há sintomas). 
 • Fase clínica (apresentação de sintomas).
Exposição a fatores
de risco
Desenvolvimento
do
tumor maligno
Apresentação de
manifestações clínicas
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r 4.1 Estadiamento clínico
 Independente da fase em que o câncer é detectado, há necessidade de se classificar cada caso de 
acordo com a extensão do tumor. O método utilizado para essa classificação é chamado de estadiamento e 
sua importância está na constatação de que a evolução da doença é diferente quando a mesma está restrita 
ao órgão de origem ou quando se estende a outros órgãos. 
 O estadiamento pode ser clínico ou patológico. 
 Estadiar um caso de neoplasia maligna significa avaliar o seu grau de disseminação. Para tal, há regras 
internacionalmente estabelecidas, que estão em constante aperfeiçoamento. 
 Essa classificação permite ao médico especialista em oncologia propor o tratamento mais 
adequado para cada paciente, uma vez que dois pacientes, com o mesmo tipo de câncer, mas com 
estadiamentos diferentes, podem ter diferentes propostas de tratamento.
 O sistema de estadiamento mais utilizado é o preconizado pela União Internacional Contra o Câncer 
(UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Esse sistema baseia-se na exten-
são anatômica da doença, levando em conta as características do tumor primário (T), as características dos 
linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza (N) e a presença ou ausên-
cia de metástase a distância (M). Esses parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4; N0 a N3; e 
de M0 a M1, respectivamente.
 O estádio de um tumor reflete não apenas a taxa de crescimento e a extensão da doença, mas tam-
bém o tipo de tumor e sua relação com o hospedeiro. Assim, além do TNM, a classificação das neoplasias ma-
lignas deve considerar também: localização, tipo histopatológico, produção de substâncias e manifestações 
clínicas do tumor, além do sexo, idade, comportamentos e características biológicas do paciente.
SAIBA MAIS
Leia sobre “estadiamento” em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=54
SAIBA MAIS
Veja o livro “TNM – Classificação de Tumores Malignos, 6ª edição” em: http://www.inca.gov.br/tratamento/tnm/index.asp
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Figura 9 - T (tumor primário)
Fonte: Adaptado pelo Instituto Nacional de Câncer, a partir de material divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janei-
ro, em 2004, e atualizado de acordo com a 7ª Edição do Estadiamento Clínico - TNM - UICC, 2010. Ilustração de Henriqueta Rodrigues Rezende
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Figura 10 - N (linfonodos regionais)
Fonte: Adaptado pelo Instituto Nacional de Câncer, a partir de material divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janei-
ro, em 2004, e atualizado de acordo com a 7ª Edição do Estadiamento Clínico - TNM - UICC, 2010. Ilustração de Henriqueta Rodrigues Rezende
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M (metástases a distância)
Figura 11 - M (metástases a distância)
Fonte: Adaptado pelo Instituto Nacional de Câncer, a partir de material divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janei-
ro, em 2004, e atualizado de acordo com a 7ª Edição do Estadiamento Clínico - TNM - UICC, 2010. Ilustração de Henriqueta Rodrigues Rezende
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Estádio Tumor Linfonodo Metástase
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T4 N1 M0
T4 N2 M0
IIIC Qualquer T N3 M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
*T1 inclui T1
mic
Fonte: Adaptado pelo Instituto Nacional de Câncer, a partir de material divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, 
em 2004, e atualizado de acordo com a 7ª Edição do Estadiamento Clínico - TNM - UICC, 2010
Tabela 1 - Grupamento por estádios
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5. A NOMENCLATURA DOS TUMORES
 A nomenclatura dos diferentes tipos de câncer está relacionada ao tipo de célula que deu origem ao 
tumor. Como o corpo humano possui diferentes tipos de células que formam os tecidos, o nome dado aos 
tumores depende do tipo de tecido que lhes deu origem. 
 Nos tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo -oma (tumor) ao termo que designa o tecido 
que os originou. Exemplos:
 • Tumor benigno do tecido cartilaginoso: condroma. 
 • Tumor benigno do tecido gorduroso: lipoma. 
 • Tumor benigno do tecido glandular: adenoma. 
 Nos tumores malignos, considera-se a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor:
 • Tumores malignos originados dos epitélios de revestimento externo e interno são denominados 
 carcinomas; quando o epitélio de origem é glandular, passam a ser chamados adenocarcinomas. 
 Exemplos: carcinoma de células escamosas, carcinoma basocelular, carcinoma sebáceo. 
 • Tumores malignos originados dos tecidos conjuntivos (mesenquimais) têm o acréscimo de sarco- 
 ma ao final do termo que corresponde ao tecido. 
 Exemplo: tumor do tecido ósseo – osteossarcoma. 
 Ainda sobre a nomenclatura dos tumores, cabe ressaltar que, geralmente, além do tipo histológico, 
acrescenta-se a topografia. Por exemplo:
 • Adenocarcinoma de pulmão. 
 • Adenocarcinoma de pâncreas.
 • Osteossarcoma de fêmur. 
 Entretanto, há exceções. A nomenclatura dos tumores pode ser feita também das seguintes formas:
 • Utilizando o nome dos cientistas que os descreveram pela primeira vez (ou porque sua origem 
 celular demorou a ser esclarecida, ou porque os nomes ficaram consagrados pelo uso). 
 Exemplos: linfoma de Burkitt, sarcoma de Kaposi e tumor de Wilms. 
 • Utilizando nomes sem citar que são tumores, como por exemplo: doença de Hodgkin; mola Hida- 
 tiforme e micose fungoide. Embora os nomes não sugiram sequer neoplasia, trata-se de tumores 
 do sistema linfático, de tecido placentário e da pele, respectivamente. 
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6. OS PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER
 O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo. Alguns órgãos são mais afetados do que outros; e 
cada órgão, por sua vez, pode ser acometido por tipos diferenciados de tumor, mais ou menos agressivos. 
 Os vários tipos de câncer são classificados de acordo com a localização primária do tumor. Exemplo: 
colo do útero, mama, pulmão. 
 Para informações sucintas sobre os tipos de câncer mais incidentes na população brasileira, veja os 
tipos a seguir:
Câncer da cavidade oral (boca)
 É o câncer que afeta os lábios e o interior da cavidade oral, o que inclui gengivas, mucosa jugal (bo-
chechas), palato duro (céu da boca), língua (principalmente as bordas), assoalho da língua (região embaixo 
da língua) e amígdalas. O câncer dos lábios é mais comum em pessoas brancas, ocorre mais frequentemente 
no lábio inferior e está associado à exposição solar, ao tabagismo e ao etilismo.
Câncer de cólon e reto (intestino)
 O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o 
reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente,
e quando ainda não atingiu 
outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer 
na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e 
a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos. 
Câncer de esôfago
 No Brasil, o câncer de esôfago figura entre os dez mais incidentes (6º entre os homens e 9º entre 
as mulheres). O tipo de câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma de células escamosas (também 
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/boca/definicao
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colorretal/definicao
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chamado de carcinoma escamoso, carcinoma epidermoide ou carcinoma espinocelular), responsável por 
96% dos casos. Outro tipo, o adenocarcinoma, vem aumentando significativamente. 
Câncer de estômago
 Também denominado câncer gástrico. Os tumores do estômago se apresentam, predominante- 
mente, na forma de três tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma 
(diagnosticado em cerca de 3% dos casos) e leiomiossarcoma (iniciado em tecidos que dão origem aos 
músculos e aos ossos). 
 O pico de incidência se dá, em sua maioria, em homens, por volta dos 70 anos de idade. Cerca de 65% 
dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos. No Brasil, esses tumores apa- 
recem em 3º lugar na incidência entre homens e em 5º entre as mulheres. Dados estatísticos revelam declínio 
da incidência em diferentes países, incluindo o Brasil. 
Câncer de mama
 Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. Se 
diagnosticado e tratado precocemente, o prognóstico é relativamente bom. O envelhecimento é seu principal 
fator de risco. Os fatores de risco relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, não ter tido 
filhos, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, uso de anticoncepcionais orais, menopausa 
tardia e terapia de reposição hormonal) estão bem estabelecidos em relação ao desenvolvimento do câncer 
de mama. 
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/esofago/definicao
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/estomago/definicao
Leia mais em: 
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_controle_cancer_mama/
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r Câncer de pele do tipo melanoma
 O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células pro-
dutoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos. O 
melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas da pele, sendo o tipo mais grave devido à sua alta 
possibilidade de metástase. 
 O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos 
últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido 
à detecção precoce do tumor. 
Câncer de pele não melanoma
 É o câncer mais frequente no Brasil, e corresponde a cerca de 25% de todos os tumores malignos 
registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores 
de pele, o tipo não melanoma é o de maior incidência e menor mortalidade. 
 O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em 
crianças e negros, com exceção daqueles portadores de doenças cutâneas prévias. Pessoas de pele clara, 
sensíveis à ação dos raios solares, são as principais acometidas. 
 Como a pele - maior órgão do corpo humano - é heterogênea, o câncer de pele não melanoma pode 
apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular (responsável 
por 70% dos diagnósticos) e carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermoide (representando 25% 
dos casos). O carcinoma basocelular, apesar de ser o mais incidente, é também o menos agressivo. 
Câncer de próstata
 Mais do que qualquer outro tipo, o câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade, já 
que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas 
de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), 
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pele_melanoma
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pele_nao_melanoma
O
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pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida. Al-
guns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à 
morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega 
a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem. 
Câncer de pulmão
 É o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% ao ano na incidência 
mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de 
tabaco. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13% e 21% em países 
desenvolvidos e entre 7% e 10% nos países em desenvolvimento. No fim do século XX, o câncer de pulmão se 
tornou uma das principais causas de morte evitáveis em todo o mundo. 
 Evidências na literatura científica mostram que pessoas com câncer de pulmão apresentam risco 
aumentado para desenvolver um segundo câncer de pulmão e que irmãos e filhos de pessoas que tiveram 
câncer de pulmão apresentam risco levemente aumentado de desenvolvimento desse câncer. Entretanto, é 
difícil estabelecer o quanto desse maior risco decorre de fatores hereditários e o quanto é por conta do hábito 
de fumar. 
Câncer do colo do útero
 O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, demora muitos anos para se desen-
volver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame pre-
ventivo (conhecido também como exame de Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica 
a cada três anos após dois exames anuais consecutivos negativos. A principal alteração que pode levar a esse 
tipo de câncer é a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), com alguns subtipos de alto risco e relaciona-
dos a tumores malignos. 
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/prostata
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pulmao
Leia mais em: 
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_nacional_controle_cancer_colo_utero/
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A
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r Leucemias
 Doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) do sangue. Sua principal característica é o acúmulo 
de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. 
 Obs.: a medula óssea produz as células que dão origem às células sanguíneas, que são os glóbulos 
brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. 
 7. PENSE NISSO
 • O câncer, como você viu, pode surgir em qualquer parte do corpo. 
 • Existem mais de 100 tipos diferentes de câncer, cada um com características clínicas e biológicas 
 diversas, que devem ser estudadas para que
o diagnóstico, o tratamento e o seguimento sejam 
 adequados. 
 • Ainda existem muitas ideias erradas sobre a doença. A palavra câncer traz em si alguns mitos. 
 • Muitas vezes, a má interpretação de fatos relacionados ao câncer ou uma generalização de um 
 caso isolado da doença, assim como especulações, acabam por fazer com que essas ideias, e até 
 mesmo crenças, se apresentem como verdades.
 • Todo profissional de saúde deve ter conhecimentos sólidos sobre o câncer para que possa informar, 
 cuidar e encaminhar corretamente seus pacientes. 
 • Face à gravidade da situação do câncer como problema de saúde que atinge toda a população, 
 todos os profissionais de saúde, em maior ou menor grau, são responsáveis pelo sucesso das ações 
 de controle da doença. 
Leia mais em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/leucemia/definicao
 
12 
CONTROLE DE SINTOMAS 
As condutas para controle dos sintomas e dos quadros clínicos prevalentes nos pacientes oncológicos, na 
fase avançada da doença serão apresentadas neste Manual, por ordem alfabética. Foram elaborados com 
base nos conhecimentos técnico-científicos atuais e de acordo com a experiência da equipe multidisciplinar 
da UNIC que, com o seu caráter multidisciplinar, busca alcançar os resultados esperados de melhora da 
qualidade de vida dos pacientes sob os seus cuidados. 
Ao longo das exposições serão feitas referências à “performance status” (condição de desempenho) dos 
pacientes, uma medida relacionada à tentativa de quantificar o bem estar geral dos mesmos, ou a forma 
como eles desempenham as suas tarefas habituais e as atividades de vida diárias. Ela é apresentada na 
Tabela 1, com a correspondência entre duas classificações utilizadas no meio oncológico: a de Karnofski e a 
de ECOG / WHO / Zubrod. 
A classificação de Karnofsky é um sistema de escore que distribui os pacientes em uma escala de 0 a 100, 
onde 100 corresponderia à "saúde perfeita" e 0 à morte. Recebe este nome em homenagem à David A. 
Karnofsky que, juntamente com Joseph H. Burchenal, descreveram o sistema em 1949. 
A classificação de Zubrod, publicada em 1982, distribui os pacientes em uma escala de 0 a 5, onde 0 
corresponde a uma saúde perfeita e 5 à morte. 
 
Tabela 1 – Performance status – equivalência entre as classificações de Zubrod e Karnofsky 
ESCALA DE ZUBROD ESCALA DE KARNOFSKY 
Estadio Atividades % Atividades 
0 Normal 100 
Nenhuma queixa, ausência de evidência da 
doença. 
1 Apresenta sintomas da doença, mas 
deambula e leva o seu dia normal 
90 Capaz de levar vida normal, poucos sinais ou 
sintomas da doença. 
80 
Aguns sinais ou sintomas da doença, com o 
esforço. 
70 
Capaz de cuidar de si mesmo, incapaz de 
levar as suas atividades normais ou de 
exercer trabalho ativo. 
2 Fora do leito mais de 50% do tempo 
60 
Necessita de assistência ocasional, mas ainda 
é capaz de realizar a maioria de suas 
atividades. 
50 Requer ajuda e cuidados médicos frequentes. 
3 
No leito mais de 50% do tempo, carente 
de cuidados mais intensivos 
40 Incapaz, requer cuidados e assistência 
especiais. 
30 
Muito incapaz; indicada hospitalização, apesar 
da morte não ser iminente. 
4 Preso ao leito 
20 
Muito debilitado; requer hospitalização, 
medidas ou tratamento de suporte. 
10 
Moribundo. Processos letais progredindo 
rapidamente 
5 Morte 0 Morte 
 
 
 
SUMÁRIO ix
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................. xiii
Prefácio da tradução para o português ................................................. xvii
Agradecimentos ..................................................................................... xix
Abreviaturas .......................................................................................... xxi
Comitês Nacionais e Organizações Internacionais ............................... xxiii
Membros dos Comitês da UICC associados ao Sistema TNM ............. xxv
INTRODUÇÃO 1
TUMORES DA CABEÇA E DO PESCOÇO 21
Lábio e Cavidade Oral ....................................................... 24
Faringe ............................................................................... 29
Laringe ............................................................................... 38
Cavidade Nasal e Seios Paranasais ................................... 45
Glândulas Salivares ............................................................ 51
Glândula Tireóide ............................................................... 56
TUMORES DO APARELHO DIGESTIVO 61
Esôfago .............................................................................. 64
Estômago ........................................................................... 69
Intestino Delgado ............................................................... 73
Windows7
Highlight
Windows7
Highlight
Windows7
Highlight
Windows7
Highlight
Windows7
Highlight
Windows7
Highlight
 INTRODUÇÃO 1
INTRODUÇÃO
A História do Sistema TNM
O Sistema TNM para a classificação dos tumores malignos foi
desenvolvido por Pierre Denoix (França), entre os anos de 1943
e 1952.1
Em 1950, a UICC nomeou um Comitê de Nomenclatura e
Estatística de Tumores e adotou, como base para seu trabalho
na classificação do estádio clínico, as definições gerais de ex-
tensão local dos tumores malignos sugeridas pelo Sub-Comitê
de Registros de Casos de Câncer e Apresentação Estatística,
da Organização Mundial da Saúde (OMS).2
Em 1953, o Comitê da UICC realizou um encontro conjunto
com a Comissão Internacional de Estadiamento e de Apresen-
tação de Resultados do Tratamento do Câncer, indicada pelo
Congresso Internacional de Radiologia. Foi conseguido um acor-
do no que diz respeito à técnica geral de classificação pela
extensão anatômica da doença, usando o Sistema TNM.
Em 1954, a Comissão de Pesquisa da UICC criou um Co-
mitê Especial, o Comitê de Estadiamento Clínico e Estatística
Aplicada, para "prosseguir os estudos nesse campo e estender
a técnica geral de classificação do câncer para todas as locali-
zações anatômicas".
1 Denoix, P.F.: Bull. Inst. Nat. Hyg (Paris) 1944;1:69. 1944;2:82. 1950;5:81.
1952; 7:743.
2 World Health Organization Technical Report Series, nº 53, July 1952, pp. 47-48.
2 INTRODUÇÃO
Em 1958, o Comitê publicou suas primeiras recomendações
para a classificação em estádios clínicos dos cânceres da mama
e laringe e para a apresentação dos resultados.3
Uma segunda publicação, em 1959, apresentou propostas
revisadas para o câncer de mama, para o uso clínico e avalia-
ção em um período de 5 anos (1960-1964).4
Entre 1960 e 1967, o Comitê publicou nove brochuras des-
crevendo propostas de classificação para vinte e três localiza-
ções primárias. Foi recomendado que as propostas de classifi-
cação para cada localização anatômica fossem submetidas a
ensaios clínicos prospectivos ou retrospectivos por um período
de 5 anos.
Em 1968, essas brochuras foram reunidas em um livrete, o
Livre de Poche5 (livro de bolso), e, um ano mais tarde, um livrete
complementar foi publicado, pormenorizando recomendações
para o estabelecimento de áreas de estudo, para a apresenta-
ção de resultados finais e para a determinação e expressão de
taxas de sobrevida.6 O Livre de Poche foi, em seguida, tradu-
zido para onze idiomas.
Em 1974 e 1978, foram publicadas a segunda e a tercei-
ra edições7, 8 contendo classificações de novas localizações
anatômicas e aperfeiçoamentos das
classificações anteriormente
publicadas. A terceira edição foi aumentada e revisada em 1982.
3 International Union Against Cancer (UICC), Committee on Clinical Stage
Classification and Applied Statistics: Clinical stage classification and
 presentation of results, malignant tumours of the breast and larynx. Paris, 1958.
4 International Union Against Cancer (UICC), Committee on Stage Classification
and Applied Statistics: Clinical stage classification and presentation of results,
malignant tumours of the breast. Paris, 1959.
5 International Union Against Cancer (UICC): TNM Classification of malignant
tumours. Geneva, 1968.
6 International Union Against Cancer (UICC): TNM General Rules. Geneva, 1969.
7 International Union Against Cancer (UICC): TNM Classification of malignant
tumours. 2nd ed. Geneva, 1974.
8 International Union Against Cancer (UICC): TNM Classification of malignant
tumours. 3rd ed M.H. Harmer (editor). Geneva, 1978, ampliada e revisada
em 1982.
 INTRODUÇÃO 3
Ela continha novas classificações para alguns tumores da
infância. Isso foi realizado em colaboração com La Société
Internationale d'Oncologie Pédiatrique (Sociedade Internacio-
nal de Oncologia Pediátrica - SIOP). Em 1985, uma classifica-
ção dos tumores oculares foi publicada separadamente.
Com o passar dos anos, alguns usuários introduziram variações
nas regras de classificação de certas localizações anatômicas. A
fim de corrigir tal desenvolvimento, a antítese da padronização, os
comitês nacionais do TNM, em 1982, concordaram em formular
um único TNM. Vários encontros foram realizados para unificar e
atualizar as classificações existentes, bem como desenvolver ou-
tras. O resultado foi a quarta edição do TNM.9
Em 1993, o Projeto publicou o Suplemento da Classificação
TNM.10 O propósito deste trabalho foi promover o uso uniforme
desta classificação através de explanações detalhadas das regras
do sistema TNM com exemplos práticos. Ele também incluiu pro-
postas de novas classificações e expansões opcionais de categori-
as selecionadas. Uma segunda edição surgiu em 2001.11
Em 1995, o Projeto publicou Fatores Prognósticos do
Câncer,12 uma compilação e discussão sobre os fatores prog-
nósticos do câncer, anatômicos e não anatômicos, para cada
localização anatômica. Uma segunda edição surgiu em 2001.13
9 International Union Against Cancer (UICC): TNM Classification of malignant
tumours. 4th ed. P. Hermanek, L.H. Sobin (editors). Springer, Berlin
Heidelberg New York Toronto Tokyo, 1992.
10 International Union Against Cancer (UICC): TNM Supplement 1993. A
commentary on uniform use. P. Hermanek, D.E. Henson, R.V.P.
Hutter, L.H. Sobin (editors). Springer, Berlin Heidelberg New York Tokyo, 1993.
11 International Union Against Cancer (UICC): TNM Supplement. A commentary
on uniform use. 2nd ed. Wittekind Ch, Henson DE, Hutter RVP, Sobin LH, eds.
New York; 2001.
12 International Union Against Cancer (UICC): Prognostic factors in cancer. P.
Hermanek, M.K. Gospodarowicz, D.E. Henson, R.V.P. Hutter L.H., Sobin
(editors). Springer, Berlin Heidelberg New York Tokyo, 1995.
13 International Union Against Cancer (UICC): Prognostic factors in cancer.
2nd ed Gospodarowicz MK, Henson DE, Hutter RVP, O´Sullivan B, Sobin LH,
Wittekind Ch, eds. New York: Wiley; 2001.
4 INTRODUÇÃO
A presente edição (6a) contém as regras de classificação e
estadiamento que correspondem exatamente àquelas que apa-
recem na sexta edição do Manual para Estadiamento do Cân-
cer, da AJCC (2002)14, e tem a aprovação de todos os comitês
nacionais do TNM - listados nas páginas xxi - xxvii, junto com
os nomes dos membros dos comitês da UICC associados ao
Sistema TNM.
A UICC reconhece que para a estabilidade da Classifica-
ção TNM há a necessidade de que sejam acumulados dados de
uma maneira ordenada por um período razoável de tempo. Da
mesma forma, é intenção que as classificações publicadas nes-
te livrete devam permanecer inalteradas até que grandes avan-
ços no diagnóstico ou tratamento, relevantes para uma deter-
minada localização anatômica, requeiram uma reconsideração
da atual classificação.
Para desenvolver e sustentar um sistema de classificação
aceitável para todos os usuários há a necessidade de uma liga-
ção próxima de todos os comitês nacionais e internacionais.
Somente dessa forma todos os oncologistas estarão aptos a
usar uma 'linguagem comum' na comparação de seu material
clínico e na avaliação dos resultados do tratamento. O objetivo
contínuo da UICC é alcançar o consenso numa classificação
da extensão anatômica da doença.
Os Princípios do Sistema TNM
A prática de se dividir os casos de câncer em grupos, de acordo
com os chamados estádios, surgiu do fato de que as taxas de
sobrevida eram maiores para os casos nos quais a doença era
14 Greene FL, Page D, Morrow M, Balch C, Haller D, Fritz A, Fleming I, eds.
 AJCC Cancer Staging Manual 6th ed. New York: Springer; 2002.
 INTRODUÇÃO 5
localizada do que para aqueles nos quais a doença tinha se es-
tendido além do órgão de origem. Esses grupos eram
freqüentemente referidos como casos iniciais e casos avança-
dos, inferindo alguma progressão regular com o passar do tem-
po. Na verdade, o estádio da doença, na ocasião do diagnósti-
co, pode ser um reflexo não somente da taxa de crescimento e
extensão da neoplasia, mas também do tipo de tumor e da rela-
ção tumor-hospedeiro.
O estadiamento do câncer é consagrado por tradição, e para
o propósito de análise de grupos de pacientes é freqüentemente
necessário usar tal método. A UICC acredita que é importante
alcançar a concordância no registro da informação precisa da
extensão da doença para cada localização anatômica, porque a
descrição clínica precisa e a classificação histopatológica das
neoplasias malignas podem interessar a um número de objeti-
vos correlatos, a saber:
1. Ajudar o médico no planejamento do tratamento
2. Dar alguma indicação do prognóstico
3. Ajudar na avaliação dos resultados de tratamento
4. Facilitar a troca de informações entre os centros de
 tratamento
5. Contribuir para a pesquisa contínua sobre o câncer humano
O principal propósito a ser conseguido pela concordância
internacional na classificação dos casos de câncer pela exten-
são da doença é fornecer um método que permita compara-
ções entre experiências clínicas sem ambigüidade.
Existem muitas bases ou eixos de classificação dos tumo-
res, por exemplo: a localização anatômica e a extensão clínica
e patológica da doença, a duração dos sinais ou sintomas, o
gênero e idade do paciente, o tipo e grau histológico. Todas
6 INTRODUÇÃO
essas bases ou eixos representam variáveis que, sabidamente,
têm uma influência na evolução da doença. O sistema TNM
trabalha prioritariamente com a classificação por extensão
anatômica da doença, determinada clínica e
histopatologicamente (quando possível).
A primeira tarefa do clínico é fazer uma avaliação do prog-
nóstico e decidir qual o tratamento mais efetivo a ser realizado.
Este julgamento e esta decisão requerem, entre outras coisas,
uma avaliação objetiva da extensão anatômica da doença. Isto
feito, a tendência é divergir do estadiamento, quanto a uma des-
crição significativa, com ou sem alguma forma de sumarização.
Para conseguir os objetivos estabelecidos, um sistema de
classificação necessita que:
 1. Os princípios básicos sejam aplicáveis a todas as localiza-
ções anatômicas, independentemente do tratamento; e
 2. Possa ser complementado, mais tarde, por informações que
se tornem disponíveis
pela histopatologia e/ou cirurgia.
O Sistema TNM preenche estes requisitos.
Regras Gerais do Sistema TNM
O Sistema TNM para descrever a extensão anatômica da do-
ença tem por base a avaliação de três componentes:
T - a extensão do tumor primário
N - a ausência ou presença e a extensão de metástase em
 linfonodos regionais
M - a ausência ou presença de metástase à distância
A adição de números a estes três componentes indica a ex-
tensão da doença maligna. Assim temos:
 INTRODUÇÃO 7
T0, T1, T2, T3, T4 N0, N1, N2, N3 M0, M1
Na verdade, o sistema é uma 'anotação taquigráfica' para
descrever a extensão clínica de um determinado tumor maligno.
As regras gerais aplicáveis a todas as localizações
anatômicas são:
1. Todos os casos devem ser confirmados microscopica-
mente. Os casos que assim não forem comprovados de-
vem ser relatados separadamente.
2. Duas classificações são descritas para cada localização
anatômica, a saber:
a) A classificação clínica (classificação clínica pré-
tratamento), designada TNM (ou cTNM), tem por base
as evidências obtidas antes do tratamento. Tais evi-
dências surgem do exame físico, diagnóstico por ima-
gem, endoscopia, biópsia, exploração cirúrgica e ou-
tros exames relevantes.
b) A c lass i f icação patológica (c lass i f icação
histopatológica pós-cirúrgica), designada pTNM, tem
por base as evidências conseguidas antes do trata-
mento, complementadas ou modificada pela evidência
adicional conseguida através da cirurgia e do exame
histopatológico. A avaliação histopatológica do tumor
primário (pT) exige a ressecção do tumor primário ou
biópsia adequada para avaliar a maior categoria pT. A
avaliação histopatológica dos linfonodos regionais (pN)
exige a remoção representativa de nódulos para com-
provar a ausência de metástase em linfonodos regio-
nais (pN0) e suficiente para avaliar a maior categoria
pN. A investigação histopatológica de metástase à dis-
tância (pM) exige o exame microscópico.
8 INTRODUÇÃO
3. Após definir as categorias T, N e M ou pT, pN e pM, elas
podem ser agrupadas em estádios. A classificação TNM
e o grupamento por estádios, uma vez estabelecidos, de-
vem permanecer inalterados no prontuário médico. O
estádio clínico é essencial para selecionar e avaliar o tra-
tamento, enquanto que o estádio histopatológico fornece
dados mais precisos para avaliar o prognóstico e calcular
os resultados finais.
 4. Se houver dúvida no que concerne à correta categoria T,
N ou M em que um determinado caso deva ser classifi-
cado, dever-se-á escolher a categoria inferior (menos
avançada). Isso também será válido para o grupamento
por estádios.
 5. No caso de tumores múltiplos simultâneos em um órgão,
o tumor com a maior categoria T deve ser classificado e
a multiplicidade ou o número de tumores deve ser indica-
do entre parênteses, p. ex., T2(m) ou T2(5). Em cânce-
res bilaterais simultâneos de órgãos pares, cada tumor
deve ser classificado independentemente. Em tumores de
fígado, ovário e trompa de Falópio, a multiplicidade é um
critério da classificação T.
6. As definições das categorias TNM e do grupamento por
estádios podem ser adaptadas ou expandidas para fins
clínicos ou de pesquisa, desde que as definições básicas
recomendadas não sejam alteradas. Por exemplo, qual-
quer T, N ou M pode ser dividido em subgrupos.
As Regiões e Localizações Anatômicas
As localizações anatômicas nesta classificação estão listadas
pelo código da Classificação Internacional de Doenças para
 INTRODUÇÃO 9
Oncologia (CID-O, 3a edição, Organização Mundial da Saúde,
Genebra, 200015).
Cada localização anatômica é descrita sob os seguintes títulos:
• Regras para classificação, com os procedimentos para
avaliar as categorias T, N e M
• Localizações e sub-localizações anatômicas, quando apro-
priado
• Definição dos linfonodos regionais
• TNM - Classificação clínica
• pTNM - Classificação patológica
• Graduação histopatológica (G)
• Grupamento por estádios
• Resumo esquemático para a região ou localização
anatômica
TNM - Classificação Clínica
As seguintes definições gerais são utilizadas:
T - Tumor Primário
TX O tumor primário não pode ser avaliado
T0 Não há evidência de tumor primário
Tis Carcinoma in situ
T1, T2, T3, T4 Tamanho crescente e/ou extensão local do
tumor primário
N - Linfonodos Regionais
NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados
15 Fritz A, Percy C, Jack A, Shanmugaratnam K, Sobin L, Parkin DM, Whelan S,
eds. WHO International Classification of Diseases for Oncology ICD-O, 3rd
ed. Geneva: WHO; 2000.
10 INTRODUÇÃO
N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais
N1, N2, N3 Comprometimento crescente dos linfonodos
regionais
M - Metástase à Distância
MX A presença de metástase à distância não pode ser avaliada.
M0 Ausência de metástase à distância
M1 Metástase à distância
A categoria M1 pode ser ainda especificada de acordo com as
seguintes notações*:
Pulmonar PUL (C34)
Medula óssea MO[MAR](C42.1)
Óssea OSS (C40, 41)
Pleural PLE (C38.4)
Hepática HEP (C22)
Peritoneal PER (C48.1,2)
Cerebral CER [BRA] (C71)
Supra-renal (Adrenal) ADR (C74)
Linfonodal LIN [LYM](C77)
Pele CUT [SKI](C44)
Outras OUT [OTH]
N.T.: *Para guardar fidelidade com o código internacional do sistema TNM,
manteve-se entre colchetes a abreviatura em Inglês, correspondente a
cada localização anatômica de metástase, o que se repetirá doravante.
Nota: A extensão direta do tumor primário para o linfonodo é classificada
como metástase linfonodal. Metástase em qualquer linfonodo que não
seja regional é classificada como metástase à distância.
 INTRODUÇÃO 11
Subdivisões do TNM
As subdivisões de algumas categorias principais estão disponí-
veis para aqueles que necessitam de maior especificidade
(p. ex.: Tla, 1b, ou N2a, 2b).
pTNM - Classificação Patológica
As seguintes definições gerais são utilizadas:
pT - Tumor Primário
pTX O tumor primário não pode ser avaliado histologicamente
pT0 Não há evidência histológica de tumor primário
pTis Carcinoma in situ
pT1, pT2, pT3, pT4 Aumento crescente do tamanho e/ou
extensão local do tumor primário, comprovado
histologicamente
pN - Linfonodos Regionais
pNX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados
 histologicamente
pN0 Não há, histologicamente, metástase em linfonodos regionais
pN1, pN2, pN3 Comprometimento crescente dos linfonodos
 regionais, comprovado histologicamente
Notas: 1. A extensão direta do tumor primário para os linfonodos é classificada
como metástase linfonodal.
 2. Um nódulo tumoral no tecido conjuntivo de uma área de drenagem
linfática, sem evidência histológica de linfonodo residual, é classificado
na categoria pN como uma metástase em linfonodo regional se o nódulo
tem forma e contorno liso de um linfonodo. Um nódulo tumoral com
contornos irregulares é classificado na categoria pT, isto é, extensão
descontínua. Ele pode também ser classificado como invasão venosa
(classificação V).
 3. Quando o tamanho for um critério para classificação pN, medir-se-á a
metástase e não todo o linfonodo.
 4. Casos com micrometástases apenas, isto é, nenhuma metástase maior
que 0,2 cm, podem ser identificados com a adição de (mi), p. ex., pN1
(mi) ou pN2 (mi).
12 INTRODUÇÃO
Linfonodo sentinela
O linfonodo sentinela
é o primeiro linfonodo a receber a drena-
gem linfática do tumor primário. Se ele contém tumor metastático
indica que outros linfonodos também podem conter tumor. Se
ele contém metástase tumoral indica que outros linfonodos po-
dem conter tumor. Se ele não contém tumor metastático, é im-
provável que os outros linfonodos contenham tumor. Ocasio-
nalmente existe mais de um linfonodo sentinela.
As designações que se seguem são aplicáveis quando se
faz a avaliação do linfonodo sentinela:
pNX (sn) O linfonodo sentinela não pode ser avaliado
pN0 (sn) Ausência de metástase em linfonodo sentinela
pN1 (sn) Metástase em linfonodo sentinela
Células tumorais isoladas
Células tumorais isoladas - CTI [ITC] são células tumorais iso-
ladas ou formando pequenos grupamentos celulares medindo
menos de 0,2 mm em sua maior dimensão e que geralmente
são detectados por imuno-histoquímica ou métodos moleculares,
mas que poderiam ser identificadas com a coloração de rotina
pela hematoxilina e eosina (HE). As CTI [ITC] tipicamente
não mostram evidência de atividade metastática (p. ex., proli-
feração ou reação estromal) ou penetração em paredes de sei-
os linfáticos ou vasculares. Os casos com CTI [ITC] em
linfonodos ou em localizações à distância devem ser classifica-
dos como N0 ou M0, respectivamente. O mesmo se aplica para
os casos com achados sugestivos de células tumorais ou seus
componentes por técnicas não morfológicas tais como citometria
de fluxo ou análise de DNA. Estes casos devem ser analisados
separadamente16. Sua classificação é como se segue:
16 Hermanek P, Hutter RVP, Sobin LH, Wittekind Ch. Classification of isolated
tumor cells and micrometastasis. Cancer 1999; 86:2688-2673.
 INTRODUÇÃO 13
pN0 Ausência de metástase histológica em linfonodo
regional, nenhum exame para identificação de
célula tumoral isolada - CTI [ITC]
pN0(i-) Ausência de metástase histológica em linfonodo
regional, achados morfológicos negativos para
CTI [ITC]
pN0(i+) Ausência de metástase histológica em
linfonodo regional, achados morfológicos posi-
tivos para CTI [ITC]
pN0(mol-) Ausência de metástase histológica em linfonodo
regional, achados não-morfológicos negativos
para CTI [ITC]
pN0(mol+) Ausência de metástase histológica em linfonodo
regional, achados não morfológicos positivos
para CTI [ITC]
Os casos com células tumorais isoladas - CTI [ITC] ou exami-
nados para tal, em linfonodos sentinelas, podem ser classifica-
das como se segue:
pN0 (i-) (sn) Ausência de metástase histológica em
linfonodo sentinela, achados morfológicos
negativos para CTI [ITC]
pN0 (i+) (sn) Ausência de metástase histológica em
linfonodo sentinela, achados morfológicos
positivos para CTI [ITC]
pN0 (mol-) (sn) Ausência de metástase histológica em
linfonodo sentinela, achados não-
morfológicos negativos para CTI [ITC]
pN0 (mol+) (sn)Ausência de metástase histológica em
linfonodo sentinela, achados não-
morfológicos positivos para CTI [ITC]
14 INTRODUÇÃO
pM - Metástase à Distância
pMX A presença de metástase à distância não pode ser
avaliada microscopicamente
pM0 Ausência de metástase à distância, microscopicamente
pM1 Metástase à distância, microscopicamente
A categoria pM1 pode ser especificada do mesmo modo como
a M1 (ver página 10).
As células tumorais isoladas encontradas na medula óssea
com técnicas morfológicas são classificadas de acordo com o
esquema para N, p. ex., M0(i+). Para os achados não
morfológicos, "mol" é usado em adição a M0, p. ex., M0(mol+).
Subdivisões do pTNM
As subdivisões de algumas categorias principais estão disponí-
veis para aqueles que necessitam de maior especificidade,
(p. ex., pTla, 1b, ou pN2a, 2b).
Graduação Histopatológica
Na maioria das localizações anatômicas, informações pos-
teriores, relativas ao tumor primário podem ser registradas sob
os seguintes títulos:
G - Graduação Histopatológica
GX O grau de diferenciação não pode ser avaliado
G1 Bem diferenciado
G2 Moderadamente diferenciado
 INTRODUÇÃO 15
G3 Pouco diferenciado
G4 Indiferenciado
Nota: Os graus 3 e 4 podem ser combinados em algumas circunstâncias, como
"G3-4, Pouco diferenciado ou indiferenciado".
A classificação dos sarcomas de partes moles e de osso também utiliza
"alto grau" e "baixo grau".
Sistemas especiais de graduação são recomendados para tumores da mama,
corpo uterino e fígado.
Símbolos Adicionais
Para a identificação de casos especiais na classificação TNM
ou pTNM, os símbolos m, y, r e a, são utilizados. Embora não
alterem o grupamento por estádios, eles indicam os casos que
precisam ser analisados separadamente.
Símbolo m - O sufixo m, entre parênteses, é usado para indi-
car a presença de tumores primários múltiplos em uma única
localização primária. Ver regra número 5 do TNM.
Símbolo y - Nos casos onde a classificação é realizada duran-
te ou após uma terapêutica multimodal inicial, as categorias
cTNM ou pTNM, são identificadas por um prefixo y. As cate-
gorias ycTNM ou ypTNM, representam a extensão real do tu-
mor no momento do exame. A categoria y não é uma estimati-
va da extensão do tumor antes da terapia multimodal.
Símbolo r - Os tumores recidivados quando estadiados após
um intervalo livre de doença são identificados pelo prefixo r.
Símbolo a - O prefixo a indica que a classificação é determi-
nada, pela primeira vez, por autópsia.
16 INTRODUÇÃO
Símbolos Opcionais
L - Invasão Linfática
LX A invasão linfática não pode ser avaliada
L0 Ausência de invasão linfática
L1 Invasão linfática
V - Invasão Venosa
VX A invasão venosa não pode ser avaliada
V0 Ausência de invasão venosa
V1 Invasão venosa microscópica
V2 Invasão venosa macroscópica
Fator C
O fator C, ou fator de certeza, reflete a validade da classifica-
ção de acordo com os métodos diagnósticos empregados. Seu
uso é opcional.
As definições do fator C são:
C1 Evidência obtida por métodos diagnósticos padrões
(p. ex.: inspeção, palpação e radiografias convencio-
nais; endoscopia intraluminar para tumores de certos
órgãos)
C2 Evidência obtida por métodos diagnósticos especiais
(p. ex.: radiografias em projeções especiais, tomografias,
tomografia computadorizada [TC], ultra-sonografia,
linfografia, angiografia, cintigrafia, ressonância mag-
nética nuclear [RMN], endoscopia, biópsia e citologia)
C3 Evidência obtida por exploração cirúrgica, incluindo
biópsia e citologia
Nota: O comprometimento macroscópico da parede das veias (sem tumor
intraluminar) é classificado como V2.
 INTRODUÇÃO 17
C4 Evidência da extensão da doença, obtida após cirurgia
definitiva e exame histopatológico da peça operatória
C5 Evidência obtida por necrópsia
Exemplo: Graus de C podem ser aplicados às categoria T, N e M. Um caso pode
ser descrito como T3C2, N2C1, M0C2.
A classificação clínica TNM é, portanto, equivalente a C1,
C2 e C3 em variáveis graus de certeza, enquanto a classifica-
ção patológica pTNM é, geralmente, equivalente a C4.
Classificação do Tumor Residual (R)
A ausência ou presença de tumor residual após o tratamento é
descrita pelo símbolo R. Mais detalhes podem ser encontrados
no Suplemento do TNM (ver nota 11 do rodapé da página 3).
Geralmente, o TNM e o pTNM descrevem a extensão
anatômica do câncer sem considerar o tratamento. Eles podem
ser suplementados pela classificação R, que especifica a situa-
ção tumoral após o tratamento. Esta categoria de classificação
reflete o resultado do tratamento realizado, influencia os proce-
dimentos terapêuticas posteriores e é um forte preditor de prog-
nóstico.
As definições das categorias R são:
RX A presença de tumor residual não pode ser avaliada
R0 Ausência de tumor residual
R1 Tumor residual microscópico
R2 Tumor residual macroscópico
18 INTRODUÇÃO
Grupamento por Estádios
A classificação pelo Sistema TNM consegue uma descrição e
armazenamento razoavelmente precisos da extensão anatômica
aparente da doença. Um tumor com quatro graus de T, três
graus de N e dois graus de M terá 24 categorias TNM. Com a
finalidade de tabulação e análise, exceto em grandes séries, é
necessário condensar essas categorias num número conveni-
ente de estádios TNM.
O carcinoma in situ é categorizado como estádio 0; casos
com metástase à distância, estádio IV (exceto em determina-
das localizações, como por exemplo o carcinoma papilífero e
folicular da tireóide).
O grupamento adotado deve assegurar, tanto quanto possí-
vel, que cada grupo seja mais ou menos homogêneo, em termos
de sobrevida, e que as taxas de sobrevida destes grupos para
cada localização anatômica sejam distintas.
Para o agrupamento por estádios patológicos estabelece-se
que: quando o espécime cirúrgico for suficiente para que o exa-
me patológico avalie as mais altas categorias T e N, a categoria
M1 tanto pode ser clínica (cM1) como patológica (pM1). Po-
rém, se houver a confirmação microscópica de pelo menos uma
metástase à distância, a classificação é patológica (pM1) e o
estádio, também.
Resumo Esquemático
No final da classificação por cada localização anatômica, como
uma ajuda à memorização ou como um meio de referência, é
acrescentado um resumo esquemático dos principais pontos que
 INTRODUÇÃO 19
distinguem as categorias mais importantes. Essas definições
abreviadas não são completamente adequadas, e as definições
completas devem ser sempre consultadas.
Classificações Correlatas
Desde 1958, a OMS tem estado envolvida num programa com
a intenção de prover critérios internacionalmente aceitos para
o diagnóstico histológico dos tumores. Daí resultou a Classifi-
cação Histológica Internacional de Tumores, a qual contém,
em uma série ilustrada multi-volumes, definições dos tipos de
tumores e uma nomenclatura proposta. Uma nova série, A Clas-
sificação de Tumores da OMS - Patologia e Genética dos
Tumores, continua este empenho. Essa publicação pode ser ob-
tida online em www.iarc.fr/who-bluebooks/ ou por email,
iarcpress@who.int.
A Classificação Internacional de doenças para
Oncologia (CID-O) da OMS (ver rodapé 15, página 9) é um
sistema de codificação para neoplasias pela topografia e
morfologia e pela indicação do comportamento biológico (p.
ex., maligno, benigno). Essa nomenclatura codificada é idênti-
ca, no campo da morfologia para neoplasias, à Nomenclatura
Sistematizada da Medicina (SNOMED, sigla em Inglês), (NT.
publicada pelo Colégio Americano de Patologistas)17.
Com o intuito de promover a colaboração nacional e inter-
nacional na pesquisa do câncer e, especificamente, para facili-
tar a cooperação em pesquisas clínicas, é recomendável que a
Classificação de Tumores da OMS seja usada para classifica-
17 SNOMED International: The systematized nomenclature of human and
veterinary medicine. Northfield, III: College of American Pathologists,
http://snomed.org.
20 INTRODUÇÃO
ção e definição dos tipos de tumores e que os códigos da CID-
O sejam usados para o armazenamento e a recuperação dos
dados.
As principais modificações na 6ª edição de 2002, com-
paradas com a quinta edição de 1997, estão marcadas
por uma barra vertical à esquerda da página.
ESÔFAGO 69
Estômago
(CID-O C16)
Regras para Classificação
A classificação é aplicável somente para carcinomas. Deve
haver confirmação histológica da doença.
Os procedimentos para avaliação das categorias T, N e M
são os seguintes:
Categorias T Exame físico, diagnóstico por imagem,
endoscopia, e/ou exploração cirúrgica
Categorias N Exame físico, diagnóstico por imagem e/ou
exploração cirúrgica
Categorias M Exame físico, diagnóstico por imagem e/ou
exploração cirúrgica
Sub-localizações Anatômicas
1. Cárdia (e junção gastroesofágica) (C16.0)
2. Fundo do estômago (C16.1)
3. Corpo do estômago (C16.2)
4. Antro gástrico (C16.3) e Piloro (C16.4)
Linfonodos Regionais
Os linfonodos regionais do estômago são os perigástricos ao
longo da pequena e grande curvaturas e os localizados ao longo
70 TUMORES DO APARELHO DIGESTIVO
das artérias gástrica esquerda, hepática comum, esplênica e
celíaca, e os linfonodos hepato-duodenais. Os linfonodos regio-
nais da junção esôfago-gástrica são para-cárdicos, gástricos
esquerdos, celíacos, diafragmáticos e os mediastinais inferiores
para-esofageanos.
O envolvimento de outros linfonodos intra-abdominais - tais
como os retropancreáticos, mesentéricos e para-aórticos - é
classificado como metástase à distância.
TNM - Classificação Clínica
T - Tumor Primário
TX O tumor primário não pode ser avaliado
T0 Não há evidência de tumor primário
Tis Carcinoma in situ: tumor intra-epitelial sem invasão da
lâmina própria
T1 Tumor que invade a lâmina própria ou a submucosa.
T2 Tumor que invade a muscular própria ou a subserosa.1
T2a Tumor que invade a muscular própria
T2b Tumor que invade a subserosa
T3 Tumor que penetra a serosa (peritônio visceral) sem
invadir as estruturas adjacentes1, 2, 3
T4 Tumor que invade as estruturas adjacentes1, 2, 3
Notas: 1. O tumor pode penetrar a muscular própria com extensão para os
ligamentos gastro-cólico ou gastro-hepático ou para o omento maior ou
menor, sem perfuração do peritônio visceral que cobre estas estruturas.
Nesse caso, o tumor é classificado como T2b. Se existe perfuração do
peritônio visceral que reveste os ligamentos gástricos ou os omentos, o
tumor é classificado como T3.
2. As estruturas adjacentes ao estômago são o baço, cólon transverso,
fígado, diafragma, pâncreas, parede abdominal, supra-renal, rim, intesti-
no delgado e retroperitôneo.
3. A extensão intramural para o duodeno ou esôfago é classificada pela
profundidade da maior invasão em qualquer dessas localizações, inclusive
o estômago.
ESTÔMAGO 71
N - Linfonodos Regionais
NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados
N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais
N1 Metástase em 1 a 6 linfonodos regionais
N2 Metástase em 7 a 15 linfonodos regionais
N3 Metástase em mais de 15 linfonodos regionais
M - Metástase à Distância
MX A presença de metástase à distância não pode ser
avaliada
M0 Ausência de metástase à distância
M1 Metástase à distância
pTNM - Classificação Patológica
As categorias pT, pN e pM correspondem às categorias T, N e M.
pN0 O exame histológico do espécime de uma
linfadenectomia regional incluirá, geralmente, 15 ou
mais linfonodos. Se os linfonodos são negativos, mes-
mo que o número usualmente examinado seja não
encontrado, classifica-se como pN0.
G - Graduação Histopatológica
Veja definições na página 63.
72 TUMORES DO APARELHO DIGESTIVO
Grupamento por Estádios
Estádio 0 Tis N0 M0
Estádio IA T1 N0 M0
Estádio IB T1 N1 M0
T2a/b N0 M0
Estádio II T1 N2 M0
T2a/b N1 M0
T3 N0 M0
Estádio IIIA T2a/b N2 M0
T3 N1 M0
T4 N0 M0
Estádio IIIB T3 N2 M0
Estádio IV
T4 N1, N2, N3 M0
T1, T2, T3 N3 M0
Qualquer T Qualquer N M1
Resumo Esquemático
Estômago 
T1 
T2 
T2a 
T2b 
T3 
T4 
N1 
N2 
 N3 
Lâmina própria, submucosa 
Muscular própria, subserosa 
Muscular própria 
Subserosa 
Penetra a serosa 
Estruturas adjacentes 
1 a 6 linfonodos 
7 a 15 linfonodos 
> 15 linfonodos 
 
2
ABCD Arq Bras Cir Dig Artigo Original
2013;26(1):2-6
CONSENSO BRASILEIRO SOBRE CÂNCER GÁSTRICO: DIRETRIZES 
PARA O CÂNCER GÁSTRICO NO BRASIL
 
Brazilian consensus in gastric cancer: guidelines for gastric cancer in Brazil
Bruno ZILBERSTEIN, Carlos MALHEIROS, Laercio Gomes LOURENÇO, Paulo KASSAB, 
Carlos Eduardo JACOB, Antonio Carlos WESTON, Cláudio José Caldas BRESCIANI, 
Osvaldo CASTRO, Joaquim GAMA-RODRIGUES e Grupo do Consenso*
Trabalho organizado pela Associação 
Brasileira de Câncer Gástrico - ABCG e 
patrocinado pelo Colégio Brasileiro de 
Cirurgia Digestiva - CBCD, São Paulo, SP, Brasil.
*Os nomes dos demais autores deste artigo, 
membros do consenso, estão publicados 
ao final do artigo.
DESCRITORES - Neoplasias gástricas. 
Diagnóstico. Endoscopia. Quimioterapia. 
Consenso
RESUMO – Racional - No Brasil, o câncer gástrico é o quarto tumor maligno mais 
frequente entre os homens e sexto entre as mulheres. A causa é multivariada 
e os componentes de risco conhecidos. Ele tem seu prognóstico e tratamento 
definidos pela localização e estadiamento do tumor e número de linfonodos 
ressecados e acometidos. Objetivo - O Consenso Brasileiro sobre Câncer 
Gástrico foi idealizado pela ABCG com o intuito de emitir diretrizes que possam 
orientar os profissionais médicos no atendimento aos pacientes portadores 
desta afecção. Métodos - Foram respondidas e resumidas 43 questões refletindo 
consenso ou não sobre diagnóstico e tratamento que poderão ser empregadas 
como orientação para sua abordagem multiprofissional. O método envolveu 
três etapas. Inicialmente 56 cirurgiões do aparelho digestivo e médicos de 
especialidades correlatas reuniram-se para formular as perguntas que foram 
enviadas aos participantes para embasarem as respostas em evidências científicas 
e na experiência pessoal. Resumos aos temas foram apresentados, discutidos em 
plenário e votados em duas outras reuniões. Os temas abrangeram 53 perguntas 
envolvendo: diagnóstico e estadiamento (seis questões); tratamento cirúrgico 
(35 questões); quimioterapia e radioterapia (sete questões); e anatomopatologia, 
imunoistoquímica e perspectivas (cinco questões). Considerou-se consenso a 
concordância de mais de 70% dos votos em cada tema. Resultados - Todas 
as respostas foram apresentadas e votadas, e em 42 delas houve consenso. 
Conclusão - Pôde ser elaborado consenso na maior parte das questões que 
acompanham o atendimento dos pacientes com câncer gástrico, permitindo a 
elas serem encaminhadas para a confecção de Diretrizes sobre o tema.
ABSTRACT - Background - In Brazil, gastric cancer is the fourth most common 
malignancy among men and sixth among women. The cause is multivariate and 
the risks are well known. It has prognosis and treatment defined by the location 
and staging of the tumor and number of lymph nodes resected and involved. Aim 
- The Brazilian Consensus on Gastric Cancer promoted by ABCG was designed 
with the intention to issue guidelines that can guide medical professionals to 
care for patients with this disease. Methods - Were summarized and answered 43 
questions reflecting consensus or not on diagnosis and treatment that may be used 
as guidance for its multidisciplinary approach. The method involved three steps. 
Initially, 56 digestive surgeons and related medical specialties met to formulate 
the questions that were sent to participants for answers on scientific evidence and 
personal experience. Summaries were presented, discussed and voted in plenary 
in two other meetings. They covered 53 questions involving: diagnosis and staging 
(six questions); surgical treatment (35 questions); chemotherapy and radiotherapy 
(seven questions) and anatomopathology, immunohistochemistry and perspective 
(five questions). It was considered consensus agreement on more than 70% of 
the votes in each item. Results - All the answers were presented and voted upon, 
and in 42 there was consensus. Conclusion - It could be developed consensus on 
most issues that come with the care of patients with gastric cancer and they can 
be transformed in guidelines.
Correspondência: 
Associação Brasileira de Câncer Gástrico, 
e-mail abcg.secretaria@gmail.com
Fonte de financiamento: não há
Conflito de interesses: não há
Recebido para publicação: 04/09/2012
Aceito para publicação: 16/11/2012
HEADINGS - Stomach neoplasms. 
Diagnóstico. Endoscopy. Drug therapy. 
Consensus
ABCDDV/891
ABCD Arq Bras Cir Dig 2013;26(1):2-6
ABCD 26(1).indd 2 03/04/2013 08:48:28
3
INTRODUÇÃO
No Brasil, o câncer gástrico é o quarto tumor maligno mais frequente entre os homens e sexto entre as mulheres, segundo as 
estimativas do INCA para 20126. Em ambos os gêneros, 
a incidência aumenta a partir de 35-40 anos. 
A incidência vem diminuindo, mas a mortalidade 
permanece alta. No ocidente, a sobrevida em cinco 
anos é em torno de 30% nos países desenvolvidos 
e 20% nos países em desenvolvimento7. No oriente 
(Japão e Coréia do Sul) com programa de detecção 
precoce a sobrevivência está acima de 70 %.
No Brasil sua incidência varia de acordo com 
a região. O registro de câncer de base populacional 
publicado em 2010, mostrou que a cidade que registrou 
a maior incidência ajustada por idade entre os homens 
foi São Paulo (24,97/100.000 hab) e Goiânia entre as 
mulheres (11,32/100.000 hab) (taxas ajustadas pela 
população mundial). Dados consolidados de mortalidade 
mostraram números que variam de 19,57 mortes por 
100.000 homens no Amapá a 9,02 por 100.000 mulheres 
em Roraima. Independentemente da região do país, 
homens, idosos e indivíduos de classes sociais menos 
privilegiadas, são os mais frequentemente afetados16.
A causa é multivariada e os componentes de 
risco conhecidos são de origem: 1) infecciosa, como 
a infecção gástrica pelo Helicobacter pylori; 2) idade 
avançada e gênero masculino; 3) hábitos de vida como 
dieta pobre em produtos de origem vegetal, dieta 
rica em sal, consumo de alimentos conservados de 
determinadas formas, como defumação ou conserva 
na salga; 4) exposição à drogas, como o tabagismo; 5) 
associação com doenças, como gastrite crônica atrófica, 
metaplasia intestinal da mucosa gástrica, anemia 
perniciosa, pólipo adenomatoso do estômago, gastrite 
hipertrófica gigante e 6) história pessoal ou familiar de 
algumas condições hereditárias, como o próprio câncer 
gástrico e a polipose adenomatosa familiar9,16.
O tipo histológico mais comum (mais de 90% 
dos casos) é o Adenocarcinoma. Linfomas gástricos, 
sarcomas e GIST (tumor estromal gastrointestinal), 
tumores neuroendócrinos e outros mais raros têm 
potenciais evolutivos e tratamentos diferentes16.
O câncer do estômago tem seu prognóstico e 
tratamento definidos pela localização e estadiamento do 
tumor e número de linfonodos ressecados e acometidos. 
Sua localização é variada envolvendo ou não a junção 
esofagogástrica, ou mais raramente invadindo o 
duodeno. Em diversas séries pode-se evidenciar que 
mais de 50% dos pacientes com câncer inicial podem 
ser curados quando totalmente ressecados, enquanto 
cânceres proximais podem ser curados em menos de 20 
% das vezes, mesmo que iniciais14,23,24.
Infelizmente o seu diagnóstico, estadiamento e 
tratamento não obedecem padronização no Brasil. Devido 
à extensão do país, às diferenças de recursos disponíveis 
de assistência médica e à escassez de profissionais 
treinados, a sobrevivência dos doentes é muito baixa.
Com o objetivo de melhorar a assistência 
e, consequentemente,

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