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República de Platão.docx

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
CURSO: LICENCIATURA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DAS IDÉIAS POLÍTICAS E SOCIAIS
COMPONENTES: DANIEL ALTINO RIBEIRO, IGOR FERREIRA DE SOUSA, NATHÁLIA SOUZA DE OLIVEIRA, MARIA CLARA LIMA DE OLIVEIRA, LUÍS EDUARDO DE SANTANA FLORÊNCIO, TERESINHA RODRIGUES DOS SANTOS
A REPÚBLICA
Obra de Platão
LIVRO I
No livro I, Platão nos mostra algumas definições de justiça, segundo alguns participantes do dialogo da obra, mostrando toda a complexidade do tema, tendo na figura de Sócrates o interlocutor central da narrativa. Nesse sentido, a ideia central é estabelecer a definição de justiça de forma filosófica, para contrapô-la a do senso comum, ou seja, é esclarecer do modo mais possível a ideia de justiça, Platão desenvolve a obra em forma de um diálogo, tendo alguns personagens compondo essa narrativa, como por exemplo, Glauco, TRASÍMACO, NICÉRATO, CARMANTIDAS, CLITOFONTES, POLEMARCO, ADIMANTO, CÉFALO e o próprio Sócrates, e é com base nesse enredo que o debate sobre o tema da justiça desenvolve-se. 
Nesse sentido, entre todos esses personagens, o que mais se destaca na narrativa é Sócrates e TRASIMACO, os dois passam o tempo todo debatendo o que é justiça, segundo seus preceitos de vida, primeiramente Sócrates usa a maiêutica para debater com TRASIMACO, esse menciona o conceito de justiça, dizendo que, a justiça é a conveniência do mais forte, ou seja, é um jogo de interesse, e logo depois mostra o exemplo da cidade, sendo governada pelo o mais forte e sendo também, criador das leis, logo lutará por seus interesses, mas Sócrates discorda dessa ideia, mostrando que o governante é falho, e com isso pode acabar prejudicando-o ou outros. 
E o diálogo de Platão no livro I da republica, perpetua nesse sentido de debate no conceito de justiça, onde muitas dessas pessoa menciona sua definição de justiça e posteriormente Sócrates discorda e contextualiza o tema, para com isso contradizer o oponente com sua definição, mas o que é interessante, é que no final do dialogo Sócrates não mostra sua definição de justiça, e de certa forma encontra-se em dúvida sobre realmente o que é justiça, sendo que durante toda a narrativa ele passa contradizer o oponente, e no momento de mostrar seu conceito de justiça, não acaba fazendo, mas no resumo o livro I, é interessante principalmente quando passa a analisar a justiça como um tema amplo, e que nos dias atuais, essa ideia é muita debatida, e que desde os antigos é discutida.
LIVROS II e III
Ainda em uma entusiasmada discussão sobre a justiça Transímaco, Sócrates e Glauco continuam a tratar sobre o valor da justiça. Transímaco desafia Sócrates a provar a legitimidade de sempre praticar a justiça e Glauco defende que a vida do injusto e melhor que o justo. Glauco ainda afirma que a justiça existe somente pelo contrato feito em sociedade e que a mesma e praticada através das leis.
Em seguida é contada diversas histórias e são feitas diversas provocações filosóficas sobre a capacidade de o homem só ser justo devido a forças de coerção social. É levantado o aforismo’’ É melhor parecer justo do que ser’’ e a questão da apreciação da justiça devido a reputação. Doravante é versado sobre o surgimento das cidades e a importância da pratica da justiça e também sobre a formação que deve ser dada aos guardiões que terão a função de fazer a defesa da cidade.
Na terceira parte os filósofos e outros personagens do debate começam a analisar os deuses e os mitos gregos procurando passagens aonde os deuses praticam a injustiça em nome da satisfação dos seus próprios desejos. É estabelecido uma censura não somente no campo dos mitos mais também nas peças teatrais, nos contos e nas músicas. Há um cuidado em procurar extirpar tudo que estimulasse a desonestidade, a embriaguez, a moleza e a preguiça.
Ainda é tratado da importância de cuidar do corpo por meio dos exercícios físicos e da alimentação saudável fato que tem como consequência jovens mais fortes e longevos que atuarão na formação dos quadros administrativos da cidade. É ressaltado a importância de observar desde cedo os mais aptos a governar e dirigir o Estado e uma preocupação na transmissão da história das três almas, com cada indivíduo desempenhando sua função correspondente, para a manutenção de um a sociedade mais justa, harmoniosa e feliz.
LIVROS IV E V
Nestes dois livros a idéia central é falar sobre a organização cidade para o bem comum de toda a comunidade e o papel de todos nesta sistemática. Os livros se organizam através de diálogos, que trazem várias problemáticas e indagações de assuntos clássicos e muito recorrente nos dias de hoje.
Platão aponta o problema das diferenças econômicas como uma das maiores dificuldades para o desenvolvimento harmonioso da cidade e para sua defesa. Se a cidade for dominada pelas diferenças, haverá uma guerra permanente entre ricos e pobres. Ela senda unida ela poderá ser forte e crescer. Ou seja, a cidade não pode ser nem muito pequena ao ponto de ser auto-suficiente e nem muito grande ao ponto de ser desunida. A cidade precisa crescer de forma proporcional.
Com isso a educação se torna importante a ser dada aos cidadãos para que eles se tornem honestos, comedidos e capazes de compreender essas questões. A criança desde pequena deve se habituar a cumprir seus deveres, pois na maturidade se tornarão homens de bem e saberão se comportar conforme as leis que organizam toda a vida da cidade. A mulher deve também exercer o papel de vigilância mesmo sendo mais fracas que os homens fisicamente, mas pra isso elas devem receber a mesma educação que os homens. Mesmo a natureza do homem e da mulher sendo diferente, no exercício das profissões depende de certos dotes naturais e do aprendizado. No que diz respeito a administração da cidade não há nenhuma ocupação que seja própria da mulher enquanto mulher, e nem do homem enquanto homem. O que difere é a força física, onde ambos exerceriam a mesma função, a diferença é que os trabalhos destinados ás mulheres seriam mais leves.
Portanto a cidade deve ser sábia, corajosa, moderada e justa. Sábia no sentido de fazer boas escolhas e essas escolhas depende de um determinado saber, onde há vários na cidade, importantes nos seus respectivos campos. E o saber dos guardiões é um dos mais importantes, pois estão diretamente ligados ao conjunto da vida da cidade e sobre o modo de se comportar em política interna e externa. É corajosa no sentido em que, em todas as circunstâncias consegue manter com firmeza a correta opinião sobre as coisas a temer. A moderação não pode existir sem a justiça, ela se assemelha a harmonia, devendo se estender por toda a cidade tanto pra quem governa quanto para os governados. A justiça consiste em que cada um execute a tarefa que lhe é própria e não se meta nas dos outros. 
 Contudo, nos diálogos é citado também atos de solidariedade para com o próximo, no sentido de compartilhar tantos momentos bons e ruins na comunidade, o respeito e o temor, a fim de evitar comportamentos violentos. Assim a cidade ideal é onde o filósofo seja os governantes, estabelecendo a relação do poder político e da filosofia.
Livros VI e VII
Após a longa discussão que se antecedeu agora já estariam claras as razões pelas quais os filósofos deveriam governar como são os únicos a procurar conhecer a essência de todas as coisas, logo são capazes de atingir todas as realidades que se dão sempre a mesma maneira, são também os mais capazes de guardar as leis e os costumes, pois não se deixam levar pelas demais coisas variáveis.
Aproveitando tal momento de síntese Sócrates retomou todas as qualidades pertencentes a imagem que tinham concebido do filósofo, sempre com o seu método de perguntas e respostas, começou apresentando que eram amigos do saber e procuravam se ater ao conhecimento da essência das coisas em sua totalidade e não em suas partes, são avessos a mentira, pois ela nada tem de semelhante com a sabedoria, são também moderados se preocupandocom os prazeres da alma e não com os da riqueza como a maioria das pessoas, dotados de um espírito superior são capazes de contemplar a totalidade das realidades humanas e divinas apreciando a simplicidade da vida e encarando a morte como algo natural sem medo, aprendem mais porque estudam com prazer e conservam na sua mente tudo oque aprendem.
Mais a frente Sócrates vai defender a filosofia que recebia críticas apontando a causa da sua degeneração, tais críticas conferiam a ideia de inutilidade e acusavam de perversidade os filósofos. Ele menciona que oque acontecia era que muitos jovens que tinham a inclinação ao saber acabavam por ser corrompidos por falsos sábios que prometiam ensinar de tudo em troca de recompensas, eram os chamados Sofistas que nada mais ensinavam um conhecimento provindo do senso comum para agradar multidões, os chamados Sofismas, tal conhecimento vinha do que a maioria achasse ruim era ensinado como o certo e o que desprezavam seria o errado. Por não partir dessa prerrogativa os filósofos muitas vezes eram incompreendidos visto que seu pensamento muitas vezes destoava do da grande multidão tendo em mente que é difícil perceber e aceitar que oque existe realmente é a essência de cada coisa e não uma multiplicidade de coisas particulares, mesmo quando tentavam resgatar aqueles que eram bem dotados de saber mas se encontravam corrompidos pelos falsos ensinamentos seduzidos pelo orgulho e a arrogância, seus companheiros lançavam mão de tudo oque estava ao seu alcance para trazê-los de volta ao seu meio, inclusive inventando escândalos que envolvessem a vida privada e também armando processos públicos.
O filósofo se encontraria na condição de alguém lançado as feras, de um lado não quer colaborar com os maus e por outro lado não pode contrapor-se sozinho a eles.
Sócrates então vai tecer duras críticas a formação dos filósofos e propor uma pedagogia que desse conta de tantos desafios de provação que caracterizam a atividade e a sua importância para a cidade. Para ele era inadmissível que jovens mal saídos da adolescência já se considerassem filósofos formados capazes de dominar a dialética, essa sendo a parte mais difícil da filosofia, defendendo, portanto uma formação gradual que começaria na infância educando mente e corpo progredindo pouco a pouco até a maturidade. Os filósofos deveriam ser preparados para alcançar o conhecimento máximo, que é conhecer a essência do bem.
Para alcançar esse grau de excelência a formação do dialético deveria começar muito cedo, logo na infância começariam se a aplicar as matérias da matemática, geometria e outros estudos preparatórios para a dialética, isso aliado também a educação física feita sem o uso de violência e na forma de jogos. Depois dessa formação inicial, que se concluiria aos vinte anos, os jovens deveriam apresentar habilidades sintéticas, esta sendo a melhor prova para saber se alguém possui uma natureza dialética, os que a tiverem passariam para a próxima etapa mostrando perseverança nos estudos das ciências, na arte da guerra e nos outros fundamentos impostos pela lei. Quando completarem trinta anos poderiam iniciar a etapa que exercitaria a sua capacidade dialética, para subir pela verdade na direção do ser em si. Quando atingirem cinquenta anos, os que tiverem seguido com perseverança e se destacado, contemplando o bem em si, agora poderão servir-se dele para impor ordem á cidade, aos cidadãos e a si mesmos pelo resto de suas vidas, empenhando-se no estudo da filosofia.
LIVROS VIII E IX
Após uma longa abordagem de como se deveria organizar uma cidade no que se refere às comunidades das mulheres e dos filhos, à educação para a guerra e para a paz e etc. Platão coloca em cheque uma discussão sobre as diferentes formas de governo e os tipos de homens dirigentes de cada um.
Sócrates afirma existir cinco formas de governo, onde uma era perfeita e as outras quatro seriam as defeituosas, a primeira, a perfeita seria a monarquia platônica onde o monarca (rei) seria um filósofo, agora nos resta saber quais são as defeituosas essa seria a aristocracia, onde era a cidade sendo dirigida pelos melhores dos seus cidadãos, a timocracia que seria um governo que presaria a honraria e quem tinha o domínio eram os mais ricos, a oligarquia onde os ricos se sobressaem e os pobres não participam do governo, aquele constituído pela liberdade e governo do povo, ou seja, a democracia e pôr fim a tirania constituído por um só governante. Dentro dessas análises de cada tipo de governo Platão mostra como cada um se origina do outro e claro também o tipo de governante.
Começa a discussão de como a timocracia se origina da aristocracia que é originada a partir da transgressão das normas de reprodução dos guardiões, visto que uma mistura de raças produz uma prole enfraquecida e passa a gerar misturar desagradáveis como o bem e mal a as mais enaltecedoras seriam a ambição e gosto pelas horarias, onde formaria um homem prepotente, soberbo e amantes das honras e poder.
Essa timocracia se transforma em oligarquia a partir do momento em que dirigentes presunçosos e que só se preocupam no bem próprio é obvio que leis vão ser criadas para garantir esse anseios e desejos. A virtude é deixada de lado e se sobrepõe o apego a riquezas e para se escolher um governante o critério é a quantidade de riquezas e logo as leis é feita pelos mais fortes, então essa cidade deve temer os inimigos internos bem mais que os externos, com isso o governo democrático surge da forma oligárquica de governo, pois a população de baixa renda vive na miséria e muitos tiveram até mesmo que vender seus bens para saldar dívidas e muitas vivem com um sentimento de humilhação devido a toda essa situação e como o número de pessoas é grande nessas situações ocorre então as revoltas, onde quando os inimigos internos, ou seja, a população desfavorecida vence surge a democracia nas ruínas da oligarquia. O problema desse governo seria o seu maior bem a liberdade, onde as pessoas podem falar e fazer o que quiser. Com a educação promovida pelos moldes da democracia, ou seja, libertária, o jovem torna - se mais exposto aos ataques de rebeldias, criando um desejo de acumular riquezas, onde a anarquia passa a ser sinônimo de liberdade.
 E no diálogo entre Glauco e Sócrates é iniciada a discussão de como a democracia se transforma na tirania, e curiosamente surge a partir do bem da democracia que é a liberdade, o desejo exacerbado pela liberdade coloca em cheque o governo tirano. O povo ao se ver rodeados de uma completa desordem quando surgem governantes desonestos que fingem tirar dos mais ricos para dar ao povo quando na verdade estão agindo de forma desonesta, então os pobres se revoltam contra os mais ricos, e nesse contexto surge o líder que se proclama defensor do povo, e logo é bem fácil que esse protetor se transforme em seu tirano, pois no inicio ele demonstra ser amigo do povo com grandes promessas, depois ele passa a eliminar todos os que antes eram acostumados com a liberdade queiram se opor ao seu domínio e claro o tirano usa de todos os meios para se manter no poder e o povo ver o erro que cometeu só posteriormente e se ver em regime de escravidão novamente. 
Já no decorrer do livro IX Platão passa a destrinchar as características desse tirano e como ele não faz mal só ao povo, mas a si mesmo, onde seus desejos podem o levar para uma vida desgraçada ou feliz. Que parte da ideia de que o homem precisa controlar seus desejos, pois existem anseios que não são úteis, ou seja, aqueles movidos pelas paixões, pois para Platão um homem movido por paixões e dominado pelo amor é como se estivesse embriagado, apaixonado e louco e obviamente esse homem é o tirano na maioria das vezes, um tirano é um homem sem amizades que de certa forma age como escravos de outros por conta da sua vida déspota ,e se comporta a a partir de ações irracionais e impulsivas. E esse tirano a vai proceder com a nação do mesmo modo como procedia na sua vida particular. 
Porem assim como o cidadão de uma sociedadetirânica é infeliz o dirigente (tirano) também é. Outro ponto abordado pelo Sócrates seria as três partes; a parte pela qual aprendemos, pela qual iramos e a ligada aos tipos de desejos e logicamente segundo a teoria platônica a parte ideal seria a parte superior da alma que seria a racional, ou seja, a parte pela qual aprendemos.
Para concluir o livro IX;
“Quanto mais afastada da razão e da ordem for uma coisa, tanto mais os seus efeitos serão contrários a elas. Ora, de todos os desejos, são justamente os desejos eróticos e tirânicos que mais se mostram distantes da razão e da ordem, enquanto os desejos moderados e monárquicos mostram-se os mais próximos da razão” (PERINE,2001)
Livro X
O livro X assim como os demais livros de Sócrates, inicia-se com um diálogo. O dialogo neste livro ocorre entre Sócrates e Glauco.
No início do diálogo, Sócrates sempre a utilizar a dialética faz uma forte crítica aos poetas, ou melhor, a poesia. Sócrates baseia sua crítica ao caráter imitativo utilizado pelo poeta. Sócrates, em suas interrogações à Glauco, levou a ver que temos o costume de admitir uma única ideia para os diferentes grupos de coisas e que a essa ideia damos o nome daquelas coisas. Para a afirmação desse pensamento Sócrates toma como exemplo a cama, onde todas as camas existentes são designadas por uma única ideia de cama. Este fato possibilitou que Sócrates demostrasse que existem 3 formas de todos os objetos: uma seria a forma natural feita por Deus, a segunda é a forma executada pelo artesão e a terceira é a forma feita pelo pintor, ou seja, o pintor é o imitador das coisas, por isso o imitador está a três graus de distância da verdadeira realidade, pois capta as coisas apenas do ponto de vista da aparência.
Depois de todas as conclusões já citadas acima, Sócrates compara todas elas ao poeta, pois o poeta estaria a três graus de distância da verdadeira realidade, uma vez que o poeta, ao produzir uma poesia, tem como base a emoção, de forma a deixar de lado a razão, que segundo Sócrates, é o melhor da alma, pois é a partir dela que conseguimos distinguir a aparência da realidade. Por isso todos os poetas e todos os imitadores erram ao valorizar apenas os aspectos emotivos e não racionais da alma.
A valorização da emoção e a desvalorização da razão levam os indivíduos a cometerem a injustiça. Por este fato Sócrates alerta Glauco das terríveis consequências que se pode ter a influência da poesia sobre a formação humana, principalmente sobre os governantes de uma polis, pois assim como os poetas que se utilizam da emoção estão sujeitos a praticar injustiça, os governantes ao sofrerem a influência da poesia estão sujeitos a governarem pelos sentimentos em lugar da lei e da razão que em todas as circunstancias são consideradas melhores.
Todo esse pensamento de Sócrates serve para se fazer uma reflexão sobre os atuais governos vigentes na contemporaneidade, uma vez que os governantes muitas vezes se deixem levar pela emoção, pelas riquezas e pela falta de honra, de forma a refletir uma mau administração do governo e praticar injustiça para com a polis.
REFERÊNCIA:
PLATÃO. República. Tradução e adaptação: Marcelo Perine; Cordenação: Antônio Valverde. São Paulo: Scipione, 2001.

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