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OS DIREITOS DOS TRABALHADORES NO PROCESSO 
FALIMENTAR BRASILEIRO
Diego, Rogofski[1: Estudante do Curso de Direito da Celer Faculdades, atualmente exercendo função de estagiário junto ao Ministério Público da Comarca de Xaxim – SC. E-mail: rogofski@hotmail.com]
Márcio Roberto Bitelbron[2: Docente da Celer Faculdades. Advogado. Especialista em Direito Público. Mestre em Direito. Email: marcio@bitelbron.adv.br]
RESUMO: o presente artigo tem como objetivo esclarecer e informar sobre os Direitos dos trabalhadores no processo falimentar brasileiro, toda a pesquisa teve como suporte um embasamento teórico sobre o tema seguido a concepção de alguns Doutrinadores como: Almeida, Dias, Lacerda, Magalhaes e Oliveira. Percebeu-se no decorrer do trabalho que a falência empresarial, não significa necessariamente o fim de tudo para o colaborador, existem leis que asseguram o recebimento financeiro nem que seja de forma demorada. A nova Lei de Falência visou dar suporte aos colaboradores com créditos até 150 salários mínimos. E deixou a desejar a preocupação com colaboradores com créditos maiores. Este fato é preocupante, pois, os colaboradores com créditos maiores serão os últimos a receber. Por fim, conclui-se que a falência empresarial e o direito dos colaboradores sofreram grandes avanços, mas é nítido que existem muitas falhas. A nova Lei das Falências objetivou melhorar as relações jurídicas da sociedade, principalmente nas relações e nos acertos entre o empregado frente as dificuldades e situação falimentar da empresa.
Palavras-Chave: Falência. Sociedade Empresarial. Colaboradores.
1 INTRODUÇÃO
A falência empresarial é um tema polêmico, mas que exige bastante atenção da sociedade. A nova Lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005 foi criada com objetivo de inovar as ações no âmbito trabalhista causando efeitos na sociedade. As consequências após a empresa decretar falência, estão sendo debatidas pelos doutrinadores e a lei. 
Alguns doutrinadores questionam alguns apontamentos na lei e acreditam que existe um desencontro nas informações referentes aos créditos trabalhista, dos contratos empregatícios, da responsabilidade dos sócios ilimitados e do falido, da suspensão das execuções e os demais efeitos da decretação da falência, pois, existem falhas ou não estão bem esclarecidas as leis relativas a falência empresarial e o direito dos colaboradores.
É importante que o processo falimentar seja desenvolvido de forma clara, para manter o equilibro nos custos e na economia. Portanto as fases da falência devem ser muito bem administradas e supervisionadas sempre com o objetivo de preservação da empresa, dos empregos que ela proporciona e, obviamente, do adimplemento dos compromissos financeiros da falida da forma mais justa e eficaz.
Para um melhor entendimento o presente trabalho conta com um referencial teórico com os seguintes tópicos: evolução histórica do direito falimentar; conceito de falência; falência: credor, devedor, empresa; principais alterações nas leis das falências e direitos do trabalhador após a falência da empresa. 
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO FALIMENTAR
O direito falimentar originou em Roma, onde o Direito Romano a pessoa que devia respondia suas ações com o corpo sem expor seu patrimônio. O estado não estava envolvido nos acordos, tudo era feito entre os credores. Em alguns casos na fase primitiva do Direito Romano, dependendo da gravidade o devedor era mantido em cárcere privado até acertar suas contas com o credor.
Na visão de Almeida (1998, p. 48): “ O período primitivo do direito romano admitia a adjudicação do devedor que, por 60 dias, permanecia em estado de servidão para com o credor. Não solvido o débito, podia vendê-lo como escravo no estrangeiro”.
Uma das leis que fez parte do direito Romano foi a Lei das XII Tábuas e a Lex Poetelia Papiria fzendo com que os bens do devedor serviam como garantia dos credores deixando o livre das maldade que eram feitas com seu corpo. Abrão (1997, p. 66) destaca dois importantes efeitos da Lex Poetelia Papiria:
 
A missio in possessio nem foi precedida pela Lex Poetelia Papiria, do ano 428 ou 441 de Roma, com dois importantes efeitos: suprimiu do processo de execução a vindita corpórea consubstanciada na manus injectio e deu maior conotação pública ao procedimento, acrescentando a ingerência do magistrado.  A Lex Poetelia Papiria, imprimindo um abrandamento sensível nos meios de execução das dívidas do devedor insolvente, porquanto a execução não mais poderia recair sobre a pessoa do devedor, mas apenas sobre o seu patrimônio. Essa modificação no sistema de execução coletiva das dívidas, através da cessio bonorum, inspirou o legislador medieval a criar o instituto da moratória e da concordata preventiva da falência, que, a sua vez, perduraram também por muitos séculos, chegando aos nossos dias. 
Com isso não se buscava apenas cumprir o que o credor queria, mas, o acordo entre ambos. Depois da Lei das XII Tábuas e a Lex Poetelia, também teve a Lei Aebutia, onde o devedor era desempossado dos seus bens de acordo com a ordem do Magistrado. Nesse caso o devedor não tinha mais poder de administrar seus bens passando tudo para o credor ou para todas as pessoas que precisava acertar suas dívidas. 
O credor dava, então, publicidade a missio para que os outros credores pudessem vir a concorrer, dentro de trinta dias. Se passado esse prazo o devedor não solvesse seus compromissos, o curador alienava ao melhor ofertante o patrimônio do devedor e que o sucedia a título universal e respondendo, consequentemente, pelas obrigações assumidas pelo devedor, pagando proporcionalmente caso o ativo fosse insuficiente para a satisfação completa de todos e obedecendo a mais perfeita igualdade. Se o devedor preferisse, podia fazer cessão de seus bens ao credor que podia vendê-los separadamente por intermédio do curador a fim de pagar, em rateio aos demais credores. No ano de 737 a.c. a lei decreta que o primeiro credor respondera por todos os bens do devedor e se beneficiara dos demais credores quando tiver mais de um credor. (ABRÃO, 1997, p. 70).
Lacerda 1961, p. 25-26) descreve que: 
Na Idade Média originou o crescimento da autoridade estatal que procurou coibir os abusos de caráter privado, depois de instaurada a falência os credores instituíam, através de assembleias, um administrador para os bens do falido, sendo dado prazo de um ano para saldar suas dívidas. Caso não fizesse certos estatutos excluíam-no de todo e qualquer benefício; outros o privavam do direito de cidadania, lembrando também que se estendia toda a consequência dessa dívida aos seus filhos e herdeiros.
No período contemporâneo novos conceitos influenciaram o direito falimentar em virtude da economia liberal. Napoleão, criador do código vigente, demonstrou, através deste que não compreendia as distinções que havia entre os falidos; achava que o falido deveria ser julgado independente de sua culpa ou dolo, pois a falência poderia ser usada para criar fortuna, sem fazer perder a honra. No entanto, tomou medidas para impedir que isso acontecesse, criando a pena de detenção com efeitos de correção (LACERDA, 1961, p. 30)
Nesse período pode-se identificar quais eram as pessoas de boa índole, ou seja, os devedores honestos e desonestos em virtude do cumprimento ou não cumprimento do acordo feito com o credor. Com o passar do tempo, novas leis surgiram fazendo com que a falência estivesse ligada com problemas econômicos e sociais. Atualmente a falência é reconhecida como uma instituição social. 
De acordo com Abrão (1997, p. 122):
O Código comercial francês, de 1807, na elaboração do qual Napoleão Bonaparte teve preponderante atuação, conquanto impondo severas restrições ao falido, constitui-se em inegável evolução do instituto, restrito na legislação francesa, ao devedor comerciante. Gradativamente abrandam-se os rigores da legislação, assumindo a falência um caráter econômico-social, refletindo no seu bojo as profundas alterações por que se passaria odireito comercial e que culminaria com a modificação do próprio conceito de empresa, vista hoje como uma instituição social.
Antigamente a falência decretava a morte ou o fim das atividades da empresa, mas, atualmente no direito brasileiro a decretação da falência perante a sociedade implica na dissolução ou desagregação da empresa, e se for um empresário individual fica inabilitado para o exercício da atividade ou impossibilitado de abrir outra empresa em seu nome.
O Brasil teve a aplicação do direito consubstanciado nas Ordenações do Reino e mais tarde esta foi revista por D.Manoel, onde predominavam os princípios do Direito Romano. As Ordenações Afonsinas revistas por ordem Del Rei D. Manuel, em 1521, passando a se denominar Ordenações Manoelinas, regulavam também o concurso de credores, que ocorria quando o patrimônio do devedor não bastava para solver todos os seus débitos. Prevalecia, entretanto, ainda o princípio do primeiro exequente, dada a influência do antigo direito visigótico (REQUIÃO, 1993, p. 65)
As Ordenações Filipinas também influenciaram nas concepções sobre falência e tiveram muita influência no Brasil em virtude das atividades mercantis advindas da Colômbia. Nesse período durante o julgamento do devedor, eram executados e penhorados seus bens e se caso o devedor não tivesse bens em seu nome era recolhido a cárcere privado até quitar suas dívidas. 
Para Almeida (1998, p. 52): 
Eram impostas ao devedor culposo penas que variavam do degredo até a pena de morte, mas para os credores que não agiram com culpa, era dado tratamento diferente. Em suas palavras: E os que caírem em pobreza sem culpa suas, por receberem grandes perdas no mar, ou na terra em seus tratos e comércios lícitos, não constando de algum dolo, ou malícia, não incorrerão em pena algum crime. E neste caso serão os autos remetidos ao Prior Cônsules do Consulado, que os procurarão concertar e compor com seus credores, conforme a seu regimento.
A Lei das Falências impostas e recebidas de Portugal entrou em vigor u passou a valer no Brasil após o período da Proclamação da República e no ano de 1850 no período Imperial foi criado o Código Comercial marcando a primeira fase histórica desse instituto do direito brasileiro e que se estenderia até o advento do regime republicano. 
Lacerda (1961, p. 44] descreveu sobre essa época, destacando os principais aspectos:
Em 1850, promulgado o Código Comercial, tendo o Decreto nº 738, de 1850, estabelecido o processo para as falências. Com a publicação do Código Comercial inaugura-se a primeira fase histórica do instituto do direito brasileiro, fase essa que se estenderia até o advento do regime republicano. Nesse período, o que caracteriza a falência é a cessação de pagamentos. O período republicano teve seu início marcado pela proclamação da República, sendo assim, o Governo Provisório optou por revogar, inteiramente, as disposições sobre falências do Código Comercial pelo Decreto nº 917 de 24/10/1.890. Essa nova lei trouxe as esperanças de conter a fraude, sendo considerada um marco para o andamento em matéria de falência, caracterizando-se pelo estado de falência por atos ou fatos previstos na lei e na impontualidade do pagamento da obrigação mercantil líquida e certa, tendo instituído como meios preventivos à moratória, a cessão de bens, o acordo extrajudicial e a concordata preventiva.
Mas, mesmo fazendo algumas mudanças importantes para o sistema, esse decreto não foi isento de críticas, sendo reformado pela Lei nº 859 de 16/08/1.902, regulamentada pelo Decreto nº 4.855 de 02/06/1.903. Promulgou-se, então, a Lei 2.024 de 17/12/1.908. Essa nova lei baseou-se no projeto do comercialista J. X. Carvalho de Mendonça, apresentando características essenciais como: a impontualidade como caracterizadora da falência; a enumeração das obrigações cujo inadimplemento denota a falência; alinhou os chamados atos falimentares, a exemplo do Direito Inglês; suprimiu a concordata amigável, admitida só a judicial; conceituou os crimes falimentares e estabeleceu que o procedimento penal correria em autos apartados e, a partir do recebimento da denúncia (àquela época pronúncia) perante o juiz criminal; determinou a escolha de um até três síndicos, conforme o valor da massa, entre os maiores credores (ABRÃO, 1997, p. 88).
Em 21 de outubro de 1943 foi criado o Decreto-Lei nº 7.661 de 21/06/1.945, quem originou a lei foi o Ministro da Justiça Alexandre Marcondes Filho e teve como novidade a extinção da figura do liquidatário e, também, o fato de que, a concessão da concordata preventiva não ficava mais à mercê dos credores. Instaurou-se, também, a marcha paralela do processo falimentar com o processo criminal. Nas hipóteses de crime falimentar, trazia, no entanto, um tratamento severo ou tolerante ao falido, na esfera civil (ABRÃO, 1997, p. 88).
No decorrer dos anos o presente O Decreto-Lei nº 7.661 sofreu mudanças nas concordatas e a classificação dos créditos e recursos cabíveis. Deverá a nova legislação se adaptar as profundas alterações político e sociais no mundo moderno e ao novo papel da empresa.
2.1 CONCEITO DE FALÊNCIA 
Falência significa faltar com a palavra, faltar com a confiança, também, está relacionada diretamente com a falta de dinheiro. Quando o indivíduo não paga suas dividas relacionadas a uma determinada empresa ele irá responder um processo judicial e tem seu patrimônio vendido judicialmente para fazer o acerto com o credor ou credores.
Segundo Almeida (2008 p. 17) 
A falência pode ser vista de pontos distintos, o anglo econômico e o jurídico, tratando da esfera econômica, está diretamente ligada ao estado patrimonial, já do ponto de vista jurídico, falência é um processo de execução coletiva contra o devedor insolvente, o litisconsórcio ativo necessário ligados pela comunhão do mesmo interesse. É o resultado do provimento judicial que reconhece a caracterização do estado de fato de insolvência do devedor empresarial e, com a sentença, convola em estado jurídico de falência, objetivando fazer cessar a atuação empresarial do titular da atividade, agora falido, ao mesmo tempo em que busca otimizar a destinação de seu acervo patrimonial por meio da realização do ativo e conseguinte satisfação do passivo. 
De acordo com Vido (2013 p. 105) “a falência trata-se de um processo com a finalidade de liquidar o passivo a partir da realização do patrimônio da empresa”. Nesse processo são reunidos todos os credores, que serão pagos seguindo a ordem predeterminada no ordenamento, de acordo com a categoria de credito a que pertencem. A falência é decretada quando o devedor não paga seu credor ou credores e o passivo supera o ativo, deixando claro a falta de capacidade do devedor, com isso inicia-se o processo falimentar onde o credor ou os credores juntamente com a justiça tentam buscar uma forma para não ficarem no prejuízo e talvez futuramente não serem os próximos a serem falidos.
A falência é, pois, a condição daquele que, havendo recebido uma prestação a crédito, não tenha a disposição, para a execução da contraprestação, um valor suficiente, realizável no momento da contraprestação. A falência é por isso um estado de desequilíbrio entre os valores realizáveis e as prestações exigidas (OLIVEIRA, 2004, p. 18)
A falência é uma situação muito delicada para as empresas, e para todos os colaboradores que fazem parte dela, pois envolvem processos judiciais para o credor e para o devedor. Os direitos do trabalhador após a falência da empresa são, de acordo com a lei, bastante generosos, mas a execução destes direitos, na prática, é complicado.
2.2 FALÊNCIA: CREDOR, DEVEDOR E EMPRESA 
Muitas vezes, uma empresa que entra em processo de falência já possui uma grande quantidade de dívidas que não consegue pagar. Para piorar a situação, essas dívidas muitas vezes acumulam pagamentos trabalhistas, como salários e benefícios. Isso quer dizer que, ao entrar em falência, a empresa pode já estar devendo para seus trabalhadores que estão há algum tempo sem sua remuneração.O trabalhador pode e deve solicitar judicialmente o pagamento desta dívida, assim como as indenizações às quais tem direito, mesmo que se solidarize com a situação da empresa.
Na visão de Gomes (2008, p. 52-53) para decretar falência a empresa precisa identificar as seguintes características como: 
Empresário individual ou sociedade empresaria: Devedor que exercer atividade econômica de forma empresarial. Insolvência: Quando o devedor tem dívidas superiores aos seus rendimentos. Os efeitos da insolvência são: o vencimento antecipado das dívidas do devedor, execução dos bens passiveis de penhora, execução por todos os credores do devedor. Neste caso é necessária a ocorrência de um dos fatos estabelecidos no artigo 94 da Lei de falência que são: Impontualidade injustificada; Execução frustrada e Atos de falência, que são: Liquidação precipitada, Negocio simulado, Alienação irregular do estabelecimento, Transferência simulada do principal estabelecimento, Garantia real, Abandono do estabelecimento empresarial, Deixar de cumprir prazos na recuperação judicial. Empresa Insolvente: Sociedade Empresária cuja atividade encontra-se em qualquer tipo de crise, seja ela financeira, econômica ou patrimonial. Sentença declaratória de falência: Prolação da sentença declaratória de falência, operando assim a dissolução da sociedade falida, ficando assim, seus bens, contratos e credores submetidos ao regime jurídico da falência.
O direito das falências sofreu algumas metamorfoses a partir do aforismo romano, segundo o qual quem deve tem que pagar, passando por outros menos clássicos, especialmente apreciado pelo liberalismo, que nunca hesitaram em implementar o sacrifício de empresas insolventes em homenagem à segurança do mercado. A preocupação era a de amparar os credores, menosprezando o desemprego, prejudicando a economia e aniquilando as empresas em crise. Podemos dizer, que hoje, o direito concursal é o direito da empresa em crise.
Depois de entrar em vigência a Lei n.11.101, ocorreram mudanças e muitas transformações em relação a proteção aos crédito trabalhistas gerando várias críticas, insegurança e dificuldade de adaptação de setores ligados aos trabalhadores. A Lei de Falências e Recuperação de Empresas alterou profundamente a legislação falimentar brasileira.
Desapareceram as concordatas preventiva e suspensiva, substituída a primeira pela denominada recuperação judicial, que objetiva viabilizar a superação de crise econômica do devedor, promovendo, outrossim, a preservação da empresa, como enfatiza o art. 47, da lei nominada: A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação de crise econômico-financeira do devedor, à fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estimulo à atividade econômica (ALMEIDA, 2006) 
Objetivando a recuperação econômico financeira da empresa, não poderia a nova legislação olvidar o interesse dos credores, tanto na recuperação judicial como na falência. Tal como ocorria sob a égide da legislação anterior (Decreto-lei n. 7.661/45) a Lei n. 11.101/2005 estabelece preferência e privilégios a diversos créditos, determinados tais 2 privilégios pela própria natureza da respectiva obrigação, disso resultando preferências e vantagens de alguns credores sobre outros.
Para Almeida (2006, p. 66) 
Na recuperação judicial o devedor terá o prazo máximo de um ano para o pagamento dos débitos trabalhistas, vencidos até a data do pedido de recuperação: Art. 54 – O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial.
Observe-se que a expressão créditos derivados da legislação do trabalho não tem sentido amplo, mas, tem sentido restrito, para abranger, exclusivamente, os direitos devidos aos empregados celetistas. O caput do dispositivo sob comento (art. 54), fala em direitos, sem qualquer restrição, envolvendo, por conseguinte, verbas salariais e indenizatórias. 
Já o parágrafo único do dispositivo legal nominado, estabelece restrição aos créditos trabalhistas que devam, em recuperação judicial ser pagos em trinta dias: 3 “Parágrafo único – O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. (MAGALHÃES, 2009)
O devedor deverá pagar, no prazo de um ano, as verbas salariais e indenizatórias porventura devidas a seus empregados, e, até trinta dias, para o pagamento de verbas estritamente salariais, vencidas nos três meses anteriores ao pedido de recuperação judicial, observado o limite de cinco salários mínimos por trabalhador.
 O trabalhador não é obrigado a tolerar o atraso no pagamento de seus salários podendo pleitear, perante a Justiça do Trabalho, a rescisão do seu contrato laboral com os valores decorrentes da rescisão por culpa do empregador. Para garantir os direitos do trabalhador após a falência da empresa, este ex-empregado deverá contar com um advogado. Se ele for contratado de maneira particular, geralmente é cobrado um percentual sobre o valor final recebido pelo trabalhador.
Há casos, no entanto, em que o trabalhador pode contar com o advogado do sindicato ao qual ele e seus colegas estão associados. Nestas situações, as custas judiciais são geralmente cobertas pelo próprio sindicato, ou possuem valores mais baixos, de acordo com a organização do sindicato ao qual o empregado está associado.
No caso de um acordo extrajudicial onde as partes entram em um consenso de boa-fé o tempo até o recebimento é mais curto, e depende exclusivamente do tempo levado até chegar-se a este acordo. No caso de uma disputa judicial, o empregado pode levar até sete anos para receber sua indenização, dependendo do tempo que o processo levar, e do caminho que ele percorrer com recursos e conflitos entre as partes. (PAIVA, 2015)
A recuperação judicial, tal como ocorria com a concordata, não pode ser vista como força-maior ou caso fortuito, constituindo-se em mero risco da atividade econômico-empresarial. Ressalte-se que o crédito trabalhista só se torna liquido quando a sentença fixa devidamente o valor da condenação, o que significa que as ações trabalhistas não se suspendem com o deferimento do pedido de recuperação – Art. 6º, §1º: terá prosseguimento no Juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida (ALMEIDA, 2006)
Tanto na recuperação judicial quanto na falência, a expedição de ofício ao Juízo Falimentar, solicitando reserva de valor que estimar devida: “Art. 6º §3º - o juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º, deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. (OLIVEIRA, 2015) 
Nunca é demais lembrar que a legislação processual trabalhista estabelece preferência, em todas as fases processuais, para dissídios cuja decisão deva ser executada perante o Juízo Falimentar (art. 768 da CLT): 5 Terá preferência em todas as fases processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante o Juízo da Falência. (OLIVEIRA, 2015) 
Portanto, notou-se no decorrer do texto que o trabalhador tem seus direitos após a empresa decretar falência, e devem ser de acordo com a lei. Muitas vezes, uma empresa que entra em processo de falência já possui uma grande quantidade de dívidas que não consegue pagar. Para piorar a situação, essas dívidas muitas vezes acumulam pagamentos trabalhistas, como salários e benefícios.
Ao entrar em falência, a empresa pode já estar devendo para seus trabalhadores que estão há algum tempo sem sua remuneração. O trabalhador pode e deve solicitar judicialmenteo pagamento desta dívida, assim como a indenização às quais tem direito, mesmo que se solidarize com a situação da empresa (OLIVEIRA, 2015)
O trabalhador deverá lutar pelos seus direitos e a ação judicial para a recuperação dos valores devidos ao trabalhador ocorre através da Justiça do Trabalho. Para isso, é necessário que o trabalhador conte com um advogado, que pode ser contratado de maneira particular ou indicado pelo próprio sindicato ao qual o empregado está vinculado.
Evidenciou-se o quanto é importante manter a saúde financeira da sociedade empresarial. Não é uma tarefa fácil, manter uma empresa, e menos ainda, recuperá-la depois de instituída a crise. A legislação é agressiva e danosa para o empresário e para as sociedades empresárias. Com a Lei 11.101/2005 que instituiu a recuperação extrajudicial, a recuperação judicial e nova ordem alimentar as coisas tornaram-se menos complicadas. Com esta lei os empresários foram presenteados com oportunidades de enfrentar as dificuldades.
A Nova Lei de Falência tentou proteger os empregados com créditos não muito altos (até 150 salários mínimos). Entretanto, não resguardou, de forma semelhante, os empregados com créditos maiores, sendo esses obrigados a verem seus créditos, que outrora eram privilegiados, sofrerem um rebaixamento à categoria de quirografários, isso é, um dos últimos a receber. 
Contudo, entende-se que, o Direito perseguiu o fato, buscando, valorativamente, melhor normatizar as relações jurídicas da sociedade, no tocante a um aspecto extremamente relevante, ou seja, o empregado diante da situação falimentar da empresa abrindo espaços e leis que visam melhorar a situação de todos sem deixar ninguém desamparado.
2.3 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NA LEI DAS FALÊNCIAS 
A Lei de Falência e Recuperação de Empresas (LFRE) sofreu grandes mudanças e modificações em relação as leis antigas que regulamentavam o processo de falência. A LFRE é a participação efetiva dos credores durante o processo de recuperação falimentar. Eles, em assembleias, podem dirimir dúvidas e buscar elucidações sobre a recuperanda.
Uessler (2012, p. 88):
A Recuperação judicial é infinitamente melhor do que a concordata, porque ela dilata o prazo de pagamento. Fica claro, pois, que a dilatação de prazos, inovação trazida pela nova Lei, promove um melhor direcionamento de recursos a serem aplicados na própria empresa em dificuldades. Cabe alertar que os créditos salvo os trabalhistas podem ser pagos de diferentes formas e em diferentes prazos, desde que os credores assim aprovem.
Na tabela a baixo está resumido as questões mais relevantes dos principias pontos de alteração advindos da LFRE, conforme a seguir:
Tabela 1: Tabela 1: Principais alterações na legislação de falências
	Decreto-lei 7.661/45
	Lei 11.101/2005
	Tinha acesso à concordata todo empresário, independente de qual fosse sua situação econômica.
	Só tem acesso à Recuperação judicial, o empresário cuja atividade econômica pode ser reorganizada.
	A concordata produzia efeitos apenas para créditos quirografários.
	A recuperação de empresas se estende aos demais créditos, com algumas limitações referentes aos créditos trabalhistas e fiscais.
	Para as micro e pequenas empresas não havia previsão legal.
	Existe um rito simplificado pequenas empresas.
	para
	micro
	e
	Quem coordenava o processo de falências e concordatas era o síndico.
	Surge a figura do Administrador judicial, com remuneração extraconcursal, ou seja, feita antes dos demais credores.
	Prazo máximo de pagamento aos credores era de 2 (dois) anos.
	Cabe ao juiz, com auxílio do administrador judicial, fixar o prazo.
	No caso de falência, os créditos trabalhistas tinham preferência sobre os demais, sem limite previsto.
	Os créditos trabalhistas têm limite de 150 salários mínimos e o que ultrapassar junta-se aos outros créditos quirografários.
	Os créditos tributários ficavam abaixo apenas dos créditos trabalhistas na ordem de prioridade.
	Os créditos de garantia real passam à frente, sendo os segundos na ordem de preferências.
	A característica de ato culposo deixa de ser prioritariamente típica.
	As penas ficam mais enrijecidas, colocando a existência de caixa dois como agravante de crime falimentar.
Fonte: UESSLER, 2012
Com isso, percebe-se que existe uma preocupação por parte do legislador em utilizar argumentos de acordo com a lei para evitar a decretação de falência, oferecendo formas mais claras de direcionar e promover a recuperação judicial. É evidente que tanto a sociedade como os empresários esperam que ocorram redução de juros oferecidos pelas instituições financeiras, uma vez que foram privilegiadas com a manobra legal de terem seus créditos elevados na ordem de prioridade de recebimento, diminuindo, assim, um maior risco de calote.
2.4 DIREITOS DO TRABALHADOR APÓS A FALÊNCIA DA EMPRESA
Quando se trata de falência empresarial deve-se lembrar dos funcionários que fazem parte dela. Sabe-se que existem leis que amparam os credores, os devedores e os colaboradores, mas, a execução das leias é algo demorado e complicado de se resolver. Quando a empresa entra em um processo de falência ela está com uma grande quantidade de dívidas a pagar que refletem diretamente em salários, benefícios e pagamentos trabalhistas. 
Na visão de Magalhães (2009, p. 78-79): 
Ao entrar em falência, a empresa pode já estar devendo para seus trabalhadores que estão há algum tempo sem sua remuneração. O trabalhador pode e deve solicitar judicialmente o pagamento desta dívida, assim como as indenizações às quais tem direito, mesmo que se solidarize com a situação da empresa. O trabalhador que estava na empresa quando ela passou pelo processo de falência tem direito a todos os salários e benefícios atrasados, às indenizações típicas de demissão unilateral (como proporcional de férias, de 13º e de percentual sobre o FGTS) e, caso possa ser comprovado, outras indenizações relacionadas aos danos causados por eventuais dívidas da empresa com aquele trabalhador. Tradicionalmente, a justiça prioriza o pagamento das dívidas da empresa com seus trabalhadores, por considerar que o empregado é a parte mais dependente desta recuperação de fundos. Para realizar os pagamentos e indenizações, a justiça estabelece a chamada “massa falida”, que é a união de todo o capital e bens da empresa que entrou em falência, que possa ser vendido para saldar as dívidas.
O colaborador tem o suporte judicial e a recuperação dos valores devidos ao trabalhador ocorre através da Justiça do Trabalho, o colaborador pode buscar suporte e contratar um advogado particular ou indicado pelo sindicato onde ele está associado. O processo pode ser rápido ou demorado dependendo do acordo feito entre empresa e funcionário e também o colaborador tem a opção de aguardar o processo da justiça sem conflitos. 
A justiça garante ao colaborador o direito de receber a indenização, pois, nesses casos ele e seus colegas serão prioridade de destino da massa falida. No entanto, não há garantias legais de que a massa falida possui um valor financeiro suficiente para cobrir todas as dívidas da empresa com seus trabalhadores, fornecedores e demais credores. Se não houver dinheiro suficiente para saldar estes valores, é possível que o trabalhador receba apenas uma parcela daquilo que tem direito. Em alguns casos, dependendo da constituição da empresa, a justiça consegue identificar bens e valores dos antigos sócios da empresa falida que possam ser leiloados para incorporar a massa falida e pagar as dívidas (DIAS, 2003)
As despesas que o colaborador tiver durante todo o processo, principalmente com o advogado serão cobradas sobre o valor final recebido pelo trabalhador. Se o colaborador optar em buscar suporte aos advogados do sindicato os custos de todo o processo e do advogado ficarão por conta do sindicato em que o colaborador está associado e paga um valor mensal para usufruir desses serviços.
O tempo que o processo leva para desenrolar toda a situação dependedo acordo extrajudicial entre empresa e colaborador. Em caso de um processo judicial o empregado pode levar até sete anos para receber a indenização dependendo do caminho e dos recursos e conflitos entre todos. 
3 CONCLUSÃO
Após todo o embasamento teórico percebeu-se o quanto é importante saber administrar uma empresa e ter capacitação profissional para criar estratégias em momentos difíceis que ajudem a superar as crises principalmente financeiras. Não é fácil manter uma empresa quando a mesma encontra-se em crise financeira, mais difícil é recupera-la depois de entrar em crise. 
A Constituição é rígida e não facilita os acordos do empresário nem para as sociedades empresarias, mas em virtude da nova lei 11.101/2005 que objetiva a recuperação extrajudicial e judicial o assunto fica mais fácil de ser discutido e resolvido. A lei ampara os empresários e dá suporte para enfrentar as dificuldades impostas no processo, facilitando os acertos e acordos da empresa com o colaborador.
Notou-se que a falência empresarial, não significa necessariamente o fim de tudo para o colaborador, existem leis que asseguram o recebimento financeiro nem que seja de forma demorada. A nova Lei de Falência visou dar suporte aos colaboradores com créditos até 150 salários mínimos. E deixou a desejar a preocupação com colaboradores com créditos maiores. Este fato é preocupante, pois, os colaboradores com créditos maiores serão os últimos a receber.
Por fim, conclui-se que a falência empresarial e o direito dos colaboradores sofreram grandes avanços, mas é nítido que existem muitas falhas. A nova Lei das Falências objetivou melhorar as relações jurídicas da sociedade, principalmente nas relações e nos acertos entre o empregado frente as dificuldades e situação falimentar da empresa.
REFERÊNCIAS
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_____________Curso de Falência e Concordata, SP: Saraiva, 2006.
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DIAS, José Alan. Centrais rejeitam, nova lei de falências, que não prioriza trabalhador. São Paulo, 2003.
GOMES, Fábio Rodrigues. O direito fundamental ao trabalho – Perspectivas histórica, filosófica e dogmático analítica. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008.
LACERDA, José Cândido Sampaio de. Manual de direito falimentar. 10. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1961.
MAGALHÃES, José Hamilton de. Direito falimentar brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009.
OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Tratado de direito empresarial brasileiro. Campinas: LZT, 2004.
_____________. Comentários à nova Lei de Falências, SP: Thomson, 2015.
PAIVA, Luiz Fernando Valente. Direito Falimentar e a nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas, SP: Quartier Latin do Brasil, 2015.
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2013.
UESSLER, Rainoldo. Entrevista concedida a Michel de Oliveira Minichiello. JOINVILLE, 11 de out. de 2012.
VIDO, Elisabete. Prática empresarial; coordenação Marco Antonio araujo Jr., Darlan Barroso. - 4. ed. rev. E atual. - São Paulo: Editora Revista de Tribunais, 2013.

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