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FISIOLOGIA RENAL ➔ Filtração Glomerular ➢ O néfron é a unidade funcional do rim ➢ Os néfrons com glomérulos localizados nas partes externas e média do córtex são denominados néfrons cortimedulares ➢ Os néfrons com glomérulos localizados no córtex, próximo à medula, são conhecidos como néfrons justamedulares. ➔ Componentes do néfron ➢ Glomérulos: onde o sangue é filtrado. É uma compacta rede de capilares que retém os componentes celulares e as proteínas de peso molecular médio a elevado nos vasos, enquanto expele um fluido (filtrado glomerular) ➢ O tufo glomerular é envolto pela cápsula de Bowman (A área entre o tufo glomerular e a cápsula de Bowman é o espaço de Bowman.) ➢ A parede dos capilares é composta por três camadas: o endotélio capilar, a membrana basal e o epitélio visceral ➔ Barreira de Filtração ➢ As características estruturais e químicas da parede dos capilares glomerulares estabelecem a permeabilidade seletiva (permosseletividade) da barreira de filtração. ➢ A permosseletividade da barreira de filtração é responsável pelas diferenças na taxa de filtração dos componentes séricos. ➢ Existe uma barreira seletiva a cargas na parede dos capilares glomerulares, criada por resíduos de glicoproteínas carregados negativamente, incorporados à membrana basal glomerular e revestindo as células endoteliais e epiteliais, que contribui para a permeabilidade seletiva. ➔ Sistema renina-angiotensina-aldosterona ➢ Renina: hormônio produzido por células localizadas na parede da arteríola aferente ( células mesangiais extraglomerulares granulares) por células justaglomerulares especializadas. ➢ A liberação de renina é estimulada pela redução na pressão de perfusão renal, mais frequentemente causada por uma hipotensão sistêmica. ➢ A renina catalisa a transformação do angiotensinogênio, que é produzido pelo fígado em angiotensina I. ➢ A angiotensina I é convertida em angiotensina II, mais ativa, pela enzima conversora de angiotensina (ECA), que se localiza principalmente no endotélio vascular dos pulmões. ➢ A conversão local de angiotensina I em angiotensina II nos rins pode regular o fluxo sanguíneo renal e transportar processos independentemente dos efeitos sistêmicos. ➢ A angiotensina II é um potente vasoconstritor e aumenta diretamente a pressão arterial sistêmica e a pressão de perfusão renal. ➢ A angiotensina II ativa a captação de sódio em vários túbulos renais, incluindo o túbulo proximal, o túbulo contorcido distal e o ducto coletor, além de estimular a liberação de aldosterona da glândula suprarrenal e vasopressina da glândula hipofisária, que intensificam a reabsorção de sódio e água renal. ➢ A angiotensina II aumenta a retenção de sais e água, o volume intravascular e a resistência vascular, fatores que contribuem para a elevação da pressão arterial sistêmica e da pressão de perfusão renal. ➢ Reflexo miogênico: mecanismo autorregulatório desencadeado por alterações na perfusão glomerular ➢ O reflexo miogênico regula o fluxo sanguíneo renal e a TFG por constrição arteriolar aferente imediata após um aumento na tensão da parede arteriolar, aumentando a resistência ao fluxo sanguíneo em resposta à pressão de perfusão aumentada. Por outro lado, a dilatação arteriolar ocorre quase imediatamente após uma diminuição na tensão da parede arteriolar, reduzindo, a resistência ao fluxo quando a pressão de perfusão vascular diminui. ➢ Feedback tubuloglomerular: O feedback tubuloglomerular é um mecanismo autorregulatório desencadeado por alterações na provisão de fluido tubular. ➔ Reabsorção de Solutos ➢ A maior parte do ultrafiltrado formado no glomérulo deve ser reabsorvida pelos túbulos renais, ao invés de excretada na urina. ➢ A estrutura do túbulo proximal e sua proximidade aos capilares peritubulares facilitam a movimentação dos componentes do fluido tubular para o sangue através de duas vias: a via transcelular e a via paracelular. ➢ As substâncias transportadas pela via transcelular atravessam a membrana plasmática apical, citoplasma e membrana plasmática basolateral no fluido intersticial. O movimento através das membranas plasmáticas apical e basolateral ocorre, predominantemente, por transporte mediado por carreadores. ➢ As substâncias passam por meio da via paracelular do fluido tubular através da zônula de oclusão, uma estrutura permeável que adere às células do túbulo proximal entre si na junção dos domínios das membranas plasmáticas apical e basolateral. O transporte paracelular ocorre por difusão passiva ou por arrasto por solvente, que é a suspensão do soluto pelo fluxo de água ➢ movimentação de água e solutos do fluido intersticial para a corrente sanguínea é orientada pelas forças de Starling ➢ O plasma que deixa o glomérulo possui uma elevada pressão oncótica, pois a água e os sais são filtrados, mas as proteínas são retidas no capilar. O capilar peritubular possui baixa resistência e, consequentemente, sua pressão hidrostática é baixa. Ambas as condições( pressão oncótica plasmática peritubular elevada e baixa pressão hidrostática do capilar peritubular) favorecem a absorção de fluido e solutos do interstício para a corrente sanguínea. ➔ Ductos Coletores ➢ O sistema do ducto coletor inicia-se no segmento conector, que o qual segue o túbulo contorcido distal. ➢ Na maior parte do sistema do ducto coletor, existem dois tipos celulares principais: a célula intercalada, que possui diversas vesículas intracitoplasmáticas e mitocôndrias, e a célula principal, que possui menos vesículas intracitoplasmáticas e mitocôndrias. ➔ Transporte de Solutos ➢ No túbulo proximal, a maioria dos solutos filtrados e água são reabsorvidos, mas a taxa de reabsorção do sódio, cloreto, fosfato, e outros solutos é regulada por hormônios específicos. ➢ O túbulo distal e o ducto coletor controlam a taxa terminal de excreção de eletrólitos e água, mantendo a homeostase, apesar das variações na ingestão dietética e das perdas extrarrenais de sais e água. ➢ As respostas homeostáticas são controladas, por diversos hormônios, incluindo a angiotensina II, aldosterona, o hormônio antidiurético, a endotelina-1, o peptídeo natriurético atrial, o paratormônio, a 1α,25-(OH)2-vitamina D3 e a calcitonina. ➢ Muitos destes hormônios são produzidos exclusivamente por outros órgãos e enviados aos rins através da circulação. ➢ A angiotensina II aumenta diretamente a reabsorção de sódio no túbulo proximal, no ramo ascendente espesso da alça de Henle, no túbulo contorcido distal e no ducto coletor. Esses segmentos contêm receptores específicos de angiotensina II (receptores AT1) que, quando ativados, aumentam o transporte de Na+ ➢ A ativação de receptores de angiotensina do tipo 2 (AT2) aumenta a excreção renal de sódio ➢ A aldosterona é um hormônio mineralocorticóide, secretado pelo córtex adrenal. ➢ A liberação de aldosterona é estimulada pela hipotensão sistêmica, através do sistema renina-angiotensina. ➢ A aldosterona atua nas células do segmento conector e nas células principais do ducto coletor para aumentar a reabsorção de Na+ , o que eleva a reabsorção de água. ➢ Em nível celular, a aldosterona aumenta a permeabilidade dos canais de Na+ da membrana plasmática apical. ➢ A liberação de aldosterona também é estimulada pela hipercalemia ➢ ADH( vasopressina), aumenta a reabsorção de sais a partir do ramo ascendente espesso e do ducto coletor. ➢ O óxido nítrico aumenta o Na+ renal e a excreção de água por inibição dos mecanismos de absorção de Na+ em diversos segmentos do túbulo renal. No ramo ascendente espesso, a produção de ON inibe a absorção apical de Na+ ➢ A inibição de ON mediada pela reabsorção de Na+ desempenha um papel importante na regulação do volume de fluido extracelular sistêmico e a pressão sanguínea. ➢ endotelina-1 é um hormônio peptídeo produzido pelos rins, no ducto coletor, nas células endoteliais e no ramo ascendente espesso da alça de Henle. A endotelina conecta-se a receptores no túbulo proximal, no ducto coletor e no ramo ascendente espesso e aumenta aexcreção renal de água e NaCl por efeitos no transporte epitelial e na microcirculação renal, mediados por óxido nítrico e prostaglandina ➔ Equilíbrio Hídrico ➢ O túbulo proximal reabsorve a maior parte do filtrado glomerular. ➢ Coleta solutos do líquido do túbulo por meios passivos e ativos. ➢ A bomba de sódio-potássio-adenosina trifosfatase (Na+,K+-ATPase) na membrana plasmática basolateral transporta Na+ e impulsiona o transporte ativo secundário mediado por transportadores e a absorção passiva de solutos. ➢ A elevada pressão oncótica e a baixa pressão hidrostática nos capilares peritubulares favorecem a movimentação de água e solutos do fluido intersticial para o sangue. ➔ Urina Concentrada ou Diluída ➢ (1) a geração de um interstício medular hipertônico, que permite a excreção da urina concentrada (2) a diluição do fluido tubular pelo ramo ascendente espesso e pelo túbulo contorcido distal, o que permite a excreção de urina diluída (3) a inconstância na permeabilidade à água do ducto coletor em resposta ao hormônio antidiurético (ADH, vasopressina), que determina a concentração final da urina. ➢ Os rins podem responder imediatamente a alterações nos níveis de ADH ➢ Os néfrons de alça longa (Justamedulares) possuem vários segmentos de membros ascendentes e descendentes estreitos, com expressão de transportador de água e ureia específicos que contribuem para sua função na manutenção da hipertonicidade medular e habilidade de concentração da urina ➢ O ramo ascendente espesso da alça de Henle reabsorve cloreto de sódio (NaCl) ativamente, mas é impermeável à água. Este segmento aumenta a osmolalidade do fluido intersticial, gerando uma hipertonicidade intersticial medular e um gradiente osmótico lúmen para interstício ➔ ADH ➢ Durante a desidratação, hipotensão ou depleção volumétrica, o ADH é liberado pela hipófise. ➢ A liberação de ADH é desencadeada por um pequeno aumento na osmolalidade plasmática, resultante da desidratação ou da sobrecarga de sal e pela redução da pressão arterial, como resultado da vasodilatação sistêmica, insuficiência cardíaca ou depleção volumétrica iso-osmótica causada por vômitos, diarreia ou hemorragia. ➢ Em presença de ADH, a água flui do líquido tubular diluído para a célula e então para o interstício, abaixo do gradiente de concentração, produzindo alterações estruturais, que incluem o edema celular e a dilatação dos espaços intercelulares ➢ Conforme o ducto coletor atravessa a medula interna por regiões com osmolalidade do fluido intersticial progressivamente maior, o fluido tubular se equilibra pela difusão de água para o interstício e uma urina altamente concentrada é eliminada. ➢ O ADH regula, de forma precisa, a permeabilidade do ducto coletor à água, pela regulação local da proteína aquaporina-2 (AQP2) ➢ Na ausência de ADH, a AQP2 fica contida nas vesículas citoplasmáticas das células principais. A secreção de ADH estimula a inserção da AQP2 na membrana plasmática apical destas células e a água passa espontaneamente através desses canais ➢ A estimulação crônica do ADH leva a um aumento na quantidade de AQP2 no ducto coletor; e de forma contrária, ADH cronicamente baixo leva à diminuição da expressão do AQP2. ➢ O ADH também regula os transportadores de ureia e aumenta a reabsorção de ureia pelo DCMI, permitindo o aumento da contribuição de ureia na tonicidade medular.
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