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Hemodinâmica renal e filtração glomerular R im . D is p o n ív el e m : h tt p :/ /b lo gd o ca n ce r. co m .b r/ w p -c o n te n t/ u p lo ad s/ 20 11 /0 9/ ri m .jp g Introdução • O ser humano apresenta 2 rins, órgãos com a forma de “feijão” situados na região lombar. • Funções básicas: – Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico; – Regulação da osmolaridade dos líquidos corporais e das concentrações dos eletrólitos; – Regulação do equilíbrio ácido-básico; – Excreção de produtos de degradação metabólica e substâncias químicas estranhas; – Regulação da pressão arterial; – Secreção de hormônios; – Gliconeogênese. • A formação da urina envolve 3 etapas: – Filtração glomerular, reabsorção e secreção tubular. Córtex Faixa externa da medula externa Faixa interna da medula externa Medula interna Esquema do néfron: 1 – Glomérulo, 2 – Túbulo contorcido proximal; 3 – Parte reta do túbulo proximal; 4 – Ramo descendente delgado da alça de Henle; 5 – Ramo ascendente delgado da alça de Henle; 6 – Ramo ascendente grosso da alça de Henle; 7 – Mácula densa; 8 – Túbulo distal; 9 – Túbulo conector; 10 – Ducto coletor cortical; 11 – Ducto coletor medular externo; 12 – Ducto coletor medular interno Néfron (Unidade Funcional do Rim): • 1 Glomérulo; • 1 Longo túbulo no qual o filtrado é convertido em urina. Néfron Justaglomerular Néfron Cortical Fluxo sanguíneo renal (FSR) • 20-25% do volume de sangue bombeado pelo coração passa pelo rim por unidade de tempo; – Maior magnitude de irrigação tecidual; – Função de depuração e nutriente; – Débito cardíaco de 5.000 mL/min; – Fluxo Sanguíneo Renal (FSR) de 1.200 mL/min; • A pressão média da artéria renal é de 100 mmHg (= pressão sistêmica); – A pressão cai ao longo do sistema; – A função desta circulação é a interposição da capilarização entre duas arteríolas, mantendo a pressão elevada, e ajudando na formação do ultrafiltrado glomerular. • O córtex renal recebe a maior parte do FSR. A medula recebe apenas 1 a 2% do FSR através dos vasos retos adjacentes a alça de Henle. Um vaso de resistência Um vaso de resistência • Característica principal: – Capilarização entre a arteríola aferente e eferente; – A formação do ultrafiltrado depende das forças de starling: • Pressão hidrostática intracapilar; • Pressão osmótica das proteínas plasmáticas; • Regulação do FSR: – Relação entre o FSR e a pressão arterial (PA): • 80 a 150 mmHg - FSR e Ritmo de Filtração glomerular (RFG) se mantém estáveis; • Autoregulação do fluxo sanguíneo renal (sem controle do SNC); – Miogênico – Arteríolas aferente reagem a distensão destes vasos por contração ↓ FSR e ↑ PA – Ocorre devido a canais de cátions sensíveis a tensão despolarizando a membrana o que provoca contração das miofibrilas; – Feedback túbulo-glomerular: ↑ PA → ↑ FSR, ↑ RFG, aumento do fluído tubular na porção terminal do ramo ascendente espesso da alça de Henle ativa co-tranportadores NKCC abrindo canais de cálcio que irão provocar vasoconstrição da arteríola aferente: ↓ FSR, ↓ RFG → ↑ PA. Natriurese pressórica Alterações na dilatação das arteríolas aferentes e eferentes • Controle fisiológico do FSR e RFG: – Sistema nervoso simpático: Vasoconstrição das arteríolas reduzindo o FSR e RFG; • Importante nas hemorragias, reações de defesa. – Ação de hormônios: Epinefrina, norepinefrina, endotelina (liberado de células lesadas do endotélio) causam vasoconstrição reduzindo FSR e RFG; – Angiotensina II: Vasoconstritor da arteríola eferente: • Sistema renina-angiotensina-aldosterona agirá na hipotensão; • Renina (protease) produzida pela arteríola aferente que age sobre o angiotensinogênio no plasma produzindo angiotensina 1; • A enzima conversora de angiotensina (ECA) presentes no endotélio converte angiotensina 1 em 2. Esta última produz vasoconstrição principalmente na arteríola eferente; – Peptídeo atrial natriurético (PAN): Liberado por células atriais devido a sua distensão. Causa dilatação de ambas as arteríolas elevando FSR e RFG. – Óxido nítrico (NO): Liberado do endotélio reduz a resistência vascular renal; – Prostaglandinas: Reduz a vasoconstrição provocada pela angiotensina 2 ou SN simpático na arteríola aferente regulando reduções excessivas do FSR. Filtração Glomerular • Processo que inicia a formação da urina: – 20% do plasma que entra no rim são filtrados; – O ultrafiltrado contém uma grande quantidade das substâncias que existem no plasma exceto: • Proteínas; • Substâncias ligadas a proteínas (40% do cálcio, hormônios); • Células sanguíneas; • Em humanos o valor da filtração glomerular é de 120 mL/min. Barreiras de filtração • Na filtração o fluído atravessa 3 camadas (Barreiras físicas): – Endotélio capilar: • Endotélio descontínuo com aspecto de rede com frenestrações de 75 nm onde ocorre a passagem do plasma, mas não das células; – Membrana basal: • Dividida em 3 camadas: Lâmina densa, Lâmina rara interna e externa; • Forma uma rede de fibrilas agrupadas na Lâmina densa e frouxamente arranjadas na lâmina rara; • Não permite a filtração das proteínas plasmáticas; – Parede interna da capsula de Bowman: • Células do folheto interno modificadas constituindo os podócitos com os prolongamentos denominados pedicelos; • Entre os pedicelos vizinhos existem as fendas de filtração; • Não permite a filtração das proteínas plasmáticas. • Barreiras elétricas: – Glicoproteínas contendo carga negativa; – Presença de ácido siálico; – Proteínas plasmáticas sofrem repulsão em pH fisiológico. Vídeo 1 • Forças envolvidas na filtração: – Forças de Starling (Pressão hidrostática e coloidosmótica); – Forças favoráveis: • Pressão hidrostática no interior do capilar glomerular (PCG); – Forças contrárias: • Pressão hidrostática no interior da cápsula de Bownman (Pt); • Pressão coloidosmótica do capilar glomerular (πCG); – Pressão efetiva de ultrafiltração (Puf) será: – Puf = PCG – (Pt – πCG). Referências: Guyton, C.A., Hall, E.J. 6ed. 2003; Curi, J., Procopio, J. 2011.
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