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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESILIÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA NO OLHAR DA NEUROCIÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA/PR 
2017 
 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ 
 
ELIANE DA SILVA DANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESILIÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA NO OLHAR DA NEUROCIÊNCIA 
 
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como 
requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de 
certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de 
Neuroaprendizagem, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, 
inciso 2, da LDB 9394/96. 
Orientador (A): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA/PR 
2017 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem como objetivo do profissional trabalhar a inclusão com resiliência, 
desenvoltura e reflexão. Torna-se atingível analisar que na educação a busca é voltada à 
aprendizagem que proporciona a autonomia, a consciência, e outros elementos relevantes para 
efetuá-la. ​um bom profissional tem que se achar flexível pronto para se “mover” em qualquer direção que 
o leve para um resultado ideal, sem frustrações com garra e coragem para encarar os desafios do dia a 
dia, sendo ela mesma, sem perder os seus princípios a sua essência. O professor deve sempre incluir os 
sujeitos sindrômicos deficientes e com transtorno de Déficit de atenção e outros sempre com o interesse 
de ajudá-los. Trabalhar em equipe e ao mesmo tempo ter a capacidade de olhar para si mesmo, 
compreendendo a importância da adaptação do profissional e sua vivência e ou experiência no âmbito da 
instituição e seu comportamento entre desafios. Não importa o tamanho da dificuldade que o aluno tenha 
de aprender, dependendo do tamanho da sua deficiência os profissionais da área tem que achar o melhor 
caminho para obter resultados positivos para o seu desenvolvimento. Em termos educacionais, a 
expressão “fracasso escolar” representa uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda 
da escola. O neuropsícopedagogo deve atuar em seu campo de maneira que a partir da consciência é 
possível organizar as próprias atividades, evidenciando o conhecimento de si mesma e realizando suas 
tarefas de maneira autônoma, gerando aprendizagem mais significativas. 
 
 
Palavras-chave:​​ Resiliência. Desenvoltura. Reflexibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A resiliência funciona como uma esponja que ao apertá-la se deforma e 
depois ela volta ao seu estado normal. Considerando isso, um bom 
profissional tem que se achar flexível pronto para se “mover” em qualquer 
direção que o leve para um resultado ideal, sem frustrações com garra e 
coragem para encarar os desafios do dia a dia, sendo ela mesma, sem perder 
os seus princípios a sua essência. O aperto da esponja nada mais é do que 
se curvar diante das situações críticas e depois erguer a cabeça após ter 
sofrido uma situação fora do comum. Esse tema tem sido muito discutido em 
vários segmentos exigindo dos profissionais mais competência no campo de 
trabalho. O ser humano tem se desenvolvido para enfrentar desafios onde o 
mundo atual espera mais conhecimento mais agilidade mais competência. 
A inclusão das crianças na educação básica requer resiliência reflexão 
e muita desenvoltura do profissional dentro da instituição porque se o 
profissional não tem esses requisitos poderá entrar em choque com todos e 
consigo mesmo, ter aptidão e estar ciente do seu eu profissional se olhar no 
espelho e dizer para si: estou eu pronto para começar a batalha e enfrentar 
os desafios, desempenhar o papel que me cabe dentro da instituição, porque 
para isso é preciso ter o conhecimento necessário carregado da bagagem 
que está inserida neste contexto. 
O professor deve sempre incluir os sujeitos sindrômicos deficientes e 
com transtorno de Déficit de atenção e outros sempre com o interesse de 
ajudá-lo, ter desenvoltura que seria fazer sua atividade com desembaraço e 
ter a capacidade de desenvolver algo com facilidade e com muita vivacidade 
procurar o melhor material para desenvolvê-lo para se tornar mais eficiente 
como profissional, com os objetivos de inseri-los no meio com afetividade 
para socializar dando-lhes suportes com uma equipe de trabalho como a 
família, profissionais da área como o neuropsicopedagogo, professor, 
psicólogo e médico. 
 
Já a reflexibilidade não condiz ao individualismo, mas trabalhar em 
equipe e ao mesmo tempo ter a capacidade de olhar para si mesmo, 
compreendendo a importância da adaptação do profissional e sua vivência e 
ou experiência no âmbito da instituição e seu comportamento entre desafios. 
Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo trazer subsídios para 
melhor entender o processo trazendo uma melhor compreensão dos 
conceitos trazidos acima através de uma revisão de literatura de artigos e 
livros em formato digital e físico, referentes ao tema escolhido.. 
Com o presente artigo objetiva-se ampliar o conhecimento dando o 
entendimento de que não precisa temer a qualquer dificuldade que houver de 
acordo com cada desafio, mas é preciso ter resiliência desenvoltura e reflexão 
ao tratar com os alunos com trajetória de insucesso lembrando sempre que 
somos um eterno aprendiz. Um novo campo de aprendizado ou 
especialização é um meio ideal para deixar em dia os novos conhecimentos, 
a neurociência não pára e tem mostrado diariamente novas descobertas. 
 
2 O QUE É SER APRENDIZ 
 
A presença do fracasso escolar é considerada historicamente como um 
dos maiores desafios para a qualificação do sistema brasileiro educacional, 
neste estudo o principal objetivo é buscar ajuda da contribuição da 
neurociência na prática do Neuropsícopedagogo; Patto (1999). 
Não importa o tamanho da dificuldade que o aluno tenha de aprender, 
dependendo do tamanho da sua deficiência os profissionais da área tem que 
achar o melhor caminho para obter resultados positivos para o seu 
desenvolvimento; investigar o embasamento teórico-prático que o profissional 
utiliza com os neuroaprendizes para ambos não fracassarem. “A 
Neuroaprendizagem estuda essas bases neurais do comportamento humano 
cérebro e as lesões cerebrais que afetam a cognição psicologia e 
neurologia”. (CLAXTON, 2005, p.135). 
Segundo Claxton (2005) Existem três pilares, primeiro: a resiliência, 
que é saber interpretar as situações da aprendizagem, quando pode explorar 
 
ou também o momento de afastar-se, assim como tolerar os diversos 
sentimentos advindo da aprendizagem, pois compreende-se que o processo 
da aprendizagem perpassa alguns fatores necessários para o 
amadurecimento. 
Para Berg (2014) a palavra resiliência surgiu na física e significa a 
capacidade do indivíduo lidar com situações adversas, superar pressões , 
obstáculose problemas, e reagir positivamente a eles sem entrar em conflito 
psicológico ou emocional. 
O segundo pilar é a reflexão de acordo com CLAXTON (2005, p. 135) 
“É preciso conhecer sua própria mente, no qual estar consciente de suas 
potencialidades e fragilidades; de fazer uma avaliação de sua própria 
aprendizagem administrá-la eficientemente”. 
Finalmente a desenvoltura é quando a busca é mais desenvolta mais 
engenhosamente novas maneiras de superar os problemas que facilitam o 
desenvolvimento aprendizagem. (CLAXTON, 2005). 
A escola precisa refletir suas práticas para não estigmatizar as 
crianças, prejudicando sua autoestima e o seu desenvolvimento, sem culpar 
uma única pessoa tanto o aluno como o professor a escola ou a família. 
 
Um transtorno neurobiológico pelo qual o cérebro humano funciona 
ou é estruturado de maneira diferente. Essas diferenças interferem 
na capacidade de pensar e recordar. Os transtornos de 
aprendizagem podem afetar a habilidade da pessoa para falar, 
escutar, ler, escrever, soletrar, raciocinar, recordar, organizar a 
informação ou aprender matemática. ( GÓMEZ; TÉRAN, 2010, p. 
93). 
 
O neuropsícopedagogo é um profissional da Neuropsicopedagogia, 
que tem o compromisso de melhorar o ensino-aprendizagem e ter 
conhecimento sobre neurodesenvolvimento do indivíduo […] (OLIVEIRA, 
2014, p.16). O papel do professor é ensinar e mediar situações de 
aprendizagem para que o indivíduo esteja preparado para útiliza-las nos 
diversos âmbito da vida, e não tenha uma aprendizagem fragmentada sem 
saber relacioná-las com a sua realidade social; Tanto o Professor quanto o 
neuropsicopedagogo a sua área de atuação é na instituição escolar 
 
respeitando seu limite de espaço, mas com resiliência reflexão e desenvoltura 
buscando apoio de outros profissionais competentes da área inserida no 
contexto, pois, tratar do fracasso escolar e o transtorno neurobiológico não é 
tarefa fácil 
Ressaltando as questões biológicas e funcionais do corpo humano 
para poder atuar profissionalmente bem em todas as áreas do trabalho “[...] A 
confiança em si mesmo é um sentimento pelo qual o indivíduo dará provas de 
sua audácia e de sua segurança quanto ao sucesso de uma experiência” 
(LAFORTUNE; SAINT-PIERRE, 1996, p.30-31). 
Daí resulta a reformulação de sua capacidade profissional para criar 
um profissional facilitador da aprendizagem, prático reflexivo, envolvendo 
nesse processo educativo, não só o seu conhecimento como as novas 
necessidades dos alunos e as ansiedades dos familiares, atingindo metas 
pessoais, profissionais, institucionais e sociais. Ele se organiza e auxilia na 
organização educativa. (IMBÉRNON, 2004). 
 
3 NEUROCIÊNCIAS E A PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 
A sociedade brasileira de Neuropsicopedagogia a Define como: uma 
ciência transdisciplinar , fundamentada nos conhecimentos da neurociência 
aplicada à educação com interfaces da Pedagogia e Psicologia Cognitiva que 
tem como objetivo formal ao estudo a relação entre o funcionamento do 
sistema nervoso e a aprendizagem humana numa perspectiva de 
reintegração pessoal social e educativa. (SBNP; 2016) 
Tratar a questão do fracasso escolar é aceitar que este fenômeno é um 
dos grandes desafios para a qualidade da educação em nosso país. Em 
termos educacionais, a expressão “fracasso escolar” representa uma resposta 
insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Nesta 
perspectiva, percebe-se que essa triste realidade causada pelo fracasso 
escolar acaba desestruturando os ideais de inúmeros brasileiros, como é 
possível observar na afirmação de Corde: 
 
 
O fracasso escolar afeta o sujeito em sua totalidade. Ele sofre, ao 
mesmo tempo, com a falta de estima por não estar à altura de suas 
aspirações, ele sofre também com a depreciação. Quando não com 
o desprezo que lá no olhar dos outros. O fracasso atinge, portanto, 
o ser íntimo e o ser social da pessoa (CORDIE, 1996, p.14 ) 
 
A partir dessa realidade vivida, é que surge a proposta de se investigar 
de que forma a neurociência pode contribuir ou interferir na formação e no 
exercício da prática neuropsicopedagógica, ou seja, de que forma a 
neurociências pode influenciar no desempenho efetivo do 
neuropsicopedagogo ao lidar com os obstáculos e desafios enfrentados pelos 
alunos, durante o processo de aprendizagem e em especial, os provenientes 
de sua trajetória marcada pelo sucesso escolar. 
Então, exercer uma prática pedagógica de forma eficiente e eficaz e 
conforme as metas educacionais estabelecidas, teria como missão de reduzir 
dos altos dos índices elevados de evasão e repetência escolar, através de um 
ensino pautado na qualidade e numa prática pedagógica inclusiva. 
Segundo Jensen (2011) Compreendendo funcionamento do cérebro 
por meio da neurociência, a relevância do cérebro se dá quando nós 
apresentamos a habilidade de aprender e também de rever nossos 
comportamentos ao longo da vida, lembrando que ao nascermos possuímos 
um cérebro maleável, em que, desde o nascimento, as informações são aos 
poucos inseridas, por meio de conexões chamadas sinapses que é o local 
que regula a passagem da informação no sistema cerebral e que tem um 
papel fundamental na aprendizagem por assegurar nossos primeiros 
processos vitais no mundo. 
Para nós, humanos, quanto mais complexos, variados e estimulantes 
forem os impulsos que o cérebro receber, mais eficaz será as conexões 
feitas, a qual constitui a plasticidade que nos possibilita novas aprendizagens 
a todo instante. Por isso, podemos considerar que a criança ao ingressar no 
mundo externo já possui sua bagagem prévia de valores, com meio social, 
contexto familiar, experiências de vida e relações afetivas estabelecidas, as 
quais farão diferença na sua aprendizagem do momento atual e nas que 
 
ainda virão; juntamente das pessoas com quem terão contato nos vários 
ambientes de vivência. 
Ao falar de estímulo, o meio em que estamos inseridos também 
contribui para o crescimento intelectual da criança, do adolescente ou do 
adulto, pois nós interagimos e aprendemos com o mundo em que vivemos, 
pelo fato do processo ser realizado extrínseca e intrinsecamente; mas caso o 
indivíduo seja participante de um ambiente em que seus colaboradores 
possuem poucas oportunidades ou uma bagagem restrita de conhecimento é 
possível que o trabalho exija um pouco mais de dedicação dos meios em que 
vive. Ao trabalhar com o conceito de cognição, FERRERAS (1998) inserido na 
perspectiva da psicologia cognitiva pontua que a mesma é parte dos eventos 
mentais, das ideias, dos sentimentos, das imagens e da consciência; com o 
objetivo de construir aprendizagens. 
Para que a aprendizagem seja estabelecida de maneira significativa 
precisa-se identificar a disposição de cada um para construir, elaborar, 
planejar e modificar ações, com o auxílio e mediação do adulto, porque desdeque nascemos temos a oportunidade de estabelecer nossas aprendizagens e 
conhecer os meios e níveis que facilitam e caracterizam a construção de um 
bom aprendiz. Como tem sido assinalado por Claxton (2005, p.16), " A 
aprendizagem não é algo que fazemos às vezes, em locais especiais ou em 
alguns períodos da nossa vida. É parte da nossa natureza. Nós nascemos 
aprendizes ". Quando mencionado que o ser humano nasce aprendiz, há a 
possibilidade de que ele busque ferramentas e vá além das suas primeiras 
aprendizagens, ou seja, que o processo tenha seus aprimoramentos. 
Atividade Reflexiva: é importante colocar que o processo de aprendizagem 
nem sempre possui internalizações positivas; e precisamos compreender que 
também faz parte do aprender, as frustrações, o erro, o recomeço, dentre 
outros aspectos que objetivam a reelaboração do aprendizado. Um bom 
aprendiz para estar em ação necessita de três pilares: a resiliência, a 
desenvoltura e a reflexibilidade. No primeiro, a aprendizagem é abordada 
como uma atividade intrinsecamente emocional e que tem a expectativa do 
sujeito não desanimar diante de suas dificuldades, mas ter coragem e ousadia 
 
em ir à luta, realizar suas atividades, buscar ferramentas que auxiliem a 
trajetória, lembrando da interação com o meio e a mediação do aprendiz com 
o objeto. Claxton (2005, p.13), acredita que uma aprendizagem resiliente 
pode ser vista quando " a criança ou o adulto está mais disposto a tentar. É 
mais capaz de compreender a avaliação feita por outrem e assim confiar 
neste segundo olhar ". A resiliência está relacionada ao indivíduo saber 
interpretar as situações. 
Segundo Souza e Andrada (2013, p.360) Vygotsky em seu livro 
“Pensamento e linguagem”, defende que afetividade é indissociável do 
pensamento: “para compreender a fala de outrem não basta entender as suas 
palavras – temos de compreender o seu pensamento”. Mas nem mesmo isso 
é suficiente – também é preciso que conheçamos a sua motivação. 
 
A criança cujo desenvolvimento se há complicado por um defeito, 
não é simplesmente devido que seus coetâneos normais, é uma 
criança menos desenvolvida, mas uma criança desenvolvida de 
uma outra forma. (vygotsky, 1989, p.3). 
 
 
Resulta interessante a análise que propõe da “ estrutura do defeito”, 
conceito no qual analisa as particularidades de expressão das “dificuldades” 
da criança e destaca a necessidade de conhecer e aproveitar as 
potencialidades da qualidade da criança. 
 
4 ALGUNS PONTOS DA CONCEPÇÃO DE VYGOTSKY 
 
Nos últimos anos inúmeros estudos foram realizados no intuito de se 
entender de forma mais assertivas. É justamente nesse contexto que se 
encaixa a neurociência. Ela corresponde a área em que estuda o sistema 
nervoso central, como suas funcionalidades, estruturas, fisiológica e patologias. 
Esse sistema é responsável por estruturar as atividades do corpo, sejam elas 
voluntárias ou não. Através dos cinco sentidos resulta em seu 
desenvolvimento intelectual, comportamentos, interações e adaptação ao meio. 
O trabalho de Vygotsky, segundo LUCCI (2006), é fortemente influenciado 
 
pelas ideias de Marx e Engels, pela dialética de Hegel, pelo evolucionismo de 
Darwin, pela filosofia de Espinosa e pelas ideias de Pierre Janet, entre outros 
pensadores. É a partir das ideias desses autores que Vygotsky formou sua 
base de entendimento de que: ​A Psicologia Histórico-Cultural tem sua gênese 
na compreensão marxista-leninista do conceito de ​atividade​, pois é nela que 
se encontra a essência genérica do homem. A atividade humana é 
determinada pelas formas e meios de comunicação que são possibilitados 
pelo processo de desenvolvimento da produção social. A atividade do 
homem concreto depende do lugar que ele ocupa na sociedade, de sua 
condição de classe, condições objetivas de vida e das mediações que 
constituem sua individualidade, instância única e original, reconhecida como 
síntese de múltiplas determinações (LEONTIEV, 1978a). 
A origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores é 
social. Há três classes de mediadores: signos e instrumentos; atividades 
individuais e relações interpessoais; O desenvolvimento de habilidades e 
funções específicas, bem como a origem da sociedade, é resultante do 
surgimento do trabalho, este entendido como ação/movimento de 
transformação e que é pelo trabalho que o homem, ao mesmo tempo em que 
transforma a natureza para satisfazer as suas necessidades, se transforma 
também; Existe uma unidade entre corpo e alma, ou seja, o homem é um ser 
total. 
Especialmente os postulados darwinianos de mutação, recombinação e 
seleção natural, que pressupõem instabilidade e movimento no decorrer do 
tempo, assim como a noção de ordem e a direção da evolução, serviram de 
base para formulações de Vygotsky, como, podemos ver nas mudanças dos 
conhecimentos e significados sociais; O desenvolvimento não pressupõe uma 
sucessão de estágios lineares, fixo e aleatórios, mas que cada estágio supõe o 
seguinte, isto é, o fato de o processo de desenvolvimento ocorrer por estágios 
não significa que estes sigam um percurso contínuo, eles são marcados por 
avanços e retrocessos, mas seguem uma ordem de aparecimento, o que não 
implica que tenham que ser vivenciados em sua plenitude, e um estágio 
constitui um pré-requisito para o próximo. O desenvolvimento cultural segue as 
mesmas leis da seleção natural, e o indivíduo adulto é produto de 
 
comportamentos herdados, que são modificados pelas relações sociais; Que 
para explicar o comportamento humano é preciso considerar as condições 
biológicas e como estas são modificadas nas relações sociais e culturais. Outra 
fonte de influência foi à linguística, por suas discussões sobre origem da 
linguagem e sua possível influência sobre o desenvolvimento do pensamento. 
Essa temática influenciou sobremaneira o pensamento de Vygotsky, pois a 
encontramos permeando todo o seu trabalho. 
Outro ponto de influência é o cenário sociopolítico que valorizava a 
ciência, enquanto instrumento a serviço dos ideais revolucionários, na busca 
de respostas rápidas para a construção de uma nova sociedade. Vygotsky 
afirma que a criança “pensa lembrando” enquanto o adulto “lembra 
pensando”, enfatizando a importância dos chamados meios artificiais para o 
controle de processos psicológicos. Estes são produtos desenvolvimento 
histórico. Vygotsky teve papel fundamental na introdução da cultura na 
constituição da psique (LUCCI, 2006). 
VYGOTSKY (2003) se inspira no materialismo dialético de origem 
marxista para postular os fundamentos da evolução do psiquismo, ele aborda 
o desenvolvimento humano a partir da fase mais elementar da estrutura 
psíquica, desde os processos inferiores involuntários, da ordem do biológico. 
Quando em contato com os elementos da cultura, essas estruturas psíquicas 
primitivasevoluem medidas pela atividade prática do homem: o uso de 
instrumentos, a divisão social, do trabalho, a própria necessidade de interação 
social. As mudanças que ocorrem em cada um de nós tem suas raízes na 
sociedade e na cultura – o sistema de sinos (a linguagem, a escrita, o sistema 
de números) é pensado como sistema de instrumentos, os quais foram 
criados pela sociedade, ao longo de sua história. Esse sistema muda a forma 
social e o nível de desenvolvimento cultural da humanidade. 
Segundo ​VYGOTSKY (2012) Não há como aprender e apreender o 
mundo se não tivermos o outro (a mediação), ou seja, a aprendizagem 
sempre inclui relações entre as pessoas , assim, a relação do indivíduo com 
o mundo está sempre mediada pelo outro, aquele que nos fornece os 
significados que nos permitem pensar o mundo a nossa volta. Não há um 
 
desenvolvimento pronto e previsto dentro de nós que vai-se atualizando 
conforme o tempo passa na medida em que recebemos influências externas. 
O desenvolvimento não é pensado como algo natural nem mesmo como 
produto exclusivo da maturação do organismo, mas como um processo no 
qual estão presente na maturação do organismo, o contato com a cultura 
produzida pela humanidade e as relações sociais que permitem a 
aprendizagem. Neste momento aparece o “outro” como alguém fundamental, 
pois é quem nos orienta no processo da apropriação da cultura (OLIVEIRA, 
1997) 
 
[…] Em todas essas atividades está o “outro”. Parceiro de todas as 
horas, é ele que lhe diz o nome das coisas, a forma certa de se 
comportar, é ele que explica o mundo, que lhe responde aos 
“porquês”, enfim, é o seu grande intérprete do mundo. A atividade 
externa se internaliza possibilitando o desenvolvimento das funções 
psíquicas superiores. A escola surgirá, então, como o lugar 
privilegiado para esse desenvolvimento e/ou aprendizagem é um 
processo essencialmente social que ocorre na interação com os 
adultos e com colegas como mediadores da cultura ( Bock, et ai, 
1999, p. 124). 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
É possível concluir que um ambiente escolar mais precisamente uma 
turma na sala de aula nunca será homogênea, pois, diversas crianças com 
seus anseios e expectativas convivem juntas neste mesmo ambiente, e 
poderão ser frustradas se o profissional não estiver preparado. O fracasso 
escolar está presente em todas as escolas, e é nesse momento que se destaca 
a importância do profissional resiliente com desenvoltura e flexibilidade. Um 
profissional que enfrente o dia à dia com coragem buscando sempre recursos e 
materiais eficientes para promover o bem estar e o entusiasmo de todas as 
crianças para poderem seguir em frente ambos numa troca ou reciprocidade, o 
aprender a aprender sempre presente. 
Sabe-se que não é uma conduta fácil na prática, na verdade, é uma 
tarefa árdua, mas prazerosa quando “o fazer” busca o conhecimento para o 
próprio desenvolvimento e crescimento, não apenas como profissional, mas 
 
como pessoa, um ser humano especial que enxerga a necessidade do outro 
com afetividade que discerni o pensamento do outro. 
Não há uma única forma de aprender, mas várias formas de aprender, 
havendo possibilidades de processos de informações assimiladas e aprendidas 
muito além do básico. O fracasso escolar afeta o sujeito em sua totalidade, na 
perspectiva da psicologia cognitiva, a mesma é parte dos eventos mentais, das 
ideias, dos sentimentos, das imagens e da consciência; com o objetivo de 
construir aprendizagens. 
A Neurociência tem contribuído para o neuropsícopedagogo atuar em 
seu campo de maneira que a partir da consciência é possível organizar as 
próprias atividades, evidenciando o conhecimento de si mesma e realizando 
suas tarefas de maneira autônoma, gerando aprendizagem mais significativas. 
Ela também não diz respeito apenas ao sistema nervoso, mas também, como 
as experiências sensoriais adquiridas ao longo da vida são processadas pelo 
cérebro e são transformadas em conhecimento. 
 
 
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____________ A aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade 
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pp.103-117.2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PIAGET, VYGOTSKY E WALLON: CONTRIBUIÇÕES PARA OS ESTUDOS 
DA LINGUAGEM Caciana Linhares Pereira* 
http://www.scielo.br/pdf/pe/v17n2/v17n2a10.pdf 
 
REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA SOBRE A 
CATEGORIA CONSCIÊNCIA WANDA MARIA JUNQUEIRA AGUIAR Doutora 
em Psicologia Social e Docente na Faculdade de Psicologia da PUC/SP 
(p.126) 
 
As compreensões do humano para Skinner, Piaget, 
Vygotski e Wallon: pequena introdução às teorias e 
suas implicações na escola 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2013000300005 
 
 
 
 
Vera Lucia Trevisan de Souza; Paula Costa de Andrada 
Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, 
Pós-Graduação em Psicologia. Av. Jonh Boyd Dunlop, s/n., Prédio 
Administrativo, Jd. Ipaussurama, 13059-900, Campinas, SP, Brasil. 
Correspondência para/Correspondence to: V.L.T. SOUZA. E-mail: 
<vtrevisan@puc-campinas.edu.br>

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