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Procedimento ludodiagnostico

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Estudo do Capítulo 07: O Procedimento Ludodiagnóstico.
Autora: Rosa Maria Lopes Affonso
A SALA DE ATENDIMENTO
A sala de atendimento infantil onde se realiza o ludodiagnóstico:
Não deve ser a mesma dos adultos ou adolescentes;
Deve ser um local exclusivo e preparado para a criança se movimentar, utilizar os materiais, pintar a mesa ou a parede, jogar bola, molhar com água, etc.;
A sala também não pode ser muito pequena, para não restringir a movimentação infantil possível. O ideal é que tenha pelo menos 9 m2.
O chão e as paredes devem ser laváveis para as possíveis eventualidades e para que os descontroles das ações lúdicas não sejam vividos com angústias, tanto pelo terapeuta como pela criança;
Como se trata de um contexto ludodiagnóstico de avaliação psicológica, é sugerido que a sala tenha janela, com acesso a luz natural. Em edifícios, a janela deve ter rede de proteção;
No caso de uso de lâmpadas, é importante que elas estejam protegidas, pois podem ser atingidas por algum material e provocar acidentes.
Com relação ao mobiliário:
Recomenda-se que haja uma mesa lavável, revestida por fórmica branca, de 1,10m de comprimento, 70cm de largura e 65cm de altura. O revestimento em fórmica, além de facilitar a limpeza, impede que a criança deixe marcas na mesa, uma vez que a fórmica dificulta riscos;
O branco é recomendável na mesa por ser uma cor neutra, logo não interfere na produção lúdica;
O tamanho e a forma retangular da mesa facilitam a colocação dos materiais, pois pode-se deixar um espaço livre à frente da criança para que ela escolha o material a ser utilizado, ou seja, trata-se de uma disposição onde não é dirigido a escolha;
A largura e o comprimento da mesa facilitam o acesso aos materiais sem ter que sair da mesa para pegar um material , e a altura é a ideal para a utilização de crianças de 2 a 12 anos;
Geralmente o terapeuta senta-se num dos lados menores do retângulo, por ser menos persecutório, e, além disso, facilitar o acompanhamento das ações da criança;
Na sala deve haver ainda 2 cadeiras iguais, uma para a criança e outra para o terapeuta, ou seja, o terapeuta fica no mesmo plano que a criança, logo a altura do assento deve ser em torno de 35cm;
Além dessas cadeiras mantém-se uma cadeira de tamanho normal para adultos, que é disposta longe da mesa e pode ser utilizada por um dos pais ou responsáveis, no caso de a criança solicitar um acompanhante durante a sessão ludodiagnóstica;
Um divã, também lavável, será usado no caso de a criança preferir verbalizar ou deitar-se para alguma associação. Há terapeutas que em vez do divã utilizam colchões com almofadas laváveis. Tal preocupação pode parecer muito rigorosa, mas devemos contar com a possibilidade de algumas crianças já virem preparadas para uma associação livre.
O Armário das Caixas Lúdicas ou Boxes
Utilização de materiais individuais para cada criança. A individualidade dos materiais garante o sigilo terapêutico, principalmente se nos encontrarmos diante de um processo psicoterapêutico.
Quando não consideramos a individualidade dos materiais:
Podemos estar invadindo a privacidade da criança, expondo os seus conflitos, e isso as próprias crianças nos demonstram.
Klein demonstrou que:
Não devemos atender as crianças em seu habitat natural;
Que os materiais devem ser guardados em boxes e também se preocupou com os tamanhos dos materiais, entre outros aspectos.
Com relação ao armário e caixas lúdicas da sala:
É importante que haja um armário lavável dividido em boxes fechados, onde serão guardados os materiais de cada criança, ou então devem ser montadas caixas lúdicas individuais, guardadas em um armário fechado com prateleiras;
O importante é que apenas a criança atendida tenha acesso aos seus materiais, protegendo também o sigilo;
O armário é dividido em prateleiras, com uma única porta, onde serão colocadas as caixas lúdicas fechadas, ou em espaços com portinholas com chaves individuais (boxes);
A altura do armário é de aproximadamente 1,60m e a largura de 1,50m, com 45cm de profundidade;
A existência de um armário onde se guardam as caixas lúdicas, além de demonstrar o cuidado com a relação terapêutica, garante que outras crianças não mexam nas caixas ou mesmo queiram pinta-las.
A CAIXA LÚDICA E OS MATERIAIS
A importância do lugar onde será guardada a caixa lúdica:
O tamanho ideal que a caixa lúdica deverá possuir, 50cm de comprimento por 35cm de largura e, 35cm de altura;
Klein sugere que os materiais sejam pequenos, pois assim a criança consegue manipulá-los;
Não há ainda uma padronização para o que conter nela, mas Efron e colaboradores (1976) e Aberastury recomendam que sejam utilizados materiais Estruturados e Não Estruturados.
A importância da função de um material Estruturado e de um Não Estruturado:
Os materiais estruturados tem a função de facilitar a expressão, permitindo um rápido acesso à capacidade simbólica da criança, considerando que esta é a sua forma mais comum de interagir com o mundo no seu dia-a-dia, logo o material lúdico estruturado teria essa finalidade facilitadora;
Exemplos de Materiais Estruturados: Famílias de bonecos; famílias de animais selvagens e domésticos; casinha com quarto, cozinha, sala e banheiro; bola; armas de brinquedo, entre outros.
Os materiais não estruturados também tem a finalidade de facilitar a expressão infantil, principalmente para aquelas crianças que se sentem ameaçadas com o material estruturado, além de permitir a expressão da criatividade na sua forma de construção;
Exemplos de Materiais não estruturados: Lápis preto; caixa de lápis coloridos; guaches coloridos, com pelo menos cinco cores (azul, preto, amarelo, branco e vermelho); massa de modelar, papel espelho colorido; entre outros.
O material lúdico seja estruturado ou não estruturado, é encarado como um instrumento de expressão da saúde mental infantil, que permitirá a manifestação da brincadeira simbólica e que poderá permitir a imaginação de uma realidade dolorosa ou não, ou seja, cumpre um papel da expressão de aspectos positivos ou negativos de suas vivências e que faz parte dos comportamentos esperados num desenvolvimento infantil sadio.
De acordo com Klein:
Há alguns cuidados que devemos ter com a criança que não brinca, e o quanto este bloqueio está relacionado ao comprometimento pessoal e/ ou social;
Portanto, o faz de conta permite não só a representação de uma realidade angustiante como também sua elaboração ou mesmo o confronto da realidade interna com a vivenciada.
Na montagem de uma brinquedoteca hospitalar deve-se considerar:
Espaços com instrumentos cirúrgicos, macas, utensílios de higiene pessoal, enfim, materiais que possam facilitar a expressão, a representação da realidade vivida no contexto hospitalar, podendo ser transformada, elaborada, confrontada na brincadeira simbólica através dos brinquedos, tal como fundamentou Freud (1920).
A brincadeira simbólica:
A brincadeira simbólica manifesta pela criança, independentemente do material, sofre influências educacionais, familiares ou não, e a criança apresentará os seus conflitos sob a influência da família, que por sua vez esta inserida em uma determinada cultura;
Além disso, a brincadeira simbólica faz parte de uma das etapas do processo de socialização da criança, por isso, a escolha de determinado brinquedo ou brincadeira pela criança será analisada sob o enfoque evolutivo.
A caixa lúdica:
Deve conter elementos que pressupõe uma análise, não sendo, portanto, uma caixa lúdica qualquer;
O significado do brinquedo tem um valor fundamentado na teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud e nas teorias de desenvolvimento cognitivo.
O Diagnóstico:
O diagnóstico da problemática ou crise da criança é realizado no contexto evolutivo, no qual a investigação das etapas evolutivas da manifestação da brincadeira simbólica e de seus significados tem um papel importante. 
Logo, a escolha da abordagem psicanalítica não é uma opção, uma vez que pressupõe uma teoria do desenvolvimento.O mesmo acontece com a abordagem piagetiana em relação ao estudo do desenvolvimento das expressões práticas do bebê para as manifestações simbólicas na criança, pois o diagnóstico não é do brinquedo, e sim da manifestação das representações da mente infantil.
A CONDUTA DO PROFISSIONAL NA SITUAÇÃO 
Observador participante, fazer perguntas e/ou interagir na brincadeira;
O papel do profissional é passivo, porque ele funciona como observador, mas também ativo, na medida em que investiga e formula hipóteses sobre a problemática a ser utilizada.
Manter está postura mesmo se a criança solicitar a presença de um acompanhante, não ficar disputando atenção da criança com seu ente, e sim, no máximo, solicitar a não interferência deste.
Estar atento para intervir, na busca de diminuir possíveis reações de medo ou de angustias da criança;
Situações como a criança pedir, diversas vezes para ir ao banheiro e/ou querer sair da sala.
Sugerido não ficar anotando durante a sessão;
Parte-se do pressuposto de Freud (1914; 1920) de que há uma tendência da criança assim como no adulto de repetir e elaborar as situações ansiógenas ... Logo isso serve de seu subsidio para que pelo menos nos 3 encontros, as situações se repitam desta forma o profissional conseguirá notar e tomar nota em seus registros.
MANEJO TÉCNICO DA SITUAÇÃO LUDODIAGNÓSTICA 
A disposição da sala, dos móveis em si, evidenciará questões como a maneira de a criança interage com o mundo externo.
Figuras de autoridade, com um adulto etc.
Local higienizado, e sem materiais que represente outros atendimentos.
Os materiais da caixa lúdica devem estar dispostos sobre a mesa;
Em montinhos de animais, os blocos de madeira, ou de construção, utensílios de cozinha e material gráfico.
Isto porque se estivessem na caixa lúdica, algumas crianças poderiam inibir-se.
Materiais não estruturados (Lápis, macinhas etc) devem estar fora de suas caixas.
. 
Acesso à água;
Deve dispor em uma bacia, caso não haja pia na sala.
O CONTRATO DA SESSÃO LUDODIAGNÓSTICA
No primeiro contato com a criança é necessário esclarecer a ela os objetivos do encontro, explicar o porquê da presença do material e o papel do profissional e da criança na sessão. 
Como a situação ludodiagnóstica é realizada após as entrevistas com os pais ou responsáveis, em geral o profissional já tomou o cuidado de saber o que foi dito à criança ou de orientar tal esclarecimento aos pais ou responsáveis, procurando evitar situações fantasiosas ou de falsidade no encontro. 
Embora não se tenha um padrão a ser seguido, existem procedimentos comuns utilizados em uma sessão de ludodiagnóstico:
Primeiramente pergunta-se à criança se ela sabe os motivos que a levaram a esta situação;
Depois disso, são apresentados os motivos dos pais ou responsáveis que a levaram a esse encontro, mas tomando cuidado para não colocá-los no papel de pessoas más. Caso seja necessário mencionar os reais motivos, e estes devem ser expostos como uma tentativa de colaboração em relação a algo que não se esta conseguindo resolver sem uma ajuda profissional;
A apresentação dos materiais tem a função de colaborar para o entendimento das situações-problemas apresentadas e a finalidade de facilitar a expressão da criança. Além disso, pode-se dizer também que a utilização ou não do material pela criança é facultativa; 
No inicio da sessão, dever ser esclarecido o objetivo da mesma, que é compreender e tentar orientar os envolvidos no problema, e que outros contatos serão realizados quando necessário. É importante o profissional considerar que, embora o ludodiagnóstico tenha seus fundamentos na técnica psicanalítica, nem sempre a sua utilização é psicanalítica, pois pode, dependendo da demanda, não estar a serviço da psicanálise e sim da orientação dos pais ou responsáveis. Além disso, também há uma demanda de terceiros a ser atendida, que nem sempre corresponde às demandas da criança, mas que deve ser considerada. 
Após esses esclarecimentos, aguarda-se um posicionamento da criança, para ver como ela esta recebendo tal preocupação dos pais e, segundo Aberastury (1962), é o momento em que a criança pode demonstrar, através dos materiais, se tem ou não consciência do problema, bem como expressar os motivos que a levaram a apresentar tais dificuldades e o que necessita para saná-las. 
Aguardam-se as manifestações da criança, sejam verbais ou através da utilização dos materiais e, ela pode ser indagada pelo examinador, mas sempre com o cuidado necessário e que são sugeridos nas técnicas expressivas projetivas. 
As perguntas não podem ser seguidas como um roteiro, pois poderão não ser utilizadas, o que vai depender daquilo que a criança fizer ou desejar expressar. 
Alguns minutos antes do término da sessão ludodiagnóstica, sugere-se que seja retomado o que foi esclarecido no inicio da sessão, explicitando quais serão os objetivos seguintes. Conclui-se então o contrato, apontando o numero de encontros previstos e seus objetivos, duração e tempo, forma de pagamento, sigilo profissional e como se dará a finalização do processo de avaliação. 
Encerra-se a atividade lúdica após 50 minutos de sessão, porém antes do término, o examinador pede para a criança guardar os materiais segundo os seus critérios. Tal procedimento tem como objetivo verificar como a criança lida com regras e analisar como ela consegue conter ou cuidar dos conteúdos expressos.

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