METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA QUESTIONÁRIO I

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METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA – QUESTIONARIO I 
 
 Pergunta 1 
0,3 em 0,3 pontos 
 
As discussões acerca da necessidade de se adotar uma concepção de 
ensino-aprendizagem diferente daquela praticada no passado nos 
trouxe uma série de incertezas em relação à educação. De certo modo, 
essa desestabilização em que nos encontramos é interessante, pois... 
 
Resposta 
Selecionada: 
d. 
é ela que nos move em busca de soluções para os 
problemas que estão em debate. 
Respostas: a. 
sem ela correríamos o risco de ver o ensino cair na 
monotonia. 
 
b. 
a partir dela podemos reiterar nossas concepções com 
justificativas cada vez melhores. 
 
c. 
nem todos pensamos de modo igual, por isso cada um 
deve ensinar da maneira que achar correto. 
 
d. 
é ela que nos move em busca de soluções para os 
problemas que estão em debate. 
 
e. 
permite que verifiquemos a solidez das concepções 
vigentes. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa D. 
Comentário: Quando estamos repletos de certezas em 
relação ao ensino, entramos em uma zona de conforto tal, 
que ficamos impedidos de perceber as lacunas e problemas 
existentes na realidade que nos cerca. As certezas não 
oferecem espaço para discussões e reflexões, além disso, 
tendem a perpetuar as práticas adotadas no modelo em que 
acreditam. É só quando surgem as dúvidas que nos 
mobilizamos para conhecer melhor a questão e propor as 
mudanças necessárias. 
 
 
 Pergunta 2 
0,3 em 0,3 pontos 
 
As pesquisas realizadas por Emília Ferreiro, sob a orientação de Jean 
Piaget, trouxeram contribuições significativas para o ensino brasileiro. 
Entretanto, na apropriação dessa concepção teórica houve várias 
interpretações equivocadas que, consequentemente, contribuíram para 
que tivéssemos resultados desastrosos nesse processo de mudança. 
Essa apropriação equivocada ocorreu principalmente porque... 
 
Resposta e. 
 
Selecionada: não houve investimento suficiente na formação dos 
professores para que estes entendessem os princípios 
norteadores dessa concepção de ensino. 
Respostas: a. 
os estudos de Emília Ferreiro ainda eram superficiais e 
precisavam ser mais aprofundados por ela e por toda sua 
equipe de pesquisa. 
 
b. 
Piaget era considerado um estudioso da área da 
psicologia e não da educação, por esse motivo não 
poderia contribuir com propostas de mudanças na 
educação. 
 
c. 
as traduções dos documentos oficiais sobre os estudos de 
Ferreiro ainda não estavam disponíveis, o que gerou 
muita confusão. 
 
d. 
Ferreiro e Piaget não são brasileiros, e, desconhecendo 
nossa realidade, realizaram estudos que estão distantes 
do nosso contexto nacional. 
 
e. 
não houve investimento suficiente na formação dos 
professores para que estes entendessem os princípios 
norteadores dessa concepção de ensino. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa E. 
Comentário: No afã de colocar em prática, o mais rápido 
possível, uma nova proposta de ensino, as escolas se 
apropriaram de conceitos, orientações e encaminhamentos 
dessa "nova" concepção de forma muito precipitada. O 
processo de formação de professores não recebeu a atenção 
que merecia e foram adotados alguns procedimentos que, 
além de muito diferentes daqueles até então praticados, não 
faziam muito sentido para os professores, a quem pouco foi 
explicado sobre os motivos que geraram as mudanças 
propostas. 
 
 Pergunta 3 
0,3 em 0,3 pontos 
 
Há entre os educadores um discurso recorrente que defende a 
necessidade de modificar o ensino. De um modo geral, os defensores 
dessa ideia são contra o ensino mecanizado, a repetição de modelos, a 
cópia, a memorização etc. Esse posicionamento se justifica por... 
 
Resposta 
Selecionada: 
d. 
acreditar na necessidade de promover um ensino que 
possibilite ao aluno sair da passividade de seu processo 
de aprendizagem e caminhar em direção à atividade. 
Respostas: a. 
 
entender que o ensino atual necessita essencialmente da 
facilidade e da modernidade proporcionadas pelas 
tecnologias atuais. 
 
b. 
compreender que o ensino precisa adaptar-se às 
exigências do mercado de trabalho atual, dando ao aluno 
condições para nele inserir-se. 
 
c. 
perceber a urgência de modificar as práticas de ensino 
para que o professor possa ter condições de lutar por 
melhores salários para a categoria. 
 
d. 
acreditar na necessidade de promover um ensino que 
possibilite ao aluno sair da passividade de seu processo 
de aprendizagem e caminhar em direção à atividade. 
 
e. 
viabilizar um ensino que tenha por finalidade permitir que 
o aluno construa sozinho o seu conhecimento, pois essa é 
a expectativa que a sociedade tem em relação a ele. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa D. 
Comentário: O ensino oferecido no passado era 
fundamentado na concepção de que o aluno era uma folha 
em branco sobre a qual podíamos "imprimir" o 
conhecimento. Por esse motivo, ao aluno eram oferecidos 
modelos para que, pelo treino, repetição e cópia, pudesse 
aprender. O que pretendemos hoje é possibilitar que ele seja 
protagonista do seu processo de aprendizagem, que o 
conhecimento proposto na escola possa interagir com aquilo 
que já sabe pela experiência e que, a partir de então, a 
aprendizagem ocorra. 
 
 Pergunta 4 
0,3 em 0,3 pontos 
 
Mesmo com todas as práticas inadequadas de leitura e escrita que 
vivenciamos no passado, a maioria das pessoas aprendeu a ler e a 
escrever. Esse é o principal argumento daqueles que defendem a 
manutenção do ensino tradicional. Entretanto, para os educadores 
preocupados em propor modificações no ensino, essa justificativa não é 
suficiente para manter a educação como está. Isso porque... 
 
Resposta 
Selecionada: 
c. 
aprendíamos a decifrar palavras e não a interagir de 
forma autônoma e competente com o texto lido. 
Respostas: a. 
hoje temos muito mais material para ser lido do que o 
que tínhamos no passado. 
 
b. 
pretendemos que o aluno consiga armazenar mais 
 
informações do que lhe era permitido antes. 
 
c. 
aprendíamos a decifrar palavras e não a interagir de 
forma autônoma e competente com o texto lido. 
 
d. 
precisamos correr riscos de assumir métodos diferentes 
de ensino para modernizar a educação. 
 
e. 
nem todos os alunos aprendiam do modo como eram 
ensinados. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa C. 
Comentário: O desenvolvimento da leitura e da escrita que 
pretendemos hoje envolve uma prática que vai muito além da 
esfera de decifrar as palavras. É preciso uma interação 
autor-leitor-texto, em que a leitura e a escrita possam fazer 
sentido para o leitor e este tenha a oportunidade de 
estabelecer relações entre ela e os fatos de sua realidade, 
de concordar (total ou parcialmente) com o que é dito, de 
sugerir, opinar, enfim, de assumir seu lugar no papel de 
leitor. 
 
 Pergunta 5 
0,3 em 0,3 pontos 
 
Muitos autores defendem um ensino por desenvolvimento de 
competências. Para eles, de nada adianta decorar uma informação, 
conteúdo ou conceito, se no momento em que se precisar dele não se 
souber usá-lo. Desse modo, a competência deve ser entendida como... 
 
Resposta 
Selecionada: 
e. 
a possibilidade de mobilizar saberes de que se dispõe 
para resolver um problema do cotidiano. 
Respostas: a. 
a capacidade que o indivíduo possui para resolver 
problemas de qualquer natureza. 
 
b. 
a habilidade de adquirir conhecimento teórico sobre um 
determinado assunto. 
 
c. 
a disponibilidade para utilizar um dom pessoal na 
resolução de problemas sociais. 
 
d. 
a facilidade para resolversituações de ordem prática, 
mas não teórica. 
 
e. 
a possibilidade de mobilizar saberes de que se dispõe 
para resolver um problema do cotidiano. 
Feedback Resposta correta: Alternativa E. 
 
da 
resposta: 
Comentário: A competência precisa ser compreendida na 
perspectiva da dinâmica que envolve a mobilização dos 
saberes de um indivíduo quando este está frente a uma 
situação que exige tomada de decisão que requer 
resoluções de ordem prática. De nada adiantaria conhecer 
um assunto teoricamente se quando o indivíduo precisasse 
dispor dele, esse conhecimento não servisse para ajudá-lo 
em sua vivência cotidiana. 
 
 Pergunta 6 
0,3 em 0,3 pontos 
 
Nem tudo o que pertence ao sistema de ensino tradicional, que 
criticamos, é ruim. Assim como nem tudo o que está relacionado com 
uma concepção de ensino nova (a que propomos) é realmente bom 
para a aprendizagem. Nesse sentido, é bom ressaltar que cabe a nós, 
educadores,... 
 
Resposta 
Selecionada: 
c. 
analisar cautelosamente os fatores que envolvem o 
processo de ensino-aprendizagem para que possamos 
contribuir para o desenvolvimento integral do aluno na 
escola. 
Respostas: a. 
mesclar as propostas de ensino para que não nos 
tornemos adeptos desta ou daquela concepção de ensino. 
 
b. 
propor situações de ensino inovadoras, que não estejam 
vinculadas com nenhuma concepção de ensino, o que 
evitaria confusões teóricas. 
 
c. 
analisar cautelosamente os fatores que envolvem o 
processo de ensino-aprendizagem para que possamos 
contribuir para o desenvolvimento integral do aluno na 
escola. 
 
d. 
acompanhar o debate dos teóricos em educação para que 
possamos adotar os procedimentos indicados por aquele 
que tiver mais argumentos. 
 
e. 
resgatar nossa história de aprendizagem, deixando de 
lado as discussões de âmbito teórico ou prático para que 
possamos contribuir para a aprendizagem do aluno. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa C. 
Comentário: É preciso que procuremos analisar a situação, 
livrando-nos de quaisquer preconceitos existentes, para 
refletir criticamente sobre aquilo que realmente pode 
contribuir para a aprendizagem do aluno. Sem tais 
procedimentos torna-se inviável qualquer proposta de 
 
mudança na prática educativa. 
 
 Pergunta 7 
0,3 em 0,3 pontos 
 
No período em que o Brasil foi governado por militares (1964-1985), 
bastava que as pessoas compreendessem o que era esperado delas e 
que soubessem cumprir ordens. Não havia espaço, nesse momento 
histórico, para reflexões, críticas, sugestões etc. O que era dito pelas 
autoridades, em todas as instâncias sociais, era para ser cumprido e 
não submetido a avaliações. O ensino da leitura e da escrita, nesse 
período histórico, pretendia... 
 
Resposta 
Selecionada: 
a. 
formar leitores e escritores que permanecessem na esfera 
do "decifrar" as palavras, ou seja, que soubessem 
codificá-las e decodificá-las. 
Respostas: a. 
formar leitores e escritores que permanecessem na esfera 
do "decifrar" as palavras, ou seja, que soubessem 
codificá-las e decodificá-las. 
 
b. 
contribuir para a formação de um sujeito ativo pessoal e 
socialmente, visto que essa era uma necessidade da 
época. 
 
c. 
possibilitar o acesso a muitas informações que não eram 
divulgadas nos meios de comunicação da época para 
pensar nas mudanças necessárias. 
 
d. 
permitir a interação do aluno com o texto, já que sempre 
foi objetivo do ensino formar leitores e escritores 
autônomos. 
 
e. 
contribuir para uma formação que tivesse como principal 
objetivo instrumentalizar o aluno para participar dos 
protestos existentes na época. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa A. 
Comentário: Num regime ditatorial é interessante que o 
ensino da leitura e da escrita permaneça na esfera da 
decodificação, pois não havendo espaço para discussões, 
reflexões e críticas, qualquer opinião contrária à do poder 
vigente pode ser compreendida como rebeldia e punida com 
sanções severas que sirvam de modelo para desencorajar 
outras pessoas que poderiam pensar da mesma maneira. 
 
 
 Pergunta 8 
0,3 em 0,3 pontos 
 
O aluno que recebeu uma educação fundamentada na memorização, na 
cópia e na reprodução de modelos pode apresentar um histórico escolar 
com notas boas e até excelentes. Entretanto, na vida prática, esse 
mesmo aluno poderá não conseguir, por exemplo, aprovação em 
vestibulares ou concursos públicos, entre outros processos seletivos. O 
que pode justificar um desempenho escolar tão discrepante do 
desempenho na vida prática é que... 
Resposta 
Selecionada: 
e. 
as atividades mecanizadas não favorecem o 
desenvolvimento de uma postura autônoma e crítica, tão 
necessárias nas atividades sociais atuais. 
Respostas: a. 
o nervosismo que surge nos momentos de avaliação 
impede que o aluno obtenha um desempenho satisfatório 
para a aprovação. 
 
b. 
a realidade escolar é muito diferente da realidade social, 
e, por esse motivo, não se deve esperar o mesmo 
desempenho em cada uma delas. 
 
c. 
as questões apresentadas em avaliações e processos 
seletivos que ocorrem foram da escola utilizam outra 
forma de estrutura e organização, o que deixa o aluno 
confuso. 
 
d. 
o referencial bibliográfico proposto para estudo nos 
concursos é muito extenso e inviabiliza o estudo dos 
alunos-candidatos. 
 
e. 
as atividades mecanizadas não favorecem o 
desenvolvimento de uma postura autônoma e crítica, tão 
necessárias nas atividades sociais atuais. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa E. 
Comentário: Atividades que solicitam do aluno uma resposta 
com base na memorização ou na simples identificação de 
um trecho do texto não favorecem a utilização desse 
conhecimento quando o aluno está frente a uma situação em 
que precisa agir de forma autônoma e criativa. Por esse 
motivo, muitos alunos que tiveram um bom desempenho 
num ensino pautado em atividades mecanizadas podem não 
obter sucesso na vida social. 
 
 
 Pergunta 9 
0,3 em 0,3 pontos 
 
Os preconceitos existentes em relação às práticas tradicionais ou 
construtivistas impedem que avancemos na direção de um ensino da 
leitura e da escrita mais eficiente. Isso ocorre porque os preconceitos... 
 
Resposta 
Selecionada: 
d. 
são ideias preconcebidas e, portanto, não admitem uma 
análise crítica. 
Respostas: a. 
estão relacionados à concepção de ensino tradicional, 
que não prevê diálogos e discussões. 
 
b. 
remetem à ideia de racismo e, atualmente, à prática de 
bullying, ambos indesejáveis na educação. 
 
c. 
são ideias que se fortalecem de forma autônoma sem 
que delas tenhamos controle. 
 
d. 
são ideias preconcebidas e, portanto, não admitem uma 
análise crítica. 
 
e. 
se referem aos equívocos que ocorreram na passagem 
do ensino tradicional para o construtivista. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa D. 
Comentário: As ideias preconcebidas, ou seja, definidas de 
antemão, antecipadamente, fecham-se num entendimento 
anteriormente definido sem que haja espaço para a 
discussão e o diálogo. Desse modo, tendem a constituir-se 
em obstáculos para as análises necessárias no âmbito da 
educação. 
 
 Pergunta 10 
0,3 em 0,3 pontos 
 
Para que possamos repensar o ensino, é preciso resgatar, discutir e 
compreender alguns fatos históricos – que de algum modo 
influenciaram o processo educativo de cada época – analisando os 
efeitos que se estendem até os dias atuais. Esse movimento de retorno 
ao passado é importante porque... 
 
Resposta 
Selecionada: 
b. 
permite que analisemos sucessos e fracassos buscando 
modificaro que deu errado no processo e potencializando 
aquilo que deu certo. 
Respostas: a. 
sabemos que a história sempre se repete, por isso, mais 
cedo ou mais tarde, vamos nos deparar com uma 
educação tal como ocorreu no passado e precisamos 
estar preparados. 
 
b. 
permite que analisemos sucessos e fracassos buscando 
modificar o que deu errado no processo e potencializando 
aquilo que deu certo. 
 
c. 
sabemos que, apesar das críticas, na educação do 
 
passado as pessoas aprendiam de verdade e por esse 
motivo é preciso resgatá-la. 
 
d. 
não queremos que o ensino atual tenha resquícios do 
ensino que recebemos no passado, pois sabemos dos 
muitos problemas apresentados. 
 
e. 
o que sabemos são ideias gerais, e quando nos propomos 
a recompor o passado podemos recuperar os detalhes de 
todo o processo para restabelecer um quadro histórico 
com fidelidade de informações. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: Alternativa B. 
Comentário: Não modificamos a educação ignorando os 
avanços já conquistados no passado. Nossa proposta de 
mudança precisa incluir as situações de sucesso já 
praticadas e repensar aquelas que não deram muito certo. 
Se tivéssemos que reconstruir todo o ensino para propor 
modificações necessárias, certamente estaríamos 
desprezando uma parte significativa de construção histórica 
já realizada e, por esse motivo, nossas possibilidades de 
fracasso seriam ainda maiores.