INDUSTRIA TÊXTIL APRESENTAÇÃO

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INDÚSTRIA TÊXTIL E TRATAMENTO DE ÁGUA INDUSTRIAL
HISTÓRIA DOS TÊXTEIS
O tecido é a matéria mais antiga do mundo, surgiu como forma de proteção para o corpo. Os primeiros tecidos surgiram pelas mãos do homem e com o tempo descobriram novas fibras, maneiras de entrelaçar e criar. A história documenta que o linho e o algodão do campo vegetal e a lã e a seda do campo animal foram as primeiras fibras a serem cultivas. 
A fabricação de tecidos por empresas familiares manteve até o século XVII. Com a chegada da indústria os artesãos deixaram o trabalho informal e foram trabalhar como empregados das industrias.
Conhecimento básico das fibras, de tecer e tingir vem acompanhando a humanidade desde sua origem até os dias de hoje. A tecnologia nos permite ampla diversificação da matéria prima, estudos e preparação muito mais rápido são o que nos diferencia da antiguidade.
FIBRAS TÊXTEIS
PROCESSO PRODUTIVO CADEIA TÊXTIL
PRINCIPAIS ELOS ENTRE OS SUBSETORES COMPLEXO TÊXTIL
Como visto na figura anterior, existem indústrias têxteis que possuem somente o subsetor da fiação, atuando como fornecedor para as industrias que atuam nos subsetores de malharia e tecelagem plana, assim como existem industrias totalmente verticalizadas, onde atuam em todos os subsetores produtivos têxteis como fornecedores para as industrias de confecção e vestuário. 
Em suma, os artigos produzidos pelo setor têxtil podem ser agrupados em quatro grandes segmentos: fios têxteis, tecidos, malhas, não tecidos, beneficiamento e acabamento de tecidos planos e malhas. 
FIO TÊXTIL E TECNOLOGIA DA FIAÇÃO
O fio têxtil é o produto final da fiação, tendo característica principal o diâmetro ou espessura. O processo de produção dos fios, também chamada de fiação, compreende diversas operações a partir da matéria-prima dentre elas temos: 
Abertura e separação das fibras;
Limpeza;
Paralelização parcial e limpeza;
Limpeza e paralelização final;
Regularização;
Afinamento;
Torção;
Embalagem (Fardos)
TECELAGEM
Urdimento
Consiste na passagem dos fios que formarão o urdume do tecido, transferindo-os de seus suportes iniciais para o rolete do tear.
Engomagem
É uma operação de preparação à tecelagem, que tem como objetivo o revestimento dos fios de urdume com uma camada de substância que aglutina as fibras ou filamentos e protege os fios do contato com os órgãos do tear
(aplicação sobre os fios uma película de goma).
Tear
É a operação de entrelaçamento do urdume com a trama sendo necessário três operações fundamentais, formação da cala, inserção da trama e batimento do pente, onde estas três funções devem encontrar-se sincronizadas. De modo que as operações ocorram na sequencia correta, não interferindo umas com as outras.	
BENEFICIAMENTO TÊXTIL
O beneficiamento têxtil visa de uma forma geral, melhorar as características físico-químicas do substrato (fibras, fios, tecido de cala, de malha, não tecidos), esteja ela na forma que estiver. 
O processo de beneficiamento e acabamentos de tecidos e malhas envolve várias etapas de produção chamadas de fases. Entre elas destacam-se as mais comuns: beneficiamento primário, tingimento, estamparia e acabamento.
Conforme figura a seguir.
Beneficiamento Primário
Consiste em operações de limpeza para eliminar do tecido todos os óleos e aditivos que foram utilizados no processo de tecelagem ou malharia. Dentre as várias operações que consiste esse beneficiamento podemos descrever.
O processo de chamuscagem realiza a queima de fiapos que se encontram na superfície do tecido de modo a permitir um processo de estampagem mais uniforme; desengomagem é a eliminação da goma aplicada durante as operações de preparação do fio de urdume para a tecelagem; purga consiste no cozimento e pré-alvejamento do substrato têxtil.
Também temos a mercerização consiste no tratamento do tecido com solução alcalina que causa uma reação fazendo inchar a fibra proporcionando grande afinidade aos corantes. Alvejamento consiste na descoloração de materiais têxteis que se deseje branquear.
Beneficiamento Secundário
Consiste em operações realizadas sobre o substrato têxtil visando fornecer-lhe coloração parcial (estampagem) ou total (tingimento).
Tingimento é o processo de coloração dos substratos têxteis, de forma homogênea mediante a aplicação de corantes.
Beneficiamento Terciário 
Consiste na eliminação do excesso de substâncias não reagidas com a fibra do fio, que devem ser eliminadas para garantir maior solidez do produto. Além disso, o fio é amaciado com adição de amaciantes para melhorar o toque do fio.
Acabamento são todas as operações executadas nos substratos têxteis, com o objetivo de torná-lo próprio ou mais adequado para o fim a que se destina.
Lavanderias 
Surgiram para agregar valor a um dos tecidos mais populares do Brasil, que é o jeans (índigo). Atualmente, existem centenas de lavanderias oferecendo qualidade e criatividade. A primeira técnica de lavagem usada foi a Stone Wash, hoje já temos Acid Wash, Lixado, Detonado etc.
TRATAMENTO DE ÁGUAS INDUSTRIAIS
As águas residuais têxteis incluem uma grande variedade de corantes e aditivos químicos que tornam o desafio ambiental para a indústria têxtil não só com os resíduos líquidos,mas também em sua composição química.
Processo de tingimento e acabamento são uma das principais formas de poluição das águas residuais têxteis. Estes processos requerem a utilização de uma vasta gama de produtos químicos e corantes, os quais são geralmente compostos orgânicos de estrutura complexa.
A água é utilizada como o principal meio para aplicar corantes e vários produtos químicos para acabamentos. Como não estão contidos no produto final, tornou-se desperdicio e problemas de eliminação causadas.
Os principais poluentes em efluentes têxteis são sólidos em suspensão, demanda química de oxigênio, calor, cor, acidez e outras substâncias solúveis.
Substâncias que precisam ser removidos a partir de águas residuais têxteis são, principalmente, DQO, DBO , nitrogênio, metais pesado.
TRATAMENTO PRIMÁRIO
O tratamento primário ajuda na remoção da cor, sólidos orgânicos, materiais suspensos e na redução inicial de DBO e DQO. Os sistema convencionais de tratamento é um tratamento físico-químico seguido de tratamento biológico (secundário).
Grade
Tem por finalidade remover matéria suspensa, como trapos, pedaços de tecido, fios etc. Telas de barras e telas finas (limpas mecanicamente) removem a maior parte das fibras.
Sedimentação
A matéria suspensa que passou pelas telas podem ser removidas de forma eficiente e economicamente viável por sedimentação. Os tanques de sedimentação são projetados para permitir que as partículas menores se sedimentem por gravidade. O lodo sedimentado é removido mecanicamente por funis e bombeados para fora posteriormente. A sedimentação é combinada com a operação de equalização.
Equalização
Os efluentes têxteis são altamente variáveis em termos de pH e grau de impurezas. Efluentes de processos individuais afetam gravemente os processos de tratamento secundário de tratamento de efluentes. Consequentemente, é necessário misturas as descargas de processos diferentes.
As diferentes correntes de efluentes são coletados em poço de deposito (tanque grande);os efluentes mistos são misturados por agitadores rotativos ou por sopragem de ar comprimido.
O poço tem um fundo cônico para aumentar a sedimentação de partículas sólidas. 
Neutralização
Normalmente, o pH de efluentes de algodão acabado são alcalinos. Assim, o pH do efluente equalizado deverá ser ajustado. Uso de ácido e/ou base diluído são comumente utilizados. Uma vez que a maioria dos tratamentos biológicos são eficazes para pH 5 a 9.
Coagulação / Floculação
Sólidos em suspensão finamente divididos e as partículas coloidais não são eficientemente removidas por sedimentação. Nesses casos, floculação e coagulação são empregados. 
Na floculação a água de resíduos têxteis é passada através de um tanque sob agitação suave, com isso ossólidos finamente divididos em suspensão se aglutinam em partículas maiores e sedimentam-se.
Equipamentos especializados como clarifloculador estão disponíveis, em que câmara de floculação é uma parte de um tanque de sedimentação.
 
TRATAMENTO SECUNDÁRIO
Remoção do DBO remanescente da sedimentação; Remoção de aeróbica ou anaeróbica de matéria orgânica dissolvida e residual; Realizar a digestão de bactérias sob condições adequadas; Redução de DBO, DQO e tóxicos. 
Em alguns casos, o tratamento é por sistema de adsorção e/ou unidade de ozonização em vez do tratamento biológico.
Tanque de aeração
Os efluentes de processos de tratamento primário são recolhidas em tanques e são aeradas. O ar é soprado na forma de fluxo de bolhas, na parte inferior com dispositivos mecânicos, por cerca de 2 a 6 dias. Durante esse tempo, uma lama floculante é formada o que provoca a oxidação da matéria orgânica dissolvida. Com uma operação eficiente consegue uma remoção significativa de DBO.
Filtro Biológico
São unidades de tratamento de esgotos destinados a oxidação biológica da matéria orgânica remanescente de decantadores. O efluente do decantador é aspergido continuamente sobre um leito de pedras justapostas entre os quais o ar pode circular. O ambiente ecológico desempenhado pelo filtro biológico tem como condicionantes a matéria orgânica, luz, oxigênio temperatura e pH. O leito de pedras, atravessado por líquido contendo matéria orgânica e os outros fatores acima citados, propicia o desenvolvimento de microrganismos aeróbios. A variabilidade dos fatores de oxigenação também permite desenvolvimento anaeróbio resultando uma alternância de condições que permite a predominância de organismos facultativos.
As populações microbianas nos leitos dos filtros biológicos são principalmente bactérias heterotróficas formadoras da zooglea, são consumidoras da matéria orgânica predominante e por isso consideradas os principais agentes primários da purificação.
Processo Lodo Ativado
Este é o método de oxidação biológica mais versátil empregado para o tratamento de águas residuais. Neste processo, a água residual é arejado num tanque em que alguns dos flocos microbianos estão suspensos. A flora bacteriana aeróbica provoca a degradação biológica dos resíduos em CO2 e H2O.Ao consumir algumas bactérias a matéria orgânica cresce. As bactérias da flora crescem e permanecem em suspensão na forma de um floco, o que é chamado de “lodo ativado”. O efluente, é então separado do tanque de reação, do lodo por decantação.
Uma parte do lodo é reciclado para o mesmo tanque para fornecer uma população microbiana eficaz para um novo ciclo de tratamento. 
O lodo excedente é digerido juntamente com o lodo primário obtido a partir de sedimentação primária. É necessário aerar entre 5 e 24 horas, para poder alcançar uma remoção de 90-95% de DBO nesse processo.
Processo tratamento biológico de efluentes compre as normas de DBO e DQO e são adequadas para descarga em rios, lagos ou mar. Porém, estes tratamentos não são adequados para a remoção de impurezas inorgânicas.
E água tratada biologicamente não é adequada para reciclagem.
TRATAMENTO TERCIÁRIO
O tratamento terciário pode ser empregado com a finalidade de se conseguir remoções adicionais de poluentes em águas residuais, antes de sua descarga no corpo receptor e/ou para recirculação. Essa operação é também chamada de “polimento”. 
Em função das necessidades de cada indústria, os processos de tratamento terciário são muito diversificados, no entanto pode-se citar as seguintes etapas: filtração, cloração ou ozonização para a remoção de bactérias, adsorção por carvão ativado, e outros processos de adsorção química para a remoção de cor, redução de espuma e de sólidos inorgânicos tais como: eletrodiálise, osmose reversa e troca iônica. 
Adsorção
O processo de adsorção é muito empregado na indústria, na remoção de resíduos líquidos, sendo que a sua eficiência esta diretamente relacionada ao tipo de adsorvente utilizado. O adsorvente mais utilizado é o carvão ativado que apresenta elevada eficiência e pode ser utilizado nos mais variados tipos de tratamentos.
A sua principal tarefa é remover compostos orgânicos dissolvidos, além de remover uma grande diversidade de poluentes, sobretudo substâncias apolares. 
Troca Iônica
Tratamento que visa a remoção de íons dissolvidos na água. Faz uso das resinas de troca iônica que são pequenas esferas porosas em cuja superfície estão ligados os íons que serão usados na troca. Existem dois tipos básicos de resina: catiônicas e aniônicas. 
O processo consiste em fazer a água a ser tratada passar por um ou mais leitos dessas resinas, as quais retém os íons de interesse. 
 
Membranas de Filtração
São usadas na remoção de bactérias, sais, açúcares, proteínas, partículas, corantes e outros constituintes. Auxilia na separação dos ions por osmose reversa.
Ions dissolvidos carregados, tais como os sais, têm maior probabilidade de serem removidos pela membrana do que aqueles que não estão carregados, tais como produtos orgânicos.
Osmose Reversa
Consiste em fazer água previamente filtrada passar por dispositivo normalmente cilindrico denominado “permeador”, onde os sais presentes na água são retidos por membranas seletivas. A água pura é eliminada radialmente pelo permeador, enquanto que a parcela de agua não permeada é descartada a uma concentração elevada de sais. Deve-se operar com varios permeadores em paralelo para a obtenção de uma vazão razoável.
Eletrodiálise
Nessa técnica são colocadas verticalmente e de forma alternada no interior de uma célula elétrica uma série de membranas permeáveis somente a pequenos cátions ou pequenos ânions inorgânicos. Aplica-se uma corrente elétrica diretamente através da água, de modo que os cátions migram para o cátodo e os ânions para o ânodo. O líquido torna-se, em zonas alternadas, mais concentradas(enriquecido) ou menos concentrado(purificado) em íons. Finalmente, a água concentrada em íons pode ser descartada como salmoura e a água purificada pode ser liberada para o meio ambiente. 
Destilação
Consiste em vaporizar a água e condensá-la em seguida para produção de água pura. 
Ozonização
É um agente oxidante poderoso águas residuais. Uma vez dissolvido em água, o ozonio reage com um grande número de compostos orgânicos de duas formas diferentes: por oxidação direta com o ozonio molecular ou pela reação indireta através da formação de oxidantes secundários como radicais hidroxila. Aumenta o grau de biodegradabilidade de compostos orgânicos, com objetivo de remover a cor e odor. 
 Processo Oxidativo Avançado (POA)
São tecnologias efetivas de tratamento de água e efluentes para a remoção de poluentes orgânicos não tratáveis por meio de técnicas convencionais devido a sua elevada estabilidade química e/ou baixa biodegradabilidade. São processos de degradação de contaminantes via geração in situ de fortes oxidantes radicalares à base de oxigênio, como radical hidroxila ●OH.
O potencial de oxidação do radical ●OH é maior do que os outros oxidantes comumente usados (cloro, hipoclorito, ozônio). Assim, esses processos possuem uma elevada eficiência, podendo alcançar a mineralização dos contaminantes orgânicos de um efluente, transformando-os em CO2 e ácidos minerais.
Os POA’s tem grande versatilidade pois os radicais hidroxilas podem ser gerados a partir de diferentes caminhos. Radicais hidroxila podem ser produzidos utilizando-se agentes oxidantes como ozônio, peróxido de hidrogênio, além da radiação UV, ou de combinações como O3/UV, H2O2/UV, O3/H2O2/UV e da combinação de peróxido de hidrogênio com íons ferrosos no chamada reagente de Fenton.
Nas industrias têxteis os processos mais usados estão sendo o reagentes de Fenton e Foto-Fenton. Onde vários estudos indicam grande redução das taxas de poluentes como cor e DQO. 
REFERÊNCIAS
http://pt.slideshare.net/Ferdario/materiais-e-tecnologia-txtil-iii
http://www.prg.usp.br/wp-content/uploads/apresenta%C3%A7%C3%A3o_Silgia_Costa.pdfhttps://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/7/7d/Apostila_tecnologia.pdf
http://www.casan.com.br/menu-conteudo/index/url/ete-estacao-de-tratamento-de-esgotos-sanitarios#0
http://www.cobeqic2009.feq.ufu.br/uploads/media/98021231.pdf
http://paginas.fe.up.pt/~projfeup/cd_2010_11/files/AMB101_relatorio.pdf
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe0nMAH/tratamento-aguas-efluentes-industriais
http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/petrobras/tratamento_de_aguas.pdf
https://www.ufmg.br/revistaufmg/downloads/20-2/17-tendencias-e-desafios-na-aplicacao-de-tecnologias-avancadas-para-o-tratamento-de-efluentes-industriais-nao-biodegradaveis-rafaela-marcelino-paulo-frade-camila-amorim-monica-leao.pdf